AMIGOS NÃO SENTEM CIÚMES

ESTOU ATUALIZANDO DE NOVO, PORQUE PARECE QUE TODO MUNDO MORREU NO CAP PASSADO. 

COMENTEM PARA ME FAZER FELIZ, EU SOU ALGUÉM CARENTE. -_-

Capítulo 8 – Amigos não sentem ciúmes

Eu sempre imaginei que não importasse quanto tempo passasse existiria algumas coisas que nunca mudariam, coisas básicas da minha personalidade e gostos pessoais, coisas que me tornavam quem eu era. Por exemplo, o meu sorvete favorito, a cor que eu sempre escolheria, o desenho que eu assistiria repetidamente sem me cansar e dentre todas, dormir com Jimin estava no topo, porque isso nunca mudaria.

Eu sempre imaginei que, independente de quantos anos se passassem, dormir com Jimin seria como chegar em casa depois de um dia cansativo, seria finalmente estar em um lugar seguro e satisfeito, seria meu lugar feliz, onde eu poderia me aconchegar em seus braços, espremer ele nos meus até ele fazer aquele sonzinho gostoso de reprovação e então dormiríamos em uma posição estranha, onde não saberíamos ao certo onde ele começava e eu terminava, mas que parecia gostoso e aconchegante demais para ser desfeito.

E eu pensei que isso seria sempre assim, uma coisa carinhosa e sem segundas intenções, apenas eu e ele, na mais pura essência do que sempre fomos. No entanto, enquanto crescíamos, era nítido que aquilo algumas vezes era um pouco difícil pra mim e eu precisava movimenta-lo na posição certa para que nada de muito esquisito acontecesse, para a minha surpresa, eu me sai melhor do que o esperado.

Agora, deitados na cama de Taehyung, enquanto o dono da cama está Deus sabe onde, sinto ele passar a mão pelo meu peito em um carinho despretensioso e me pergunto se, em algum momento, ele também pensou que isso mudaria, que nós não seriamos mais garotinhos que dormiam agarrados porque gostavam de ficar pertinho e sim porque... bom, porque a distância parecia incômoda.

Levei minha mão até a sua e a segurei porque quis, porque sabia que o encaixe era perfeito, sempre foi. Ele não me olhou, continuou olhando para nossas mãos e acariciou a minha. Uma das suas pernas, que estava jogada sobre uma das minhas, ficando entre elas, fez um movimento para cima e para baixo, se esfregando e eu suspirei.

– Ficar assim é... diferente. – Eu murmurei e ele riu.

- Sério, Jun? Qual parte exatamente parece diferente pra você? – Ele disse engraçadinho e cheio de ironia. – Isso me parece exatamente igual as nossas noites de pizza e vídeo game, só você não percebeu. – Eu ri e cutuquei sua costela, fazendo ele rir e me recusando a ficar com vergonha, mas a risada gostosa dele foi morrendo aos poucos. – Isso... é só um pouco... eu não sei. É que... – Ele gaguejou, respirando fundo e eu notei que ele estava nervoso. – É você e... e ai sou eu. E eu nunca... – Ele se calou, se encolhendo contra mim e eu desci minhas mãos em um carinho pelas suas costelas, tentando acalmar ele, que parecia precisar falar. – É surreal, não é? Faz só alguns dias, mas aí eu acordo e penso que nós enlouquecemos e que isso... em algum momento, eu não sei, você pode apenas olhar e...

– Jimin, hey, calma. – Eu o interrompi, porque ele parecia estar prestes a surtar. – Eu entendo, okay? – Suspirei. – Porra, Ji. Eu... eu fui um babaca esse tempo todo, okay e eu não percebi. – Respirei fundo. – Mas eu não falava ou fazia aquelas coisas pra magoar você, nunca foi pra magoar você. – Afirmei afundando meus dedos nos seus cabelos. – Eu queria garantir que poderia ficar do seu lado, garantir que as coisas não ficariam estranhas e que você não ficaria... sei lá, com um pé atrás. – Ele parou o carinho que fazia no meu peito e mudou o ângulo da cabeça para olhar pro meu rosto.

