Filme de Romance
"No fim do ano, sempre fazemos pedidos como estes "Quero que só coisas boas me aconteçam no ano novo". Mas, se fizer sol o tempo todo, a região viraria um deserto. Neve e chuva nutrem o solo, sem elas, as árvores não crescem". - Sintonizada em você.
Eu só podia estar ficando maluca! É a única explicação para as minhas atitudes descabidas em relação ao Dylan. Sério, por qual motivo eu fiquei com raiva e ciúmes da aproximação da Ana com ele? Eu simplesmente fui atingida por uma onda de impulso, que me fez agir daquela forma mesquinha e vergonhosa. Eu fiquei com medo de que ela se tornasse mais amiga dele do que eu? Ou eu estou mesmo sentindo coisas por ele e fiquei com medo dele se apaixonar por ela? Minha nossa... Eu não tenho tempo para essas coisas, prometi a mim mesma que jamais voltaria a entregar o meu coração assim. Eu não posso gostar amorosamente dele. Mas não gostar dele é tão difícil... Além de ser incrivelmente lindo fisicamente, com aqueles olhinhos puxados, que o deixava super fofo, ele também tinha uma personalidade incrivelmente adorável. Sua personalidade fofa e gentil se assemelha ao protagonista do dorama que estou assistindo, "A Little Thing Called First Love". Eu estou literalmente perdida.
Eu estava parada em frente a sua casa, quando ele abriu a porta. – Oi – falo.
Ele sorri, um sorriso tão fofo e puro... Ai minha nossa, esse menino está me deixando louca! – Oi. Entra. – ele diz, educadamente.
Fico um pouco nervosa por estar na casa dele, eu nem sabia o que eu estava fazendo ali, isso tudo é culpa dos meus impulsos. Sua mãe aparece para me cumprimentar. – Olá. Tudo bem, querida? – ela pergunta, com um sotaque fofo.
Sorrio. – Oi. Sim, estou ótima. Tudo bem com a senhora? – pergunto, com medo de estar sendo muito rude ou informal com ela, depois que iniciei meu primeiro dorama, percebi o quanto a cultura asiática é diferente da nossa, coisas simples para gente do Brasil, podem ser algo "sem educação" para eles, ainda mais para pessoas de mais idade, que já são pais ou avós.
Ela sorri. Acho que isso é algo positivo. – Estou muito bem, graças a Deus. Você é amiga do meu filho?
- Sim, sou a Melinda. É um prazer te conhecer. – digo.
- Igualmente, Melinda. Sou a Amy Sun.Você é muito bonita e educada. – ela diz.
Sorrio e agradeço. Amy era alta, muito bonita, Dylan se parecia um pouco com ela. E estava muito conservada, parecia ser muito mais nova.
- Mãe, vou levá-la para conhecer o meu quarto. – ele diz. Fico paralisada, com vergonha e medo de sua mãe pensar algo ruim do que poderíamos fazer.
- Tudo bem, meu filho. – ela diz, e fico um pouco mais aliviada, mas ainda assim, ela pode ter pensado algo que não era o correto.
Sorrio para ela, e sigo Dylan até seu quarto. – Você ficou maluco? Sua mãe poderia ter pensado algo ruim de mim. – reclamo com ele.
- Fica tranquila, minha mãe é super de boa.
Suspiro. – Ainda assim...
Ele ri, e pega na minha mão, me puxando para andar mais rápido. Quando sinto o toque de sua pele a minha, fico com o coração acelerado e sinto coisas que eu não deveria sentir por um amigo.
Quando entramos, fico fascinada, o quarto dele é muito bonito e muito estiloso. Havia muitos pôsteres de animes, e enfeites de bonecos de animes. Mangás, livros, era tipo um esconderijo para nerds fãs da cultura asiática.
- Nossa. É tudo tão lindo aqui. – falo, ainda olhando cada detalhezinho.
- Eu sabia que iria gostar, já que você também é fã de animes.
- É um quarto de dar inveja. – digo, e faço careta.
- Não seja por isso. Você pode ficar aqui o dia que quiser. Somos amigos. – ele diz, de forma carinhosa, mas escutar essas palavras vindas dele, fez com que parecesse muito sedutor. Tentei afastar essas ideias de minha mente, mas só de olhar para os lábios dele, ficava difícil.
Sorrio. – Claro, somos amigos. – digo.
- Por que quis vir? Fiquei curioso sobre isso.
