❃13❃

Maya sentou-se em um pequeno sofá de frente para à mesa de Jimin.

– O que deseja conversar?

Jimin indagou desviando o olhar dela.

– Por que se casou comigo? Você tem todas as mulheres aos seus pés, então por que eu?

Ela indagou arqueando uma sobrancelha.

– O que quer dizer com isso?

Ele retrucou.

– Você sabe. – Cruzou as pernas. – Não tenho nada para oferecer, não sou da máfia como você e nem podre de rica, então por que eu?

Voltou a perguntar.

"Essa é uma boa pergunta."

Jimin pensou sorrindo.

– Não tem 'porquê', eu apenas quis

Ele respondeu dando de ombros.

– Mas por quê?

Ela fez um biquinho tentando ser fofa, o que deu certo aos olhos de Jimin.

– Você faz muitas perguntas

Ele falou revirando os olhos.

– Já que estamos casados, eu deveria saber o motivo, não acha?

Ela enfrentou erguendo o queixo.

– Quando eu achar que for o momento, então direi, mas até lá, você não precisa saber de nada

Falou colocando a bebida alcoólica no copo de vidro.

– Sem graça

Ela disse piscando os olhos inocentemente.

– Mais alguma coisa?

Ele indagou bebendo o líquido amargo.

– Eu posso ir ao shopping? Não tem nada para fazer aqui, e eu estou entediada

Descruzou as pernas.

– Hyunjae vai com você

Ele disse simplesmente.

– Por quê?

Maya indagou se levantando.

– Porque eu estou mandando

Ele disse autoritário.

Maya fez uma careta.

– E desde quando eu obedeço?

Ela logo se arrependeu de ter dito isso, pois se quer fugir, ela precisa fazer Jimima acreditar que se apaixonou por ele.

– O que disse?

Seu timbre soou gutural, o que a fez se estremecer diante do semblante sério que ele carrega.

– Eu vou com o Hyunjae!

Maya afirmou sorrindo inocentemente.

– Ótimo

Jimin sorriu fechado.

Maya murmurou algo inaudível para Jimin e logo saiu do cômodo.

Maya resolveu tomar banho e se arrumar melhor para ir ao shopping.

"Eu posso tentar encontrar Jiwon lá, ou quem sabe eu consiga ligar para ele."

Sorriu com tal pensamento.

Pobre garotinha...

Por que prefere alguém que sempre deixou explícito que quer te machucar, mas se nega a dar uma chance, para alguém que está tentando mudar por você? O quão irônico e contraditório isso é?

Bem, para Maya isso não faz muito sentido, ela cresceu nesse meio, com muita dor, abusos, agressões, etc.

Porém, com ela obviamente, é um pouco diferente do que houve com Savannah.

Joguei-me na cadeira do meu escritório, suspirei profundamente sentindo o álcool infiltrar em meu sistema.

Fechei fortemente os olhos e várias lembranças alcançaram minha mente.

Sangue...

Dor...

Chicotes...

Gritos...

Adagas...

Pedidos de socorro...

Era sempre assim, as imagens de Eun Nari vinham a minha mente, me condenando, me culpando, me humilhando, me matando lentamente.

"Ji...Min...Me salve..."

Tomei um gole da bebida.

"Ele vai me matar, Jimin!"

Tomei outro gole da bebida.

"Eu vou morrer!"

Tomei mais um gole da bebida.

"EU MORRI POR SUA CAUSA! VOCÊ ME MATOU INDIRETAMENTE!"

Joguei o copo no chão, o barulho do estilhaço do vidro soou por todo o cômodo.

– Eu não fiz isso...

Murmurei cerrando meus punhos.

"Você foi um covarde."

– Eu não fui!

"Você viu tudo e não fez nada."

– Eu não podia

"Eu morri, foi você quem me matou."

– Eu não te matei!

Dei um soco na mesa.

Senti minha mão sangrar e minha respiração ficar pesada.

"Você nunca será feliz, Park, eu nunca vou permitir isso, farei questão de te fazer lembrar isso, lembrar que morri por sua causa."

Fui correndo em direção ao meu quarto, tranquei à porta e depois fui até o banheiro.

O sangue agora já está em meus dois braços.

Encarei meu reflexo no espelho e por um momento eu o vi ali.

"Você foi um covarde, pirralho, isso é tudo culpa sua."

Passei a lavar repetidamente meus braços, lavei com força, o desespero só crescia e me sufocava cada vez mais.

A água vermelha por causa do sangue, o espelho borrado por causa do vapor.

Tudo estava fora de lugar.

Errado, bagunçado.

É assim que sou, é assim que vivo e é assim que estou.

Senti meu rosto molhar, não sei em que momento comecei a chorar, mas agora as lágrimas inundaram meu rosto sem minha permissão.

"Quebrado e sozinho, é assim que viverei eternamente."

Enchi a banheira com água morna, peguei alguns sabonetes líquidos e depois preparei a banheira para o meu banho.

Senti a água quente relaxar cada músculo tenso e isso de certa forma me aliviou.

Suspirei com medo de fechar os olhos.

Sim, eu - Park Jimin -, estou com medo após tantos anos.

