[ ino - cen - te

adjetivo de dois gêneros

1. que não faz mal, não é nocivo; inócuo, inofensivo."um i. cordeirinho"

2.destituído de segunda intenção, de malícia."conversa i."]

gigi point of view

- O que você pensa que está fazendo? - A voz de Zayn me assustou e eu quase derrubo o copo que estou lavando.

- Lavando a louça? Achei que fosse obvio. - Eu estava extremamente irritada com o Zayn, ele tem me tratado como uma boneca de porcelana, não ficaria surpresa se ele me embrulhasse em um monte de plástico bolha para que nada pudesse me tocar.

Eu já havia reclamado, várias vezes mas ele apenas ignorava todas as palavras ditas por mim, ele era incansável.

- Pode parar, deixe tudo ai e venha ver um filme comigo, Liam lava mais tarde. - Nem ao menos me movi, não era só eu quem estava estressada com Zayn, Liam estava doido para me ver longe dali.

- Zayn. - Eu digo seu nome novamente, suplicando que ele me escute desta vez.

- O que?  - Ele se fez de sonso, eu precisei respirar fundo desta vez.

- Eu não estou doente, pelo contrario, nunca estive tão saudável, palavras do doutor. - Ele me olhava e parecia procurar qual era a relação entre o assunto e o que eu falava - Pare de me tratar como se eu tivesse algum defeito, eu preciso fazer a minhas coisas. Falando nisso, eu preciso ir para minha casa.

- O que? Não, você fica. - Ele estava falando sério, mas eu também.

- Não Zayn, eu já abusei de mais do seu cuidado e da hospitalidade de Liam. - Eu terminei o que fazia e sequei minha mão, ficando de frente para ele. - Eu tenho que ir ver Camila, tenho coisas para resolver e você... - Analisei o moletom que ele tem usado desde o hospital - Precisa de um banho!

- Eu não acredito que você esta me dizendo isso. - Ele parecia atordoado agora, como se ainda não tivesse entendido nada do que eu disse.

- Zee... Onde está meu carro? - Eu perguntei depois de um tempo breve, e ele suspirou derrotado, acho que finalmente entendeu.

- Na sua casa, eu te levo, posso ao menos fazer isso? - Ele tinha ficado irritado, já era um avanço, mas sinto que ele tem a intenção de ficar lá comigo, o que não é bom.

- Sim, vem aqui me dê um beijo. - Ele ao invés de vir até mim foi andando para trás, ele se chateou...

- Não, você disse que eu estou fedido. - Ele disse isso enquanto tocava no moletom, e eu tive vontade de rir, ele não estava fedido, ele só não estava se cuidado como deveria. É necessário trocar de roupa após um banho.

- Eu disse que você precisa de um banho. - O corrigir não ajudaria muito mas eu poderia ao menos medir qual o nível de drama dele.

- Praticamente a mesma coisa. - Nível básico, com certeza.

- Pare de graça e venha aqui. - Não foi preciso muito para que ele viesse perto o suficiente para eu tirar aquele moletom nojento durante um beijo.

—

- Oh meu Deus, não tinha certeza se te veria novamente desde que o Malik monopolizou você. - Louis disse assim que me viu entrando na sua sala, ele nem ao menos esperou que eu fosse até ele veio me abraçar. Quase na ponta do pé, acho fofo.

- Também senti sua falta Louis. - Digo brincando ele não demora para se afastar e voltar a se sentar no sofá grande de couro, eu me sento de frente com ele, não seria uma conversa fácil.

Como eu vou explicar a ele que eu tive um overdose e agora eu preciso de mais tempo porque passei metade do meu prazo sem poder sair do hospital? É claro que ele já sabe de tudo mas o quão misericordioso Louis seria? Acho que nada, pela movimentação do andar de baixo ele já tinha voltado a ativa, como se não houvesse ameaça alguma, sera que já teve? Tudo parece tão distante agora, os valores de inverteram tantas vezes que eu apenas parei de acompanhar.

