AMIGOS DE UMA VIDA TODA
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BOA LEITURA, MEUS AMORES.
Capítulo 1 – Amigos de uma vida toda.
Eu não entendia.
Eu estava vendo, mas não conseguia entender. Jimin era meu melhor amigo desde a criação do próprio universo. Havíamos divido fraudas na maternidade ou coisas assim, algo que nem mesmo eu conseguia explicar e até conseguia entender que parte daquele sentimento que estava apertando meu peito era um pouco de protecionismo por achar que meu amigo merecia mais do que aquilo.
Eu havia acompanhado todos os grandes momentos de Park Jimin, assim como o garoto loiro havia acompanhado os meus. Estive presente durante o primeiro beijo dele atrás da escola com uma menina do clube de fotografia e eu estava lá durante toda a tarde seguinte o consolando enquanto ele chorava compulsivamente por não conseguir gostar daquilo.
Estava lá quando ele contou para os pais que era gay e foi quase na mesma época em que eu me assumiu bissexual para os meus, e Jimin estava lá por mim. Aceitei ir em um encontro duplo com uma menina que eu não conhecia apenas porque Jimin estava com medo de ter o seu primeiro encontro de verdade e também passei a noite toda assistindo o quão desastroso é dois Nerds flertando no banco de trás do meu carro e até me senti culpado por Emilia Fladrey, que não teve o melhor dos encontros, mas era estranho para mim ver a forma como James Mindstrak tentava conquistar e avançar para a segunda base com Jimin.
E depois daquilo, não foi nenhuma novidade ou surpresa para mim quando Jimin só conseguiu perder a virgindade por volta dos 22, com um namoradinho que ele jurava de pé junto que era o amor da vida dele, bom, não era e eu estava lá para o abraçar e o confortar quando o término chegou.
Agora, quase dois anos após esse término difícil e uma vida solitária e repleta de sorvete e muito choro, Jimin havia aparecido com aquele cara, Kim Taehyung, um cara alto, forte, bonito, bem-vestido, charmoso e que passava a impressão de que tinha o mundo nas palmas das mãos.
Em absoluto não tinha nada de errado com o cara, ele era engraçado e tratava Jimin bem e eu sabia que estava sendo implicante apenas porque o idiota anterior havia quebrado o coração do meu melhor amigo e o feito chorar por quase dois anos o deixando desacreditado no amor.
Não queria que Jimin passasse por aquilo de novo. Queria o ver feliz. Amava Jimin mais do que tudo. Ele era a pessoa mais importante da minha vida e não conseguia entender porquê que nenhum daqueles idiotas o valorizavam o suficiente para fazer aquele homem feliz. Jimin era incrível e merecia ser feliz acima de tudo.
Havia crescido com ele, basicamente criado aquele menino. Conhecia cada trejeito que o tornava único e especial. Sabia que Jimin era carinhoso e alguém que gostava de calor e contato humano. Sabia desde a forma como ele gostava das panquecas de manhã, até como colocava a pontinha da língua pra fora quando estava muito focado em sua leitura, já que nunca havia perdido os velhos costumes de nerd.
E o que mais me irritava naquele momento era que Taehyung não parecia ser do jeito carinhoso ou caloroso, não é o tipo que aqueceria o coração de Jimin. Eles estavam abraçados, em um abraço que parecia frio e superficial, enquanto conversavam com Jin e Namjoon, um outro casal de amigos, um que havíamos conhecido na faculdade.
Jimin estava com a cabeça encostada sobre o ombro de Taehyung, buscando apoio e calor, como em um filme romântico ou algo assim e eu achava fofo, mas naquele momento parecia patético porque Taehyung não estava retribuindo ou percebendo o que Jimin estava querendo. Os dois não pareciam em sintonia, o que era estranho, porque Jimin sempre os descreviam com tanta química.
Eu não entendia.
Se aquele era o cara que estava deixando Jimin tão em êxtase nos últimos tempos, então por que não parecia? Por que parecia tão distante e superficial? Tão longe de tudo o que Jimin sempre desejou?
Me aproximei de Yoongi e Hoseok, esses eram nossos amigos do ensino médio. Hoseok era do clube de engrenagens, junto comigo e Yoongi participava do clube de matemática, junto com Jimin, haviam se conhecido através da gente e deviam aquele relacionamento a nós.
– Não parece estranho? – Comentei me aproximando enquanto olhava para Jimin e Yoongi riu fraco.
– Com certeza. Já pensou em falar com o Jimin? – Questionou também encarando. – Parece que ele tá cometendo o mesmo erro que cometeu com aquele tal do Jaehyun.
– Não acho que esse tal de Taehyung só queira dormir com o Jimin. – Hoseok rebateu analisando o cara e eu concordei, porque pelo que Jimin me contava, o que eles mais faziam juntos era foder. – Acho que talvez não tenha amor real, mas não acho que seja como o Jae.
