Capítulo Um
Capitulo 01
Ituiutaba, Minas Gerais.
Diogo junto a seu pai todo dia percorria o plantio de cana-de-açúcar e milho, Tavares ficou rico com o agronegócio. Com o milho, criava a ração que abastecia toda região. E com a cana, gerava o açúcar e o álcool. Diogo só tinha quinze anos, sempre que chegava do colégio, mal trocava de roupas e já corria para perto do pai. Era fascinando com os cuidados da terra e da fazenda, queria estar sempre a par de tudo ali.
— Pai, já pensou em criar gado? — Escorado na porta do carro, olhava o plantio de milho sendo colhido pelos empregados e jogado na carroceria que o trator puxava.
— Que nada, filho. Gado não dá dinheiro, não. O que gera grana é milho e cana de açúcar, como você ver aqui. — Apontou para imensidão de cana e milho.
— Eu queria criar gado, pai. Sei que terá muito lucro com leite e carne daqui um tempo.
— Bobagem. — Seu pai sorriu. Seu filho era sonhador e sempre quis criar gado, mas para Tavares aquilo nunca seria algo que daria lucro, só era bom umas cabeças para o leite de manhã e carne de churrasco quando tinha festa, fora isso, gado para produção não era bom negócio, vários fazendeiros vizinhos tinham tentado e quebraram no primeiro ano. — Sua mãe quer falar com você. — De sobrancelha erguida tirou alguns segundos os olhos da estrada enquanto dirigia.
—Eu sei, por isso fugi dela. — Sem graça o olhou.
— Já sabe do que se trata?
— Sim. Ela quer que eu vá para São Paulo terminar os estudos e faça a faculdade por lá também, mas eu não quero pai. — Tavares sempre passou a mão na cabeça dele para tudo, sempre o defendeu quando sua mãe queria lhe obrigar a algo, sempre o mimou mais que os outros como Cinthia sempre dizia, mas agora era a hora de ser duro como ela.
— Eu sei meu filho, mas você tem que ir. O estudo lá é melhor, e a faculdade também. Aqui não tem estrutura para sua educação. Sua mãe só quer o melhor para você e seus irmãos assim como eu.
— Eu sei, mas eu posso estudar mais, você pode pagar uma professora particular, eu não quero sair daqui, não quero deixar você sozinho cuidando da fazenda. —Tavares caiu na gargalhada. Diogo era muito arteiro e quando não queria algo, fazia de tudo para se esquivar mesmo que fosse chantagem emocional. Seu menino levado.
—Filho. O pai sempre te defendeu quando cê fazia coisa errada. Só que agora é diferente, sua mãe tem razão e eu estou a apoiando nisso. Você vai sim para São Paulo, estudar e fazer uma faculdade. Quando tiver férias e recesso eu mesmo busco você para ficarmos juntos, mas agora você terá que atender nosso pedido Diogo. O estudo é o que faz um homem.
— Tá certo, pai. — A contragosto acatou sua ordem. Era um menino rebelde e tudo mais, porém nunca foi de discutir com as palavras e pedidos de seu pai, o respeitava e acatava toda e qualquer ordem de Tavares por mais difícil que fosse. E aquele era o pior de todos.
— Vai passar logo. Num piscar de olhos cê tá de volta com um diploma de veterinário ou administração em mãos.
— Tá pai. — De braços cruzados e fazendo beicinho não disse mais nada. Silêncio era amostra de sua indignação.
Uma semana depois ele já estava em São Paulo, na casa de uns tios e matriculado em uma escola particular. Seu pai e sua mãe vieram deixá-lo pessoalmente para saber como ficaria seu menino e curtir mais um pouco até voltarem para casa, onde só o veria em seis meses que seriam as férias escolares.
Desde que Diogo foi para casa de seus tios estudar e fazer faculdade, seu desagrado sempre se mostrava quando tinha férias e voltava para casa, era uma luta para seu pai e sua mãe o fazer voltar. Três anos já haviam se passado e estava cursando o primeiro ano de administração, ele odiava aquilo preferia muito estar na fazenda mexendo com a terra, arradando os plantios de cana e milho. Ou até quem sabe começando a criação de gado que tanto sonhava, sempre soube que aquilo seria uma ótima fonte de renda desde que soubesse como gerenciar, mas sua mãe insistia naquela bobajada de estudo. Ele já sabia ler e escrever. Sabia fazer conta melhor que muita gente, pra que a porcaria de um diploma bobo? Queria muito voltar pra sua casa, ainda mais agora que seu pai andava adoentado e tinha que pegar leve. Com ele em casa podia muito bem cuidar de tudo enquanto seu pai se recuperava.
