28 - Primeiro luau (Parte 2)

É como se o mundo estivesse em câmera lenta a partir do momento em que Luna virou na minha direção e pediu para que me preparasse para o que estava prestes a acontecer. Não entendi inicialmente, mas, ao fitar as narinas bufantes de Samantha e seu rosto vermelho, percebi o ódio em seu olhar por conta das fotos em suas mãos. Nesse instante, entendi perfeitamente a que Luna se referia.

Liguei os pontos. Era isso que Luna queria dizer quando mencionou a dificuldade em tirar fotos sensuais. Puta merda, que mulherzinha apocalíptica meu irmão foi trair.

Imagino que Enzo vá pensar milhares de vezes antes de trair alguém novamente após Luna.

Meu irmão observava a situação, confuso, sem entender do que Samantha falava, tampouco quais imagens eram aquelas nas mãos da garota. Ele se aproxima e pega as fotografias, quatro ao todo, e as analisa.

— Eu não faço ideia de como essas imagens foram parar nas minhas coisas — começa a se explicar, nervoso. — Na verdade, nem fazia ideia da existência delas; Luna nunca foi do tipo que curtia tirar nudes — afirma e encara a ex-namorada.

Nesse momento, Luna, que estava agarrada ao meu peitoral rindo, segura o ar e vira seriamente na direção de Enzo, mostrando-se uma ótima atriz.

— Você não venha se fazer de sonso — leva a mão ao peito, fazendo cara de sofrida. — Tenho culpa se você me traiu com essa daí e depois se arrependeu? Pois agora aguente a saudade e se contente com essas fotos — afirma, tentando manter a seriedade, mas um sorriso ladino é visível.

Cora e Lina tiveram que se afastar para rir em outro lugar. Cochichavam entre si e simplesmente não se continham. Enzo estava incrédulo com a atuação da ex-namorada. Bryan se aproxima de mim e cochicha:

— Cara, que porra está acontecendo? — pergunta, curioso.

— Isso é sua irmã se vingando dos puxões de cabelo mais cedo — cruzo os braços e sorrio levemente. — Só espero que Samantha não tenha um piripaque.

— Sinceramente, eu não sei nem o que dizer. Não sei mais o que fazer! — Samantha se pronuncia, massageando as pálpebras, cansada. — Eu embarquei nesse relacionamento pelo nosso filho, Enzo — se aproxima do noivo, ignorando a presença dos convidados, e o empurra.

Minha mãe já estava sendo abanada por Guta, e meu pai lhe oferecia água para se acalmar. Os convidados, embora conservadores, não perdiam a oportunidade de presenciar um barraco familiar.

Samantha, chorando de desespero e raiva, continua:

— Fui contra meus princípios quando geramos essa criança porque sempre te amei, droga. E você me apronta uma dessas? Nunca me deu uma chance real, só me usou — declara, chorando compulsivamente, e corre para dentro da casa.

Todos observam a cena, e, quando a porta se fecha, voltam os olhares para Enzo, aguardando uma atitude. Ele, no entanto, continua estático.

Minha mãe, então, intervém:

— Enzo Valentine — se aproxima do filho. — Vá conversar com a sua noiva. A-go-ra — ordena.

Ele volta o olhar na direção de Luna.

— Claro que não. Que culpa tenho se você não consegue manter o pênis dentro das calças e agora não aguenta a saudade? — Luna pergunta enquanto é fuzilada por um olhar raivoso de Enzo. Antes que ele pudesse respondê-la, minha mãe corta a conversa.

— Não quero saber de nada. — Seu olho direito começa a piscar sozinho. — VÁ. AGORA. — Ordena e meu irmão obedece, sem mais questionar.

Assim que ele se afasta, Luna observa o celular, que estava preso em sua cintura, e fala alto.

— Oh! — Ela chama a atenção de todos, que estavam agitados com a situação caótica. — Meia-noite! Feliz aniversário, amor! — Vira na minha direção e, da maneira mais sonsa possível, une os lábios aos meus, em um beijo carinhoso.

Luna invade minha boca com sua língua macia e leva suas mãos sedosas ao meu rosto, não me dando outra alternativa senão corresponder à iniciativa. Enlaço uma de minhas mãos à sua nuca e levo a outra à sua cintura, reagindo como se realmente fossemos namorados.

Admito que às vezes até esqueço que não somos. Agora então, que estamos movidos pelo álcool e pela adrenalina provocada pela atitude caótica de Luna, as coisas parecem ainda mais intensas. É como se nossa interpretação tivesse se misturado à realidade.

Ela se afasta e todos ao nosso redor batem palmas, aliviando a tensão anterior. Os amigos dos meus pais e os meus familiares presentes começam a me cumprimentar, desejando parabéns. Pelo visto, as parabenizações ao meu irmão ficarão para mais tarde.

Os últimos a me desejar "feliz aniversário" são Bryan, Cora e Lina. Neste momento, finalmente Luna retorna para perto. Após ser cumprimentado, eles começam a comentar o incidente anterior.

