investigation • 8

[IN - VES - TI - GA - ÇÃO
substantivo feminino
1.
averiguação sistemática de algo; inquirição, indagação, apuração.
"i. policial"
2.
ato de esquadrinhar, de perscrutar minuciosa e rigorosamente.]

Eu observava algumas crianças brincando, em um parque perto do centro, eu esperava por Zayn. Okay, talvez eu não esteja no meu juízo perfeito, ja que encontrar com alguém durante o dia pode ser perigoso para pessoas como eu, se alguém me visse com ele isso chegaria aos ouvidos de Louis e eu teria que lhe dar explicações.

Manter relacionamentos com pessoas fora do cartel demandava cuidado e Louis realmente prefere que não façamos isso. Mas mesmo assim eu decidi arriscar, achei ruim ter que recusar sair com ele na outra semana. Acho que bem no fundo eu tenho coração...

- Não sabia que também gostava de parquinhos - Sua voz me desperta do meu devaneio.

- Você não faz ideia do tipo de lugar que eu gosto - Retruco com um sorriso no rosto, ele deixou com que a barba crescesse mais, o que o deixa muito mais sexy, e eu achava isso era impossível.

O comprimento com um rápido abraço, geralmente eu não gosto de abraços mas estamos em um lugar de pessoas normais então eu tenho que agir como uma. Na verdade eu queria cumprimenta-lo com um beijo, mas talvez seria um pouco evasivo de mais, lembrando que não o vejo a quase dez dias.

- Você é realmente um verdadeiro enigma para mim, tipo, quem é você de verdade?

Essa era uma pergunta que nem eu mesma sabia responder, aquela qual eu fugia sempre e não fazia questão de achar a resposta. Antigamente eu meio que sabia, mas agora eu tenho medo de me olhar no espelho e ver o que eu me tornei. O que me trouxe até aqui.

- Bom, isso não interessa muito agora. O que interessa é que eu estou aqui agora e você está aí.

Ele olha como se tivesse conferindo minha presença, e eu analiso seu rosto. Cada detalhe, a macha sutil que ele tem em um dos olhos, a pequena falha de sua sobrancelha que era quase imperceptível.

- Como foi New York? - Ele tinha um sorriso fraco no rosto, como se estivesse chateado com isso, eu também estava.

- Corrido, caótico, foi tudo tão de última hora. Eu estava totalmente cansada mas tive a ideia de voltar com escalas só para comprar umas coisas...

- Geralmente as pessoas que tem dinheiro não pegam escalas - Ele observa e eu abro um sorriso.

- Geralmente elas não vão para um bar no gueto também, mas olhe só, aparentemente eu sim. Enfim, eu estava na loja procurando uma jaqueta nova e então eu encontrei uma que é a sua cara - Estendi o pacote para ele que me olhou desconfiado e talvez até com um pouco de estranheza.

- Eu não gosto de presentes... - Ele pegou meio que em conflito, mas eu realmente não ia aceitar um não como resposta.

- Zayn, todo mundo gosta de presentes.

- Eu não. - Ele deu os ombros e ainda nem havia ameaçado qualquer curiosidade sobre o que tinha nas mãos.

- Por favor, pense nele como uma compensação, eu peguei aquela sua jaqueta no outro dia mas estou te dando essa no lugar.

- Aquela era minha jaqueta favorita Bella.

Ele era tão teimoso, queria mata-lo, com beijos é claro.

- Agora você tem uma nova. Vai vamos... Abra pelo menos.

Ele revira os olhos e começa a abrir o presente, quando ele vê a jaqueta fica impressionado. Ele abre um sorriso sacana e me encara.

- Gostou? - Perguntei ja sentindo o gosto da vitória.

E mais uma vez ele faz a coisa certa, ele não responde, apenas me beija. Uma pessoa que eu conheci costumava dizer que gestos valem mais do que palavras, e desde então eu parei de falar e comecei a fazer. Eu passei a admirar as pessoas que fazem a mesma coisa, porque muitas vezes palavras não são o bastante.

Ele tinha uma das mãos encaixada no meu rosto e seus movimentos eram leves, mas profundos.

- Você tem bom gosto - Ele sussurrou no meu ouvido e eu pude sentir meus órgãos derretendo.

- Eu sei.

Ele sorri e se afasta, guarda a jaqueta no pacote e fica pensativo, em silêncio por um tempo e eu apenas observo.

- Tem algum plano para hoje a noite? - Pergunto quando o silêncio fica constrangedor de mais.

- Na verdade sim. - Ele não me olha, apenas fica observando o parque.

- Hm... E eu estou inclusa neles?

- Na verdade não.