– Deveria falar com o Jimin. Pelo menos alertar ele pra ele não se apaixonar pelo cara de novo. – Yoongi murmurou desviando o olhar para mim, já que sempre sobrava pra mim ter esse tipo de conversa com o Ji. – Sabe como Jimin é. Ele está procurando o amor da vida dele. Sempre esteve.
– E você pode culpa-lo? – O defendi. Eu o entendia. Era um sonho bonito. Eu não tinha pretensão de encontrar o amor da minha vida, mas ficaria feliz se Jimin encontrasse o seu. Ele sonhava com essas coisas, sonhava com beijos molhados e arrebatadores, mãos dadas e olhares apaixonados. Costumava falar que amor era algo que te deixava sem palavras porque era um sentimento tão forte que apenas transbordava pelo seu coração.
Eu achava um discurso bonito e sempre que via o Ji falar sobre aquilo, torcia para que um dia o coração dele transbordasse daquela forma, mesmo que não fosse da forma que eu quisesse.
– Claro que não. – Yoongi murmurou ultrajado. – Eu espero que todo mundo encontre seu Hoseok na vida, mas eu não quero ver o Jimin mergulhado no pote de sorvete de novo por causa de um idiota que não merece. Acho que deveria avisar ele, ou pelo menos perguntar como ele se sente sobre esse cara.
– Vou falar com ele. Amanhã mesmo ele ia passar aqui pra gente ir almoçar na casa desse cara. Eu vou falar com ele. – Eu confirmei, enquanto observava o abraçado desajeitado dos dois.
No dia seguinte, assim que entrei no carro de Jimin, pude ver o sorriso animado do loirinho que claramente esperava por alguma avaliação ou comentário sobre seu novo namorado, ansioso para saber o que eu havia achado.
– E então... – Perguntou me encarando. Eu sabia que minha opinião era importante pra ele, assim como a dele era pra mim e que tudo o que Jimin queria com o jantar de ontem e com o almoço de hoje era que eu me desse bem com o cara. Seu melhor amigo e seu namorado sendo amigos seria o melhor dos dois mundos. Poderíamos fazer tantas coisas juntos e aí ele não teria que escolher entre um ou outro. Seria perfeito para o Ji.
– Então? – Eu respondi me fazendo de confuso para o provocar enquanto mudava a música da mídia do carro e Jimin bufou saindo com o carro da vaga.
– Vamos, Jun. Você sabe o que eu quero. – Respondeu engraçadinho. – Ele é perfeito, não é?
– Eu não diria tanto. – Respondi dando de ombros, inseguro de como começar aquela conversa e o encarei dirigindo. – Você gosta dele? – Perguntei enquanto o analisava e vi quando Jimin travou, engolindo em seco e piscando algumas vezes, como se não soubesse o que responder.
– Bom, ele... ele é alguém incrível e... é tão divertido e me faz bem... e temos toda aquela química que... bom, você sabe. – Eu observei aquela resposta vaga e desconversada e cheguei a conclusão de que: Não, Jimin não gostava dele.
Conhecia Jimin o suficiente para saber que ele nunca negava ou desconversava algo como aquilo, não para mim. Ele sempre era sincero sobre seus sentimentos, sua resposta era sempre: "Sim, eu gosto, Jun. Por favor, não seja grosseiro com ele." Ou "Claro que eu gosto, Jun, não estrague isso."
Respirei aliviado ao saber que Jimin não estava tão mergulhado em Taehyung e pensei que talvez aquela conversa de "Não entre de cabeça nisso" não seria tão necessária e apenas mudei de assunto para algo mais leve como o fato de Jin ter nos chamado para uma noite de quesadillas, guacamole e músicas dos anos 2000.
Mas logo chegamos no apartamento do tal Taehyung e depois de estacionar o carro, Jimin me conduziu até o apartamento do namorado e mesmo sabendo que dessa vez seria algo mais íntimo e apenas nos três, eu se senti um pouco intimidado. Sabia que Jimin queria que eu fizesse amizade com o cara, mas não sabia se queria fazer amizade com ele.
A porta foi aberta e eu me surpreendi ao ver o homem sem camisa, apenas com uma calça social e um sapato de grife. Jimin corou ao ver o namorado daquela forma e parecia um pouco constrangido, mas apenas abaixou o olhar antes de se voltar para Taehyung.
– Se esqueceu que teríamos visitas? – Questionou fazendo o homem rir.