*****
E mais uma vez, Helena e seus três irmãos Pedro, Fernando e Manoel estavam se mudando novamente por causa das brigas de seu pai. Era a mais nova dos três meninos. Estudou pouco porque seu pai sempre que estavam assentados em um lugar e bem, ele procurava um jeito de caçar briga com quem quer que fosse, para assim novamente serem expulsos do lugar e se mudar. E desta vez não foi diferente, agora estavam indo para Ituiutaba em busca de uma fazenda onde seu pai foi contratado para trabalhar, sua mãe também conseguiu um trabalho na casa como diarista. Se Deus quisesse desta vez iriam durar mais tempo que o último que não durou nem seis meses, não até seu pai encher a cara de cachaça e chamar o dono da fazenda de viado e lhe dar um soco quebrando o nariz dizendo que o homem estava lhe passando a mão. Seu pai era um homem severo, bruto e duro demais, não sabia como sua mãe ainda estava junto a ele, sempre que seu Manoel bebia ficava irritadiço e descontava na esposa. Muitas vezes ela, sua mãe e seus irmãos saíam de casa altas horas da noite correndo com medo de sua fúria, perdeu as contas de quantas vezes dormiu em meio ao relento ou na casa de conhecidos quando seu pai bebia e buscava bater em sua mãe. O ônibus parou ao lado de uma porteira para descerem, respirou fundo o cheiro de borracha queimada exalou nas narinas misturado com a poeira, quando o ônibus deu partida seguindo o seu caminho. Era muito bonito o casarão, todo branco rodeado pela área. Um dia, queria muito ter uma casa assim. Agarrou as sacolas de plástico em que carregava suas quatro mudas de roupas e seguiu a mãe e o pai. A placa da fazenda com o nome Fazenda Paraíso bem na entrada do portão dando acesso ao caminho para a casa grande, o plantio de milho e cana de açúcar sumia de vista de tão extenso que era o lugar, era gigante. A sandália suja pela poeira da estradinha, seus irmãos seguindo em fila o pai e mãe que ia a frente como líder, ela era sempre a última, pois era curiosa olhava tudo a sua volta.
— Aqui é imenso né, pai? O que o senhor vai fazer aqui? — Seu irmão Fernando questionou jogando a sacola com suas roupas por cima dos ombros.
— Não sei. O dono disse que quando chegasse ia me dizer. — Abriu o portão e esperou todos eles passarem. Quando Manoel não estava sendo conduzido pela bebida, era um bom pai e bom marido. Mas o vício pelo álcool o cegava e deixava completamente diferente do que era. Era como ser possuído por outro ser, um violento e cruel.
Assim que chegaram a casa, o que se parecia dono chegou em uma caminhonete enlameada. Parou o carro em baixo de uma árvore e desceu, era alto cabelos salpicados com fios brancos e a barba também.
— Tarde. — Estendeu a mão para Manoel. Seu pai o cumprimentou acanhado. O homem sorriu para as crianças e sua mãe. — Cê deve ser, o seu Manoel né?
— Sim, senhor. — Agarrado ao saco de fibra em que estava às roupas e documentos, confirmou.
— Certo. Venha comigo. Vou dizer o que você vai fazer aqui. Sua esposa pode entrar, minha mulher tá a esperando pra dizer no que pode ajudar na casa. — Fez sinal para sua mãe subir as escadas.
Helena seguiu a mãe para casa grande enquanto seus irmãos seguiram o pai, os três o idolatravam e queriam aprender tudo com ele. Foram recebidas por uma mulher que as levou para cozinha, serviu café e um pedaço de bolo até a dona aparecer o que não demorou muito, era uma senhora bonita com os cabelos escuros que brilhavam, o rosto todo pintado e cheia de joias. Apresentou-se muito educada e gentil.
— Que menina bonita. Parece uma boneca. — Cinthia sorriu acariciando os cabelos de Helena. — Está estudando, meu bem?
— Não, senhora. — Olhou para mãe e para Cinthia envergonhada.
— Vamos dar um jeito nisso, se forem ficar aqui vamos colocar você na escola, viu? — Sorriu. Helena ficou encantada com a senhora, era gentil e educada.
Sua mãe foi contratada para cuidar da casa e das roupas, seu pai foi contratado para cuidar da horta, alimentar os animais e cuidar de pequenos serviços na fazenda. Helena estava feliz, tinha uma boa casa para morar e na próxima semana começaria a escola, sempre gostou de estudar, mas vivendo como ciganos não podia terminar nunca.
Rezou para agora sua vida dar certo.
"Aoba, olha o primeiro capítulo ai gente. Pelo que podemos percebe Helena se encantou com Cinthia. Será que todo este encanto vai continuar mais a frente? Não sei, e vocês? Eu creio que vem bomba por aí. Quando Dioguito chegar isso vai bombar. Eu não quero nem tá aqui. Vou saber se não tem ninguém que me de asilo em Paris kkkk... beijos até sexta meu povo. Curte e comenta viu, isso deixa a autora feliz. E autora feliz faz os leitores felizes. "
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