Realmente não sei descrever o quanto minha cara caiu no chão e se dividiu em mil pedaços. O ar me faltou naquele estante e eu queria praguejar até que algum Deus terminasse com a minha existência, em menos de um segundo a raia já corria em minhas veias.

- Eu realmente achei que não queria mais me ver e disse que estava em NYC só para ter uma desculpa.

Ele confessou, ainda sem olhara para mim. Sua voz tinha um tom de culpa mas não vou me deixar ser levada por ela.

- Espero que esteja se sentindo um babaca agora. - Falo sem ao menos pensar, percebo meu punho fechado e agradeço por estar sentada ao seu lado, assim ele não poderia ver.

- Uma parte de mim está.

Fiquei me perguntando como a outra parte estaria. Mas talvez isso não importe.

- Quando eu não quiser mais tiver... Eu vou ser clara quanto a isso. Eu não sou uma colegial que procura desculpas para não dizer o que realmente quer. - Eu podia explodir de ódio, mas tentei não demonstrar.

- Não acredito que você é tão direta assim, se você fosse sair com outro cara, você diria? Por exemplo.

- Sim.

Penso na sua pergunta, e imagino que talvez seja isso, ele estava saindo com uma outra garota, apenas aceitou vir pra dizer que não veria mais.

- Então é isso? - Sinto o gosto amargo da decepção.

- O que? - Ele não me daria uma resposta tão facilmente, e eu não estava disposta a me rebaixar assim e me sentir mal depois.

- Acho melhor melhor eu ir, não quero tomar mais seu tempo.

- Você não toma meu tempo, na verdade eu gosto de estar com você.

É apenas tarde de mais.

Eu fico em silêncio mas realmente não me movo, ele iria dizer o que eu quero ou o que eu não quero, mas não iria embora sem uma resposta.

- Não é o que você está pensando.

- O que eu estou pensando? - E desta vez eu o olho, fazendo com que ele tenha que me olhar também.

- Não estou saindo com ninguém, tenho que trabalhar hoje.

Minha respiração pareceu se acalmar, metade da minha raiva foi embora mas ainda não queria dar o braço a torcer.

- Não me olhe assim, você me pegou de surpresa.

Ele se aproxima e pega minha mão, deposita um carinho com os dedos, e eu ja me encontro quase totalmente derretida por dentro. Ele leva sua boca para meu pescoço e deposita beijos leves, esfrega seu rosto em mim e eu fico completamente ser ar de novo.

- Você joga muito sujo... - Nem deixo com que ele se mecha, início um beijo quente para que ele se recorde do que está deixando passar.

O fato de estarmos em um lugar cheio de crianças e pais não me incomoda nem um pouco. Pra que esconder o lado bom da vida das crianças, quanto mais rápido elas beijarem melhor elas serão nisso.

- Vamos lá no meu carro guardar isso - Ele diz quando se afasta.

Eu me recomponho e deixo que ele vá na frente. O carro não está muito longe, é um Jeep preto um pouco parecido com o meu.

- Quer dar uma volta?

Eu serro os olhos e então entro no carro, não vou deixar ele me foder agora.

- Ta com fome?

- Não.

- Ta chateada porque te dispensei pra hoje a noite?

- Não.

- Tudo bem, eu vou ligar para o Liam e dizer que não vou trabalhar hoje, ele vai entender. - Ele vai pegando o celular mas eu o interrompo.

- Mas eu não quero mais sair com você.

- Bella, está escrito na sua cara.

Eu reviro os olhos e ele continua com o celular na mão.

- Faça seu trabalho, eu não me importo.

- Bella...

- A gente não tem nada de qualquer forma, pouco me importa se vai sair com alguém ou trabalhar.

- Eu não fiz a pergunta porque eu estou saindo com alguém, fiz porque achei que você estava.

Ele parecia irritado agora, mas isso só deixava sua voz ainda mais sincera. Meu estômago ja estava fervendo de raiva.

- Tanto faz.

- Você está saindo com alguém?

- Você é louco Zayn?

- Não, só fiz uma pergunta.

- Eu não estou saindo com ninguém, eu não fui para New York para te evitar ou coisas assim. Eu não demorei para responder as mensagens porque eu não queria falar com você, eu estava apenas ocupada. E eu entendo que você tenha que trabalhar hoje, tudo bem. A gente pode sair outro dia.

Senti toda a raiva sair do meu corpo, eu estava mais leve, não gosto desse joguinho que eu e Zayn começamos.

- Obrigado.

Ele sorriu e tocou no meu ombro.

- Eu gostaria de começar a sair com você, sem pressão, apenas...

- Eu aceito. - Respondo antes que ele termine, e ele abre um grande sorriso.