– Não, mas esqueci de colocar a tampa no liquidificador. – Disse divertido. – Podem entrar, eu tava tentando salvar a minha cozinha. – Avisou e eu ri, tendo que admitir que o cara era divertido. Jimin riu fraquinho, dividindo um olhar cumplice comigo, como quem busca aprovação, então deu um passo para frente, ficando na ponta dos pé para beijar o namorado, um selinho murcho e fraco, que mal se encostou. O beijo que eles deram naquele momento foi frio e eu procurei a química que Jimin afirmava ter.
– Vem, Jun. Vamos pra cozinha. – Jimin afirmou sem se abalar. Como se aquilo fosse normal e me puxou pela mão para ir na frente com ele. Assim que chegamos na cozinha, notamos que realmente, tinha molho pra todos os lados. – Meu deus, Taehy. O que você fez?
– Eu não sou bom nisso. – O homem se defendeu. – Sente-se. Eu vou limpar, ta quase pronto. – Mandou. E Jimin obedeceu, me mostrando onde ficava as banquetas e se sentando ao meu lado, mas eu me surpreendi ao ver ele abraçar meu braço e deitar a cabeça no meu ombro, como quando éramos jovens.
Eu estava levemente em choque, porque tínhamos aquele costume, era algo nosso, sempre foi, Jimin era alguém de contato humano. Ele não conseguia ficar longe por muito tempo, estava sempre me tocando de alguma forma, mas sempre que ele se metia em algum relacionamento, ele parava. Normalmente porque os namorados enchiam o saco e o obrigavam a parar por ciúmes, mas agora ele tava na casa do cara e tudo bem que o tal Taehyung não parecia ser um cara de contato ou que supria aquele lado caloroso do Ji, mas ninguém gostaria de ver o namorado assim com outro.
– Você é o Jungkook, né? – O homem perguntou me olhando enquanto voltava a lavar a massa na pia a nossa frente. – Jimin fala muito de você, mas não tivemos tempo de conversar direito ontem. – Ele disse com calma e riu ao ver Jimin entrelaçar sua mão na minha e eu quase perguntei se era só a minha cabeça que tava entrando em parafuso.
– É. Tinha muita gente ontem. – Eu concordei e encarei Jimin, que parecia relaxado demais naquele momento, sem preocupação com o mundo.
– Conheci Namjoon e SeokJin. Eles trabalham no ramo imobiliário. Gostei bastante de conversar com eles. – Disse com um sorriso enquanto observava Jimin se aproximar mais e passar a bochecha sobre meu ombro, tentando se arrumar em alguma posição. – Eu sei que você deve saber melhor do que eu, mas se você fizer carinho nele, ele vai dormir antes do almoço. Não o deixe dormir. – Eu encarei Jimin e a forma como seus dedinhos acariciavam a minha mão e aquele contato não me era estranho, só era estranho por ser na frente do namorado dele, mas ao ver o olhar doce e tranquilo de Taehyung sobre Jimin, notei que além de não ser alguém de contato, de não ser carinhoso com Jimin e de não retribuir suas investidas, ele também não sentia ciúmes do meu melhor amigo.
Kim Taehyung também não gosta de Jimin.
– Eu não vou dormir. – Jimin murmurou, com voz de sono. – Jun, trabalha em uma oficina. Ele é bom com mecânica. – Jimin contou animado, mesmo que parecendo mole.
– Eu sou. – Disse ainda pensativo. – E você, Taehyung. Com o que trabalha? Jimin disse que era um tipo de Psicólogo.
– Sou sexologista. – Disse de forma normal e eu o encarei como se não tivesse ouvido o que ele havia falado.
– Desculpa, o que? – Ele riu da minha pergunta e senti Jimin apertar ainda mais o meu braço.
– É. Eu trabalho com sexo. Explicando e ajudando as pessoas a entenderem e a se libertarem de certos tabus. Você tem algum problema ou algum fetiche que tem medo ou vergonha de explorar? Eu posso te ajudar com isso. – A pergunta saiu de forma tão natural e calma que por um segundo, eu não sabia se era real e Jimin levantou a cabeça para me encarar.
– Não precisa ter vergonha, Jun. Taehy é profissional e bom nisso. – Agora eu entendi a parte do "Ele é bom de verdade no que faz, Jun" – Pode falar com ele.
– Eu não sei. Não tenho problema com nada, Ji. – Fui sincero enquanto encarava o loiro, que parecia não acreditar em mim. – Não tenho mesmo. Eu... não... Eu não... Não sei. Quer dizer, eu já quis experimentar uma coisa, mas não é um problema, tá mais pra uma curiosidade. – Eu tava me perdendo no raciocínio porque Jimin estava me olhando daquela forma questionadora, como se ele percebesse o que tava passando pela minha mente e ele se virou de frente, pra olhar nos meus olhos e me desafiar, como se soubesse que aquilo era uma fraqueza. – Min...
– Vamos, Jun. – Pediu. – O que é? Não temos segredos.
