Te odeio, te odeio


Hi baby gays!!

Bom domingo pra vocês!





Minho estava otimista, acreditava mesmo que poderia melhorar as coisas com jisung durante aquela viagem e era bom que desse certo, já que não tinha certeza de como seriam as coisas no próximo ano, pois com certeza não escolheriam o mesmo curso e provavelmente não estudassem nem na mesma universidade, talvez nem morariam mais na mesma cidade e as chances de se encontrarem por acaso seria ainda menores. Aquela era sua última chance e precisava desesperadamente que tudo desse certo com o Han ou jamais se perdoaria por ter sido uma criança tão insuportável.

Quando era criança, o Lee não entendia muito bem o que sentia pelo outro. Achava ele fofo com aquelas bochechas enormes, igual a um personagem de desenho e queria ficar por perto, mas jisung era muito tímido e nem ligava para si. Por isso começou a fazer de tudo para ter sua atenção, só não sabia que estava fazendo aquilo do jeito errado. Para o pequeno lee, se o Han falasse consigo já era o suficiente, não importava se era para xingar, bater ou correr atrás de si por toda a escola gritando o quanto ele era insuportável, Minho só se arrependia quando ele chorava, e mesmo assim o achava muito fofo, às vezes era engraçado vê-lo assim também. 

Os anos foram passando e ele foi crescendo, Minho passou a entender que estava errado, mas parecia um pouco tarde demais para mudar, já que jisung o odiava, porém, mesmo assim tentou, só que tudo que tentava fazer para se aproximar, acabava o afastando ainda mais. Poxa vida, o Han não dava uma chance, só de falar seu nome, ele já o mandava calar a boca e com o tempo foi pegando gosto em  vê-lo todo irritadinho. Ele ficava lindo com as bochechas vermelhinhas. Agora precisava ser diferente, não sabia exatamente como fazer aquilo, mas precisava pelo menos tirar aquela má impressão que ele tinha de si. 

— Agora você é burro de carga? - Hyunjin perguntou com deboche ao ver o amigo carregando um monte de bolsas ao mesmo tempo. — Vai uma ajuda aí? 

— Não preciso, tenho que mostrar pro Jisung que eu sou forte e posso cuidar dele - falou sorrindo e acenando para o Han que revirou os olhos e deu as costas caminhando junto com os amigos. — Dessa vez vai dar certo, Hwang. Tem que dar - suspirou. — Ai, ele tá tão lindo… até comprou roupa nova, você percebeu?

— Não, eu tenho uma namorada, prefiro olhar pra ela do que pro seu garoto com cara de esquilo.- Riu soprado. Era só o que faltava , além de ter que ouvir os lamentos do amigo, precisava prestar atenção em roupas novas e qual a cor do esmalte nas unhas dele. — Você deveria desencanar dele, a hari tem umas amigas bem interessantes que vão vir também. Se quiser, posso te apresentar.

— Urgh! Deus me livre. Nada contra, mas prefiro ficar longe de mulheres.

— Achei que fosse Bi - arqueou uma sobrancelha na direção dele. 

— Não, sou Hanssexual 

O Hwang riu negando com a cabeça e eles continuaram caminhando até o local de deixar as bolsas. Há anos ouvia as lamentações do Lee, mas era óbvio que ele não levava o menor jeito para o romantismo, era melhor desistir de uma vez, porque nenhuma porta se atrairia por ele daquele jeito e até falava isso para ele,só que assistir o amigo passando vergonha em frente ao Han era um dos seus passatempos preferidos, era uma pena aquilo tudo acabar depois que se formassem.

Minho havia perdido jisung de vista, então foi para a área de montar barraca, já que aparentemente, ele já havia pego o kit e assim como suspeitava, o Han estava lá, com aquela cara confusa em meio as varetas de montagem e com o manual de instruções em mãos. Tão fofo. Aquela era uma boa oportunidade para mostrar serviço, talvez ele o visse como um grande herói se montasse a barraca certinho, o único problema é que não tinha ideia de como fazer aquilo. Bom, é pra isso que servem os manuais, não é mesmo? 

— Precisa de ajuda? - perguntou sorrindo, tentando parecer simpático, mas aquilo não foi muito bem visto pelo outro.

— Tá rindo do que? Seu babaca! Não preciso da sua ajuda. 

— Nossa, amor, que ignorância, eu só quero ajudar. 

