Capítulo 16

Agora eu estava ansiosa para que as aulas terminassem enfim, a tarde iria na casa da Jennifer e estava empolgada com isso.
Olhava o relógio a todo instante para conferir que hora eram, estava contando os segundos para ir embora.
A professora nos liberou para guardar o material e assim o fiz. Quando o sinal soou eu e Jennifer saímos juntas.
— Até mais tarde! — digo para Jennifer quando chegamos no portão.
— Até — ela diz. — Tem certeza que você se lembra onde eu moro?
— Sim, é perto da floricultura que eu e meu pai vamos.
Jennifer assenti.
— Qualquer coisa me liga!
Confirmo com a cabeça e aceno para Jennifer. Caminho indo rumo a minha casa, iria almoçar primeiro antes de ir lá, deixar minha mochila e me arrumar. Um banho também cairia bem, já que está bem calor, porém vi na previsão de tempo que teria chuva ao anoitecer, mas até lá já estaria de volta em casa.
Caminhei até o cruzamento, tive que parar para esperar os carros passarem.
— Violet! — ouço alguém me chamar logo atrás de mim. Era Aidan. Espero ele se aproximar antes de atravessar.
— Tudo bem? — pergunto quando ele chega perto.
— Sim e você?
— Estou bem, obrigada — sorrio para ele. E então atravessamos a rua juntos.
— Dezessete, não é mesmo?! — Aidan pergunta me olhando. Eu assinto olhando em seu rosto.
— Parabéns! — ele sorri.
— Obrigada! — digo grata.
— Vai fazer alguma coisa durante a tarde? — indaga.
— Ah, então, a Jennifer me convidou para ir na casa dela — falo olhando-o —
, só estou indo em casa para deixar minha mochila, me arrumar e almoçar.
— Entendi, espero que se divirta! — ele sorri e eu sorrio de volta. Paramos em frente ao meu portão e eu me lembro de uma coisa.
— Já ia esquecendo — falo para ele abrindo um bolso da minha bolsa e tirando de lá um chocolate, entendo-o para Aidan. — É pra você, eu comprei hoje, queria recompensá-lo por aquele dia você ter me dado um.
— O quê? Imagina — ele diz sem jeito.
— Pode pegar é um presente — continuo estendendo o chocolate até que ele o pega.
— Obrigado, Violet — ele olha o chocolate, apreciando-o —, é meu favorito, prestígio.
— O meu também — sorrio. Ele também me olha sorrindo esboçando felicidade pela minha surpresa.
— Então, até mais, Violet, aproveite seu dia! — ele diz se despedindo.
— Obrigada, você também, tchau — digo acenando para ele.
Aidan atravessa a rua indo rumo a sua casa, abro o portão e vou até a minha.
Subo até meu quarto onde deixo minha mochila e já vou para o banheiro tomar um banho, depois escolho uma roupa confortável, uma blusa regata florida e um short branco. Arrumo meu cabelo em um rabo de cavalo e desço.
Faço um macarrão que meu pai gosta e preparo algumas salsichas para acompanhar. Providencio também um suco de morango.
Ouço a porta abrir, era meu pai que tinha acabado de chegar. Ele sobe, demora poucos minutos e já desce. Sorrio para ele o mesmo me devolve o sorriso, mas não muito animado. Comemos em silêncio. E enquanto eu guardo o resto de comida e lavo a louça, papai vai se sentar um pouco na sala antes de voltar a trabalhar.
Termino as coisas na cozinha e subo para escovar meus dentes e enfim ir para a casa de Jennifer.
Quando retorno, meu pai já estava de saída. Vou até a cozinha beber um pouco de água e ouço a campanhia. Será que meu pai tinha esquecido algo? Mas ele não ia tocar a campanhia. Curiosa vou até lá para ver quem era. Abro a porta e me assusto com uma pessoa com um vaso de flor tampando o rosto. A pessoa tira o vaso da frente, Aidan sorria para mim.
— Você! — exclamo.
— Eu! — ele ri. — Vim trazer seu presente de aniversário — Aidan me estende o pequeno vaso. Eu pego-o admirada, eram violetas. — Você me disse uma vez que eram suas favoritas, então resolvi comprar.
— São tão lindas — digo sorrindo feliz. — Muito obrigada, Aidan — me inclino para abraçá-lo de lado. Seus braços rodeiam minha cintura, seu abraço me traz um conforto interior, que se pudesse moraria ali. Nos separamos e eu ainda olhava o vaso delicado, com as pequenas violetas. Foi nesse momento que percebi que tinha um cartão. O abri com uma das mãos.
Uma vez você me disse que as violetas eram suas flores favoritas. Elas se tornaram as minhas também, porquê me lembram você!
Feliz aniversário, Violet!
Meu rosto automaticamente cora, fecho o cartão e olho sem jeito para Aidan. Ele coça a nuca parecendo estar um pouco envergonhado também.
— Na verdade era para você ler quando eu não estivesse por perto — ele fala sorrindo de canto. Sorrio também, mas é de nervoso.
— Eu vou arrumar um lugar especial para por elas — digo. — Obrigada mais uma vez pelo presente!
— Não há de quê — ele sorri. — Você já está de saída?! — Aidan pergunta enquanto vou colocar o vaso em cima da mesa de centro da sala, depois a levaria para meu quarto, o cartão guardo no bolso do short.
— Sim, eu já ia ir — falo me aproximando de Aidan.
— Você quer que eu a acompanhe? — ele indaga.
