Eu amo você.
" Eu não posso mudar o mundo, mas contanto que eu possa mudar a vida de uma pessoa, isso significaria o mundo para essa pessoa." - Descendentes do Sol.
Eu ainda estava tentando controlar a minha raiva enquanto Dylan me explicava toda a história da ida de Ana até sua casa, só de pensar naquela garota tentando agarrar o meu Dylan... Isso me tira do sério.
E pensar que tudo isso poderia ter sido evitado se ele tivesse me escutado. Era bom para ele aprender a nunca mais confiar tanto assim na ingenuidade das pessoas.
Quando ele termina de explicar, se vira de lado para mim, eu me viro de lado também de frente a ele. - Desculpa novamente, Melinda... Não importa quantas vezes eu peça desculpas, nunca parece ser o suficiente.
- Eu não vou te condenar para sempre por causa deste erro, você não me traiu, só caiu em uma armadilha de uma garota que você considerava sua amiga, deve ter sido dificil para você o momento em que descobriu que ela não era a garota que você achava que era... - resolvo pensar em seu lado, Dylan era tão bom, sempre tentava acreditar no melhor das pessoas, saber que a Ana não era uma boa garota deve ter o deixado triste e irado de raiva.
- É... Isso me decepcionou e me deixou com raiva, eu realmente acreditava que ela era uma garota legal. E pensar que eu briguei com você por causa dela... Desculpa.
- Está tudo bem, meu amor. Vamos esquecer isso, e vê se agora fica mais esperto... - falo e sorrio.
- Melinda... Eu não queria estragar o nosso clima, mas... Eu te contei o que ela veio fazer aqui, mas você não respondeu se o vídeo realmente existe e sobre o que vamos fazer a respeito... - ele fala, e noto um desconforto ao falar deste assunto.
- Eu não sei se o vídeo existe... Eu nunca permiti que ele nos gravasse, mas como ele é um canalha, eu não duvido que ele tenha gravado as escondidas... E eu estou com medo Dylan, medo desse vídeo realmente existir e ele postar... Não sie oq ue podemos fazer... - confesso, falar sobre isso parece qu tornava o assunto real e eu não queria que isso fosse real.
- Vamos superar isso juntos. Amanhã iremos contar a direção o fato dele estar te incomodando e você vai precisar contar ao sue pai essa noite, para que ele já fique avisado e não fique surpreso quando a direção o chamar para uma conversa, caso aconteça...
Suspiro fundo, eu estava com muito medo de contar isso ao meu pai, mesmo que eu não seja culpada, eu sinto vergonha e culpa, se eu não tivesse me envolvido com o Eduardo... E meu pai nunca gostou dele, ele poderia jogar na minha cara que isso era culpa minha.
- Meu pai vai me culpar, e vai ficar decepcionado comigo...
- Não pense besteiras, isso não é sua culpa, por que ele ficaria bravo com você? Ele vai entender e vai fazer de tudo para te ajudar, porque você é a filha dele e ele te ama muito. - ele diz, faz carinho no meu rosto e ficamos abraçados juntinhos na cama durante um tempo.
Quando era noite, vou até o escritório do meu pai e peço para falar com ele. - Pai...
- Sim?
- Tenho um assunto sério para conversar com você. - digo, com muito medo, ele percebeu isso pelo modo como eu falava e o olhava.
Ele suspira e se aproxima de mim. - Está grávida?
- O quê? Não... Claro que não! Não é isso.
- Então me conte, parece ser sério, o que pode ser tão sério que te deixe com medo da minha reação? - ele pergunta e me olha a fundo, esperando por minha resposta.
- Lembra que eu namorava um cara chamado Eduardo?
- Você largou o Dylan para ficar com esse menino novamente? - ele pergunta de forma exaltada, só naquele momento percebi o quanto ele gostava do Dylan.
- Não! Pai... me deixa contar, por favor, pare de supor coisas.
- Então conte filha... - ele pede de forma impaciente.
- O meu ex voltou a morar aqui, e voltou para o meu colégio há algum tempo, só que desde que ele percebeu que eu amo o Dylan e que ele não tem mais chances comigo, ele tem me incomodado várias vezes... Ele me procura e insiste em voltar comigo, e uma vez ele tentou me agarrar a força no colégio... Ele procura briga com o Dylan e eu tenho medo de que ele faça algo de ruim com ele e comigo. E além do mais... Fiquei sabendo por uma garota que disse que havia escutado que... Que ele tinha um vídeo intimo nosso antigo e que iria espalhar na rede. - falo essa última parte com o coração a mil, eu não queria nem olhar para o meu pai, eu estava me sentindo nua em sua frente, como se eu fosse uma garota suja e inconsequente que só causava vergonha a ele.
- Olha para mim, Melinda. - ele pede, em um tom de voz grave. Faço o que ele pede, sinto algo em mim se quebrar ao ver seu olhar sombrio, ele devia estar me odiando naquele momento.
- Você fazia sexo com ele? É desse tipo de vídeo que está falando?
