45 - Namorou o gêmeo errado (+18)

Meu coração disparava diante da frase que estava prestes a sair pela minha boca naquele momento. Sinceramente, não tenho ideia de como Enzo vai reagir, mas preciso que saiba dos meus reais sentimentos antes que tome qualquer atitude que pretendo. Meus planos para iniciar um relacionamento com Caio são ótimos e estrondosos, entretanto, não quero que os Valentine voltem a brigar por minha causa. Sinto que já causei mais conflitos que deveria entre eles. Tudo tem uma cota, não é? E ultrapassei a minha dessa vida, acho.

Sem contar que também não pretendo me envolver com ninguém daquela família, o senhor Maurício não me atrai nem um pouco. No período em que estava possuída pelo ódio e espírito vingativo talvez fosse algo a se levar em consideração, entretanto... Ah, quem estou querendo enganar? O senhor Valentine sempre será meu sogrão querido.

E diferente do que Caio e Lina devem estar achando, não chamei meu ex-namorado para discutir. O que falei é real, desde a minha experiência de quase morte, repensei muitas de minhas atitudes, inclusive o fato de ser tão briguenta com motivos que podem ser resolvidos em uma breve conversa.

Justamente por isso estou aqui, esquivada nesta bancada, ao lado de Enzo. Nos ferimos muito. Eu o feri demais. E sequer conversamos dignamente. Até porque, quando tentamos, nos agarramos. E acredito que agora, aqui, diante das circunstâncias, essa não seja sua pretensão. Tampouco é a minha.

- Eu me apaixonei pelo seu irmão e isso é fodidamente estranho, Enzo. - Quebro o silêncio sem encará-lo diretamente, até porque sinto vergonha da admissão.

- Eu sei. - Meu ex-namorado dá de ombros. - Percebi isso no seu olhar desde o momento em que chegaram lado a lado neste bar.

Sinto meu coração acelerar. É, realmente nunca fui a melhor em esconder sentimentos, isso é uma verdade. É claro que Enzo, a pessoa que mais conviveu comigo nos últimos três anos, perceria algo tão íntimo assim.

- Não quero que isso interfira na relação de vocês novamente. - Confesso, mas dessa vez viro o rosto na direção de Enzo, que varia olhares entre a movimentação do bar e Lina à mesa com Caio. - Se isso afastá-los mais uma vez eu juro saio da vida dele agora.

Neste momento, Enzo vira o rosto na minha direção e sorri sincero.

- Luna, sabe de uma coisa? - Seu tom é conformado e calmo. - Você nunca, repito, nunca me olhou daquele jeito. Sei que o objetivo inicial de vocês era vingança, entretanto, algo aconteceu. E eu sou a última pessoa do mundo a querer atrapalhar a felicidade de duas pessoas que desejo tão bem.

Sorrio como resposta imediata. Há algumas semanas Enzo enfatizou que, se dependesse dele, eu terminaria imediatamente com Caio, independente dos nossos sentimentos. Inclusive, mesmo percebendo que algo estava crescendo ali, ele me beijou. Pelo visto, algo também mudou no meu ex-namorado. E eu já até imagino o que seja.

- Algo também mudou em você, Enzo. E eu estou muito feliz por isso, de verdade. - Sorrio e levo minha mão ao seu antebraço, o qual acaricio amigavelmente. - Lina é uma das melhores pessoas que conheço.

- Tenho cada vez mais certeza disso. - Enzo responde e eu respiro profundamente, querendo concluir a conversa, porque já está quase na hora da virada.

- Olha, para concluirmos esse assunto, quero propor um acordo de paz, sabe? - Declaro e ele sorri. - Estou falando sério, Enzo. Não estou pedindo para sermos melhores amigos, até porque seria impossível dadas as circunstâncias do nosso término e tudo mais, entretanto, sugiro que sejamos colegas, afinal, serei sua cunhada em breve e temos o mesmo círculo de amigos.

- Eu concordo com isso. - Ele ergue a mão e eu aperto. - E... minha cunhada em breve? - Enzo sorri travesso. - O que essa mente perversa está planejando?

