Respostas Reveladas

"Se algo inesperado acontecer e tivermos que soltar nossas mãos, por favor, não deixe essa tristeza... dominar as vidas daqueles que ficaram para trás." - Youth Of May.

Melinda.

No momento em que eu estava lavando as mãos, dentro do banheiro, algumas meninas da minha sala se aproximam de mim. - Mel... Você viu? - Suzane começa.

- Não... O que é agora? - eu não fazia ideia do que estava acontecendo, e porque me contar era importante.

- Olhe. - ela diz, e me mostra uma foto em seu celular, pego com cuidado de sua mão e vejo as fotos, a primeira de Dylan supostamente beijando Márcio e as outras de Márcio tocando o rosto dele e outras dos dois se abraçando. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas eu tinha certeza de que Dylan não me trairia com um de seus amigos. Não o Dylan... Ele era diferente. Eu não podia estar enganada quanto a ele.

- Sinto muito, é um saco que seu namorado seja gay... - Suzane fala.

- Pior, ele ter te traído com um garoto... - Lúcia fala.

- Eu não sei o que essas fotos significam, mas eu confio no Dylan, sei que ele gosta de meninas e de mim. Alguma coisa deve ter acontecido... - eu falo.

Suzane ri. - Claro que aconteceu, ele sentiu vontade de beijar o Márcio, não adianta negar, as fotos deixam isso nítido.

- Não fale do que você não sabe. - digo, irritada com a situação. Quando saio do banheiro dou de cara com ele.

- Dylan...

- Melinda... Aquelas fotos não são o que você pensa, eu posso explicar. - ele fala, seus olhos estavam esbugalhados, e sua respiração estava acelerada.

- Vamos para um lugar mais afastado, para conversarmos. - eu falo, ele assente e me puxa pelo braço, quando chegamos em um local mais afastado, ele solta o meu braço.

- Hoje cedo, antes de vocês chegarem, eu estava conversando com o Márcio, e quando eu o questionei sobre alguma paquera, ele acabou confessando que gosta de meninos e depois disse que gosta de mim. Eu fiquei sem reação ao descobrir sobre isso e eu não percebi quando ele se aproximou mais e quando me toquei, ele já havia me dado um selinho, mas foi só isso, um selinho, eu não continuei se é o que está pensando... Ele pediu desculpas e ficou envergonhado por sua atitude, então, eu resolvi conversar melhor com ele atrá sda escola, eu não queria que ele se sentisse envergonhado e eu também pedi a ele para poder contar sobre isso a você, estavamos apenas conversando e ele se desculpou e disse que tentaria me enxergar apenas como um amigo, só que ele colocou a mão em meu rosto enquanto falava e no final nos abraçamos para mostrarmos que tudo estava bem novamente... Parece dificil acreditar, mas foi isso. - ele dizia, muito rápido, como se falar tudo fosse algo de vida ou morte, o que achei fofo e engraçado, confesso.

- Entendo. Está tudo bem, eu confio em você, acredito no que me contou, é meio impossível não gostar de você, não posso culpar o Márcio... - digo e sorrio.

Ele arqueia a sobrancelha, parecia estar confuso.

- Confia mesmo? Ou está mentindo? Não está brava? Nãoa cha que estou mentindo?

- Por que eu ficaria brava? Não é sua culpa, você só estava sendo um bom amigo, eu sei que você gosta de mim e que não continuou o beijo. Estou orgulhosa de você, afinal, você acolheu o seu amigo mesmo depois dele ter se confessado e te dado um selinho, você não o tratou mal, quis conversar com ele, você tem um coração muito bondoso Dylan, e eu amo isso.

Ele sorri encantadoramente, seus olhos pareciam sumir entre seu sorriso sincero.

- Obrigado por acreditar em mim, obrigado por ser essa namorada compreensiva e maravilhosa.

- Você fez o mesmo por mim com o lance do Eduardo, como eu poderia duvidar de você? Afinal, eu te conheço, sei que jamais faria algo assim. Eu que tenho que agradecer por você ter me enxergado e se aproximado de mim, eu me tornei outra, ao seu lado eu descobri o que é uma relação saudável.

- As pessoas estão achando que eu te traí... Sinto muito por isso.

- Eu não ligo para o que os outros acham de nós dois. Eu sei a verdade e só ela importa.