Demoro alguns segundos para responder. - Sim... Desculpa pai, na época eu estava cega e vivia em um relacionamento tóxico, ele me pressionava a transar com ele e eu não queria perde-lo, sinto muito. Mas eu nunca permiti que ele gravasse vídeo algum, então não sei se isso é realmente verdade, pode ser que ele tenha gravado escondido de mim. - digo, minha voz sai trêmula, algumas lágrimas descem por meu rosto, abaixei o olhar, não queria encara-lo.
- Seu relacionamento com o Dylan também é tóxico?
- O quê? Não... O Dylan me ama e me respeita, ele nunca me pressionou a nada, foi com o Dylan que eu entendi e vivenciei o que é um relacionamento saudável. Ele é um amor comigo e ele me aconselhou a contar isso para você, ele é um bom garoto pai, eu que sou uma garota má.
Papai suspira novamente e pega na minha mão. - Você não é uma garota má, Melinda. Você só cometeu o erro de confiar seu coração e seu corpo a um canalha, você ainda é uma adolescente, passou por muita coisa desde que perdeu sua mãe, e eu me afastei de você... Eu deixei você se perder e cometer erros que eu poderia ter evitado se estivesse mais presente na sua vida. Não me orgulho disso, eu errei como pai, eu me sinto horrível por não ter te ajudado, por não ter estado presente na sua vida quando você mais precisou de mim. Você achou que gostava daquele menino e é normal, jovens cometem esse tipo de besteira, fico feliz que você tenha conhecido o Dylan e aprendido a diferença entre uma relação saudável e uma tóxica, é uma pena que tenha aprendido isso errando... Mas dizem que é errando que se aprende não? Pelo menos você aprendeu e parece estar mais madura agora. Eu gosto do Dylan, eu notei o quanto vocês dois se gostam e se respeitam, e você fez bem em se abrir comigo.
- Não está com vergonha de mim?
- Por que eu estaria? Você é minha filha amada, não é sua culpa que aquele canalha esteja te incomodando. - ele fala, e me olha gentilmente, como ele costumava fazer antigamente.
- Não me odeia mesmo?
- Meu amor, por que eu te odiaria? - ele pergunta, de forma confusa.
- Por que se afastou de mim depois que a mamãe morreu? Eu sempre quis saber isso.
- Desculpa, Melinda... Eu sofri muito com a perda da sua mãe, sofri tanto que não me senti forte o suficiente para continuar sendo o pai que eu costumava ser na presença dela. Eu não sentia vontade de fazer nada, só me afundar entre choros dentro do quarto, no trabalho eu fingia que estava bem, mas quando voltava, eu chorava todas as noites. Eu Não sentia que eu conseguiria ser um bom pai para você e fui me afastando sem perceber. Sem contar que eu morria de tristeza por você ter perdido a sua mãe, quando eu olhava para você, sentia mais dor, por mim e por você, eu não soube lidar com os meus sentimentos, eu fui fraco Melinda. Eu me arrependo muito disso, eu errei tanto com você, minha filha. - Ele dizia, e algumas lágrimas desciam por seu rosto.
- Eu achei que você não me amava mais, eu me senti tão sozinha, pai... Tão sozinha. - Choro e ele me abraça.
- Oh querida... Me desculpe! Eu nunca vou deixar de te amar, como eu poderia? Você é minha filha, fruto do meu amor com sua mãe, você é uma parte dela, eu te amarei para todo o sempre, desculpa por ter me afastado e por ter trazido a Marina para cá sem conversar com você ou perguntar sua opinião. Você deve ter sofrido muito com isso também. - Ele falava enquanto ainda me abraçava forte.
- Sim, eu sofri com isso..., Mas está tudo bem agora, eu entendi a história de vocês dois, Marina me contou. Eu achei que você tivesse traído a mamãe enquanto ela estava doente, desculpa por pensar algo assim, pai.
- Princesa, isso é culpa minha, eu fui um péssimo pai, você também havia perdido a sua mãe, mas eu só pensei em mim, no meu sofrimento. Fui um covarde, e por causa da minha covardia, você passou por tudo isso...
- Não é sua culpa que eu tenha me envolvido com o Eduardo.
- É sim, eu devia ter estado atento a você, devia ter procurado saber quem era esse rapaz, eu deixei você fazer o que queria, eu não cuidei o suficiente de você, que estava ferida na época. Fica tranquila, filha, eu irei conversar com a diretora do colégio e com os pais desse Eduardo amanhã, se houver mesmo um vídeo, ele não irá conseguir postar. Não vou deixar que ele continue te fazendo mal. - ele diz, e acaricia meu cabelo. Seu rosto estava choroso, assim como o meu, e eu estava tão feliz por ele ainda ser o mesmo do qual eu me lembrava, feliz por ele me amar, feliz que enfim ele tenha percebido o mal que me causou essa distância entre nós dois.
- Está bem pai, muito obrigada, senti tantas saudades, eu amo você. - Confesso.
- Eu também senti saudades e eu amo você muito mais. - Ele diz, sorri e beija minha testa com carinho.