– O que está tentando dizer?

– Que eu te acho lindo, Ji. Sempre achei. – Afirmei com um tom doce, olhando por todo o seu rosto. – Foi com você que eu descobri que também sentia atração por meninos, na verdade, foi com você que eu descobri várias coisas. Saber que você pensava que não foi meio chocante pra mim e eu consigo entender que o erro é completamente meu. – Ele me encarava com o rosto em branco, como se o que eu estivesse falando não fizesse o menor sentido. – Eu estava até então culpando o Jaehyun por tudo isso. Achando que o fato de você achar que é menos do que perfeito, era culpa dele, mas é culpa minha também, não é? – Continuei fazendo o carinho no seu cabelo enquanto suspirava. – Eu não queria que você soubesse que eu... que eu olhava pra você assim às vezes.

– Mas você olhava? – Era uma pergunta sussurrada e um pouco trêmula, como se ele não estivesse acreditando no que eu estava lhe contando e eu hesitei antes de responder.

– Olhava. – Afirmei meio desistente. – Mas você tem que entender, okay? Era... não, é, é bem difícil de não olhar pra você às vezes, Ji. – Me justifiquei. – Só que eu não quero perder você, nunca quis. Meu maior medo sempre foi que um dia você descobrisse sobre isso e então se afastasse de mim. Então, por favor, se isso for incomodar você, podemos fingir que essa conversa toda não aconteceu... – Eu resmunguei rindo fraco e ele riu bobinho. – Mas eu não quero que você pense em momento nenhum que eu acho você alguma coisa menos do que perfeito, entendeu?

– Isso... É... Uma revelação bem surpreendente pra mim. – Ele resmungou enquanto me encarava nos olhos e subiu a mão do meu peito até o meu pescoço. – Eu sempre achei que você fosse completamente alheio e indiferente a mim. – Eu me arrepiei ao sentir sua mão passando de forma leve por ali, enquanto ele se movimentava para ficar um pouco mais em cima de mim, apoiado com o cotovelo na cama e meio deitado sobre o meu peito, se aproximando mais do meu rosto. – É bom poder conversar sobre isso com você, Jun. É bom poder saber que eu não... – Ele se calou, respirando fundo, sua respiração se misturando contra a minha e seus olhos grudados na minha boca. Jimin tinha uma forma totalmente diferente de me fazer perder o fôlego e eu amava aquilo.

Eu queria ouvir o resto da sua frase, a curiosidade estava em mim e eu queria terminar aquela conversa, porque ela me parecia necessária, mas quando Jimin me beijava daquela forma, com tanto carinho e ternura, era como se mais nada ao nosso redor importasse. Sua mão escorregou do meu pescoço para o meu cabelo e eu desci as minhas para as suas costas, sentindo sua pele nua nos meus dedos.

Beijar ele era uma das minhas coisas favoritas no mundo e eu havia demorado tempo demais para descobrir aquilo. Ele resmungava, um som adorável e satisfeito, quando eu o apertava mais contra mim e puxava meu cabelo com mais força quando eu mordia sua boca, a puxando de uma forma lenta. Aquele momento era nosso, apenas um curtindo o outro e expondo vontades e momentos que haviam ficado guardados por tanto tempo.

Quando me soltou, encostando sua testa na minha, ele riu, de um jeito bobo e felizinho que aqueceu meu coração, como se aquele fosse o momento mais feliz da vida dele e eu ri, esfregando meu polegar em sua bochecha porque, com certeza, era um dos meus momentos mais felizes e eu guardaria aquele sorriso comigo e jamais me esqueceria dele.

– A gente tem que levantar. – Ele murmurou manhoso. – Está sentindo o cheiro? Taehyung deve estar fazendo café. – Resmungou com um sorrisinho e eu concordei.