As bochechas inflaram como um esquilinho guardando comida para o inverno e ele cruzou os braços. — Não preciso da sua ajuda, Lee Minho. Por favor, para de falar comigo. 

— Ah, qual é? Deixa eu te ajudar, não custa nada e eu também vou dormir aí, nada mais justo. - disse determinado e pegou o manual das mãos dele. — Não deve ser tão difícil assim 

— Tá me chamando de burro? 

— Se a carapuça serve... - murmurou sem perceber, focado no livrinho. Dar respostas atravessadas era tão comum para si que saiam de forma espontânea.— Deixa que eu faço isso, pode ir descansar um pouco. 

— Não! Me devolve, eu quero montar. 

— Deixa que eu faço, jisung, me deixa te ajudar pelo menos.

Os dois começaram um pequeno cabo de guerra com o panfleto, puxando cada vez mais forte, até que se rasgou e o Lee saiu cambaleando para um lado e jisung caiu de bunda do outro. 

Minho ficou estático o encarando com os olhos arregalados e acompanhou o bico se formando no rosto do outro. Ele ia chorar, não ia? Tomara que não.

Jisung respirou fundo e se levantou limpando as roupas novinhas, agora sujas de terra e olhou em volta. Todos viram aquela cena lamentável, mais uma vergonha para seu extenso repertório. Respirou fundo mais uma vez e resmungou baixinho de dor. — Tá Minho… faz o que quiser - disse e saiu andando apressado. 

Droga! Acabou dando tudo errado de novo. Realmente, minho não tinha a menor sensibilidade para fazer aquilo. O pior é que acabou envergonhando o Han mais uma vez e tinha certeza de que ele havia fugido para chorar em algum canto. Deveria ir atrás dele talvez, ou aquilo só pioraria a situação? Ah! era péssimo com pessoas.

 Por fim, decidiu focar só em montar logo aquela barraca e quem sabe se fizesse um bom trabalho ele acabava esquecendo o que aconteceu. Isso era o que Minho queria que acontecesse, mas como imaginava, jisung ficou muito envergonhado e estava mesmo chorando escondido no banheiro.

Jisung tentava chorar baixo para não acabar chamando atenção de quem pudesse entrar ali. Pelo visto, não seria nada como imaginou, Minho estava mesmo determinado a estragar sua viagem e não teria sequer uma boa lembrança da viagem. Como aquele garoto podia o odiar tanto a ponto de querer destruir cada micro pontinha de felicidade em sua vida? Ele era um monstro ou algo do tipo? Nunca deu motivos para ser tratado daquela forma, pelo contrário, sempre foi muito na sua, nem falaria com ele se não fosse tão provocado o tempo todo. 

Quando voltou a área do camping, o Lee já havia conseguido montar tudo e só observou de longe ele se exibindo para o amigo, muito provavelmente ainda zombando de si. Argh! Que humilhação, não sabia nem com que cara voltar para lá. Por sorte, jeongin chegou para tirá-lo dali. 

— Vamos comer alguma coisa antes de ir buscar lenha? O professor disse que é a primeira missão, vamos fazer uma fogueira. - ele contou, então os dois foram para o refeitório que era em uma cabana grande de madeira. 

..

Minho estava mesmo muito orgulhoso de ter conseguido montar a barraca, não foi na primeira, nem na segunda tentativa, mas depois de muito estresse e de perguntar ao monitor mais próximo, ele enfim conseguiu e queria muito que jisung voltasse para ver, por isso saiu em busca dele. Queria aproveitar e já se desculpar pelo incidente de mais cedo. 

Todos os estudantes estavam no refeitório e Minho procurava atentamente pelo Han, demorou um pouquinho, mas acabou o encontrando em uma mesa mais para o canto, junto com os amigos, então sentou em uma próxima, junto de Hyunjin e Changbin para que pudesse vê-lo. 

— E aí, Romeu? Como vai seu plano de conquista? - o Seo perguntou. Ele, assim como Hyunjin, achava muito engraçado a falta de jeito do amigo, mas até se compadecia da situação e tentou ajudar algumas vezes, mas Minho não queria ajuda, dizia que se não fosse capaz de conquistar o Han sozinho, era porque não o merecia. — Fiquei sabendo que já brigaram. 

— Ah.. não foi bem uma briga, eu só queria ajudar.. 