Naquela noite fui dormir mais tranquila, em paz e feliz, nem o Eduardo foi capaz de estragar a minha felicidade, mandei uma mensagem ao Dylan antes de ir dormir, resumindo que tudo havia dado certo, que agora eu tinha meu antigo pai de volta.
... .... ...
Quatro meses depois.
Tudo estava tranquilo, meu pai havia voltado a ser presente na minha vida desde aquela conversa que tive com ele meses antes, eu estava me dando bem com minha madrasta, eu descobri que ela é uma pessoa boa e que realmente gosta de mim como uma filha, ela não é a minha mãe, mas digamos que ela é como uma segunda mãe para mim, está sempre me ajudando como uma.
Isa havia entrado em uma relação amorosa recentemente, com um garoto do nosso colégio, ela estava toda feliz, Verônica estava firme e forte com o Hugo, os dois eram bem fofos juntos, de vez em quando brigavam, mas nada sério.
Ana havia se transferido de colégio desde aquele incidente envolvendo o Dylan, acho que ficou muito envergonhada para continuar o vendo, confesso que fiquei bastante aliviada ao saber que ela havia ido para outra escola naquela época.
Nunca descobri se Eduardo realmente tinha o vídeo, ou se era apenas uma mentira dele, ele nunca mais voltou a me incomodar, meu pai conversou com a diretora e com os pais dele, explicando toda a situação, e ele disse que se o filho deles voltasse a chegar perto de mim para falar algo, e a postar o tal vídeo, ele iria abrir um processo. No dia seguinte, recebi a notícia de que Eduardo havia ido estudar em outra cidade, foi outro grande alívio na minha vida, eu fiquei tanto tempo com medo e me sentindo incomodada com algo que se eu tivesse contado antes ao meu pai, já teria se resolvido há tempos. Às vezes, tudo o que precisamos é da ajuda de algum adulto, de nossos pais.
Lucas e Márcio estavam namorando desde então, eram o casal gay mais fofo do colégio, bem, assumidos só tinha os dois mesmos. Os dois estavam muito felizes, Márcio aprendeu a amar o Lucas, desde então, não se desgrudaram mais.
Estudávamos, namorávamos, saíamos juntos, nos divertirmos muito, como qualquer outro adolescente.
Estávamos construindo muitas memórias juntos, eu estava ansiosa para minha viagem com Dylan no final do ano, meu pai havia permitido que eu viajasse para China com ele e sua mãe.
De tanto assistir doramas, inclusive muitos dramas chineses, eu acabei me apegando a cultura asiática, aos lugares que eu assistia nos dramas, e até mesmo imaginar as ruas que Dylan costumava me contar de onde morava, saber que eu iria conhecer a cidade natal de Dylan que por sinal, muito famoso nos dramas chineses, me deixava fascinada e ansiosa para chegar lá.
E pensar que se ele não tivesse se mudado da China para o Brasil, talvez eu nunca teria o conhecido... Isso é tão louco e assustador. Eu não sabia o que o futuro nos aguardava quando nos formássemos no ensino médio, ele já havia me dito várias vezes que um dia gostaria de voltar a morar na China, ele não sabia quando, mas eu sabia que essa era uma vontade dele, algo que ele sentia falta. Eu não podia culpa-lo e nem ficar brava, afinal, mesmo que ele gostasse do Brasil, ele cresceu na China, pelo que vejo nos dramas, realmente sua cidade natal é espetacular e eu amaria viver lá, apesar de sentir medo de um dia sentir muita falta do Brasil ou de não conseguir um futuro bom para mim tão longe de casa, mas no momento somos novos demais, nem chegamos a maior idade, por que nos preocuparmos com moradia se nem conseguimos nos sustentar financeiramente ainda? O que eu queria mesmo era aproveitar o momento, aproveitar meu namoro, minhas amizades e minha viajem a China no final do ano, que seria quase como uma recompensa por terminar o ensino médio, era o nosso último ano, Dylan e eu ainda não sabíamos o que queria cursar na faculdade e nem onde cursar, mas sabíamos que queríamos ficar juntos e isso era o que importava naquele momento, até final do ano, sabíamos que teríamos alguma ideia do que fazer.
Era uma manhã comum no colégio, quando Dylan pega na minha mão e me olha como se eu fosse o ser mais precioso do mundo. - Melinda, eu amo você, amo muito, obrigado por ter me escolhido. - Ele fala, e sorri timidamente, o deixando ainda mais fofo.
- Eu também amo você, Dylan, meu namorado perfeito... Mas, eu não te escolhi, nós dois apenas nos encontramos e nos permitimos nos amar, e você foi o grande responsável por isso, se não tivesse se aproximado de mim, eu nem sei...
- Você não dava muita bola para mim... - ele lembra e ri.
- Eu só tinha medo de me apaixonar e sofrer, eu sou feliz por você ser diferente dos outros.
- Você me elogia tanto que um dia vou acabar acreditando nisso tudo, você que é a minha namorada perfeita. - Ele diz de forma suave e eu sorrio.
- São seus olhos meu amor... - digo, e o puxo para um beijo, um dentre vários que demos e que ainda vamos dar...
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