Melhor do que o sonho.
" De alguma forma, o melhor presente que o tempo nos deixa são as lembranças que temos com quem amamos. Por isso, você deve deixar a vergonha de lado e confessar seu amor, antes que seja tarde." - Reply 1988.
Eu não conseguia tirar a Melinda da minha mente e nem do meu coração, eu só queria poder ficar com ela, mas, infelizmente, ainda não éramos um casal, e talvez nunca cheguemos a ser um. Mas algo me diz que ela está a fim de mim, seus olhares quando está perto de mim e seu comportamento, dão todos os indícios de que ela está gostando de mim, muito mais que um amigo. Mas e se eu estiver errado? Não quero perder sua amizade, mas e se chegar um momento em que ficar perto dela como amigo se torne doloroso demais? Irei suportar?
Quando chego ao colégio, encontro Márcio, ele é quase sempre o primeiro do grupo a chegar, o cumprimento – Como foi ontem? Melinda te deu alguma chance? – ele perguntou.
Sorrio envergonhado. – Ainda não. Mas tivemos alguns momentos ontem que... Bom, parecia que ela estava a fim de mim. Mas não sei...
Ele sorri de lado. – Eu acho que ela está a fim sim. Só que ainda não quer ceder. – diz, e suspira.
- Por que você acha que ela gosta de mim? – pergunto curioso. Ele captou algo que eu não captei?
Ele me olha de um jeito envergonhado e demora alguns segundos para responder. – É que... Você é diferente, tanto fisicamente quanto na personalidade, é um rapaz com um bom coração, é claro que ela se apaixonaria. – ele diz, e sorrio feliz.
- Não sabia que pensava isso de mim.
- Somos amigos, amigos sempre dizem a verdade. – ele diz, e sorri de lado.
Logo em seguida, Melinda chega acompanhada de suas amigas, se aproxima mais de mim. – Podemos conversar? – ela pergunta.
- É... Claro. – falo, então, nos afastamos deles, para conversar de forma mais resevada, como Melinda queria.
Ela estava tão linda, seu cabelo longo castanho escuro estava preso em um rabo de cavalo, seus olhos verdes estavam tão claros que pareciam esmeraldas, e seu lábio carnudo estava perfeito em um batom cor de rosa bem claro, que realçava ainda mais sua beleza.
- Terminei o dorama "A Little Thing Called First Love". - ela diz, com muito entusiasmo.
- Gostou? – pergunto.
Ela sorri. – Amei, todos os capítulos foram perfeitos, eu achei uma história muito fofa e shippei muito o casal protagonista e o secundário também. Realmente... Doramas são mágicos. – ela fala, e vejo em seu olhar o quanto estava apaixonada por uma série asiática, isso me fez ficar feliz, porque, sou de origem asiática, saber que ela ama séries de lá, que gostou de um drama chinês, do meu país, é algo que nos aproximava um do outro, era algo que nos unia. Era como um laço.
- Sim, a história desse drama é pura, é algo realmente fofo. Fico feliz que você tenha gostado tanto, pronta para os próximos?
- Claro! Tudo o que eu mais quero é mergulhar nesse mundo dos doramas. – ela fala, e sorri alegremente, o som de sua risada foi fofo, ela era fofa. Seria ela a protagonista da minha história de amor?
- Você é muito fofa. – deixo escapar, e logo em seguida me arrependo, pois fico envergonhado. Ela fica séria de primeira, mas depois cai na gargalhada.
- Dylan... Só você mesmo. – ela diz, como se o que eu tivesse dito fosse algo impossível.
- Desculpa. – falo e sorrio um pouco tímido.
Ela me olha com intensidade, me pergunto o motivo. – Você já namorou antes?
Arregalo os olhos, fico constrangido. – Não. – falo a verdade. Eu nunca havia namorado, mas já havia ficado com algumas garotas, mas foram poucas, infelizmente nenhuma fez o meu coração bater mais forte, como foi o caso de Melinda.
Ela sorri. – Verdade?
- Claro que é verdade. Por que pergunta?
- Nada. Só curiosidade.
- Isso é vergonhoso, não é?
Ela ri. – Não. Eu acho muito fofo. – ela responde, e então nossos olhares ficam mais fortes, sinto que isso é um sinal, que rolou um clima, sinto vontade de beijá-la, me aproximo mais, ela não se afasta, mas o clima é cortado quando Ana chega. – Olá. – ela diz, nos afastamos rapidamente, olho para Ana, que está sorrindo, não parecia ter percebido a situação.
- Oi. – respondo.
Melinda da um meio sorriso. – Dylan, você poderia me emprestar seu caderno, para que eu possa pegar a matéria que perdi? – ela pergunta.
-Claro que sim. Não precisa se preocupar.
- Obrigada. Atrapalhei algo? – ela pergunta de repente.
- Não, não. Por quê?
Ela não responde, apenas olha de forma constrangida e da um sorriso. – Não é nada.
- Tenho que ir. – fala Melinda, em um tom sério, e já se retira sem nos dar a chance de dizer mais nada.