— E empurrou ele no chão tentando ajudar? - arqueou a sobrancelha com um meio sorriso. Aquela era nova, só Minho mesmo pra achar que agredir alguém era ajudar. 

— Não foi isso que aconteceu, ele caiu sozinho… quer dizer, se ele não tivesse puxado o manual da minha mão, não teria caído.. 

— Vocês parecem que ainda estão no primário, Lee know, não é assim que vai conquistar ele.

— E o que você sabe sobre conquista para julgar meus métodos? Você tá de luto desde que o yeonjun te deu um fora - apontou. — Quando você tiver em um relacionamento, aí pode opinar no meu.

— Então eu vou opinar - o Hwang disse. — Desiste, você nunca vai conseguir.  Eu tenho namorada, você tem que me ouvir.

— Tô ouvindo, mas não significa que eu aceito. Na verdade, Hwang, vou usar esse seu deboche como um incentivo e quando eu e jisung estivermos juntos, vou jogar isso na sua cara e você vai ser uma vela maior que a tocha da estátua na liberdade. 

— Dispenso, vou ficar bem longe de você. Não gosto de gay. - riu. — Mas agora é sério, deixa o moleque em paz. 

— Na verdade, eu estava planejando ir falar com ele agora e acho que vou fazer isso mesmo - se levantou todo determinado e os amigos riram, já prevendo a merda. — vocês são uns imbecis, os piores amigos do mundo.

— tá, vai lá, romeu, tenho certeza de que vai se sair bem. - o Seo incentivou em claro deboche, mas o Lee não se deixou abater e saiu andando em direção a mesa do Han.

Aquele pequeno trajeto de mais ou menos vinte passou e o outra expressão de tédio de jisung revirando os olhos para si, foram mais que suficiente para que ele perdesse mais ou menos quarenta e cinco por cento da pose de badboy que estava tentando sustentar, entretanto, seguiu firme e até ousou sentar ao lado dele em meio ao amigos. 

— O que você quer? - Jisung perguntou irritado, pois sabia que o mais velho estava ali só para dizer alguma bobagem ou tentar provocá-lo de alguma forma. Minho era previsível demais e sempre agia dessa forma.

— Vim te contar que já montei nosso ninho do amor. - Burro, burro, burro, mil vezes burro!! Pra que falar uma besteira dessas? Sabia que o Han não gostava e mesmo assim falava sem nem perceber. Não queria que ele ficasse ainda mais irritado consigo, só queria falar que conseguiu montar a barraca, mas como sempre, sua boca parecia criar vida própria e falar coisas que o irritavam de alguma forma. — Quer dizer, eu… montei a barraca pra gente. Montei sozinho, se quer saber, eu sou muito bom nessas coisas de acampamento, sabe? 

— Hm.. e daí? Quer um prêmio? 

— Um beijo já é mais que o suficiente… - CALA A BOCA MINHO!! AH Desisto, desisto, o Hyunjin tem razão. Era o que pensava enquanto sua boca continuava falando. — ou você pode me agradecer mais tarde quando formos dormir juntinhos.

— Você é tão babaca. Se já terminou de se exibir e falar merda, já pode ir embora. Eu não estou interessado em mais nada que tenha pra me falar. 

— Poxa, amor. Eu me esforcei tanto por você. 

— Sai daqui Minho! - falou irritado e o empurrou de leve até ele se levantar. Garoto sem noção, invadindo seu momento sagrado da refeição para falar asneira. Ha! Como se houvesse alguma chance de querer beijá-lo. Jisung tinha uma certeza na vida: não achou sua boca no lixo pra beijar aquele traste. — Vaza! Minha cota de paciência pra você já acabou. 

— Mas o dia mal começou, gatinho - piscou. — Ainda vamos nos enfiar no meio do mato juntos, Hm? 

— Eu já disse pra ficar longe de mim. Sai daqui, me deixa comer em paz! 

— Ok.. eu vou, mas eu volto, não precisa chorar de saudades - disse bagunçado os cabelos dele e sorriu caminhando de volta para os amigos.

— MINHO! SEU IDIOTA!! Mas que merda, eu passei o maior tempo arrumando meu cabelo - fez um bico chateado. Poxa, até acordou mais cedo para modelar alguns cachos e dar volume pro babaca bagunçar tudo assim. 

— Amigo, você tá muito estressado, isso não faz bem pra pele - Jeongin alertou. — É melhor você relaxar, quem sabe aproveitar pra dar uns beijos na boca.

