Três.
Era hora do almoço e os amigos de Wooyoung estavam sentados na mesa de sempre, mas ele não estava lá.
— Ei, onde está Woo? — Yeosang perguntou a Yunho, pois ele era o único que viu seu amigo antes.
— Ele me disse que iria comer na sala de aula hoje porque tem coisas para fazer. Além disso, samos muito barulhentos para ele se concentrar. — Yunho deu de ombros e voltou a comer. Mingi começou a falar sobre algo que aconteceu durante o primeiro período e Yeosang esqueceu de perguntar mais sobre Wooyoung.
Ao mesmo tempo, Wooyoung entrava na sala de aula com um pensamento: almoçar com San. Ele o viu sentado em sua mesa, assistindo coisas em seu telefone. Wooyoung pegou uma cadeira e a colocou em frente à de San. O mais velho olhou para ele confuso e guardou o telefone.
— O que você está fazendo, Wooyoung?
— O que parece? Estou almoçando, você deveria também. — O mais novo ofereceu um de seus sanduíches a San, que pegou hesitante e eles comeram em silêncio.
Cinco minutos antes do final do intervalo, Wooyoung colocou a cadeira de volta no lugar e sentou em sua própria mesa. O resto dos alunos começou a entrar e ele olhou para San. Ele o viu sorrindo para si mesmo, o que o fez sorrir também.
[...]
Duas semanas se passaram com os dois comendo todos os almoços juntos. San começou a sorrir para Wooyoung quando o outro podia vê-lo, sem tentar esconder. Eles se aproximaram muito nesses dias. Yeri e Ryujin vieram uma vez e os quatro conversaram. Ryujin não tinha ideia do que estava acontecendo com San, então eles não falaram sobre isso.
O que era difícil, era que Wooyoung era naturalmente uma pessoa muito carinhosa, mas ele tentou respeitar o espaço de San. Isso mudou recentemente quando eles terminaram de comer e San foi jogar o lixo fora. Quando ele voltou, Wooyoung o abraçou do nada. Foi um abraço muito rápido de cinco segundos, mas o mais velho não se afastou. Wooyoung pensou nisso como um sucesso.
Também parecia que o pai de San não estava tão agressivo ultimamente. O menino não veio para a escola com novos hematomas, pelo menos Wooyoung não viu.
[...]
Em uma tarde de segunda-feira, Wooyoung e Yeosang decidiram sair para fazer algo juntos. Eles pensaram em fliperama e estavam indo para lá quando Wooyoung viu alguém que conhecia.
— Jongho? O que você está fazendo aqui?
Eles estavam andando pelo parque e o irmão de San estava lá. Ele estava sentado debaixo da árvore, o que só poderia significar uma coisa...
— Wooyoung hyung! Estou brincando de esconde-esconde com Sannie hyung. — A criança de seis anos correu para ele e sorriu brilhantemente.
Wooyoung devolveu o sorriso e deu um tapinha na cabeça mais novo. Yeosang olhou para os dois e sorriu quando Jongho se virou para ele.
— Oi, eu sou Yeosang, amigo de Wooyoung.
O garotinho acenou para ele.
— Você conhece meu irmão? Seu nome é Choi San.
— Sim, eu o conheço, estudamos juntos algumas vezes. Ele falava muito de você.
Os dois conversavam sozinhos, pois Wooyoung não conseguia se concentrar. Ficou tudo tranquilo por duas semanas, mas parecia que o pai deles era realmente um caso perdido. Agora, que ele sabia o que estava acontecendo quando Jongho estava brincando de esconde esconde, ele não podia simplesmente deixar para lá, mas ir para a casa de San também não era uma opção.
— Ei Woo... Você está me ouvindo? — Yeosang o chamou tocando seu ombro.
— Hum?
O mais velho revirou os olhos.
— Eu disse que precisamos ir antes que eles fechem o fliperama.
— Ah certo... precisamos ir.
Yeosang olhou para ele novamente antes de se despedir de Jongho e arrastar seu amigo com ele. Yeosang sabia que algo não estava certo. Wooyoung ficou muito triste depois de ouvir o que Jongho disse, também quem brincava de esconde esconde deixando uma criança sozinha no parque. Porque Yeosang tinha certeza de que San não estava naquele parque.