Peguei o sabonete e passei pelos meus braços, ainda podia ver o sangue ali, mesmo não tendo nada.

Eu sou um idiota, ainda sofro com o meu passado e sempre me isolo quando piora.

"Eu nasci em um meio assim, será sempre assim, carregarei esse fardo eternamente."

Pensei antes de adormecer na banheira.

Assim que terminei de me arrumar, fui escolher um sapato para mim.

~•~

~•~

Desci animada, eu tinha esperança de falar com o Jiwon no shopping, longe de Jimin seria mais fácil.

– Está pronta?

Hyunjae perguntou desviando a atenção do celular.

– Sim

Sorri chegando mais perto dele.

– Espere aqui, vou tirar o carro da garagem

Ele disse e logo saiu.

Alguns minutos depois, Hyunjae retornou com umas chaves na mão.

– Vamos?

Ele sorriu estendendo a mão para mim.

Jimin havia me dado um celular diferente, - um novo Samsung -, e na lista de contatos tem obviamente o número dele, de Sophia, Luhan, Sav e Hyunjae.

Eu até tentei colocar o número de Jiwon, mas não consegui, então desisti.

Talvez lá no shopping eu consiga pegar o celular de alguém emprestado.

《 Quebra de tempo 》

Andando distraidamente pelo shopping,  eu apenas observo atentamente o movimento, hoje está bem cheio, eu conseguiria despistar Hyunjae rapidinho.

Mas eu preciso ganhar a confiança deles, e não ao contrário.

– Recebi uma mensagem do senhor Park, parece que ele está aqui e é para irmos encontrá-lo em uma loja para vestidos de noiva

Hyunjae disse.

Só de pensar em meu noivado, isso me dá ânsia, meu estômago gela e minha cabeça dói.

– M-meu vestido? Ah, precisa ser agora?

Hyunjae não disse nada, apenas pegou minha mão e me puxou para irmos para à loja onde Jimin está.

Arregalei meus olhos levemente quando vi dois seguranças na entrada do lugar, um deles eu reconheci.

– Doyun! – Hyunjae exclamou se aproximando do outro. – Jimin está aí?

Doyun assentiu com uma carranca no rosto.

Hyunjae disse para eu ir na frente, ele ficou conversando com Doyun.

Assim que entrei na loja, Aeri veio toda sorridente ao meu encontro.

– Senhor Park está te esperando

Os olhos dela brilhavam.

– Aeri, sobre o que houve antes--

Ela me interrompeu.

– Tudo bem, senhora Park. – Ela gesticulou. – Hyun oppa me contou que está arrependida e que foi daquele jeito porque estava brava, então eu lhe desculpo

Ela sorriu largo.

Aeri é uma menina muito doce e bondosa, agora só de lembrar a forma como a tratei, está me deixando mal.

– Por aqui, senhora

Ela me conduziu até onde Jimin está.

–  Ottimo! Ora voglio i migliori abiti da sposa per la mia principessa

Jimin disse para uma mulher, - que julgo não ser coreana pela aparência -, essa que sorriu em concordância.

Outras mulheres vieram até mim e me levaram para o provador.

Coloquei o primeiro vestido de noiva e saí para Jimin ver.

– Próximo

Ele disse sem nem me olhar.

"Babaca!"

Gritei em pensamento.

(...)

Experimentei ao todo cinco vestidos de noiva, e todos Jimin sempre dizia "próximo", sem nem me olhar.

"Ele é um babaca!"

Revirei os olhos.

– Vamos embora

Assustei-me ao ouvir a voz dele soar atrás de mim.

Eu já havia terminado de me trocar, mas estava demorando para saí do provador.

– Privacidade mandou lembranças

Falei revirando os olhos.

– Vou fingir que não ouvi isso

Ele disse já me puxando para fora do provador.

– Grazie mille di tutto, Antonella! A presto, Nella

Sorriu apertando a mão dela.

– La ringrazio, signor Park!

Ela disse também apertando a mão dele.

"Preciso aprender italiano."

Fiz uma nota mental quanto a isso.

Quando ela saiu de perto da gente, eu já me virei pra Jimin com uma expressão duvidosa.

– Pergunte

Ele disse suspirando.

– Como sabe italiano?

Indaguei.

– Passei três anos na Itália, Principessa

Sorriu convencido.

– Onde? Em Roma?

Indaguei curiosa.

– Um ano em Roma, um ano em Veneza e um ano em Milão

Respondeu dando de ombros.

Assenti um pouco atordoada.

"Ele passou 3 anos na Itália e eu não saio da Coreia desde os meus 10 anos de idade."

– Nossa lua de mel vai ser na Itália, você pode escolher para onde quer ir

Jimin alegou antes de saí e me deixar sozinha na loja.

"Itália? Minha mãe é de Milão, mas a família toda dela é de Florença."

Eu vou pra Milão, quem sabe eu não encontre algo dela lá?

Seria meu sonho.

Suspirei antes de ir atrás de Jimin.