Eu sorrio maliciosamente em resposta e saio andando. Antes de alcançar a mesa, viro o rosto na direção dele.

- Verá com na hora certa, cunha. - Mando um beijinho e sigo até Caio, que me encara curioso.

Em seguida, sento ao lado do Valentine mais novo, que joga o braço sobre meus ombros. Já Enzo, pousa ao lado de Lina, tendo a mesma atitude que Caio teve comigo.

- Resolvidos? - Minha amiga pergunta e eu sorrio em resposta.

- Quase melhores amigos. - Afirmo ironicamente e ele ri debochado, já tomando a palavra.

- Concordamos que nos respeitaremos, afinal, quem sabe possa se tornar minha futura cunhada, não é? - Questiona e Caio sorri, enquanto eu chuto sua canela por baixo da mesa. - Ai, porra.

Pode não ser imediatamente, mas sei que no futuro podemos nos tornar amigos. Tudo que vivi me ensinou que guardar rancor não adianta em nada, afinal, podemos morrer a qualquer instante.

Menos da puta da Samantha. Por mim aquela vaca loira pode apodrecer na cadeia.

- Gente. - Caio chama a nossa atenção. - Já são exatamente onze e cinquenta e oito e nada da Cora e do Bryan voltarem. O que acham? Devemos ir até a sala privativa chamá-los? - Questiona e eu solto uma gargalhada, que faz com que meus pontos pulsem.

- E interromper a foda das pazes? - Todos da mesa riem, inclusive ele. - Está louco? Deixe meu irmão e minha amiga serem felizes essa noite.

Neste momento, de maneira inesperada, os dois aparecem completamente desgrenhados andando rápido na direção da mesa.

- Chegamos a tempo? - Bryan pergunta enquanto Cora ajeita o cabelo sem esconder o sorriso largo no rosto.

- Com um minuto de folga! - Lina responde enquanto se levanta. Todos acompanhamos seu movimento, já se preparando para a contagem regressiva.

- Cinco... - Começamos e sinto o braço de Caio entrelaçado à minha cintura. - Quatro....

- Que esse seja o primeiro de muitos Réveillons juntos, Luna. - Caio cochicha no meu ouvido em meio à contagem regressiva. - Sendo toda e completamente minha.

Sinto meu corpo se arrepiar por completo diante das palavras.

- Um... Feliz ano novo! - Todos comemoram em uníssono e eu, de imediato, uno meus lábios aos de Caio. O desejo mútuo era nítido, principalmente quando o Valentine agarrou minha cintura com força e puxou contra a dele e enfiou a língua lascivamente dentro da minha boca.

Neste momento tive a profunda certeza de que este seria o primeiro de muitos Réveillons que passaremos juntos. A energia que sinto estando ao seu lado, a sintonia de nosso beijo e o desejo de sua companhia. Realmente não se trata apenas de desejo carnal e sim de conexão. É incompreensível, mas é isso.

Pelo visto, sempre estive ao lado do gêmeo errado e a vida, de uma forma muito torta, se encarregou de mostrar.

Nos afastamos e trocamos olhares intensos, mas temos nossa atenção voltada para o chamado de meu irmão.

- Um brinde à amizade e à vida! Pela minha irmã que quase foi de Americanas mas está aqui, pelo meu melhor amigo que está no Vasco, pela minha namorada, pelo casal mais aleatório do mundo, vulgo Enzo e Lina... POR TODOS NÓS, CARALHO, EU AMO VOCÊS! - Ele levanta uma taça e sorri.

Em resposta, todos nós levantamos copos, mesmo que vazios ou cheios com bebidas quente, para brindar junto.

- Tim, tim! - Mencionamos em uníssono.

Eu e Caio caminhamos até o meu apartamento, que fica mais perto do bar, em questão de minutos. Ele estava bêbado e bambeando muito, então preferi que dormisse comigo esta noite, afinal, a cidade esta cheia e levá-lo até seu apartamento durante a madrugada e depois voltar sozinha seria muito contramão para uma mulher.