Depois de voltar do fliperama, Wooyoung fez sua lição de casa, jantou com seus pais e assistiu a um filme. Agora ele estava em seu quarto, mas não conseguia adormecer. Seus pensamentos estavam cheios de San e se ele estivesse ferido. Não parecia que seu pai era perigoso a ponto de matar alguém, mas ainda assim perigo era perigo.
Wooyoung mandou uma mensagem para Yeri perguntando se ela sabia alguma coisa, ela não sabia. Ele também mandou uma mensagem para San, mas não houve resposta. Isso o deixou mais preocupado do que antes. Era uma da manhã quando ele decidiu que teve o suficiente, então saiu escondido de casa depois de pegar alguns remédios e curativos.
Demorou 20 minutos para chegar à casa de San.
Todas as luzes estavam apagadas e não havia como ele bater na porta. Ele chegou ao jardim nos fundos da casa da mesma forma que fez quando veio pela primeira vez. Ele decidiu olhar pela janela para ver se Jongho estava lá. Se sim, significa que San estava bem e ele poderia voltar para casa e dormir.
Ele espiou, mas era difícil ver qualquer coisa. Havia alguém deitado na cama, mas ele não tinha certeza se era Jongho. Wooyoung ficou na ponta dos pés e tentou ter uma visão melhor. Ele não ouviu alguém vindo por trás.
— O que você está fazendo aqui?
Wooyoung se virou e engasgou alto. San cobriu a boca dele com a mão e gesticulou para ele ficar quieto. Ele o puxou para longe de sua propriedade, para o parque próximo. Eles se sentaram no banco e San olhou para ele.
— Wooyoung, por que você veio?
— Eu estava preocupado que algo tivesse acontecido e não consegui dormir, então eu... — Wooyoung divagou, mas parou quando notou o estado do mais velho. San não tinha nenhuma maquiagem, e seu rosto estava cheio de hematomas. Sua bochecha direita estava inchada, ele tinha um hematoma roxo na testa e seu lábio inferior estava rachado com sangue seco. — Oh meu Deus... San... — Wooyoung colocou a mão em uma das bochecha que não estava inchada e olhou para o mais velho que também o encarava. — Seu rosto... está... está...
— Eu sei, mas parece pior do que realmente é. Eu garanto. — O mais velho sorriu para ele, mas Wooyoung não retribuiu. Ele tirou a mão da bochecha e pegou todas as coisas que trouxe nos bolsos.
— Eu vou limpá-lo para você.
San estava prestes a protestar, mas Wooyoung lançou-lhe um olhar que o silenciou.
Wooyoung não tinha ideia de como fazê-lo corretamente, mas tentou o seu melhor. Ele ficou na frente do mais velho e usou água com gaze para limpar todas as feridas, depois usou pomada para fazer o inchaço diminuir e todas as contusões desaparecerem rapidamente. Durante todo esse tempo ele sentiu os olhos de San sobre ele.
Wooyoung tentou ignorá-lo e fazer seu trabalho, mas era demais. Eles estavam em uma situação muito íntima onde ele estava tocando o rosto de San com cuidado e o mais velho estava olhando para ele.
Wooyoung finalizou com um hematoma nos lábios do garoto e finalmente olhou para ele. San olhava para ele com tantas emoções diferentes que Wooyoung não conseguia entender.
San se levantou, então agora eles estavam a apenas centímetros de distância. Ele olhou para Wooyoung como se estivesse pedindo algo e o mais novo pareceu entender. San se inclinou e tocou os lábios de Wooyoung com os seus. Não havia movimento apenas lábios se tocando e após o choque inicial, Wooyoung fechou os olhos.
Isso pareceu mudar alguma coisa em San, que colocou as mãos em volta da cintura de Wooyoung e o puxou contra si mesmo. Ele começou a mexer os lábios, pedindo para o mais novo fazer o mesmo. Wooyoung estava com medo de machucar ainda mais o outro, então ele cuidadosamente aprofundou o beijo.
San colocou as mãos de Wooyoung, que estavam desajeitadamente entre eles, atrás de seu pescoço. O mais velho inclinou a cabeça e mordeu o lábio inferior do mais novo. Wooyoung soltou um som embaraçoso por causa dessa nova sensação.