— A Jennifer mora do outro lado da cidade, é longe pra caramba — alerto-o.
— Não tem problema, eu faço questão!
— Você que sabe então, só vou fechar a casa — Aidan me espera do lado de fora enquanto vou fechar as janelas. Volto e fecho a porta principal.
— Tem certeza mesmo que quer ir? — indago uma última vez para ele.
— Você não quer minha companhia? — ele pergunta.
— Não é isso, é só que é longe, você vai cansar em ter que ir e depois já voltar — alerto.
— Eu tô precisando fazer uma caminhada mesmo, não precisa se preocupar comigo — ele diz por fim.
— Então, está bom, vamos! — caminhamos juntos, Aidan que abre o portão, me deixa passar primeiro vindo logo atrás de mim e fecha-o.
— Como estão seus avós e sua mãe? — pergunto a ele enquanto andávamos lado a lado na calçada.
— Então, meu avô ainda está bem frágil, mas minha mãe sempre está por perto, e ele está tomando os medicamentos corretamente, com o tempo ele vai melhorar, minha vó está bem ela sempre pergunta quando a menina dos cabelos vermelhos vai vir de novo... — Aidan sorri.
— Ah, que fofa! Tenho que ir visitá-los — digo.
— Pode ir quando quiser, será muito bem-vinda!
Paramos no cruzamento esperando um carro passar, quando enfim podemos atravessar, passamos pela rua rápido. Passamos em frente ao colégio, os alunos da tarde estavam em aula.
— Ein, Violet, você vai ir nesse baile que vai ter no colégio? — Aidan pergunta me olhando.
— An... eu... — gaguejo antes de respondê-lo. — A Jennifer está tentando me convencer a ir, mas não sei se é uma boa ideia...
— Por quê?
— Eu não sou muito fã de festas fechadas — repondo para ele sem olhá-lo. — Muitas pessoas no mesmo lugar, som alto, entende?
Aidan assenti.
— Você vai? — pergunto-o.
— Acho que sim! — ele me olha. — E se caso você resolver ir, me fala daí, aí a gente pode ir junto se quiser...
Eu assinto. Isso era meio que um convite?! Sorrio internamente.
Continuamos andando e conversando, até chegar na casa de Jennifer tinha tempo.
— E você está com saudades de Crowerville?!
— Ah, eu sinto mais falta dos meus amigos, de ir na praça para andar de skate, ficar até tarde conversando sobre coisas aleatórias, com eles eu tinha mais intimidade, entende?
— Posso imaginar — digo.
— Mas eu fico feliz por ter lhe conhecido aqui, você é uma boa pessoa, Violet — ele me olha com um sorriso nos lábios, suas palavras vagam na minha cabeça.
— Também fico feliz em ter lhe conhecido! — solto a frase olhando em seus olhos verdes.
— Ei — Aidan para abruptamente e segura meu braço, eu ia atravessando a rua sem perceber enquanto um carro vinha em alta velocidade.
Meu coração acelera no peito.
— Obrigada — digo a Aidan por me segurar, ele solta meu braço gentilmente. — Me distraí olhando para você — solto, mas ao mesmo tempo me arrependo, pois sinto meu rosto corar de vergonha.
— Eu também me distraí olhando pra ti — ele ri. — Mas sorte que eu consegui notar o carro vindo daqui!
Esperamos então o momento seguro para passarmos, e atravessamos meio correndo juntos, ao chegar do outro lado diminuimos o passo.
Agora andava mais atenta para não correr o mesmo risco de antes. Aidan também parecia prestar mais atenção a nossa frente.
— E na sorveteria como vai? — indago quando passamos em frente a ela.
— Estou pegando o jeito, dizem que a prática leva a perfeição, não é mesmo?!
— Sim, devemos tentar para conseguir! Fico feliz por você!
— Eu também estou contente em poder ajudar minha mãe.
— O que ela fazia antes em Crowerville?!
— Ela tinha um salão de beleza — Aidan diz.
— Que legal! — digo.
— Já estamos chegando, Violet? — ele me pergunta me dando uma rápida olhada.
— Mais ou menos, é perto de uma floricultura.
— Bela flor?! — ele indaga.
— Essa mesmo. Como você sabe?
— Eu comprei suas violetas lá, perguntei para minha mãe onde tinha e ela me indicou essa como ela conhece aqui melhor do que eu.
— Meu pai e eu sempre vamos lá também — sorrio.
Caminhamos mais um pouco até avistar a floricultura. Aidan olhou para mim sorrindo por que isso indicava que estávamos perto.
Andamos mais duas quadras, até chegar na casa da Jennifer.
— É essa aqui — digo a Aidan parando em frente.
— Poxa, é longe mesmo! — Aidan solta um suspiro.
— Não acredito que você vai ter que voltar tudo, mas foi você que quis vir — rio.
Ele me olha sentido, fingindo cara de triste.
— Você tem razão, eu que quis vir e não me arrependo. Pelo menos eu te salvei de quase ser atropelada...
— Na verdade eu só fui quase atropelada por causa de você... — digo a ele.
Rimos.
— Tá legal, Violet, divirta-se! — ele diz já se despedindo.
— Obrigada pela companhia, Aidan!
— Imagina, foi um prazer! Nos vemos amanhã então.
— Até mais — digo acenando a ele, e lançando-lhe um sorriso. Aidan acena de volta e me devolve o sorriso, logo se vira e caminha devagar de volta.
Um suspiro me escapa dos lábios. Abro o portão e vou rumo a casa de Jennifer, ela deve estar me esperando.
...
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