Olho sem graça para Ana, que está séria agora. – Eu fiz algo errado? Acho que ela não gosta muito de mim. – Claro que não, ela é assim mesmo. É o jeito dela. – digo, tentando amenizar, também não sei por que Melinda foi tão fria assim.
O sinal toca. – É hora de entrarmos. – digo.
Ela suspira e sorri. – Não temos outra opção. – diz.
Caminho ao lado de Ana, até chegarmos em frente a nossa sala, meus amigos estão me esperando, não vejo Melinda no corredor. Fico boa parte da aula pensando no motivo de sua súbita grosseria, a única explicação seria... Ciúmes? Mas, Melinda trataria alguém assim por ciúmes? Mas se for isso, seria ciúmes de amigos? Ou algo mais? Tudo estava tão confuso, tudo o que eu queria era que ela gostasse de mim, da mesma forma que eu gosto dela.
No intervalo, enquanto caminho em direção ao banheiro masculino, vejo Melinda conversando com um garoto que eu não conhecia, os dois pareciam estar discutindo de longe, sinto a necessidade de me aproximar, eles não notam minha presença, até eu dizer "oi".
O olhar dela está assustado, e o dele estava curioso. – Dylan... – ela diz, rapidamente.
- Está tudo bem? – pergunto.
- Não está vendo que estamos conversando? – fala o rapaz de cabelo loiro médio, com olhos escuros.
- Olha o jeito como fala com ele. Vamos, Dylan. – ela diz, e me puxa pela mão. Vamos caminhando para um lugar mais afastado da escola, ainda de mãos dadas. Sinto meu coração acelerar, mas tento ficar calmo por fora.
- Quem era aquele? – pergunto.
Ela suspira fundo, parecia irritada. – É o meu ex- namorado. Ele voltou, está estudando aqui novamente. É uma surpresa até para mim, eu o vi e... Não pude acreditar. – ela diz.
Fico inseguro ao ouvir a noticia, eu mal consegui me aproximar dela como um amigo, e agora tinha que lidar com seu ex. E se ela ainda gostasse dele? Todas as minhas chances estariam arruinadas e nossa história de amor, jamais iria se realizar. Acho que sonhei demais.
- Você ainda gosta dele?
- Não. – ela responde rapidamente.
- Não ficou mexida novamente? – insisto.
- Não. Eu só fiquei com raiva, eu não gosto mais dele.
- Como tem tanta certeza sobre isso?
Ela suspira e sorri. – Acho que estou gostando de outra pessoa.
Não sei como reagir, estaria ela falando sobre mim? Ou outra pessoa? Com uma coragem que desconheço, ousei perguntá-la mais.
- Seria intrometido de minha parte perguntar... – eu dizia, até ela pegar na minha mão novamente e se aproximar mais de mim.
- Essa pessoa é você. Estou sentindo coisas por você que... Parecem ser mais que sentimentos de amizade. Eu não consigo parar de pensar em você e é por isso que eu não senti nada ao vê-lo novamente, além de raiva... Pois ele me fez sofrer muito quando partiu, e agora que eu o superei, ele volta, achando que as coisas ainda são como antes. Mas não são. Eu não sou a mesma de antes e meus sentimentos também já não são mais os mesmos. Agora, eu só tenho pensado em você e... Eu quero descobrir e viver esses sentimentos que estão surgindo em mim, quero ficar com você. – ela termina de dizer, e em nenhum momento ela ficou tímida, apenas confiante, sem desgrudar seu olhar do meu, sinto todos os tipos de sentimentos dentro de mim, após ter escutado todas essas palavras dela.
Era tão perfeito, que parecia surreal, nem nos meus sonhos mais loucos, eu iria imaginar que ela se declararia a mim.
Sorrio. – Você sabe como seduzir... Estou tão encantado, que é difícil de acreditar que você também gosta de mim.
Ela sorri, e me beija. Começa com um selinho, e logo se transforma em um beijo. Nosso primeiro beijo, fui pego desprevenido, apesar do nervosismo inicial, me deixei levar, e quando percebi, já estávamos no final do beijo. Ela me olha de forma doce, e sorri. Nossos rostos ainda estão próximos o suficiente para que outro beijo acontecesse.
- Agora acredita? Não sabe o quanto eu queria esse beijo. – ela diz.
Sorrio. – Está me deixando tímido.
- Essa é a intenção.
- Eu também esperei muito por esse beijo. Foi melhor do que eu poderia imaginar. Estou tão feliz que...
- Você é fofo, e isso me encantou de primeira.
- Só fofo?
- Lindo também.
Rio. – Devo estar corado.
- Está mesmo e é uma gracinha.
- Você está indo longe demais. – falo, e a puxo para mais um beijo. Estávamos tão empolgados, que esquecemos que dentro da escola era proibido beijo. Eu esperava que ninguém nos dedurasse, pois esquecemos totalmente que havia alguns alunos ao nosso redor. Por mais afastado que o local seja ainda é a escola, e sempre haverá um aluno por perto.
Mas o que isso importava? O importante era que estávamos juntos, nos beijando... E não era sonho.
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