- Eu sei que sim. Fiquei preocupado com você, de verdade.

- Eu estou bem agora. - Era realizador não dizer aquelas palavras apenas da boca para fora.

- Ótimo, ao menos Zayn cuidou de você. - Ele estava irritado com isso, ele nem imagina que eu também estava, mas não diria isso a ele. Seria mais uma razão para ele não me dar o que eu vim pedir.

- Louis, não é o momento... - Ele me olhou de cima a baixo, provavelmente já sabendo o que iria vir a seguir, tentei parecer relaxada mas acho que cada movimento meu seria capaz de me denunciar.

- Certo, eu queria tanto ir te ver, mas ele estava lá, o tempo todo. Foi frustrante.

- Eu estou aqui agora, sei que eu ferrei com tudo, mas... - Não sabia por onde começar ou se eu realmente poderia começar. Louis havia colocado todas as expectativas em mim, na esperança que eu o ajudasse a se vingar de Zayn e eu fiz tudo menos isso, estava planejando um jeito de provar a inocência dele ainda por cima. Uma péssima amiga.

- Não precisa dizer nada, seu pai me procurou. - Meu coração parou, eu esperava por tudo menos por isso. Meu pai procurando Louis?

- O que? - Minha voz foi histérica e falha, denunciando meu estado de espirito.

- Bom, não me pergunte, aparentemente ele sabe mais sobre você do que você imagina. Foi como eu fiquei sabendo, eu estava quase mandando alguém atrás do Malik e seu pai ligou. Perguntou se você ainda estava na UTI e eu não sabia o que responder.

Eu nem ao menos poderia imaginar isso, nem mesmo nos meus delírios mais estranhos enquanto estava em estado alucinógeno.

- O que mais ele disse?

- Comentou sobre a briga com Anwar. - Isso não era bom, imaginei se ele foi até meu apartamento, se sabia onde eu morava e se tinha Zayn no seu radar também. Mas não fazia sentido ele ficar fofocando com Louis sobre minha briga com Anwar, a não ser que ele queira que eu saiba que ele sabe.

- Ótimo minha vida é aparentemente o assunto favorito da Gossip Girl.

- Fale com ele, nem que seja para dizer que está viva e bem, muito obrigada. - Louis odiava servir de garoto de recado mas ele sabe que meu pai pode acabar com a brincadeira dele sem muitos esforços.

- Acho que eu vou priorizar minha saúde mental, não quero falar com nenhum deles. - Fui sincera, eu estava bem de mais para dar passos para trás.

- Você está no seu direito. - Ele estava sério mas concordava, pelo menos em partes.

- Voltou com a equipe completa? - Perguntei depois de um breve silêncio causado pela breve menção do meu pai.

- Bom, depois que seu namoradinho decidiu pegar todos os pontos da cidade que tinham disponíveis eu precisei aumentar as vendas coso eu ainda quisesse ter dinheiro e relevância.

- O que você quer dizer com isso? - Não fazia sentido nenhum, Zayn não trabalhava desde que ele foi até o hospital, como ele pode ter feito tanto assim?

- Ele quem está fornecendo drogas para o Inferno, por exemplo. - Eu soube exatamente qual era a intenção de Louis com esse comentário, ele queria que eu soubesse que a droga que quase me matou foi fornecida por Zayn, eu já sabia disso e não fazia diferença de qualquer forma. - Ele tem dinheiro o suficiente para bater de frente conosco, basicamente. O que não faz sentido nenhum, para estar vendendo assim tem que ter um fabricante exclusivo. Sabe alguma coisa sobre isso?

Ele ainda acreditava que eu estivesse espiando Zayn para ele?

- O que te leva a achar que eu sei de alguma coisa? De qualquer forma ele passou o tempo todo no hospital comigo, como você mesmo disse. Como ele pode estar fazendo algo? - Ele ficou quieto, pensando em algo que pudesse alimentar sua conspiração - Louis, isso já ficou muito complicado, acho que deve deixar ele em paz.