E agora? O que eu responderia? Por que ele tinha de perguntar?
- Porque somos amigos. Eu queria conhecer mais você, conhecer sua casa, isso é um passo muito importante para laços de amizade surgirem. – falo, foi à única coisa que me veio em mente.
- Entendo. Vem, senta aqui na minha cama. – ele diz, rio de nervoso.
- Por que está rindo? – ele pergunta, curioso, e com um sorriso prestes a se formar em seu rosto.
- É que... É um pouco constrangedor eu é... – não consigo terminar a frase, estava com muita vergonha. O que estava acontecendo comigo? O que aquele garoto tinha que me fazia ficar tão nervosa e tímida assim?
Ele se aproxima de mim, e fico surpresa, parecia até que iria me beijar, ou algo perto disso. – Sentar na minha cama? Por quê? Isso faz seu coração palpitar? – ele pergunta, de forma sedutora e um sorriso malicioso aparece em seu rosto. Ok, era a primeira vez que ele falava dessa forma comigo, estava muito assanhadinho para o meu gosto... Mas realmente isso fez o meu coração palpitar.
Quando consigo recuperar a consciência, o empurro forte. – Eu sabia que você não era totalmente puro. – falo.
Ele ri. – Desculpa, eu... Não resisti. Foi só uma brincadeira. E... Eu nunca disse que era puro. Sou apenas um garoto legal, garotos legais também não podem ser sedutores?
Reviro os olhos. – Claro que podem, mas com outras garotas que não sejam suas amigas. Somos apenas amigos, não há motivos para você fazer esse jogo de sedução comigo. – falo, com raiva.
- Desculpa. É que... Bom, você sabe o motivo, não vou entrar em detalhes novamente. Então, eu posso ser sedutor com outras garotas? – ele pergunta, de forma despretensiosa.
Começo a ficar irritada com ele, como ele podia fazer essa pergunta a mim? O que ele queria? Que eu sentisse ciúmes?
- Claro. Mas acho que você combina mais sendo fofo. – digo.
Ele ri, uma risada alta, apesar de eu estar irritada, não consigo não observá-lo sorrindo, era tão lindo e meigo...
- Ok, vou tentar esconder o meu lado sedutor.
- Chega desse papo... – falo, e sento na cama dele. Ele sorri, e senta ao meu lado, nossos ombros de encostam.
- A Ana não é adorável? – ele pergunta.
Se ele não estava fazendo de propósito, parecia muito que estava. Mas não sei o que é pior, se for de propósito, significa que ele está apenas tentando me irritar, se não for, ele está a fim da Ana?
- A achei normal.
- Não gostou dela? – ele insiste em obter uma resposta sólida.
- Gostei, ela parece ser uma garota legal. Por quê? Você a achou bonita? – pergunto, como quem não quer nada, logo depois me arrependo.
Ele me encara, olha tão dentro dos meus olhos que fico envergonhada, sem jeito e nervosa. – Ela é bonita. Mas, você é mais bonita para mim. – ele diz sério e em seguida sorri.
- Você disse que não iria dar em cima de mim, que seria apenas meu amigo, eu sabia que isso não iria dar certo. – falo, e me levanto, para poder sair de sua cama.
Mas ele segura no meu pulso. – Não vá! Espera, eu... – ele tenta se explicar, mas eu tento me soltar dele e ir mesmo assim, ele não me solta, e quando me puxa, eu acabo me desequilibrando, e caio em cima dele, na cama.
Fico alguns segundos paralisada, o encarando, minha respiração estava pesada, a dele também. – Eu não quis dar em cima de você, estava apenas falando que eu acho você mais bonita, mas eu não estava com segundas intenções ao dizer isso. Desculpa se passei a ideia errada. – ele fala, com uma expressão triste. Só então, me dou conta de que ainda estou caída em cima dele, e me levanto apressada.
Suspiro fundo. – Está bem, eu acredito em você. Não precisa falar com essa cara. – digo, e me sento novamente.
- Que cara?
- Essa sua expressão de garoto bonzinho, isso faz com que... Esquece. – falo, perdida entre tantos pensamentos e sentimentos.
Ele sorri docemente. – Tentarei não ser tão bonzinho assim. – ele diz.
- Não. Eu gosto que você seja assim! Quer dizer... Esse é você.
Ele ri. – Para de sorrir assim... Você sorri muito. – digo, irritada. Ele ficava ainda mais lindo quando sorria.
