Quando a menina que você gosta está sofrendo.
"A pessoa que machuca nunca sabe. Somente aquela que está machucada se lembra." - Hello my twenties.
Tentei fazer com que Melinda se sentisse melhor, queria reconfortá-la, ajudá-la. Vê-la naquele estado me deixou desesperado, a menina que eu gostava estava chorando desesperadamente em meus braços, eu não entendia o motivo e tinha medo de que fosse algo terrível, algo que ela não pudesse superar. É horrível estar diante da pessoa que você gosta e não conseguir protegê-la de tudo e todos.
Ainda abraçado a ela, depois de eu ter ficado algum tempo em silêncio para deixar com que ela chorasse a vontade, resolvo perguntar. - Está melhor? Quer me contar o que aconteceu?
Ela se afasta de mim aos poucos e me encara por alguns segundos antes de me responder. Seus olhos estavam tristes e muito vermelhos. - Promete não ficar bravo comigo?
- Por que eu ficaria bravo com você?
Ela suspira fundo, parecia estar com medo de contar a verdade. - Eu fui até o Eduardo, devolver uma carta que ele havia escrito para mim. Na carta ele dizia que ainda me amava e que queria voltar comigo. Eu fui até ele para dizer que eu não queria mais nada com ele e que não o amava mais. Mas... Ele não aceitou e... Me segurou forte e... Tentou me beijar a força, ele... Não me soltava e eu fiquei desesperada, achei que... Ele iria... Você sabe. Mas eu comecei a chorar e ele me soltou, se desculpou, mas... Eu odiei o que ele fez e... Saí correndo, entrei aqui pensando ser o banheiro feminino. Desculpa. - Ela diz, com um olhar de culpa e abaixa a cabeça.
Tento segurar a minha raiva, não dela, mas sim do Eduardo. Como ele teve a coragem de fazer algo assim? Eu não o conhecia, mas já tinha raiva dele, não tinha um bom caráter, machucar assim a garota que ele já gostou... E por que ela estava se desculpando? Ela não era culpada de nada, então, por que ela se desculparia? E por que eu ficaria bravo?
- Por que está se desculpando? - é o que pergunto. Ela levanta a cabeça e me olha de um jeito diferente.
- Ele me beijou a força. Eu beijei outra cara, estando com você - ela diz.
- Mas isso não é sua culpa, Melinda. Foi ele que te beijou a força, tenho certeza que você tentou se desprender dele. Você não é responsável pelos atos dele, o que ele fez foi errado, foi horrível. Você não tem culpa de nada. Não tinha como você imaginar que o cara que um dia você gostou iria fazer algo assim com você. E por que eu ficaria bravo? Você não fez nada de errado, só foi tentar esclarecer as coisas com seu ex, isso não é errado. O que é errado é o que esse Eduardo fez com você. - termino de dizer, falei tudo isso, segurando em seu rosto.
- Eu... Estou me sentindo tão suja, que... Pensei que a culpa pudesse ter sido minha de alguma forma. O fato de eu ter ido encontrá-lo... Eu fui tão burra.
- Não, não diga isso. Nada do que aconteceu é sua culpa. Não se sinta culpada, ele foi um canalha, não fique mais perto dele, se ele continuar te importunando, me conta, eu não vou deixar que ele continue com isso. - falo, mas tento conter toda a minha raiva desse garoto dentro de mim, não queria que a Melinda se preocupasse.
O sinal toca, a abraço mais uma vez e limpo seu rosto com lágrimas. - Vai ficar tudo bem, ele não vai mais fazer nada. Vamos, precisamos voltar para sala. - digo e a ajudo a sair do banheiro sem que ninguém a visse, foi um pouco complicado, mas conseguimos.
Antes que ela pudesse entrar em sua sala, eu beijo sua testa e dou um último abraço, suas amigas fazem burburinho ao ver a cena, mas estou tão preocupado com Melinda que nem consigo rir. Ela da um sorriso meio fraco para mim, e em seguida se junta as suas amigas para entrar em sua sala.
Quando chegou no final da última aula da escola, corri até a sala do Eduardo, eu queria falar com ele, estava com tanta raiva pelo o que ele fez a Melinda, o fato dela estar se sentindo suja, culpada, com medo... Ele fez isso com ela.
Ele suspira quando me vê e revira os olhos. - O que foi? Quer me bater? Me bata, vai. - ele diz em um tom irônico.
Sinto vontade de bater mesmo, de socá-lo e dizer tudo o que penso dele. Mas me contenho isso só deixaria Melinda com mais vergonha.
- Eu só tenho uma coisa a te dizer. Fique longe da minha namorada, se continuar perseguindo-a, eu vou contar para algum adulto ou chamarei a polícia. Se você realmente gostasse dela, não faria o que fez hoje. Sabe como ela está se sentindo? Ela está com medo, se sentindo suja e culpada. Você fez isso com ela, lembre-se do quão canalha você é. - falo, e me retiro rapidamente.
Não dou tempo para ele falar, eu não queria escutá-lo, só queria deixar as coisas bem claras, eu não hesitarei se tiver que contar a algum adulto.
Quando volto, vejo que Melinda está me esperando no banco na parte de baixo da escola, perto da saída.
- Você foi atrás dele? - ela pergunta, ao se levantar, ficando de frente a mim.
- Sim, eu queria avisá-lo de que não ficarei calado se ele voltar a te perseguir. Mas não se preocupe, eu não bati nele, nem nada do tipo. - falo.
- Eu sei que não bateu nele. Você não tem perfil de caras que usam da violência.
- Isso é algo ruim?
Ela sorri e pega em minhas mãos. - Claro que não, isso é muito fofo. - ela diz e eu sorrio. - Fofo de novo?
- Você é um bom garoto, e eu amo isso em você.
- Você está melhor?
- Um pouco melhor, logo vai passar. Eu... Quero te contar um pouco sobre como era a minha relação com o Eduardo.
- Não... Você não precisa me contar isso, é o seu passado, não nos conhecíamos, não é necessário. Eu confio em você. - digo.
- É algo que eu quero contar, eu quero poder te contar às coisas que são difíceis também. - ela diz.
- Tudo bem, pode me contar o que quiser, vamos para sua casa conversar? - pergunto.
Ela assente e me da às mãos, assim, vamos caminhando em direção a sua casa juntos. Eu não fazia ideia do porque ela queria me contar sobre seu relacionamento, mas eu sabia que era algo que a estava atormentando, então, como amigo e namorado, eu iria escutá-la.
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