Tranco a porta assim que entramos no meu apartamento. Em seguida, sou surpreendida por Caio, que me puxa e me joga contra a parede, atracando meus lábios com uma intensidade insana.

Correspondo imediatamente, pois estou desejando isso desde o momento que o vi naquela praia. Só que, ao que aparenta, Caio tem um estalo de consciência e se afasta.

— Sua cabeça, porra. — Caio encosta o corpo no meu enquanto apoia as mãos na parede. A ereção dele já massageando minha intimidade. — Não pode fazer essas coisas intensas, amor. — Relembra com a voz arrastada.

Eu sorrio de deboche em resposta.

— É só me foder devagar, amor. — Uso o apelido de volta consciente que Caio apenas está me chamando assim porque está bêbado, afinal, deixou explícito que gostaria que fossemos com calma.

Na minha concepção, me chamar de amor tão carinhosamente não é ir com calma. Apenas um adendo.

Reparo que um sorriso safado surgiu naqueles lábios carnudos que tanto me atraem e todo o meu corpo se arrepia só de imaginar o que vem a seguir. É bom estar a sós com Caio, principalmente agora que temos plena consciência dos sentimentos um do outro.

— É quase impossível te foder devagar, Luna, principalmente sabendo do que você gosta na cama. — Ele declara e mordisca o lábio inferior encarando meus olhos. Isso faz minha intimidade pulsar. — Mas com a saudade que estou dessa buceta gostosa, seria ótimo me torturar tão deliciosamente.

Sorrio de maneira depravada e ele se afasta quando começo a tirar meu vestido preto sexy, expondo meu corpo sem sutiã e calcinha. Caio observa cada movimento meu.

— Veja como uma forma de testar os seus limites. — Provoco e recosto o corpo à parede novamente. Caio fitando cada milímetro de minhas intimidades, cheio de dúvidas poe onde começar.

Quando estava prestes a provocá-lo novamente, sou surpreendida pelo movimento do tatuado, que me agarra e me leva para o meu quarto apoiada em seu ombro, com a bunda empinada para cima.

— Eu vou te fazer gozar com a língua enquanto algum daqueles vibradores fodem você, o que acha, hum? — Questiona retoricamente e, após andar alguns metros, entra e me coloca delicadamente na cama.

Caio segue na direção do meu closet e identifica os meus vibradores em uma nova estante, já que a antiga ele quebrou, e pega um consolo, além de um lubrificante que também tem ali.

— Você tem praticamente um sexshop aqui. — Ele afirma fechando o closet.

— Sou uma mulher que ama prazer. — Inclino o corpo encarando o homem à minha frente. Já ele começa a tirar a roupa o mais rápido que pode. — Inclusive, semana que vem será minha próxima sessão de massagem tântrica.

Caio, que estava com a bermuda nas canelas, aponta o consolo na minha direção e determina.

— Negativo. Não. — E volta a tirar a roupa.

— Que eu saiba meu pai nem vivo tá. — Respondo com uma sobrancelha elevada e ele, já nu e andando até mim, me encara. — Me dê um motivo plausível para cancelar a sessão. — Sento de vez e cruzo os braços.

— Luna. — Ele senta à minha frente. — Não suportaria saber que tem outro homem te tocando e te fazendo gemer daquele jeito. — Caio faz careta ao lembrar da vez em que ouviu uma das sessões.

— É relaxante. — Rebato.

— Eu faço curso para melhorar nisso. Te faço gozar no meio do dia se quiser. — Ele começa a falar desenfreadamente. — Estou falando de orgasmos múltiplos depois do almoço e de graça. Ou quando acordar. Só... — Antes que Caio terminasse de falar, ajoelho e calo sua boca com um beijo desejoso, unindo nossas línguas em uma dança quente e harmoniosa.

Me afasto repentinamente e encaro seus olhos negros e penetrantes.

— É claro que só você vai me fazer gozar daqui para frente, Valentine. — Mordisco o lábio inferior. — Pois cumpra sua promessa e faça isso agora.