— Então foi para isso que pediu minha câmera, Luna? — Lina pergunta com um sorriso ladino no rosto. — Admito que fiquei com pena de Enzo, mas a vaca da Samantha mereceu, principalmente depois de ter avançado sobre você na van. Essa gravidez ainda não me desceu.

Pena? — Minha "namorada" questiona com desdém. — Pois então pegue para você aquele demônio. Se depender de mim, vai sofrer pelo resto da vida. Ninguém trai Luna Simões e sai psicologicamente estável. — Ela fala em tom psicótico e as bochechas de Lina ganham um tom avermelhado.

— A questão não é essa... — Lina responde envergonhada e dá uma golada na bebida alcoólica. — Fiquei com pena porque é nítido que ele não suporta Samantha, assim como todo mundo aqui. Até mesmo Dona Flávia... — A garota começa a cochichar. — Caio, você que me perdoe, mas sua mãe é muito difícil. Mas nem ela gosta da noiva de Enzo. É visível.

— E sobre a gravidez... — Bryan comenta e ganha a nossa atenção. Até mesmo Cora, que não estava muito feliz com ele, o fitou. — Até eu achei a barriga dela grande demais. Essa história está muito estranha. — Ele ajeita o cabelo e sua feição passa a ser pensativa. — Antes ficava pensando se essa criança era mesmo do Enzo. Agora fico me questionando se ela está mesmo grávida. — Afirma e todos nós o encaramos incrédulos com o comentário.

Aquilo, querendo ou não, soava muito maldoso. Isso porque a gravidez de Samantha virou a vida de todos nós de cabeça para baixo, principalmente a minha, de Luna e Enzo.

O pior é que, por mais que soasse uma teoria louca, fazia completo sentido, até porque meu irmão não lembra nada da noite em que gerou o meu sobrinho. Independente disso, é uma possibilidade que definitivamente não quero pensar, pois significaria que tudo que tenho passado ao lado de Luna tem sido em vão. E eu odeio perder o meu tempo.

Isso tudo fez um nó se formar na minha garganta, até que Cora tomou a palavra.

— Não fala merda, Bryan. É claro que ela está grávida. Tem até imagens do ultrassom. — Ela pontua, mas a tensão no ambiente continua. Por fim, eu declaro:

— Ah, não é o momento de criar teorias. Além do mais, para mim, essa festa acabou. Já me deram parabéns, então está ótimo. O clima está péssimo, principalmente depois que a psicopata que chamo de namorada — encaro Luna, que está olhando fixamente para um drink aleatório que pegou com o barman — instaurou o caos.

— Pior que é verdade. — Lina volta a se pronunciar, fingindo plenitude sobre suas falas anteriores em defesa do meu irmão. — Depois do surto da Samantha, todos estão indo embora. Acho que é a minha deixa. — Força um bocejo. — Boa noite. Amanhã teremos um novo luau? — Pergunta e eu assinto com a cabeça. Em seguida, ela se afasta.

Cora, sem falar com ninguém, segue na direção do homem com quem estava anteriormente e me deixa a sós com Bryan e Luna. Diante disso, meu melhor amigo nos encara e coça a nuca.

— É, estou sobrando. Acho que também vou dormir. Boa noite, vocês. — Deseja e sorri tímido. Antes de se afastar, ele se pronuncia. — Usem camisinha. Sempre bom enfatizar que não quero ser tio, não agora. Uma criança feita por vocês seria como o Taz-Mania. — Afirma e eu reviro os olhos. Luna permanece distante.

Assim que ele se afasta o suficiente, cutuco o ombro da garota ao meu lado. Só então ela volta a me encarar. Um brilho diferente toma seus olhos.

É tristeza. Ou seria arrependimento?

— O que houve? — Pergunto, tomado por uma preocupação inesperada.

Luna balança a cabeça e me lança um sorriso amargo.

— Não, nada. — Passa as costas das mãos abaixo dos olhos, indicando que estava prestes a chorar. — Vamos para o quarto, preciso tomar um banho para aliviar essa tensão.

Ela deixa o drink sobre uma mesa qualquer, sai andando e eu a sigo.

Sinto minha mente borbulhar enquanto a água quente escorre pelo meu corpo.

Todos os meus pensamentos estão sendo destinados à gravidez de Samantha e Enzo. E se, de fato, meu irmão estiver certo e, na verdade, a gestação for falsa?

Será que, na verdade, quem jogou o relacionamento de três anos fora fui eu?

Só de pensar nisso minha garganta dá um nó, porque era com ele que me via no futuro. Tinha escolhido Enzo como pai dos meus filhos. Mas agora, em questão de semanas, tudo está tão diferente. Ele definitivamente não ocupa mais essa posição na minha vida. Não passa de um ex.

Foi tudo em vão.

A única coisa que restou do que vivemos foi o sofrimento, do qual tento não lembrar, mas em situações como essa é muito difícil. Costumo desapegar rápido sentimentalmente, só que guardo rancor por muito tempo.

Grávida ou não, ele acordou nu na cama dela, afinal.

Mas chega de me martirizar com tudo isso. Desligo o chuveiro, me arrumo e vou para o quarto, onde encontro uma cena engraçada.

