A noite estava sendo muito complicada para Enzo.

Ficou confuso depois do beijo que deu em Lina, principalmente depois de ter sido correspondido. Fitou a garota durante o luau, mesmo com Samantha em seu encalço o tempo inteiro. Apenas mudou o foco quando sua recém-ex-namorada surgiu feito uma musa de Hollywood. Luna estava absolutamente perfeita.

E isso era um grandíssimo problema para Enzo. Ele estava envolvido em um quinteto amoroso e nem entendia em que momento isso havia começado.

Tentava lidar da melhor forma possível com as três, mas parecia ser impossível. Ao mesmo tempo que Samantha parecia querer forçá-lo a amá-la, Luna aproveitava qualquer oportunidade para implementar o caos.

Agora batia incessantemente na porta do quarto que dividia com Samantha, onde a garota estava trancada, chorando por conta das malditas fotografias em sua mala. Ele nem sabia daquelas imagens; não tinha nudes de Luna virtuais, quem dirá físicos. Aquilo era uma armação, só não via quem não quisesse.

Porém, segundo a conclusão de Enzo, Samantha era louca. Três anos os distanciavam. Ele já tinha construído outro relacionamento. Estava em outro momento de sua vida. E mesmo assim, ela não desistia.

Agora o relacionamento de Enzo havia terminado, ele tinha trocado beijos quentes com a melhor amiga de sua ex e agora seria pai. E a mãe era uma maluca.

- Samantha, por favor, vamos conversar. - Bateu na porta mais algumas vezes. - Aquilo foi Luna se vingando de você. Será possível que não enxerga isso? - Perguntou, e os choramingos de dentro do quarto cessaram automaticamente.

Então, em questão de um minuto, a porta se abriu, mostrando uma Samantha diferente da que Enzo estava acostumado a ver.

Ela estava absolutamente acabada. Maquiagem borrada e vestido sujo de batom. No quarto, objetos quebrados. Algumas roupas do rapaz estavam, inclusive, rasgadas. Foi nisso que ele focou inicialmente.

- Está de sacanagem? - Enzo entrou abruptamente e Samantha fechou a porta. - Puta merda, cara! - Ele se agachou próximo às peças cortadas no chão. - Você diz que me ama e faz isso? - Pegou os panos e apontou na direção de Samantha.

- Eu perdi a cabeça, Enzo. Estou cansada de ser vista como louca ou inconveniente. Não fiz essa criança sozinha. - Ela levou uma das mãos à barriga. - Não foi com o dedo, e você sabe bem.

Enzo levanta-se revoltado e caminha raivosamente na direção da loira, pressionando seu corpo contra a parede ao lado da porta.

- E achou por bem surtar rasgando as minhas roupas no dia do meu aniversário? - Rosna enquanto fixa os olhos nos dela. - Foda-se que esse bebê seja nosso ou não, Samantha, esse noivado é de fachada e tem data de validade. Não sei como uma mulher como você se presta a passar por isso, sinceramente. - Cospe as palavras com ódio; os dois estão próximos demais.

- Como assim uma mulher como eu, Enzo? - Samantha pergunta em um cochicho, segurando o olhar, e o rapaz ri de escárnio.

- Você sabe que é uma mulher linda, Samantha. Não precisa se sujeitar a essa merda, até porque suportar tudo isso tem sido a coisa mais difícil das últimas semanas. - Enzo desabafa. - Essa necessidade de me fazer gostar de você, que droga, é ridículo! Um bebê não vai mudar nada, não vê isso?

- Isso tudo, Enzo, é porque sempre te amei, apesar de ter perdido três anos ao lado daquela garota, que não perdeu tempo para correr atrás do Caio e chupar o pau dele. - Joga na cara do rapaz à sua frente, que sente um gosto amargo na garganta.

Ainda estava com o coração dolorido pelo término. Já não tinha mais esperanças de voltar depois de tudo isso, até porque Luna tinha se envolvido com seu irmão, mas foram três anos, e ele pretendia pedi-la em casamento. Ainda existia amor ali.

