Destino, porquê me odeia tanto?

A excursão era pra uma agência de modelo, e vocês já vão saber o motivo do meu... ódio talvez?

Quando paramos na frente da agência, descemos em trio, todos estavam encantados em estar em um lugar tão conhecido, por ser a agência de modelo mais conhecida no mundo.

Glamour X Glamour, ou só GXG.

Mas eu, não estava nem um pouco surpreso. Conhecia aquele lugar como a palma da minha mão.

Entramos, ficamos organizados e em silêncio lá dentro, olhando para Dumbledore, este que estava conversando com o diretor da agência, Crownt Jr., quando a conversa acabou, os dois se viraram para nós, com sorrisos no rosto.

-Garotos e Garotas, hoje, vocês estão aqui para estudar, mas, isto não impede-lhes de se divertir, por este motivo, eu, Bartô Crownt Jr, preparei três salões, cada um com um modelo famoso e experiente, ele irá ensinar vocês a posar, se portar em frente a câmera, desfilar e outras coisas, vocês também vão poder fazer perguntas, quando ele disser que podem, ok?

Balançamos a cabeça para mostrar que entendemos, e assim, o Diretor Dumbledore continuou, completando a fala de Bartô.

-Os que entraram no primeiro ônibus, pelo primeiro corredor, os do segundo, no corredor do meio e os do terceiro ônibus no último, em silêncio, por favor.

Eu, Ron e Hermione, fomos pelo corredor do meio, junto com o resto do pessoal do ônibus, até Snape, ele estava na frente, então abriu a porta branca que tinha ali, e entramos todos, sentamos nas cadeiras pretas, ali era igual a uma sala de teatro, inclinada e com um pequeno palco de madeira ali, com cortinas vermelhas e tudo.

Sentamos nas primeiras fileiras, perto do palco. Logo, um homem alto, de pele clara, cabelo loiro e sorriso simpático entrou pela esquerda, ele trajava uma blusa branca, jeans azul e tênis preto, eu conhecia ele, conhecia muito bem.

Quando as pessoas viram ele, deram gritos histéricos, homens e mulheres, até Hermione, que aparentava ser quietinha gritou, ela estava do meu lado, esquerdo e Ron do direito, os dois gritando. Eu e o professor Snape ficamos quietos, peguei meu caderno e lápis, abri no desenho de Sírius e passei pra outra folha, começando outro rabisco, mas continuando ouvindo o que todos diziam.

-Bom, vejo que me conhecem, mas mesmo assim, vou me apresentar formalmente. Sou Remus Lupin, modelo.

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Um tempinho depois, o desenho ganhou forma vi que estava desenhando Remus, ele sorria e tinha uma colher de bebê em mãos, o rosto e a roupa melados e papa, e segurava um pequeno Teddy com o braço livre. Eu lembro desse dia, foi Sírius quem fez a papa, e pelo visto, fez errado, já que era o sabor favorito de Teddy, e ele odiou naquele dia, resultado, melhou o Remus todo, ele quem dava a comida dele naquela época.

Sorrio bobo e anoto o nome deles em baixo, com uma legenda fofa. Ninguém prestava atenção em mim, estavamos em um momento descontraído, todos perguntavam coisas aleatórias sobre a vida de Remus, mesmo eu sabendo todas as respostas, ficava calado, tenho certeza de que ele não sabe que estou aqui.

-Você é casado?

Uma garota perguntou, fazendo com que todos pequenas risadas.

-Sim, casado e com dois lindos filhos.

As garotas suspiraram, decepcionadas, eles estavam sentados juntos, no chão do palco, só restavam eu e Snape na "plateia", ele mexia no celular e eu desenhava, estava reforçando alguns detanhes do desenho.

-Filhos? Não saiu em nenhuma mídia, que você era casado e ainda por cima, tinha filhos.

Hermione pergunta, levemente surpresa. Levanto o olhar para Remus, que olha para os rostos de todos ali, com aquele sorriso calmo no rosto.

-Eu não deixo muito da minha vida pessoal vazar, ainda prefiro minha privacidade, sabe?

Sorrio pequeno e olho de volta para o meu desenho, vendo que já estava perfeito, afinal, era Remus ali, né?

Olhando o desenho, me perco em pensamento, só acordando de pequeno transe, quando senti uma imensa vontade de ir no banheiro. Fecho o caderno, com o lápis dentro e me procuro Snape com o olhar, não demorando muito para encontra-lo três fileiras acima da que eu estava, com os olhos nos alunos em cima do palco.

Me levanto e ando calmamente até lá, tocando-lhe o ombro. Snape me olha, com aquele olhar de enjoado de sempre.

-O que foi, Potter?

-Posso ir no banheiro?

-Você por acaso sabe onde fica o banheiro, garoto?

-Sei sim, professor, e creio que o senhor já saiba disso.

-Não sei do que está falando, Potter. Ande logo!