– Eu vou para à empresa, tenho que resolver um problema. – Jimin virou-se para me olhar, ele desceu o olhar por todo o meu corpo e depois franziu o cenho. – Essa sua roupa é...Bonita

Pigarreou desviando o olhar e eu sorri com isso.

– Se quiser ficar aqui, o Hyunjae vai te acompanhar e Doyun vai garantir sua segurança

Ele falou sem me olhar.

– Okay. Até mais tarde, Jimin-ssi

Falei me curvando.

Ele sorriu minimamente e logo saiu.

Quando ia saí, meu celular vibrou, eu o peguei e vi que Sophia havia mandando mensagem.

Guardei o aparelho em meu bolso da calça.

– Hyunjae, preciso ir na casa da Samantha!

Exclamei chegando perto dele.

– Ah, vamos

Ele falou ainda meio perdido nos pensamentos.

Sem muito paciência, eu o puxei até o carro.

Contratei uma mulher para organizar a festa de casamento.

– Senhor Park, à senhorita Oh está em sua sala lhe esperando

Minha secretária avisou assim que entrei na empresa.

– Obrigado, agora pode ir

Segui até a minha sala, estou ansioso por isso.

– Senhor Park!

A mulher fez uma pequena reverência quando entrei em minha sala.

– Vamos direto ao ponto, sim? Eu te contratei para organizar o meu casamento e nada mais que isso, então seja profissional e rápida

Falei em um tom ríspido.

Mas é que agora que estou casado, não posso ter outra mulher em minha cama, somente a Maya.

Na máfia há uma regra que devemos seguir:

"Traição por parte do homem, ou da mulher não são tolerados."

Se eu traí-la, serei torturado e depois morto.

O mesmo com ela, a pena para quem não é fiel, é a mesma para ambas as partes.

– Estarei organizando o mais rápido possível, senhor

A mulher disse e logo saiu da minha sala.

Provavelmente com medo.

Meu celular vibrou notificando que recebi uma mensagem.

Revirei os olhos rindo, Hoseok sempre brincava assim comigo e eu sempre batia nele.

No final nós dois levávamos bronca de Jin hyung, eu levava mais por deixar Hobi hyung sangrando e ele levava por quebrar alguma parte do meu corpo.

Brincadeira nossa, mas que me deixou mais flexível, podemos assim dizer.

Sorrio novamente ao lembrar de certas coisas, mas logo me repreendo e volto ao meu estado lúcido.

– Senhor Park, o senhor Lee da Lee's Enterprises, deseja vê-lo

Minha secretária fala do outro lado da porta.

– Mande entrar

Ordenei e logo um senhor de fios grisalhos adentrou o local.

– Senhor Park. – Ele disse fazendo uma pequena reverência. – Quanto tempo

Sorriu.

Eu revirei os olhos com a audácia dele.

– Vamos direto ao assunto, estou atrasado

Adverti sério.

Se tem uma coisa que eu odeio é atrasos, não tolero atrasos.

– Minha empresa está indo à falência e não há nada que eu possa fazer, por isso recorri ao senhor

Ele falou em um tom de melancolia.

– Não posso fazer nada

Levantei-me e fui até a janela.

– Quero propor um casamento, entre você e minha filha, isso será bom para ambas as partes e nossa parceria iria se fortalecer ainda mais

Argumentou esperançoso.

– Eu sou casado, senhor Lee

Falei me virando para encará-lo.

– Casado? Com quem? Ninguém disse sobre isso!

Disse indignado e eu quis rir por tamanha ousadia.

– E desde quando lhe dou satisfação da minha vida? – Arqueei uma sobrancelha. – Negócios são negócios, nosso envolvimento é puramente profissional, não se esqueça disso, senhor Lee. Estamos entendidos?

A expressão do velho endureceu diante das minhas duras palavras.

– Entendi, senhor Park. Mas eu não concordo com isso, sabe que seria melhor para ambas as partes

Ele tentou novamente me fazer mudar de ideia.

– Eu amo a minha mulher, não vou trocá-la por um simples contrato que beneficiaria somente a sua empresa ridícula, minha bonequinha é tudo o que preciso

Sorri sem mostrar os dentes.

– Irá se arrepender disso

Ele ameaçou erguendo o queixo.

"É sério isso?"

– Está me ameaçando? Não se esqueça que sou o empresário mais poderoso da Ásia, se eu quiser acabar com a sua vida, eu acabo em um piscar de olhos, então não me ameace, senhor Lee

Alertei sério.

– S-senhor Park, e-eu...

Gaguejou nervoso.

– Saia. – Falei calmante. – Tenho outros afazeres

Apontei para à saída.

Lee assentiu e saiu quase correndo.

Que idiota

Murmurei estressado.

Olhei alguns contratos, mas não me concentrei muito, então decidi ir até a casa de Samantha.

"Samantha, onde eu ouvi esse nome?"

Pensei curioso.

Minha secretária entrou em minha sala, mas logo ordenei que saísse, pois agora eu teria um assunto mais importante para resolver e preciso que ela cuide de tudo até eu voltar.

Já no estacionamento, peço para o motorista retirar meu carro.

"Talvez não seja tão ruim essa visita."

Pensei sorrindo.

•°•

CONTINUA...

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