Ele segura no meu rosto, e isso me assusta. – Eu acho que você tem algo contra mim. – ele fala e pisca o olho de forma sexy.
- Você é irritante. – digo.
- Por quê?
- Porque é. – digo seca, tentando finalizar o assunto, ele era irritante porque fazia com que eu abaixasse a guarda, era irritante porque era diferente de outros garotos que já conheci, era irritante porque eu não conseguia parar de pensar nele.
- Podemos assistir a um filme? – pergunto, tentando mudar o assunto.
- Claro, vamos. O que acha de um filme asiático? – ele pergunta
Sorrio. – Claro. Qual?
- Sintonizada em você. É um filme de romance coreano, ainda não assisti, mas estava na minha lista. – ele diz.
- Tudo bem, vamos sim. – falo em um misto de animação e medo ao mesmo tempo. Provavelmente o filme asiático teria muito romance, seria fofo, e assistir um filme de romance com ele, não sei se seria uma boa ideia.
Vamos para a sala, onde tinha a TV, ele coloca na netflix, ele prepara pipoca e refrigerante antes de darmos o play. O filme tinha duas horas, mas isso não me incomodou em nada, já que eu gostei tanto, estava tão envolvida com a história que nem vi o tempo passar. Foi um filme repleto de sentimentos, emoções e com algumas cenas de tristeza que pegaram no fundo do meu coração. Eu não queria chorar, mas quando vi, eu já estava chorando, principalmente em cenas entre o casal principal, como quando o protagonista masculino disse: "Para mim, você é a pessoa mais indescritivelmente maravilhosa do mundo".
E quando a mocinha diz: "Eu sempre quis perguntar isso, como você consegue sorrir assim? Eu sempre me perguntei: esse sorriso é genuíno? Ou ele tem que se esforçar?".
Dentre outros tantos diálogos bonitos... Esse filme é muito maravilhoso! Como fiquei tantos anos sem assistir séries e filmes asiáticos?
Quando o filme acabou, eu estava em prantos, Dylan sorriu de lado ao me ver com cara de choro. Apesar de o final ter sido feliz e lindo, ainda era muito emocionante, tanto que me fez chorar.
- Você é muito fofa. – ele diz, enquanto sorria.
Enxugo meu rosto em seguida e bato no braço dele de leve. – Você é o culpado por isso. – digo.
- Eu adorei o filme. Pelo visto, você também. Foi uma história de amor muito bonita, não acha? – ele pergunta, com os olhos brilhantes fixados em mim.
- Sim. Foi lindo. – respondo.
Ele fica me encarando por alguns segundos em silêncio e sinto uma vontade absurda de beijá-lo, mas me contenho. Ele era meu amigo, amigo. Você não pode se envolver Melinda, é só um garoto, esquece ele, ou terá seu coração quebrado mais cedo ou mais tarde, esses pensamentos ficavam se repetindo dentro da minha mente, enquanto eu o olhava também.
Levanto do sofá em seguida. – Desculpa, eu preciso ir embora. Está ficando tarde e minha madrasta pode começar a me ligar... – falo. Claro que era uma desculpa para eu fugir dali antes que eu cometesse alguma besteira.
Ele sorri tão genuinamente que acabo me lembrando da fala da protagonista. Como o Dylan conseguia sorrir assim? Era puro, e contagiante.
- Tudo bem, eu adorei à tarde de hoje. Foi maravilhoso. – ele diz.
- Por quê? – pergunto no impulso.
- Porque você estava comigo. – ele diz e sorri de forma tímida.
Acho a coisa mais fofa do mundo e isso fez meu coração acelerar, mas eu não podia demonstrar nenhum sinal de fraqueza.
- Você e suas manias de bancar o garoto perfeito. – falo.
- Eu não sou perfeito e eu só estou sendo eu mesmo. Desculpa se passei dos limites...
- Eu falei brincando. Não faça com que eu me sinta culpada. Eu também adorei a tarde de hoje, porque você está se tornando o meu amigo. – falo e sorrio.
Ele se levanta, e me abraça, me pegando de surpresa novamente. Ficamos abraçados por alguns segundos. Não sei o que deu em mim, mas eu não o soltei, deixei que ele me soltasse quando quisesse.
- Então... Tchau, até amanhã no colégio. – digo, um pouco sem graça.
Ele me leva até a porta. – Tchau, até amanhã.
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