Deito novamente e Caio, com um sorriso malisioso, faz exatamente o que havia prometido.

Ele começa beijando a parte interna da minha coxa, o que me arranca diversos suspiros e arrepios. O tesão que percorre o meu corpo triplica ao sentir sua barba cerrada contra minha pele macia, fazendo-me ansiar pelo contato mais íntimo em minha buceta.

Caio faz um caminho de beijos até a testa de minha intimidade e, ao perceber o quão molhada estou, solta um gemido excitado, quase rosnado.

— Porra, Luna. — Ele percorre a língua lentamente contra minha entrada e saboreia meu sabor. — É extremamente difícil não acabar contigo agora, realmente uma tortura.

Caio penetra minha buceta com um dedo e massageia levemnete meu ponto G enquanto acaricia minha parte mais sensível com a língua, fazendo-me soltar gemidos cada vez mais intensos conforme o prazer vai se elevando.

Só que, de repente, ele retira o dedo e prossegue apenas com a língua, mas de maneira intensa. Isso é gostoso, mas estava melhor antes.

Apenas entendo sua intenção quando sinto o consolo me penetrando. Puta merda, cada pelo do meu corpo se arrepia quando Caio começa os movimentos de vai e vem. As coisas ficam ainda mais intensas quando ele decide massagear minha outra entrada com uma das mãos.

Nossa, isso é insanamente gostoso. Ouso dizer que nunca senti tanto prazer na vida.

— Puta merda, Caio... — Massageio meus mamilos, com o propósito de intensificar ainda mais o prazer. — Eu vou gozar, porra.

Nesse momento, Caio tira o consolo e me penetra com seus dedos mágico, massageando meu ventre. Seus movimentos ousados me fazem molhar a cama inteira enquanto meu corpo se desfaz em prazer por longos minutos.

Ao mesmo tempo que me encara extremamente excitado, assim que termino minha série de orgasmos, percebo um tom de preocupação rm sua voz rouca.

— Isso foi intenso, você se debateu muito. — Ele coloca o corpo sobre o meu, ignorando o fato de estar toda molhada, enquanto apoia os braços sobre a cama. — Está bem?

Incrivelmente, por mais que a preocupação fosse justa, estava me sentindo ótima. Toda aquela carga de energia foi muito mais revigorante do que cansativa.

— Estou ótima. Não se preocupe. — Admito encarando seus olhos. — Eu quero isso pelo menos três vezes por semana. — Falo e ele ri.

— Terá tudo o que quiser, garota. — Responde com um sorriso no rosto e pressiona o quadril contra o meu. — Agora quero ver como vou resolver esse problema aqui. Hoje não te toco mais. — Afirma e se afasta. Eu levanto vagarosamente junto.

— Vai aonde? — Pergunto.

— Preciso de um banho. — Responde. — Nos dois sentidos. Se é que me entende. — Declara e eu sorrio.

Ele sai da cama, anda até a porta e eu vou junto.

— Tá me seguindo por que? Já disse que não te toco mais hoje, garota. — Ele para na entrada do quarto.

— Eu tô com a cabeça ruim, mas meu braço e punho funcionam que é uma beleza. — Faço um sinal obsceno de vai e vem para Caio, que ri estrondosamente em resposta.

— Caralho, não é possível. Luna Simões, eu tenho duas notícias para te dar, uma boa e outra ruim. A ruim é que você namorou o gêmeo errado por três anos. A boa é que agora está com o certo e que ele nunca mais vai te largar. — Ele afirma e me puxa para um beijo rápido.

Em seguida, vamos para o banheiro, onde nos divertimos durante um bom tempo e, em seguida, voltamos para o quarto, do qual demoramos quase uma hora arrumando para dormir.

Definitivamente um dos melhores Réveillons da minha vida.

Nota da autora

Não passou por revisão ortográfica, peço desculpas caso encontrem erros.

Espero que gostem. Não deixem de comentar e votar.

O grande final está chegando. Mas também colocarei epílogo e bônus.

O que estão achando?

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