– Nós não dormimos nada hoje. – Eu murmurei preocupado. – Acha que vai conseguir dar aula?

– Vou. Vou tomar umas três xícaras de café, passar um filme da Disney na parte da manhã, um copo de energético no almoço e eu aguento finalizar o dia ensinando eles a pintar com giz. – Disse engraçadinho. – Na dúvida eu chamo o Yoongi e mando ele unir as turmas. E você, vai conseguir?

– Vou. Eu tenho apenas um motor, acho que consigo sair mais cedo. Vai ficar tudo bem. – Concordei, deslizando o dedo pela sua bochecha. – Escuta, eu tava pensando, poderíamos ir pra Busan esse fim de semana. Iríamos na sexta e voltávamos na segunda. O que acha?

– Tá falando sério? – Questionou surpreso. – Isso seria ótimo. Faz tanto tempo que a gente não vai. – Se sentou na cama, puxando o lençol. – Vou me programar entre hoje e amanhã e ver se consigo a segunda livre. Acho que o Tae não trabalha de Segunda, daria certinho. – Eu concordei feliz em ver ele feliz, porque então as coisas se encaixariam.

– Então ótimo. Vai tomar seu banho, que eu vou conversar com ele. – Disse animado e vi ele dar um gritinho feliz e logo correr para o banheiro do quarto, embolado no lençol. Nós já havíamos tomado banho antes de deitar, mas Jimin gostava de tomar banho antes de ir pro trabalho. Então eu apenas peguei a roupa que ele me emprestou e a vesti.

Fui para o banheiro de hóspedes e terminei de me arrumar, escovando os dentes, penteando o cabelo e vendo que mesmo não tendo dormido absolutamente nada, Estava com uma cara ótima.

Como o previsto, Taehyung estava sentado na bancada da sua cozinha, com um copo de café enquanto comia uma fatia de bolo.

– Bom dia, flor do dia. Como estamos nessa manhã? – Ele disse sorrindo ao me ver. Eu ri da sua brincadeira e me sentei à sua frente.

– Estamos bem. – Respondi um pouco constrangido. – Desculpe ter roubado a sua cama hoje. – Pedi e ele deu de ombros, como se aquilo não fosse nada.

– Relaxa. A cama do quarto de hóspedes tem um colchão que faz massagem, eu quase gosto mais do de lá. – Ele respondeu rindo. – Sem falar que foi satisfatório como o inferno ver vocês ontem. Aquilo foi um avanço e tanto, não é? – Disse com um sorriso. – E aquilo que eu escutei hoje de manhã parecia muito com uma conversa. Me diga que vocês conversaram?

– Nós conversamos. – Disse rindo do tom desesperado dele e ele comemorou.

– E aí, a que conclusão chegaram?

– Vamos pra Busan. – Contei animado e ele me encarou confuso.

– Como assim? – Questionou confuso. – Como essa pode ter sido a conclusão de vocês?

– Bom. Faz tempo que a gente não vai e Jimin queria apresentar você para os pais dele e disse que você queria conhecer a praia também. Então a gente vai agora na sexta anoite e volta na segunda. – Expliquei. – Ele disse que você não trabalha na segunda, não é? – Ele concordou. – Então vai dar certinho.

– Okay. Então Busan. – Ele suspirou. – To vendo que vou ter mais trabalho do que eu estava imaginando. – Tomou um gole do café e então pegou o celular. – Onde está o Jimin? Quero conferir uma coisa com ele.

– Ele foi tomar banho. Tá no seu banheiro. – Contei e ele concordou se levantando.

– Já voltou. Pode pegar o que quiser. Eu comprei bastante coisa pro café da manhã e tem café na cafeteira. – Concordei e me estiquei para pegar um bolinho.

Eu sabia que ele estava indo ao banheiro para falar com Jimin enquanto ele estava tomando banho, mas isso estranhamente não me irritava ou me incomodava porque era o Taehyung e Jimin já havia deixado claro que ainda não tinha amor envolvido e bom, Jimin me amava.