A cama que vou dividir com Caio está dividida por inúmeros travesseiros, como se fosse uma muralha. Cruzo os braços diante do caso e ergo uma sobrancelha.

— Você já me viu pelada, Valentine. — Chamo a atenção do rapaz que estava deitado sem camisa enquanto lia um livro na cama. — Ou melhor, você já me fodeu de quatro. — Sorrio e ele arregala os olhos, evitando me encarar. — Precisa mesmo disso?

Caio deu um sorrisinho irônico e balançou a cabeça negativamente algumas vezes. Em seguida, colocou o livro que estava lendo na cabeceira da cama e me encarou finalmente. Inclusive, só então reparei os óculo em sua face. Devo admitir que ele fica muito sexy assim.

— Claro que precisa! — Ele, que estava recostado, ergue o corpo para encarar meu baby doll. — Acabou de ouvir o que saiu da sua boca?

— Não é como se eu fosse te agarrar, Caio Valentine. — Reviro os olhos e me jogo no meu lado.

— Mas é como se eu fosse. — Ele fala e eu sento rapidamente o encarando incrédula pela sinceridade. — O que foi? Estou bêbado e não confio no meu autocontrole nesse tipo de situação. — Dá de ombros, pega o livro e volta a ler.

Fico o encarando, ainda em choque com sua sinceridade. Talvez eu realmente tenba me apaixonado pelo gêmeo errado. Ou não, sei lá. Foda-se, talvez seja minha mente embriagada falando.

Por fim, resolvo não falar mais nada sobre os travesseiros e apenas dormir, então desligo o receptor, que fica ao lado da cama e fecho os olhos. Já Caio liga o abajur, para continuar lendo. Um silêncio profundo toma conta do quarto.

Por três minutos inteiros. Depois disso, alguns gemidos começam a surgir do cômodo vizinho. Rapidamente arregalo os olhos e ligo a luz. Essa voz é da Samantha?

Retiro o sentimento de culpa que estava surgindo. Eu quero mais é que se fodam. Menos o bebê Valentine, esse não tem a menor culpa.

— Eu não acredito nisso. — Caio se pronuncia, fecha o livro e tampa os ouvidos. — Ele não sentia repulsa por ela, porra? — Grunhe.

— Pelo visto, não. — Esbravejo e ajoelho à cama. — Mas eles não vão sair por cima, não depois daquela bruaca ridícula ter puxado meus cabelos lindos e sedosos. — Defino e, sem explicar qualquer coisa, solto um gemido sexy.

Caio vira o rosto rapidamente na minha direção e abaixa os óculos.

— Que porra é essa? — Acelera a velocidade da fala e eu sorrio. — Surtou, foi?

Como eu disse, Valentine... — Cochicho. — Eles não vão sair por cima depois do que houve naquela van. Enzo não vai me obrigar a ouvi-lo transando com aquela vadia. Portanto, nós vamos "foder" mais alto. — Concluo e solto outro gemido. — Isso Caio, assim! — Solto um gemido que faz o rapaz ao meu lado arregalar os olhos ainda mais.

Levanto e começo a pular na cama enquanto sigo gemendo. Todo o movimento acaba fazendo com que os travesseiros se espalhem. Caio começa a rir. Então eu agacho à sua frente, próximo demais, e cochicho.

Se não vai ajudar, não atrapalhe. Eles não podem ouvir sua risada, droga. — Cochicho repreendendo e aproximo minha boca de seu ouvido. — Isso, Caio, me fode. — Gemo provocativamente, para que não repetisse o ato. Em seguida, afasto meu rosto e encaro o dele, perto demais.

Percebo sua pele eriçada pelas palavras que falei. Suas pupilas dilatadas e boca entreaberta. A respiração irregular. Ele até mesmo retira os óculos.

— Não faça isso. — Ordena. — Você sabe que não dá certo.

Eu sorrio e, motivada por sua admissão anterior e pelo álcool, sento em seu colo, apoiando um joelho em cada lado.

E se eu quiser? — Cochico em seu ouvido, já sentindo sua ereção contra meu prazer vestido. Faço questão de me mover para frente. Em resposta, Caio solta um gemido desejoso, agora verdadeiro, e leva as mãos à minha cintura.

Não foi você que disse que foder comigo é ruim, Luna Simões? — Ele leva uma das mãos à minha nuca e puxa minha cabeça levemente para trás, mas sem desviar nossos olhares. — O que te fez mudar de ideia, hum?

— E você acreditou? — Rebolo em seu colo, estimulando meu clitóris em seu pau duro. — Mesmo depois de ter gozado várias vezes no seu pau? Eu só queria ferir teu ego, mas a verdade é que amei ser a sua vadia. — Roço nossas intimidades com mais força e Caio sorri maliciosamente.

— Hm, então quer ser a minha vadia mais uma vez, Luna? — Caio estapeia minha bunda e eu solto um gemido pelo prazer misturado com a ardência em minha pele exposta por conta do short curto. — Gosta disso, não é? — Ele estapeia minha nádega novamente enquanto continua segurando minha nuca.

Assinto balançando a cabeça e, em seguida, Caio ataca meus lábios vorazmente, como se estivesse ansioso por isso.

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