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CAPÍTULO VINTE E TRÊS:
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Recusa e dispensa.
Aro me encarava. Seus olhos brilhando em expectativa. Mais uma vez, encarei os rostos de todos os vampiros presentes. Dessa vez, imaginando como seria um plano de fulga, apesar de saber que não irei precisar, ter uma noção centrada disso, seria vital para o meu plano.
─ Se não se importa, mestre, terei que recusar sua oferta. ─ Digo vendo o enorme sorriso de Aro ir se desfazendo até que uma feição confusa tome conta do seu rosto. ─ Tenho certeza de que Jasper também não aceitaria sua generosa ofereta.
Jane me lançara um olhar mortal, algo como um: "como ousa ir contra as vontades do mestre Aro?!" posso ouvir sua voz dizendo isso perfeitamente na minha cabeça. Alec me olha sem muita surpresa. Ele já sabe o que pretendo, então apenas me lança um olhar de: "estou torcendo por você".
─ Minha querida... ─ O tom de voz de Aro mudou, algo como uma ameaça sutil. ─ ...espero que não esteja pensando em nos deixar.
Ele gesticula para o restante dos vampiros presentes no salão. Caius parece bem mais interessado na conversa agora. Seus olhos adquiriram um brilho diferente. Ele com certeza deveria estar esperando por uma boa briga.
─ Com todo respeito, eu os servi durante mais de mil anos. ─ Começo, pondo-me em uma posição militar. ─ Agora, encontrei o meu companheiro e gostaria de ficar com ele. Claro, com a sua benção.
A última parte fora apenas para massagear seu ego. Com ou sem a permissão de Aro, eu iria ficar com Jasper. Era uma sensação nova para mim, e é claro que aquilo me atraía. Talvez com o tempo, nossa vida juntos se torne monótona assim como o milênio que passei neste castelo, mas agora, tudo é novo para mim e eu não pretendo desperdiçar essa oportunidade para me confinar neste castelo outra vez.
─ Posso? ─ Aro estendeu sua mão para mim. Ele queria acesso a todos os meus pensamentos, saber o que se passa pela minha mente e se havia alguma coisa que pudesse usar para me fazer ficar.
Me aproximei, subindo os degraus até o mesmo e então, estendi minha mão para ele que a agarrou em um segundo. Fechando seus olhos, concentrando-se em cada pensamento que tive.
Não havia o que fazer ou falar para mudar minha escolha. Estava decidida a me desvencilhar da guarda e me juntar aos Cullen, se eles assim quisessem, claro.
Não havia como me deter, a grande maioria da guarda me temia e os que não temiam eram porque tinham dons aos quais eu poderia facilmente desativar e os matar sem problema algum. Apesar de ter passado tanto tempo aqui, nunca tive muito contato com os membros da guarda a exceção dos meus irmãos e Demetri. Não havia laços entre nós e eu não hesitaria em matá-los.
Eu sou um dos membros mais antigos da guarda e um dos mais bem treinados. Toda a guarda se renova de tempos em tempos, apenas nós, os vampiros mais habilidosos nos mantemos aqui por longos períodos de tempo.
Não existe regras que nos impeçam de nos desligarmos da guarda, portanto, não existe nada que Aro possa fazer para me manter aqui.
Quando Aro soltou a minha mão, seu semblante não era nada contente. É claro que não pretendia matar todos aqui, mas um blefe às vezes faz bem.
Pela primeira vez em séculos vejo Marcus se interessar por alho.
─ E então, irmão? ─ Caius questiona. ─ Vamos deixá-la partir, ou não? ─ Me encara sadicamente na última parte. O encaro de volta, sem me abalar com seu olhar. Depois de tudo o que encarei até chegar aqui, não seria um rei mimado que me causaria qualquer tipo de desconforto ou medo.
─ Creio que possamos chegar a um acordo que seja mutuamente benéfico para os dois lados. ─ Respondeu Aro, por fim.
Aro pediu um tempo para se reunir em particular com Caius e Marcus - como se eles realmente tivessem alguma participação significativa em suas decisões.
─ Está mesmo disposta a deixar a guarda pelo Cullen? ─ Jane questionou ao meu lado.
─ Não estou disposta, irmã. Estou decidida. ─ Esclareci. ─ Achei que ficaria feliz. Agora você está livre para ser o melhor e mais temido membro da guarda Volturi.
Jane me lançou um olhar duro. Por um segundo cheguei a cogitar que ela estivesse pensando em usar seu dom contra mim, mas não fora esse o caso.
─ Talvez não tenha tanta graça ganhar sem você aqui. ─ Admitiu.
Sorri. Aquele era o jeitinho carinhoso da Jane dizer que sentiria minha falta.
─ Também sentirei sua falta, irmã. ─ Estava prestes a passar meu braço pelos seus ombros, quando ela me interrompeu:
─ Não ouse me abraçar, Jeanna. ─ Apontou seriamente.
Alec observava tudo divertido. Então encarei os outros membros da guarda. É claro que Jane Volturi não demonstraria nenhum tipo de afeto na presença de qualquer outro vampiro.
Pouco tempo depois Aro, Caius e Marcus voltaram com seu veredito.
─ Jeanna, está livre para ir, se é o que realmente deseja. ─ Era nítido o quanto aquelas palavras estavam custando a sair dos lábios de Aro. ─ Estaremos de braços abertos caso deseje voltar. Você sempre será uma Volturi.
─ Obrigada. Me lembrarei disso, com toda a certeza. ─ Dei o meu melhor sorriso.
Apesar de tudo, eu era grata por ter feito parte dos Volturi. Ainda que não tenha sido pelos motivos mais altruístas, Aro salvou a mim e aos meus irmãos, eles se tornaram a nossa família.
Aquele era um fim de um ciclo, e o início do que eu esperava ser o resto da minha eternidade.
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