26 - Relacionamento de fachada

Lina estava terminando de se arrumar para o luau quando ouviu algumas batidas na porta do quarto. Por estar com a cabeça aérea, demorou a atender. A pessoa do outro lado, por sua vez, aparentava impaciência. A cada segundo a mais de demora, as pancadas ficavam mais fortes.

Ela foi apressadamente até a porta e se deparou com Luna vestindo um sutiã sexy e uma toalha tampando a parte de baixo. Elevou uma das sobrancelhas diante da cena e cruzou os braços.

— Beleza, o que está acontecendo, Luna? — Pergunta segurando o riso. A amiga costumava usar roupas fechadas, vê-la daquela forma era um tanto quanto esquisito.

— Não ri e nem pergunta muita coisa. — Sorri psicoticamente e invade o quarto. Lina fecha a porta posteriormente. — Você trouxe sua câmera instantânea? — Pergunta ansiosa e senta na ponta da cama.

No caso, a câmera instantânea de Lina revelava imagens em polaroid. Geralmente ela levava para viagens e passeios dos quais queria eternizar na memória.

Tinha um álbum apenas para as fotografias capturadas.

— Claro que sim, Luna. Por... — Lina até tentou perguntar, mas logo foi cortada.

— Pode me emprestar? Preciso tirar algumas fotos. Depois pago os polaroids. — Pede e Lina cruza os braços, suspeitando de que a amiga estivesse tramando algo.

— O que pretende fazer vai contra alguma norma do código penal? — Lina pergunta e a amiga balança a cabeça negativamente com um sorriso largo no rosto. — Então está bem, pode pegar.

Lina abre sua mala e entrega o aparelho à amiga.

— Apenas tome cuidado. É o meu xodó. — Pede e Luna assente.

— Sim, senhora, capitã! — Faz sinal de continência, levanta e anda em direção à porta do quarto. — Obrigada, amiga. Eu amo você.

— Eu também te amo, mesmo sendo uma louca. — Lina responde e, em seguida, Luna sai.

Em seguida, Lina volta para frente do espelho e observa sua roupa. Estava insatisfeita com o biquíni roxo que havia escolhido, não combinava com a pantalona verde.

— Eu trouxe um branco. Lembro disso. — Fala consigo mesma. Em seguida, arranca a parte de cima, senta ao lado da mala e começa a revirá-la.

Neste meio tempo, a porta do quarto se abre buscamente, sem que a garota pudesse fazer absolutamente nada.

— Lina, você viu como a sua amiga falou comigo? — Enzo pergunta e fecha a porta com força. — Pior foi o meu irmão. Esses dois me tiram do... — Ele arregala os olhos e fica estático ao perceber que a garota está com os seios desnudos.

Já ela ficou tão impactada com a entrada repentina do Valentine mais velho que até esqueceu que estava desnuda da parte de cima.

— O que, Enzo? — Ela pergunta, assustada com o silêncio repentino. — Tiram do que?

Em resposta, o Valentine mais velho apenas aponta para os gêmeos livres de Lina. Ela olha para baixo e arregala os olhos, automaticamente levando as mãos para tampá-los.

— Puta merda, tinha até esquecido que estava sem biquíni. — Declara. — Porra, você também, hein? — Reclama virando de costas para o rapaz. — Como que entra no quarto de uma mulher sem sequer bater? Está louco? E se eu estivesse, sei lá, com alguém?

Já Enzo, ainda atordoado com a cena, dá uma risadinha e também vira de costas. Lina se sente ofendida e volta o corpo para ele novamente. Tampando os seios com as duas mãos, anda batendo os pés em sua direção. Ela para a poucos centímetros dele.

— Está rindo por quê? — Questiona irritada. — Qual a dificuldade de cogitar o fato de eu estar com alguém no quarto?

Enzo, ainda de costas, balança a cabeça negativamente.