E Taehyung ainda não tinha sentimentos por Jimin, isso também estava mais do que claro, mas acho que o principal ponto de tudo, que me deixava mais tranquilo sobre os dois, era que Taehyung era o nosso alicerce naquele momento. Ele era o que nos dava segurança e nos guiava e era bobo, porque Jimin e eu tínhamos uma ligação que não tínhamos com mais ninguém, algo que eu considerava a coisa mais importante da minha vida. Ele era o meu tudo.

Mas exatamente por ele ser meu tudo que eu tinha medo de um dia ficar sem nada e isso fez com que eu me escondesse por anos e até mesmo fizesse mal a Jimin sem perceber. Taehyung não só estava curando Jimin, como estava tirando de mim esse medo aos poucos.

Ele tava literalmente pegando na minha mão e me guiando até Jimin, Me mostrando que eu não deveria ter criado aquela barreira entre nós dois. Que a ideia de que eu nunca o tocaria, de que ele era proibido pra mim ou que fugiria estava mais na minha cabeça do que na realidade. Taehyung estava, de certa forma, me curando também e eu não teria como agradecê-lo por isso. Não teria como agradecê-lo por não nos separar.

Ele era uma peça importante e eu gostava dele, gostava da forma como ele tratava Jimin, o entendendo e o ajudando, se esforçando para mostrar que o que Jaehyun, o que eu fiz com ele, não muda a pessoa incrível que ele é. Gostava de como ele estava ajudando Jimin a explorar a sexualidade dele porque, só agora, percebi que isso era um problema pro Ji, que ele parecia ter medo de se libertar totalmente e sentir prazer com o que realmente gosta. Gosto de como ele faz questão de me incluir e de como com ele as coisas são sempre fáceis e ele sempre parece saber o que tá fazendo, sem medo de que algum de nós dois vai dar pra trás ou se assustar.

Eu não sentia ciúmes de Taehyung porque ele era diferente de tudo e estava nos ajudando, mesmo que o fim de tudo aquilo já fosse um pouco óbvio pra mim. Ele não era apenas mais um dos namorados do Ji, ou apenas mais um cara que estava flertando ou saindo com ele. Taehyung não ameaçava roubar o coração do meu melhor amigo e o afastar de mim, ele estava mais para o cara que iria me ensinar a consertar o estrago que eu havia feito sem perceber e eu realmente precisava dessa ajuda, porque eu só percebi aquilo, só percebi que Ji estava machucado e que a culpa era minha, porque Taehyung havia me mostrado.

Ele era um bom amigo no final das contas.

E era claro que eu conhecia Jimin e sabia que ele tinha um coração bom e puro e um jeito nato para o romantismo e que talvez ele não estivesse vendo agora, mas Taehyung era um cara incrível e me doía admitir, mas eles fariam sim um casal e tanto.

E, talvez, quando o coração dele estivesse curado e tudo isso chegasse ao fim, eu voltaria ao meu cargo e então eles... bom, Taehyung poderia perceber que Jimin não era apenas um cliente e Jimin poderia perceber todos os sinais que agora deixa passar. Os sentimentos poderiam mudar com o tempo e mesmo que doesse, mesmo que uma parte de mim se quebrasse com a simples ideia, eu ficaria feliz, porque Jimin merecia encontrar o amor, aquele que transbordaria o peito dele e Taehyung realmente era o cara certo. Um cara que nunca o machucaria, não como eu havia feito.

Eu aproveitaria agora, os beijos e tudo o que eu podia. Porque a ideia de que tudo aquilo era passageiro e acabaria era um tanto clara pra mim, mas eu sabia que se fosse o Taehyung eu não seria descartado ou afastado. Eu poderia continuar ali. Eu sabia que, se fosse o Taehyung, Jimin nunca acabaria com o coração partido e nunca mais iria chorar. Eu sabia que, se fosse com ele, Jimin seria feliz e teria o amor que sempre sonhou e eu nunca poderia estragar isso.