- Você é louca. - Enzo responde entredentes.

- Por você, porra. Abra os olhos e veja quem nunca te abandonou. - Samantha rebate. - Apenas preciso de uma chance.

Os olhos de Enzo brilham de raiva, mas decide dar-lhe aquilo que tanto necessita. Já que Samantha estava tão desesperada para tê-lo, mesmo que por aquele instante, seria isso que ele faria.

- Você me quer, Samantha? - Enzo começa a erguer o vestido longo da garota, expondo sua calcinha de renda. - Então está bem, Samantha. Você conseguiu. - O rapaz leva dois dedos à boca, os chupa e, pela lateral da calcinha, adentra sua intimidade.

Enzo começa a masturbá-la lentamente, até que fique molhada o suficiente para que o movimento seja acelerado. Enquanto isso, ele encara Samantha fixamente, que gemia e apertava os ombros dele.

O rapaz enganchou os dedos, fazendo movimentos para atingir o ponto G de Samantha; queria que a loira gozasse logo.

Entretanto, inesperadamente, enquanto ela gemia em seu ouvido, gritos de prazer começaram a ressonar do quarto ao lado. Pouco depois, a cama começou a ranger enquanto sua ex-namorada gritava "Caio, me fode".

Aquilo lhe dava ânsia.

Mas tentou ignorar e focar na mulher excitada à sua frente, gemendo. Porém, Enzo também queria se aliviar, então abaixou a calça e expôs o pênis endurecido.

Antes de penetrá-la, foi até sua bolsa pegar uma camisinha.

- Precisa disso? - Samantha pergunta ofegante enquanto arranca a calcinha.

Enzo veste seu pênis com o preservativo enquanto a observa e assente.

- Precisa. - Ele começa a acariciar o próprio órgão. - Vira de costas e empina a bunda. - Enzo ordena, e Samantha obedece. Em seguida, o rapaz a penetra, e ela geme ofegante.

Mas o sexo não dura muito tempo, porque os gemidos do quarto ao lado ficaram mais intensos. O casal vizinho parecia empolgado.

- Ah, porra, assim não dá. - Enzo se afasta do corpo de Samantha e dá alguns socos na parede que divide com o quarto ao lado.

Em resposta, seu irmão grita:

- É NOSSO ANIVERSÁRIO, ENZO! DEVERIA APROVEITAR MAIS!

Diante disso, Enzo dá outro soco na parede e broxa completamente. O rapaz descarta a camisinha, veste a calça e encara Samantha.

- Não vai dar. Tome um banho, vá dormir. Não tenho condições de ficar aqui. - Explica e caminha até a porta. - Por favor, não me siga. - Bate a porta.

Enzo caminhou alguns metros à beira-mar e se surpreendeu ao encontrar Lina sentada observando a lua e as estrelas.

Pensou bastante antes de se aproximar, ainda estava acanhado por conta do beijo de mais cedo, mas também precisava desabafar com alguém e, na última semana, apesar de ter desenvolvido uma certa atração por ela, Lina tinha sido sua ouvinte fiel. Então, caminhou na direção dela e sentou ao seu lado.

Lina levou a mão ao peito, estava aérea e completamente perdida em seus pensamentos.

Não conseguia dormir por conta dos gemidos vindos dos quartos de Luna e Caio e de Samantha e Enzo. Inclusive, vê-lo ali foi uma surpresa.

Não estava incomodada por ele estar se envolvendo com a noiva, tampouco ligava para os olhares que lançava para Luna. Apenas queria se resguardar disso tudo.

Na verdade, não queria fazer parte dessa confusão. Por mais que não se importasse, valorizava-se o suficiente para saber que seu lugar não era correndo atrás da atenção de Enzo.

- Não conseguiu dormir? - Ele finalmente cortou seus pensamentos.

- Estava difícil com a sinfonia erótica que vinha dos quartos vizinhos. Cora passou a noite com o Daddy que arrumou. Saí antes que Bryan se empolgasse. - Brincou, e Enzo riu.