- Gosta de que tipo de comida?

- Grega.

- Ok, vou me vestir assim na próxima vez - Eu comecei a rir da sua idiotice, nós parecíamos um casal brigando a uns minutos atrás é isso era patético. - Vem cá... Você fica linda fazendo jogo duro sabia?

- Você está me deixando sem graça... - Eu estava corando e desviei meu olhar numa tentativa fracassada de me esconder.

- Nada mais que justo, você me deixa louco nesses últimos dias...

Eu não sabia o que responder então me virei para ele e o beijei, suavemente. E como um sinal de Deus, meu celular toca acabando com o momento. Eu paro beijo e pego o celular, é Niall.

- Me desculpe, eu tenho que atender, trabalho.

- Tudo bem - Ele diz tranquilo, sorri e pega seu próprio celular, como se desse privacidade.

- Hey Irlanda.

- Deus abençoe meu país.

- Qual o problema?

- Louis está surtando com Abel por sua causa.

- O que? Por que? - Isso realmente me deixou confusa.

- É sobre algo que não é prioridade no momento, eu não sei, ele não disse. Você pediu para que Abel investigasse algo paralelamente?

Merda.

- Sim, droga. É só isso?

- Só? Bom, Camila disse que a nossa oportunidade de descobrir algo sobre Louis seria hoje porque amanhã iremos atrás de um cara aí...

- Eu tinha me esquecido... Eu já estou a caminho.

- Tudo bem, vou fazer um misto quente, você quer um?

- Não, obrigada.

- Ok.

- Até mais. - Encerro a ligação e respiro fundo, ele tinha que brigar por isso logo hoje? - Eu vou ter que ir agora...

- Ah, tudo bem... A gente se vê amanhã?

- Sexta é melhor, vou trabalhar amanhã também, mas eu te encontro na frente do restaurante, me mande o horário da reserva por mensagem.

- Tudo bem, quer que eu te leve?

- Não precisa, eu estou de carro.

- Certo...

- Eu tinha a intenção era ficar mais um pouco, porém eu tenho umas coisas pra resolver - Ele sorri fraco e eu início um beijo de despedida, ele tenta prolongar as coisas e intensifica ainda mais o beijo, eu apenas deixo. Ele tenta me colocar em seu colo - Z... Eu adoraria ficar aqui mas eu tenho que ir...

- Droga, tudo bem. Te vejo sexta?

- Sim - Dou um sorriso fraco e lhe dou um beijo estalado, saio do carro com cuidado e caminho a até meu carro sem olhar para trás.

--

- Qual é a porra do seu problema? - Digo a Louis assim que entro na sua sala, ele está fumando um baseado e bebendo uísque, não parece nem a mesma pessoa que Niall descreveu no telefone.

- Sei lá... Talvez alguém que eu ainda não sei quem é, tentando acabar comigo... - Ele diz cínico.

- Isso é importante para mim, quanto mais o tempo passa mais difícil vai ser descobrir a verdade Louis.

- Corrigindo... Quanto mais tempo passa mais difícil será descobrir quem quer acabar comigo.

- Porra Louis por que você tem que surtar com isso agora? Você sabe o quão isso é importante para mim.

- Você não leva seu trabalho aqui a sério Gigi. Some do nada, acha que toda noite é uma festa, fode com todo mundo mas esta poco se fodendo pro bem do cartel, e na hora de utilizar meus recursos para seu bem pessoal você é boa.

- Foda-se Louis. Foda-se. Não foi eu quem foi bunda mole e não matou quem deveria ter matado, a porra do problema é seu - Ele bebe mais um gole da bebida e se levanta lentamente, mas seus olhos estão pegando fogo de raiva... Talvez eu tenha passado dos limites, mas eu não me importo muito agora.

- Você não tem ideia da merda que está falando. Você não sabe o que aconteceu aqui e não tem poder nenhum para opinar. Você é como todo mundo aqui, você trabalha para mim e tem que fazer o que eu mando como todo mundo - Ele disse cada palavra com o tom firme e raivoso. - Então foda-se você e a porra da sua irmãzinha morta. Existem coisas mais importantes agora, se concentre nelas. Fui claro?

- Sim. - Digo engolindo meu orgulho, brigar com Louis agora não me levaria a nada, apenas pioraria a minha situação nada boa.

- As suas "investigações" serão retomadas assim que as minhas forem concluídas. Por hoje é só, esteja pronta amanhã ás 8 horas. Já pode ir.

--

- E então ele olhou pra mim e disse... Mano, aquela vadia mordeu meu pau... - Niall contava algumas de suas histórias de NYC enquanto alguns de nós jantava. Todos rindo das palhaçadas dele e eu não conseguia tirar uma coisa da minha cabeça.