— Fica quieto você também! 

 

Um pouco depois, os monitores deram instrução para que fossem buscar lenha para a fogueira, aquilo ainda era parte da primeira missão, que era montar acampamento. A regra era clara, toda vez que entrassem na floresta,deveriam seguir as trilhas marcadas e nunca saírem delas, mas jisung queria se livrar de minho, nem que para isso precisasse se perder no meio do mato. Ele até tentou dividir as tarefas para não terem que ficar juntos, pelo menos por um tempinho, mas naaaooo, o Lee  tinha que ir junto pra encher o saco, o seguindo igual a um cachorro de rua depois de receber um carinho. 

— Por que você não me deixa em paz? - perguntou em um suspiro, tentando organizar sua própria pilha de galhos para amarrar.

— Eu sou sua dupla, Han Jisung, vou ficar bem coladinho em você até o fim dessa viagem ou até depois dela se você quiser

— Deus me livre, quero você longe de mim ! 

— Poxa jagiya, não fala assim, eu fico chateado - fez biquinho em puro drama, rindo em seguida pela cara de desgosto do Han, ele era tão fofo com aquelas bochechonas redondinhas, conseguia até imagina-lo em uma daquelas árvores, guardando comida para o inverno, ele era só um esquilinho de pernas tortas. 

— Eu quero que você se lasque! Fica longe - amarrou os galhos como conseguiu e saiu carregando para voltar ao acampamento sem esperar o Lee fazer a pilha dele. Se desse tudo certo, ele seria comido por um urso em breve.

— Volta amor! Não me deixe sozinho no meio do mato! -  Gritou ao notar que estava longe demais. — JAGIYA! 

— PARA DE ME CHAMAR ASSIM! 

— E você prefere que eu te chame como? Gatinho? Amor? Minha vida? - perguntou balançando as sobrancelhas para cima e para baixo em uma clara provocação.

— Eu prefiro que você não fale comigo. 

O Lee correu para alcançá-lo e agora andavam lado a lado, cada um carregando sua própria pilha de gravetos, mas Minho usou uma das mãos para ter ajudar o outro. — Por que sempre me afasta, Hanji? Eu só queria ficar pertinho de você. 

— Você tá mesmo me perguntando isso? Sério? 

— Sério. A gente se conhece há um tempão e você nunca me deu a oportunidade de ser seu amigo. 

Jisung não conseguiu controlar seus olhos e ele reviraram junto com uma risada amarga e desacreditada. Era muito cara de pau daquele sem noção perguntar uma coisa dessas, será que ele tinha memória de peixe ou algo do tipo, porque só podia ser brincadeira. — Você me inferniza desde o dia em que nos conhecemos, porque eu iria querer ser seu amigo? 

— Poxa, mas eu era criança e crianças são assim mesmo, não é? Eu já cresci, juro que sou legal agora. 

— Eu também era criança e nunca fiz nada do tipo que você fazia com ninguém.  Ah e eu não sei se lembra, mas hoje mesmo você me derrubou 

— Foi sem querer, na verdade a culpa foi sua por puxar daquele jeito - explicou. — Vai Han, me dá uma chance. 

Aí tenha santa paciência! Jisung parou e o encarou bem no fundo dos olhos, não precisava ser nenhum sensitivo para saber que estava morrendo de raiva, mesmo assim ele respirou profundamente e fez questão de falar lento e claramente para não restar nenhuma dúvida. — Eu não quero ser seu amigo, Lee Minho, nem agora e nem nunca. Agradeceria muito se respeitasse a minha decisão e não dirigisse a palavra a mim nunca mais, porque eu odeio você e não te quero na minha vida. - falou sério e seguiu seu caminho de volta para a área onde seria a fogueira sem olhar para trás. 

Minho congelou por um momento, aquilo não pareceu brincadeira. Se lembrava vagamente de ter aprontado um pouco com Jisung quando eram menores, mas nada muito grave, o que teria feito de tão ruim para ser tratado daquela forma? Será que era odiado de verdade? Porque sempre achou que fosse brincadeira quando o Han dizia “EU TE ODEIO, LEE MINHO, EU TE ODEIO! ”, tipo um joguinho de gato e rato, mas no fundo ele gostava, só que não era isso que estava parecendo. 

Aparentemente, resolver sua situação com Han seria bem mais complicado do que imaginou.

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