- Eu te amo, Melinda. Amo muito. - ele diz, sorri e me puxa pela cintura, nossos corpos se encostam e nos beijamos apaixonadamente e intensamente, eu sabia que tinha tirado a sorte grande em encontrá-lo em um mundo repleto de garotos com más intenções. Dylan era puro, bondoso, fofo, um garoto extraordinário, eu ficava feliz em saber que em um mundo repleto de garotas lindas e diferentes, ele foi se apaixonar por mim, saber que eu chamei a atenção dele era algo que me deixava muito feliz, eu sempre fui confiante e não tenho baixa auto - estima, mas eu sei que existem garotas mais interessante por aí... Mas ele reparou logo em mim, isso me deixava incrivelmente feliz e mais segura de mim mesma.

Ficamos o restante do intervalo juntinhos e coladinhos, foi incrível, quando o sinal tocou, caminhamos juntos até o corredor de nossas salas, durante todo o processo, as pessoas nos olhavam, riam e cochichavam. Até que fomos abordados por um garoto de outra turma, eu não o conhecia.

- Melinda... Por que está perdendo seu tempo namorando um cara que curte meninos? Ele conseguiu te enganar? Não viu as fotos? É preciso que você veja os dois se beijando na sua frente? - ele diz com muita grosseria e aquilo me irritou, não por mim, mas por Dylan, como aquele garoto tinha coragem de falar isso na frente do meu namorado? Era proposital, ele estava zombando dele.

- Não se meta e não fale do que você não sabe! - eu grito.

- É difícil assimilar que seu namorado é bicha?

De repente Dylan da um soco no garoto. Um multidão se forma ao nosso redor.

- Olha como falam seu idiota! Eu não sou gay, mas mesmo se eu fosse, qual o problema? Por que está se incomodando com isso? Pode falar de mim o quanto quiser, mas não ouse mais incomodar a minha namorada! - ele grita, estava furioso e era a primeira vez que eu o via daquele jeito. Meu namorado fofo estava com raiva.

Márcio se aproxima, neste momento, o garoto que apanhou se levanta sorrindo e segura na camisa de Márcio, o segurando com brutalidade. Todos ao redor gritavam a a palavra "briga", eu estava entrando em desespero.

- Chegou a namorada da bichinha... - ele dizia, Dylan estava pronto para socá-lo novamente, quando Lucas chega e da um soco no garoto que segurava Márcio, ele segura nos ombros de Márcio e pergunta se ele estava bem, então, ele segura na mão de Márcio e grita alto para todos.

- Idiotas! Vocês são uns grandes idiotas! Imbecis preconceituosos! Querem saber de uma coisa? O Dylan e o Márcio não tem nada um com o outro, Dylan gosta da Melinda, acontece que eu namoro o Márcio, nós brigamos e ele tentou me ferir tentando beijar o nosos amigo, para me causar ciúmes, só que foi só um selinho e Dylan não retribuiu, porque ele gosta apenas da Melinda, o verdadeiro casal gay sou eu e o Márcio. - Lucas grita. Alguns não acreditam e riem.

- Conta outra Lucas... Todos sabem que você fica com garotas... - uma garota fala.

- Sim, mas eu também gosto de meninos. - ele diz, e então beija o Márcio a frente de todos. Márcio corresponde e os dois se beijam com muita intensidade, todos olham chocados, outros dão risada, gritam, mas são separados um do outro quando o inspetor chega e grita para todos irem para suas salas, ele leva Márcio e Lucas para a direção, todos são obrigados a entrarem, eu não consigo falar nada com o Dylan.

- Minha nossa... Eu não fazia ideia de que o Lucas gostava de garotos e que ele estava com o Márcio... - Verônica comenta enquanto entramos na sala.

- Eu acho que foi uma mentira a parte deles estarem juntos... Márcio realmente gostava do Dylan, acho que o Lucas fez isso para ajudar, mas pode ser que ele tenha juntado o útil ao agradavel, se ele realmente gosta de meninos, então beijar o Márcio foi algo bom para ele. - é a conclusão a que chego para toda aquela situação.

- Será? Mas o Lucas não tem cara de que gosta de meninos e os dois eram amigos... É estranho.

- Amigos também se apaixonam, e o Lucas não beijaria o Márcio se ele não sentisse nenhum tipo de interesse. - eu falo, a professora entra, e nossa conversa termina por ali.

Durante a aula mando um bilhete para as meninas, eu havia me esquecido de perguntar a elas o que elas falaram com o Eduardo no dia em que eu desmaiei.