Então, se fosse Taehyung, eu estaria bem.


//~//


– Jimin? – Taehyung chamou entrando no banheiro e fechando a porta. – Meu deus, garoto. Tá tomando banho no inferno? Que fumaceiro é esse? – Questionou chocado pela quantidade de fumaça e Jimin riu enquanto colocava a cabeça pra fora.

– O que foi Taehy? To no banho. – Disse o óbvio.

– É. Eu sei, mas eu acabei de falar com o seu Jun e não acreditei naquela merda. – Resmungou incrédulo e Jimin se arrepiou. Amava quando Taehyung chamava Jungkook daquela forma. "Seu Jun". – Eu deixei vocês sozinhos para vocês conversarem, botarem as cartas na mesa, falarem sobre a pequena falha de comunicação que aconteceu entre vocês e no lugar disso vocês me resolvem ir pra Busan? – Questionou, quase histérico e Jimin riu, porque era a cara de Jungkook esconder a pequena conversa que tiveram.

– Nós conversamos. – Afirmou, ensaboando o cabelo e viu Taehyung colocar a cabeça para dentro do Box, curioso. – Ele disse que... bom, disse várias coisas.

– Seja mais específico, Jimin. – Taehyung brigou. – Não me faça ligar as câmeras da próxima vez. – Jimin riu da ameaça infundada.

– Ele disse que sempre olhou pra mim e que até descobriu que tinha atração por meninos comigo. – Disse com um olhar sonhador, como se tentasse se lembrar da época, para verificar se era verdade, mas não lembrava de nenhum momento em que aquilo poderia ter acontecido. – Disse que tinha medo de que eu fosse descobrir e surtar, que tem medo de me perder e coisas assim.

– E você? – Taehyung questionou, ignorando as peças do quebra cabeça que juntava aos poucos, porque parte do trabalho, era deixar que eles descobrissem sozinhos. – Contou sua versão dos fatos?

– Ta louco? Claro que não. Seria vergonhoso demais, Taehy. – Jimin negou, se virando para enxaguar o cabelo. – Mesmo que tudo isso fosse verdade. – Disse, fazendo Taehyung suspirar ao ver a insegurança de Jimin ainda presente, ao ver que ele ainda não acreditava totalmente nas palavras do amigo. – A minha versão de tudo ainda é muito pior. – Suspirou. – Sendo sincero, acho que você enlouqueceu em trazer ele pra isso. Sempre que ele tá por perto é como se eu estivesse em uma maldita corda bamba. Sabe quantas vezes ontem eu tive que segurar para não falar que amava ele? Foi... foi sufocante.

– E por que não disse? – Taehyung questionou. – Pelo o que eu entendi, a amizade de vocês não tem muitos limites e restrições, vocês já devem ter dito isso um pro outro.

É. Já dissemos em outros momentos, antes de dormir, ou quando estávamos muito felizes, até mesmo quando ele ganhou o primeiro prêmio de mecânica e eu passei no vestibular, mas é diferente falar isso num momento como aquele, quando... – Ofegou, com os olhos embaçados. – Quando os olhos dele estão nos meus e as mãos dele estão entrelaçadas nas minhas e nós havíamos acabado de nos beijar e Deus, Taehy, nós estavam fazendo amor, de verdade, sem... sem filtros ou segundas formas de entender. Naquele momento, um "eu te amo" seria um "eu te amo". – Taehyung sorriu de lado, um sorriso nostálgico e um pouco triste. Deus, Jimin amava tanto aquele garoto e era óbvio que Jungkook também o amava. Era sempre tão difícil quando encontrava casos como aquele, em que apenas os dois não conseguiam enxergar a verdade. – Ele surtaria se eu falasse algo assim. Sem falar que depois de tudo se sentiria culpado.

– Culpado pelo o que? – Taehyung questionou, mesmo que já soubesse do que Jimin estava falando.