San se sentou no banco e puxou o outro para sentar em seu colo. Eles não pararam de se beijar nem por um momento. As mãos do mais velho estavam vagando nas costas e nas laterais de Wooyoung. Wooyoung amava o que eles estavam fazendo agora. Era a primeira vez que ele se sentia tão leve e tinha essa sensação estranha de formigamento no peito.
San parou sua sessão de amassos e juntou suas testas. Depois de algum tempo, Wooyoung abriu os olhos para o garoto sorridente na frente dele. Ele nunca viu San sorrindo tão sinceramente. Ele devolveu o sorriso e se aconchegou mais perto do homem que o segurava, ainda sentado em seu colo.
— Obrigado por cuidar de mim. — San disse e retribuiu o abraço fazendo com que eles ficassem ainda mais próximos.
— De nada, vamos ficar assim por um tempo.
San riu das palavras mais novo, mas não moveu um músculo. Ele aninhou a cabeça no pescoço de Wooyoung e ficou assim sem se importar com a hora.
Wooyoung e San depois daquela noite ficaram muito mais próximos.
Eles conversavam ao telefone todos os dias, conversavam na escola e almoçavam juntos. San se tornou uma nova pessoa, ele estava bem com o carinho de Wooyoung e às vezes até o retribuía quando ninguém estava olhando.
Todos os seus colegas viram a mudança, mas ninguém disse uma palavra, exceto Yunho. Ele provocava muito Wooyoung durante as aulas sempre que os dois pombinhos trocavam olhares e sorriam um para o outro. Mas Wooyoung não se importava porque estava muito feliz. Infelizmente toda felicidade acaba em algum momento, para ele foi numa aula de Educação Física.
San não estava frequentando a aula de Educação Física nas últimas semanas por causa da política de manga curta, mas ele tinha que vir se quisesse passar de ano. Wooyoung estava preocupado com ele, mas inesperadamente o professor não disse nada durante quase toda a aula. QUASE.
Faltavam apenas 10 minutos e ele chamou todos para ficarem em linha reta. Todos pensaram que este era o fim da lição, mas eles estavam errados.
— Choi San, um passo à frente. — O professor disse em uma voz severa.
Wooyoung estava do outro lado da linha e não conseguia ver claramente o que estava acontecendo. San fez o que lhe foi dito e o professor veio até ele.
— O que eu disse sobre o código de vestimenta?
— Mangas compridas não são permitidas. — San disse em uma voz monótona.
— Você sabe disso, então por que você ainda está com isso? Tire isso agora. — O professor apontou para o moletom que San estava vestindo.
San olhou direto nos olhos do professor e disse.
— Desculpe, mas eu não vou fazer isso.
O rosto do professor ficou vermelho como tomate. Ele parecia prestes a explodir. Então ele disse algo que fez o sangue de Wooyoung ferver.
— Se você não vai fazer isso, eu vou fazer isso por você. — Ele se aproximou e puxou o moletom de San. Todos os alunos ficaram chocados. Yeri gritou algo para o professor, mas ele não reagiu. Os olhos de Yunho se arregalaram e Wooyoung rapidamente se moveu para a frente, mas alguém foi mais rápido que ele.
— Você não pode fazer isso professor. É contra a lei da escola.
Yeosang, que estava ao lado de San, veio para a frente e tirou as mãos do professor dos braços do garoto. O professor engasgou e parecia que estava se impedindo de fazer alguma coisa. Ninguém se atreveu a se mover ou mesmo respirar.
— 50 rodadas ao redor da quadra vocês dois! Agora!
Yeri ia protestar, mas o professor foi mais rápido.
— Qualquer um que disser uma palavra de agora em diante vai fazer o mesmo que eles. O que vocês dois estão esperando? Vão!
Wooyoung olhou para seu melhor amigo que sorriu para San e fez um gesto para ele ir. Ambos os meninos começaram a correr e o professor voltou para a sala do professor dispensando a classe.
Wooyoung não se mexeu e esperou que San e Yeosang fizessem uma rodada. Ele encontrou os olhos de San e sorriu, assegurando-lhe que estava tudo bem. Yunho o puxou para os vestiários e assim ele não viu San ou Yeosang até o final do dia.
[...]