" Vocês brigaram com o Eduardo aquele dia em que eu desmaiei? Não me contaram nada depois..."

Isa me entrega o bilhete de volta. " Fomos até ele sim e batemos na cara dele, depois falamos tudo o que havia acontecido e o que achavamos dele, ele disse que se arrepende de ter contado a intimidade e que quando contou não foi por maldade, mas não o escutamos e fomos embora."

Não mando mais o bilhete, só olho para a direção das duas e sorrio para elas, eu sabia que elas queriam me ajudar e que fizeram isso com a melhor das intenções. Faço um sinal de coração com os dois dedos, coisas que aprendi ao assistir doramas.

... ... ...

Durante a tarde, enquanto eu estava estudando para uma prova, Marina entra no meu quarto, ela bate de leve e pede licença já entrando. - Querida, desculpa te atrapalhar... Mas, eu gostaria de saber se você está melhor, voltou a ter crises de ansiedade? - ela pergunta, me olhando com carinho e preocupação.

Aquilo mexia comigo ao mesmo tempo que me irritava.

- Estou bem, não voltei a ter não.

- Se voltar a sentir algo parecido e se estiver com qualquer problema, você pode me contar, pode se abrir comigo, eu quero poder te ajudar.

- Marina...

- Sim? - ela sorri assim que me escuta chamar sue nome.

- Você era amante do meu pai enquanto minha mãe ainda era viva? - resolvo perguntar, quando percebi já havia falado.

Ela me olha de uma forma que mostrava sua indignação com minha pergunta.

- Como pode pensar algo assim de mim? É por isso que me trata tão mal? Você acha que eu era amante do seu pai enquanto sua mãe estava doente?

- Eu nem te conheço direito, então claro que eu iria desconfiar, até porque ele ficou com você muito rápido, no ano seguinte ele apareceu com você, como achou que eu lidaria com isso? Pensou que eu não fosse pensar o pior?

- Sinto muito se fiz você achar isso, eu nunca quis te magoar Melinda. Se eu soubesse... Eu teria lhe explicado antes. - ela diz e se senta de frente a mim.

- Então em conta agora. Como conheceu o meu pai?

- Nós dois namoramos na adolescência, quando tinhamos uns 15 para 16 anos, só que eu tive que me mudar de cidade e nunca mais voltamos a nos ver, perdemos contato, cada um seguiu sua vida, ele se casou com sua mãe e eu namorei vários por aí... Eu não tive contato com seu pai na época em que sua mãe estava viva, foi só em março do ano seguinte, nos esbarramos na rua e começamos a convesar, fomos nos encontrando, relembrando os velhos tempos, e quando vimos já estavamos juntos... Sabe, nós dois nos amamos muito quando eramos jovens, eu nunca o esqueci, e acho que de certa forma eu o ajudei a não ficar tão triste assim pela morte de sua mãe. Ele a amou muito e ...

- Então você foi o grande amor da vida dele? Ele amou minha mãe ma não tanto quanto te amou?

- Não foi isso o que eu disse Melinda, ele amou nós duas em tempos e de formas diferentes. Seu pai te ama tanto querida... Ele sempre diz a mim o quanto você se parece com sua mãe, tanto fisicamnete quanto em personalidade. Ele se sente muito orgulhoso de te ter como filha.

- Não é o que parece... Ele mal fala comigo, parece que eu nem existo para ele.

- Não pense nisso, isso não é verdade. Ele te ama muito, só que ele tem suas dificuldades em se aproximar...

- Ele não tinha essa dificuldade quando a mamãe estava viva.

- Talvez seja porque ele se fechou quando sua mãe se foi, você também deve ter se fechado, não foi? Vocês dois ficaram muito magoados e acabaram se afastando sem perceberem. - ela diz e faz um carinho em minha cabeça.

Não falo nada, só suspiro, ela sorri e sai do meu quarto. Seja como for, ele não deveria ter se afastado de mim, eu era sua filha, havia perdido minha mãe, ele era o responsável, tinha que ter me ajudado, tinha que ter ficado sempre perto de mim. Era sua obrigação como pai. Isso ainda me magoa muito, eu me senti sozinha quando a mamãe se foi e depois que ele chegou com sua nova namorada eu me senti pior, ele deveria ter pensado em mim e no que eu estava sentindo. Não foi só ele que perdeu alguém que ama, eu também havia perdido, a minha mãe.

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