– Eu já quis ser Voyeur na adolescência, mas é só uma curiosidade boba. – Admitiu e vi os olhinhos dele se arregalando em surpresa como se não acreditasse e ele se debruçou sobre mim, apoiando o peso do seu corpo sobre o meu.
– É sério? Quando? Foi quando a Monica e a Camila se pegaram no seu quarto durante o seu aniversário não foi? – Ele questionou como se tivesse descoberto o momento exato e eu ri, porque aquele aniversário em que eu e ele passamos trancados no banheiro do meu quarto tentando não fazer barulho pra não atrapalhar as duas garotas que transavam na minha cama, tinha de tudo para ser de longe o pior da minha vida, mas ele tornou legal porque ficamos juntos cochichando sobre coisas bobas, como a possível queda do meu amigo, Hoseok, pelo amigo dele, Yoongi, mas não havia nem de perto sido naquele momento.
A leve lembrança do nosso primeiro encontro, quando James, depois de muito custo, conversas estranhas sobre números e cantadas sobre Harry Potter, conseguiu enfim beijar Jimin e tentou no meio do beijo ir para a segunda base, subindo a mão pela coxa do Ji veio na minha cabeça. Eu tinha pouca visão de tudo, já que estava vendo pelo retrovisor do carro e seria estranho virar pra trás, já que estava no meio do que era pra ser o meu próprio encontro com a Emilia, veio a minha mente como uma lembrança do momento exato de quando esse desejo apareceu pela primeira vez, mas eu o censurei e apenas ri negando para Jimin.
– Não. Não foi no meu aniversário. – Neguei, segurando seus braços, pra tentar o dar apoio, já que ele tava quase jogado sobre mim. – Mas isso não é importante. Foi uma coisa de adolescente. A gente não era nem gente naquela época, Ji. Não pode levar em consideração. – Eu neguei novamente e Taehyung fez um som negativo com a garganta.
– A maioria dos nossos desejos mais fortes e a nossa personalidade é formada nessa idade. Não pode desvalorizar algo assim. – Ele disse como se fosse a voz da razão e nossos olhares se colaram na figura do homem que havia causado toda aquela confusão e agora encarava Jimin como se quisesse passar uma mensagem escondida pra ele, mas Jimin deu um pulo, se afastando de mim e negando com a cabeça, parecendo desesperado.
– Não, Taehy. Não. Isso não. – Negou rapidamente. – Não foi o que eu quis dizer.
– Por que não? Me parece perfeito. É a sua chance e a dele. – Eu não tava entendendo, mas Jimin parecia nervoso e constrangido, de uma forma que eu nunca havia visto e era estranho e adorável, mas a forma como Taehyung falava me deixava com os cabelos em pé.
– Tae. Não. O Jun não. – Disse novamente e eu apenas encarei Jimin novamente, me sentindo ofendido por ele ter uma conversa com outra pessoa que eu não entendesse, porque isso era coisa nossa.
– Eu quero bons motivos para um não. – Ele questionou cruzando os braços, em uma pose tão máscula e dominadora, que até eu teria dado um passo pra trás, se não estivesse sentado.
– Bom, Jungkook não me vê dessa forma. Somos amigos a vida toda e ele provavelmente vomitaria. – Jimin começou a lista e eu fiquei o encarando com confusão, tentando entender se eles estavam mesmo falando do que eu achava que eles estavam falando, mesmo que uma parte do meu cérebro não quisesse acreditar e levar para aquele caminho. – Eu me sentiria ofendido e depois não conseguiríamos mais olhar um pro outro, sem falar que eu não sei se quero que ele veja certas coisas e tem certas questões que... Nunca daria certo. – Decretou, um tanto ofegante e tremulo.
– Eu acho que você tá errado. – Taehyung disse por fim, como se fosse o dono da verdade.
– Espera, eu to confuso. – Eu murmurei, levantando a mão como se fosse uma maldita sala de aula e Jimin suspirou, me encarando com os olhos levemente molhados, mas não chorando, apenas talvez, envergonhado.
– Agora você explica. – Resmungou para Taehyung, que sorriu para o namorado e o chamou com o dedo.
– Venha cá, Jimin. Não seja tão mal-humorado. Você sabe que eu estou fazendo isso por você. – Me surpreendendo, porque eu acreditei que Ji estivesse realmente bravo com o cara, Jimin se levantou da bancada e foi até Taehyung, o abraçando de lado e enfiando sua cabeça do pescoço dele, obedientemente.
– O que você... – Eu iria perguntar o que tava acontecendo ali, mas Taehyung sorriu, entendendo minha confusão e antes de eu terminar minha pergunta, ele já me respondia.
– Eu sou o dominador dele.
VOYEUR
EAI GOSTARAM? EU DEVO CONTINUAR?
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