– Bom, você sabe, ele pensaria que eu passei todos esses anos tentando compensar alguma coisa.

– O que não seria mentira. – Taehyung afirmou, o desafiando a negar e, assim que Jimin terminou de lavar o cabelo, desligou o registro.

– Eu... estava tentando seguir em frente. Ele não era uma opção, nunca foi. Isso era tudo, okay? Ele sempre dizia coisas... bom, ele era um pouco cruel, mas agora eu sei que não eram verdadeiras. – Suspirou, olhando pra cima, para não chorar. – Só Deus sabe o quanto eu chorei por ele, okay?! Amar ele foi a coisa mais difícil e maravilhosa que já me aconteceu, mas o meu eu dos 14 até os 24 sempre soube que Jeon Jungkook nunca me amaria de volta. É a maior certeza que eu tenho na minha vida. – Suspirou. – Eu passei anos vendo ele ter namoradas e namorados e falando sobre eles comigo, dando conselhos e coisas do tipo, e eu sorria todas as vezes, conheci cada um deles e até mesmo tentei ser amigo deles. Chegou uma hora que eu tinha que seguir a minha vida. Eu precisava encontrar alguém. Alguém que iria tomar o lugar dele, que iria fazer eu parar de chorar, mas não importava o quanto eu tentasse, porque ele é a droga da exceção e isso nunca muda.

– E se ele estivesse tentando fazer a mesma coisa? – Taehyung perguntou, encarando o menino à beira de lágrimas, que se assustou com o questionamento. – Ele disse que tinha medo de te perder. E se ele também estivesse tentando compensar e suprir algo? – Deu de ombros, estendendo a toalha para Jimin. – Já sabemos que ele falava o que falava para despistar os pais de vocês e até mesmo as namoradas dele que, por algum motivo, morria de ciúmes de você. Porque elas teriam ciúmes, se ele não desse motivo? – Jimin o encarou pensativo, como se tivesse perdido o argumento. – Talvez vocês dois estivessem um de frente pro outro, no mesmo barco, afundando, mas sem se enxergarem. Poderiam ter estendido a mão e se salvado, mas estavam com medo e não viram.

– Acha que ele tava compensando?

– Acho que tem uma chance bem grande. – Taehyung respondeu, dando passagem para Jimin. – Escuta, não to falando que o primeiro passo tem que ser seu, porque não tem, mas sempre que eu olho pra ele vejo um garoto assustado demais que, principalmente, tem medo de você.

– Medo? – Jimin disse confuso. – Jun não tem medo de mim.

– Ele te colocou num pedestal, Jimin. A vida toda, provavelmente. Pra ele, nada é mais importante que você. Ele tem medo de você e, se você esperar o primeiro passo dele, provavelmente nunca vão chegar a lugar nenhum. – Deu seu ponto de vista. – Só to te falando isso porque desde que começamos com tudo isso, desde que eu te conheci e a gente resolveu que deveríamos dormir junto não teve uma vez sequer que você não acabou chamando o nome dele. – Jimin corou com a constatação. – E isso diz muito. – Sorriu de lado para o menino. – Confesso que eu estava curioso para conhecer o famoso "Jun", porque eu achei que era realmente algum caso de amor impossível e platônico, mas aquele garoto na minha cozinha, aquele que te olha como se você fosse santificado, ele está completamente rendido a você e tudo o que precisamos aqui é um pouco mais de conversa e um empurrãozinho.

Eu to com medo também, Taehy. – Jimin afirmou, mordendo o lábio. – Jun é... ele é a melhor parte de mim, sempre foi.

– Então vamos aproveitar essa viagem, para resgatar velhas lembranças. – Disse com um sorriso carregado de ternura. – Vamos, vai ser legal. 


| A HISTÓRIA TERÁ 15 CAPÍTULOS |

Espero que tenham gostado do capítulo e do rumo que a história está seguindo.

BETADO POR: eumamaopapaia


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