Enquanto isso, na quadra, San corria e pensava por que Yeosang o havia defendido. Eles conversaram poucas vezes e estudaram juntos, mas isso foi tudo. Por que Yeosang mancharia seu histórico escolar perfeito com isso?
Eles correram um ao lado do outro sem falar porque era cansativo por si só. Não foi fácil fazer 50 rounds, especialmente depois de uma hora de PE. Quando terminaram, todas as suas aulas já havia terminado. Felizmente Jongho estava hospedado na casa de seu amigo por uma tarde inteira, então San não precisava se preocupar com o fato de seu pai estar sozinho com seu irmão.
Yeosang sentou-se ao lado dele e passou sua água para ele. San agradeceu e engoliu metade da garrafa.
— Então San, que tal sermos amigos?
O garoto de cabelos escuros se virou surpreso.
— O que?
— Quero dizer, depois de hoje eu diria que nos aproximamos mesmo sem conversar. Eu sempre quis ser seu amigo. Então, o que você me diz? — Yeosang estendeu a mão na direção do garoto.
San olhou para ele e para sua mão e novamente para ele. Ele sorriu um pouco e apertou suas mãos.
— Certo.
Yeosang também sorriu para ele.
— Ótimo. Já que somos amigos agora você quer ouvir histórias embaraçosas sobre Wooyoung?
[...]
Era hora do almoço do dia seguinte. Wooyoung perguntou a San sobre Yeosang, mas o garoto riu e não disse uma palavra.
Eles estavam sentados um ao lado do outro, dividindo o lanche que Wooyoung fez. Ele estava muito orgulhoso disso e San o elogiando e dando tapinhas em sua cabeça o deixou ainda mais confiante.
Wooyoung estava corando fortemente quando ouviu 3 vozes familiares e lá na entrada estavam seus melhores amigos.
— Oi, podemos nos juntar a você? — Yeosang foi o único a perguntar ao qual San acenou com a cabeça lentamente olhando interessado para os outros dois. Wooyoung não entendia o que estava acontecendo e não tinha ideia do que seus amigos queriam. Todos os três pegaram cadeiras e se sentaram.
— Antes de começarmos a comer eu quero dizer uma coisa... — Yunho falou e olhou diretamente para San. — Me desculpe por te chamar de pária. Eu não quis dizer isso de maneira ofensiva, é só que todo mundo te chamava assim e eu... ok, estou divagando de novo. O que quero dizer é que eu entendo agora, graças a Wooyoung, que é errado chamá-lo assim. Me desculpe, sinceramente.
San olhou para Wooyoung, que escondeu a cabeça nas mãos e San sorriu para isso. Então o mais novo o estava protegendo, até mesmo de seus amigos.
— Está tudo bem. Sem ressentimentos. — San respondeu.
Yunho sorriu para isso e soltou a respiração.
— Eu te disse, querido, que San era legal e não ia ficar bravo. Aliás, eu sou Mingi e esse idiota que nem se apresentou e foi direto se desculpar é Yunho. Espero que possamos nos dar bem. — Mingi sorriu para ele e virou-se para o namorado para abraçá-lo.
San olhou para as pessoas ao seu redor que estavam sorrindo e rindo. A segunda opção era na verdade apenas Yeosang que se sentou ao lado de Wooyoung e riu de seu amigo.
(Sorrir é leve contração facial sem imitir ruido e rir é contrair os músculos faciais e emitir som)
— Ok, vamos comer, estou com fome. — Anunciou Wooyoung sorrindo e cavando em sua comida. Todos foram atrás dele e passaram o intervalo inteiro conversando, comendo e rindo de Mingi quase engasgando. Quando Wooyoung colocou a mão sobre a de San e entrelaçou os dedos, o mais velho não se afastou. Ele apertou suas mãos unidas e as colocou em sua coxa para esconder do resto do grupo.
Os outros três viram, mas não disseram uma palavra, e apenas observaram os dois tolos apaixonados sorrindo brilhantemente até o final do almoço.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Aaaa cara, foram tantas emoção até aqui, nesses três primeiros capítulos: raiva das pessoas que julga os outros sem saber de nada sobre eles; tristeza pela situação do San com o pai; e alegria por San conseguir um namorado e novos amigos.
E vocês, gostaram desse capítulo? Espero que sim. Agora chega de conversas fiada e vamos para o próximo capítulo.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top