- Então você ouviu... - Ele falou, e Lina assentiu.

- Não se faça de idiota. - Ela interrompeu. - Se não quisesse que os outros ouvissem, transassem longe da porta. - Lina explicou e deu de ombros com um sorrisinho no rosto. - Mas isso não me convém.

- Não quero que pense que te usei mais cedo, ou que te enxergo como um objeto. - Enzo começou a se explicar. - Eu definitivamente não suporto Samantha e, mesmo que ame Luna, jamais voltaríamos. Mas tudo é tão... complicado. - Desabafou, e Lina o encarou.

- Você não precisa se explicar, Enzo. Nós apenas cedemos a um desejo momentâneo, mais nada. - Ela respirou fundo e o encarou. - Eu não vou competir por um espaço no seu harem, não quero migalhas de atenção e, sem contar, que nem gosto de você para isso. É só desejo. - Lina sorriu com sinceridade, o álcool lhe ajudava muito nesse aspecto. - Então, antes que isso avance para um lado que não deveria, vamos pisar no freio e dar a ré.

Enzo respirou fundo, levantou os joelhos e afundou o rosto. Em seguida, acariciou os próprios cabelos.

- Peço desculpas por te fazer achar que teria que "disputar" por qualquer atenção minha. Ultimamente, Lina, você tem sido a única pessoa que tem conseguido me distrair desse inferno que Samantha criou. - Bufou. - Temos seis meses pela frente ainda.

- Já que estamos falando dela, por mais que não queira perguntar, acredite, enquanto estavam transando, como estava a barriga dela? - Perguntou curiosa.

Enzo levantou a cabeça rapidamente e ergueu uma das sobrancelhas, confuso.

- Hã? Eu não tenho fetiche em grávidas, se é essa a sua curiosidade. Não fiquei reparando... - Ele começou a falar, e Lina soltou uma gargalhada.

- Oh, não! Não, pelo amor de Deus, não! - Lina falou e deu um tapa de leve no braço de Enzo, ainda rindo. - Só quero saber como está a barriga dela, o formato, por baixo daquele vestido longo. Não quero saber dos seus fetiches!

Dessa vez, quem riu foi Enzo. Se sentiu bobo por ter pensado diferente.

- Eu não vi. - Enzo falou, risonho. - Ela me aporrinhou tanto dizendo que me amava que disse que daria o que queria, então pressionei seu corpo contra a parede e levantei o vestido. - Começou a explicar, mas foi interrompido por Lina.

- Seja mais direto, não quero tantos detalhes sobre seu sexo com Samantha. - Ela fez cara de nojo, e Enzo revirou os olhos.

- Me afastei para colocar a camisinha. Foi quando pensei que Samantha tiraria o vestido, mas ela apenas arrancou a calcinha e questionou o motivo de eu estar colocando o preservativo. Só que meu irmão e minha ex-namorada começaram um sexo selvagem no outro quarto, então preferi sair. E agora estou aqui. - Enzo explicou, e Lina ficou em silêncio.

Após alguns segundos, a garota começou a bater a palma da mão na areia.

- Essa filha da puta não está grávida. Ela está passando a perna em todo mundo, escute o que estou te dizendo. - Lina chegou à conclusão. - O primeiro objetivo dela era destruir o seu namoro com Luna, o que conseguiu definitivamente. - Ela encarou o rapaz ao seu lado, que a observava atentamente. - Agora, querido, para ela concluir o plano mórbido, só falta a porra da segunda etapa. - Lina levantou dois dedos e ficou em silêncio, observando a própria mão.

- Fala, caralho! - Ordenou, ansioso. Só então Lina voltou a encará-lo.

- Fazê-lo engravidá-la de verdade, porra. BINGO. Temos que desmascarar essa golpista. - Afirma obstinada, e Enzo concordou.

Os dois passaram o resto da madrugada conversando sobre isso. Desmascarariam Samantha até o fim daquela semana de comemorações.