— Nenhuma, Lina. Não ri por isso. — Responde com tom risonho. — Apenas pensamentos. Muitos pensamentos que não deveriam existir. — Ele balança a cabeça negativamente.

— Que pensamentos, Enzo? De que droga está falando? — Lina pergunta e Enzo vira em sua direção. A atitude deixa sua boca a poucos centímetros de distância da dela.

Um clima diferente toma conta do ambiente. Lina fica com os lábios entreabertos enquanto Enzo os encara concentrado.

Pensamentos que me colocam em um quinteto amoroso, Lina. Um bem complicado, aliás. — Ele cochicha. — Essa sensação que você tem me provocado é... diferente. — Admite e a garota sorri tímida.

As "sensações", como Lina tem definido, eram recíprocas. Ela ficou feliz com isso. Mas o sentimento foi extremamente passageiro.

"Foda-se se você está atraída por ele, é o ex-namorado de Luna. Não, o beijo naquela boate já ultrapassou todos os limites!", gritava consigo mesma internamente.

Lina respira fundo e, apesar de contrariada, responde.

— É melhor você sair daqui, Enzo, antes que façamos algo que possamos nos arrepender logo em seguida. — Lina declara e Enzo, sem pensar duas vezes, leva uma das mãos à nuca dela.

— Já vou para o inferno mesmo. Foda-se. — Rebate e ataca os lábios da garota à sua frente ansiosamente, fazendo-a ignorar a nudez dos próprios seios e levar suas ao rosto de Enzo, tornando o beijo ainda mais íntimo.

Enzo passeia com as pontas dos dedos livres pela cintura da garota. A vontade que sentia era de apalpar aqueles seios volumosos e brincar com os mamilos rosados, mas não queria que Lina pensasse pior ainda dele.

Já Lina estava perdida naquela troca lancinante. A língua aveludada de Enzo a fazia suspirar. Se ele tentasse tocá-la, com certeza corresponderia.

O volume na bermuda de Enzo estava evidente e já podia ser sentido por Lina. Isso fazia com que a garota perdesse ainda mais a linha. Ela mesma estava prestes a agarra a mão do Valentine e levar até um de seus seios, só que o celular dele tocou.

Enzo se afasta bruscamente e tira o celular do bolso. Era Samantha e ela estava muito, muito irritada com a demora do noivo para comparecer ao luau, que por teoria seria uma das inúmeras comemorações que aconteceriam naquela semana.

O Valentine mais velho estava um pouco atordoado. Lina estava envergonhada com a situação, arrependida de permitir ter se envolvido naquele beijo, mas parada à frente dele com os peitos despidos e era apenas nisso que ele conseguia focar. O membro latejando de tão duro e uma feição desejosa.

Lina percebe o efeito que estava provocando em Enzo e leva as mãos aos seios. Em seguida, vira de costas e anda até o banheiro do quarto, que é uma suíte. Ela se tranca lá para não ter que lidar com a vergonha que estava sentindo.

A loira escuta a discussão de Enzo com a noiva por alguns minutos. Ele falando que ela tem que parar de controlar seus passos e que, apesar de estarem "juntos", não existe sentimento e é um relacionamento de faixada.

Se faz tanta questão de ficar comigo, vai ter que entender que será assim, é tudo fachada, não vou ficar te dando explicações, eu não gosto de você, só estamos juntos por causa desse bebê que já nem sei mais se é meu. — Ele esbraveja e Lina arregala os olhos por conta do peso de suas palavras.

— Vim espairecer, Samantha. Você fica grudada em mim e eu odeio isso. Mas já estou descendo. — Enzo fala e bate a porta, já saindo do quarto.

Neste momento Lina sai do banheiro e encara a porta, chocada com a conversa. Em seguida, volta a sentar na cama e a procurar o biquíni, que não demora a achar.

— Isso é porque estamos na primeira noite. — Fala consigo mesma.

Nota da autora

Não está corrigido. Se estiver com erros de ortografia, por favor, me perdoem.

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