You call the shots, babe I just wanna be yours

POV Harry

Sabe, houveram poucos momentos na minha vida em que eu desejei poder simplesmente apagar certos momentos.

E aquele, foi um deles.

Quando a médica chegou perto de nós com Théo ao seu lado, sua expressão passava tranquilidade, mas a de Théo não.

– Espero que não se importem, eu já adiantei para este moço o que o pequeno Albus tem. Não é nada incomum ou grave, já que descobrimos bem cedo. Apendicite.

A palavra ainda corria solta por minha mente, apendicite.

Ok, era uma cirurgia tranquila, mas era uma cirurgia... ele era tão pequeno...

– Queria pedir para os pais ou responsáveis assinarem a autorização para podermos iniciar a cirurgia.

Remus já se adiantou, indo com a moça para o balcão da recepção. Theo sentou ao meu lado e segurou minha mão.

– Ele vai ficar bem, ok?

Assenti e deitei a cabeça em seu ombro, observando como Teddy e James estavam sentadinhos segurando a mão um do outro e olhando pra gente. Sirius estava terminando de desembaraçar o cabelo de Lily, que jogava em um gameboy.

Remus voltou, parecendo mais tranquilo e sorriu pra mim, se aproximando.

– Harry, eles vão começar a cirurgia agora e o Albus vai precisar passar a noite aqui, amanhã pelo meio dia, vamos pra casa. Você pode levar os menores pra casa e acalmar eles? Sei que quer ficar, mas...

– Tudo bem, eu entendo. Qualquer coisa me liga, ok?

Ele beijou minha testa e foi abraçar as crianças. Levantei e Théo fez o mesmo, esperamos Sírius e Remus se despedirem dos três e fomos embora.

No carro, Lily e James acabaram dormindo, Teddy estava encarando a janela, quieto.

– Teddy, o que foi? Preocupado?

– O Albie não vai molê, que nem a Tonks, né, Harry?

Meu coração doeu com aquilo, oh Teddy...

– Não meu bem, o Albus amanhã já vai estar em casa, bem. Ele só vai tirar uma coisinha de dentro dele que faz ele sentir dor, só isso.

– Que bom, não queria ficar viúvo.

Engasgar foi inevitável, tive uma leve crise de tosse e, quando consegui me acalmar, olhei pra ele com os olhos arregalados.

– Oi!?

– Ah, eu vou casar com o Albus, Harry. Pedi pro James pra quando a gente crescer e tiver idade, pra casar com o Albus porquê ele é muito fofinho. Eu quero casar com alguém fofo!

– Você vai casar com o meu chinelo! Nem saiu das fraudas direito e já tá pensando nessas coisas! Essa juventude querendo apreçar tudo...

Resmungava, sem ligar para Teddy mostrando a língua e Théo, que estava calado, rindo e falando que eu encarnei o Sírius.

Ora! Minha pulguinha azul querendo casar, vê se pode! EU VI ELE NASCER, EU PEGUEI ELE NO COLO!

Fui resmungando o caminho de casa todo. Assim que chegamos, peguei Lily e James no colo com cuidado, Théo abriu a porta e Teddy entrou correndo, indo pra sala. Pedi pro Théo pegar minha mochila no carro e ele foi.

Subi para colocar os dois em suas camas e desci novamente, vendo Théo na cozinha, entrei lá e observei ele tentar cozinhar algo.

– A cozinha é minha, Théo.

– Quero ser útil... você tá sempre sendo perfeito e eu sou só um peso...

Vendo ele alí, parecendo implorar pra ser útil, foi que percebi.

Eu não gosto do Théo do jeito que ele gosta de mim.

Eu tô usando ele pra me curar.

Eu sou um monstro.

{=}

Cozinhei alguma coisa para os menores e para Théo, não estava com fome mas comi junto depois de acordar James e Lily.

Aquilo ainda rodava a minha cabeça.

Eu sou um monstro, eu sou um monstro...

Por volta das três da tarde, quando deu aquela preguiça nos três, eles dormiram, deixando eu e Théo sozinhos, e eu precisava fazer aquilo.

Chamei ele para o meu quarto e mandei-o sentar na cama, sentei ao seu lado e peguei em suas mãos.

– O que foi, Hazz?

– Sabe, hoje eu percebi uma coisa importante... percebi que eu posso vir a te machucar se a gente continuar com esse namoro, porque eu não te amo da forma que você me ama, e eu me sinto culpado por isso.

Ele tentou disfarçar, eu sei que tentou, mas eu vi a dor em seus olhos...

– Tudo bem, quer terminar, é isso?

– É sim...

– Tudo bem, apenas... não vamos deixar de ser amigos, ok? Te perdi uma vez por causa daquele idiota, não quero ter que perder novamente.

Abracei ele e senti seus braços me apertarem. Era tudo o que eu precisava, o colo do Théo.

Não como namorado.

Eu precisava do meu melhor amigo.

Por isso chorei. Chorei em seu ombro, sussurrando meu medo dessa cirurgia, sussurrando o quanto eu estava assustado...

Eu estava desabafando com ele, mesmo que aos sussurros e soluços.

[=]

POV Draco

Quando chegamos em casa, ele correu pra sala para assistirmos um filme que ele pediu, algo como "O estranho mundo de Jack". Eu vi do que se trata e, mesmo não achando adequado pra crianças, sei que Scorpius ama essas coisas.

Culpa daquela mãe desnaturada que resolveu assistir Família Adams com Scorp no colo.

Só espero que ele não vire um emo fã de Linkin Park ou um gótico trevoso.

Sorrio comigo mesmo e resolvo ligar a televisão de uma vez, colocando o filme.

Marry, a moça que cuida da comida daqui de casa, chegou na sala acompanhada de Célia, sua ajudante, uma com um grande cobertor e outra com dois baldes de pipoca. Agradeçi e elas foram embora, me enrolei com Scorpius no cobertor e passamos a comer pipoca enquanto assistíamos aquele desenho... exótico.

Foi bem legal de assistir. Quando o filme tinha acabado, olhei para Scorp e ele estava sonolento. Peguei-o no colo e subi para o quarto dele. Deitei-o na cama e coloquei o cobertor em cima dele.

– Papai... vai nanar com o Scorp?

Sorrio para a fofura dele e aceno, deitando ao seu lado na cama grande de solteiro.

– Claro, papai faz o que você quiser.

– Então nana um soninho, papá, nana com o 'Corp.

Ele boceja e se vira pra mim, me abraçando e enterrando o nariz no meu pescoço.

Oh Scorpius, você é a melhor coisa da minha vida...

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Nana um soninho, papá = Dorme um soninho, papai

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