- Niall - Digo e ele olha para mim.

- O que?

- Preciso que me ajude com algo lá em cima, venha comigo.

- Agora? - Ele olha para mim espantado.

- Agora.

- Ok - Ele se levanta e me segue até o quarto.

- Porque não estava comendo? - Ele pergunta assim que entramos no quarto.

- Não estou com fome Niall, eu preciso que me diga uma coisa...

- Era isso? Porra esperava eu terminar de comer. - Ele ele estava brincando.

- Para de reclamar, você adora soltar essa língua grande e falar mais do que deve.

- Fazer o que... Ninguém é perfeito...

- Isso não importa, bom eu acho estranho o jeito que o Louis anda agindo, você não acha?

- É, percebi que ele anda bem nervoso.

- Você sabe por que?

- Não, você sabe?

- Não, mas eu desconfio que seja algo do passado...

- Tipo?

- Eu não sei, quando eu citei algo sobre não matar quem ele deveria hoje na nossa briga ele ficou alterado.

- É, eu ouvi, o jeito que ele começou a falar depois, você não devia ter dito isso.

- Você estava ouvindo a nossa conversa? - Pergunto pasma.

- Eu estava passando pelo corredor e eu resolvi andar um pouco mais devagar ué...

- Niall...

- Ah Gigi, é mais forte que eu.

- Você está aqui a quanto tempo?

- 7 anos, eu acho...

- Então você sabe o que aconteceu, há três anos atrás.

- Sim, mas não posso falar sobre isso, eu prometi.

- Como assim Niall, você tem que me dizer.

- Pergunte a outra pessoa.

- Quem?

- Josh.

- Sem chances, desde que dei um pé na bunda dele, ele tem agido como um idiota.

- Ed?

- Ed nem fica aqui, ele só aparece as vezes para resolver assuntos do armazém. Niall, por favor, me conta.

- No no baby... Não vai conseguir essa informação de graça.

- O que você quer saber?

- Quero saber com quem você está saindo, ou com quem Louis está saindo. Esse é meu preço.

- Eu não sei com quem Louis está saindo.

- Nada feito.

- Eu tenho o endereço, eu te passo ele e nós podemos ir juntos lá descobrir...

- Eu preciso de bem mais do que isso, nós iriamos fazer isso juntos de qualquer forma.

- Niall! Eu tenho todos os endereços que o Louis vai, todos.

- Como? - Ele cruzou os braços.

- Coloquei um rastreador no carro dele, agora me diga.

- Ok... Eu quero acesso a isso depois. Mas olha eu não posso dar muitos detalhes, Louis tinha um braço direito, e esse cara começou a agir de uma forma estranha, Josh foi o primeiro a perceber. Sabe, nós não queríamos acreditar mas conforme o tempo foi passando e as coisas dando errado... Descobrimos que ele estava traindo o Louis.

- Como assim traindo?

- Dando as informações para outras pessoas, roubando dinheiro, acabando com as vendas e o pior, ele estava começando um negócio novo escondido.

- Ow...

- Quando a briga deles começou, o cara disse que não era nada disso, disse que alguém estava armando contra ele e que ele jamais faria isso.

- E foi armação?

- Realmente não sei, uma parte de mim nunca conseguiu acreditar. Enfim, tinha um outro cara que não tinha nada a ver com a briga, mas quando Louis foi matar ele, o outro interviu.

- Por que?

- Porque ele acreditava na inocência do dele, ele disse que isso não tinha cabimento, a briga foi feia, horrível. Os três saíram no soco e foi uma puta de uma confusão.

- E então?

- Eles fizeram um acordo, Louis não mataria o cara se ele sumisse, e então ele sumiu.

- E o outro cara?

- Deixou o cartel, por livre e espontânea vontade, depois de um tempo.

- Você acha que eles se uniram e agora estão tentando de alguma maneira de vingar do Lou?

- Acho que não, aquele outro cara não faria isso.

- Tem certeza,

- Não sei bem, depois disso, as coisas mudaram aqui, sem tratamento especial para ninguém e todos tem que prestar contas.

- Por isso foi pra NYC?

- O ar estava pesado por aqui, era um outro cara que iria mas eu me voluntariei, depois que você chegou as coisas melhoram mas eu precisava de um tempo, e isso foi bom.

- Você era amigo dos caras?

- Sim...

- Por que o Louis não vai atrás deles logo?

- Eu não sei, Louis é um jogador, ele adora uma caça, ele no fundo está gostando deste jogo. Ele deve ter um plano de vingança e tortura na mente, ele só precisa que eles deem um paço em falso e bang, já era.

  revised at 31/07/2020

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