Louis começou a rir da minha sugestão, me parecia uma sugestão razoável, ele havia cuidado de mim e até agora não atacou ninguém do cartel. Mas não seria tão fácil mudar a mente de Louis.

- Se você acha que quando você contar tudo para ele, ele vai ser compreensível e te perdoar pelas mentiras e vocês serão felizes para sempre... Você esta enganada, terrivelmente enganada. Não vejo outras opções...

Meu castelo era de areia, Louis tinha acabado de me mostrar isso. Eu não tinha um futuro ao lado de Zayn, as chances eram baixas. Porque mesmo que ambos saíssemos vivos disso, não tenho nenhuma garantia de que ele me perdoaria.

- Eu preciso de mais tempo Louis. - Insisti, eu lutaria contra as probabilidades.

- Não me peça isso, eu não posso. - Louis fechou os olhos e levou as mãos para o cabelo e bagunçou ele todo, ele fazia isso quando estava me escondendo algo, quando estava omitindo. - Eu não vou fazer nada até que o tempo acabe, mas é claro que se aparecer alguma prova de que ele é culpado eu não vou poder esperar sentado.

Foi quando eu entendi tudo, enquanto eu estava em um leito, Louis estava armando a caveira de Zayn. Ele sabia que eu não teria tempo, sabia que mesmo que eu tivesse um plano no começo eu não tenho mais, era questão de tempo para que Zayn e Liam deslizassem um milimetro e Lou tivesse o minimo de motivos para captura-los.

- Você já montou a operação. - Era uma afirmação, ele não precisava confirmar.

- Eu sinto muito. - Por incrível que pareça, sua voz soava verdadeira.

--

- Me diz que você tem algo para mim por favor, eu estou entrando em colapso nervoso. - Foi a primeira coisa que eu pude dizer a Niall quando o vi na academia. Ele estava na esteira e eu me juntei a ele.

- É, acho que você já sabe da operação. - Ele parecia não concordar com aquilo também. - Ao menos não tenho que ficar escondendo isso de você.

- Você esta na operação? - Perguntei perplexa.

- Sim, é covardia de mais, só poderia ter saído da cabeça deles mesmo... - Ele bebeu um gole de água e intensificou a corrida.

- Niall, você sabe que ele é inocente.

- Bem, precisamos provar não é mesmo? - Ele fala baixo o suficiente para que apenas eu pudesse escutar.

- Você soa como se tivesse um plano.

- Eu tenho, mas não vai ser fácil.

- Me diga. - Peço e ele diminui a corrida para que pudesse falar.

- Bem eu estava tentando me lembrar dos fatos, de como seria a timeline das coisas e quem poderia ter algum envolvimento ou ligação. E então me lembrei da primeira ponta solta que Louis deixou, tem um cara que fabricava umas drogas, ele vendia ao Louis, exclusivamente. Mas um dia ele simplesmente disse que não venderia mais, tinha um novo comprador anonimo e rompeu o contrato com Louis. Zayn era responsável por aquele negócio e só ele poderia ter desfeito ele, simplesmente porque o cara não trabalha com terceiros...

- Mas ele não fez isso, fez? - Eu já tinha escutado a história, mas uma versão bem ruim.

- Não, quer dizer, esse cara nunca disse nada. Disse que estava fora daquele tipo de briga e por isso não ia vender para mais ninguém. - Niall bebeu água novamente, ver sua sede me deixou com sede.

- E o que você acha? - Tomei um gole também, já tentando imaginar até onde aquela conversa me levaria.

- Acho que alguém comprou o silêncio dele, ele não disse que foi o Zayn, mas todos deduziram já que ele nunca faz negócios com terceiros, mas isso nunca ficou claro.

- Você quer comprar a informação? - Eu estava confusa, não acho que ele conseguiria.

- Eu não vou comprar nada, você vai, acho que é a forma mais fácil de você conseguir alguma prova. Ele sempre documenta tudo, mas ão existem garantias já que ninguém nunca viu isso, pode ser apenas um boato.

- Por que Louis nunca foi atrás disso?

- Não era do interesse dele provar a inocência do Zayn. - Niall estava certo, como de costume.

- Qual o nome dele?

- Edward.

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- Tem certeza de que é aqui Camila? - Nós estávamos em um carro, o plano já tinha sido pensado mais vezes do que o necessário mas eu estava nervosa de mais. Não estávamos de frente com a livraria mas ainda podíamos vê-la da janela.

- Sim, chequei varias vezes. - Camila esta muito mais segura do que eu, acho que meus dias no hospital já me fizeram perder a prática.

- Acha que eu deveria pedir por algum livro especifico? - Ela riu do que eu disse, não parecia bobo na minha mente.

- Não, ninguém mencionou isso, porque na verdade ele não trabalha mais com isso. - Eu franzi a testa, não fazia sentido.

- É realmente nossa unica chance boa? - Ela fez que sim com a cabeça e eu respirei fundo - Como estou?

- Perfeita, como sempre. Se usasse um saco de lixo ainda ia parecer que está saindo de uma passarela. - Dou risada, ela realmente me ajudou a ficar mais calma.

- Obrigada, fique atenta. - Ela me da um sorriso confiante como resposta e eu deixo o carro, já mais confiante do que alguns minutos atrás. Era um bom plano.

Assim que entrei na livraria, pude ouvir o sino da porta que denunciava minha entrada. Uma mulher muito bonita organizava os livros, seus cabelos eram meio ruivos e ela parecia bem simpática.

- Posso lhe ajudar? - Ela perguntou assim que me viu.

- Eu estou procurando por Edward. - Teitei parecer séria.

- Oh, vou chama-lo, sinta-se em casa. - Não sei de funcionou, mas tão rápido como sua partida, Edward surgiu por trás das estantes.

- Como posso ajudar? - Ao contrário da moça, ele não parecia nem um pouco simpático.

- Eu estou representando um cliente, ele fez um acordo com o senhor, de sigilo. Como Zayn Malik está de volta a cidade, queríamos saber como nosso acordo está. - Minha voz não havia falhado, mas meu plano ainda podia falhar.

- Esperava ver seu cliente. - Eu quase dei um grito de alegria, mas me contive - Bem, meus acordos tem prazo de validade, seu cliente não me procurou mais depois de último pagamento, Zayn me procurou tem umas três semanas e ele pretende pagar um pouco mais do que você pagou na última vez. 

- Zayn lhe procurou? - Eu deixei que minha surpresa tomasse conta de mim, mas isso não acabaria com meu disfarce. Zayn realmente havia algo planejado, ele estaria mesmo tramando derrubar Louis?

- Você sabe que que o documento prova que seu cliente agiu de má fé, o cara só quer continuar vivo. O prazo dele ainda não acabou, quando acabar eu ligo par... Para o seu cliente.

Edward quase o disse o nome da pessoa que eu tenho procurado, eu estou tão perto da informação e ao mesmo tempo tão longe. Não posso perguntar sem arruinar tudo.

- Sabe o que ele pretende fazer com isso? - Era uma pergunta perigosa, mas eu ainda assim a fiz.

- Não, acho que você deveria ir embora, não quero pessoas como você por aqui. - Engoli seco seu comentário totalmente desagradável.

- Espero sua ligação Edward. - Disse antes de dar meia volta em direção a saída.

- Espero não ter que ligar. - Ele disse antes que saísse.

Meu coração estava a mil, eu já não aguentava essa peruca ridícula na minha cabeça. Mas eu estava radiante, peguei o celular e finalizei a gravação. Eu agora tinha nas minhas mãos uma prova, uma não tão concreta, mas de fato uma prova de que Zayn era inocente.

Publicado em: 09/09/2020