Concordo levemente e caminho até a saida dali, saindo do corredor e dando de cara com o Nott, ele era meu melhor amigo, antes de eu começar a namorar Tom, ele nunca foi de acordo com o nosso namoro, dizia que o Tom não era uma boa pessoa e que eu merecia alguém melhor, eu, iludido, não dei ouvidos para ele.

E me arrependo amargamente...

Theo é um modelo famoso, faz muito sucesso entre os garotos e garotas teens, fotos sem camisa que ele posta, o miserável tem um corpo lindo.

-Potter? O que faz aqui?

-Minha escola está com um projeto e... ah, você sabe, você sempre sabe das coisas, Nott, não se faça de bobo.

Ele sorri, concordando e arrumando o roupão preto que vestia, com o logo da agência bordado no canto.

-Eu só queria puxar assunto, sei que tem uma escola visitando. Vai pra onde agora?

-Banheiro, se não se importa...

Tentei andar, mas ele segurou meu braço, nem fraco, nem forte, apenas segurou.

-Usa o do meu camarim, eu tava indo pra lá.

Pensei um pouco, o banheiro daqui é limpo e higiênico, mas eu não sei que usa ele, já o do Theo, é super limpo e extremamente higiênico, sem falar que só ele usa.

Suspiro e concordo levemente, fazendo-o sorrir e soltar meu braço, agora agarrando minha mão e me puxando pro lado oposto do corredor. Ele corria rápido, me fazendo rir e ir junto com ele, os funcionários da empresa sempre apoiaram nossa amizade, ficaram bem tristes quando nos viram afastados pelo corredor, nos ignorando e agora, vendo nós dois sorrindo assim, depois de dois anos, estavam sorrindo e acenando.

Chegamos na porta dele, com uma estrela dourada, escrito "Theodore Nott", muito fresco na minha opinião. Sem demorar muito, ele abre a porta e me puxa, fechando-a em seguida.

Já dentro, analiso o cômodo, já não era verde, e sim cinza, tinha sofá, cadeiras, uma penteadeira, prateleiras com livros e uma porta preta, escrito "Banheiro" em uma plaquinha, tinha um tapete felpudo verde ocupando todo o chão.

-Mudou bastante...

-Uma coisa, eu não mudei.

Olho ele, que estava em pé, ao lado da penteadeira, tinha um porta retrato ali, de moldura prata e dourada, era uma foto que nós dois havíamos tirado, lá em casa, no meu quarto, estavamos descabelados, e suados, tínhamos acabado de sair de uma guerra de travesseiros, deitados em meio a lençóis e almofadas, eu com um pijama azul bebe e ele com um azul escuro.

-Esse dia foi legal, saudades dessa época.

-Também tenho saudades dessa época, a época em que éramos amigos, a que você era só meu, a que não existia aquele babaca, que te roubou de mim...

-Nott...

-Me chama pelo nome, Harry.

-Theo, eu deveria ter ouvido você, você tinha razão em relação ao... Ao Tom.

Ele se vira e me abraça, já que eu tinha andando até ele enquanto falava, retribuo o abraço, afundando a cabeça em seu peito. Theo era mais alto que eu, sem falar que era mais velho, ele tem 19, quase 20.

-Então volta pra mim, Harry, me deixa ser seu amigo de novo, sem um babaca interferindo como antes.

-Dorme lá em casa amanhã, meu pais estão brigados e não consigo cuidar de Teddy sozinho, bom... consigo sim, mas ele é difícil de dobrar, sabe? Só se acalma quando eu canto, e eu não posso cantar pra sempre.

Ele se separa um pouco, pensando, logo abre um sorriso enorme, me olhando.

-Canta pra mim? Tô com saudade da sua voz.

Dou uma gargalhada e concordo duas vezes com a cabeça, me separando dele por completo.

-Canto sim, mas, posso ir no banheiro antes?

Caimos na gargalhada e ele concorda, apontando pra porta branca e se sentando no sofá.

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Meia hora depois, Nott me levou de volta para a sala que todos estavam, ou deveriam estar, pois, quando chegamos lá, estava vazia, só tinham as minhas coisas na cadeira da frente e Remus, arrumando algums papéis ali.

-Remus? Cadê todos?

-Harry? o que faz aqui?

-Eu tava aqui com a minha turma, mas pedi pra ir no banheiro, encontrei o Theo e a gente ficou conversando...

-Oh! Você estava nessa turma? Eu não o vi...

Caminho rapidamente até minhas coisas e pego elas, olhando Remus.

-A quanto tempo eles sairam?

-Tem uns vinte minutos, foram de volta para a escola... Harry, de quem são essas roupas? Harry!

-Em casa, pai!

Corro até Theo, que estava parado na porta.

-Harry, o que vai fazer?

-Vou ir andando até a escola, se eu der sorte, pego a última aula.

-Eu tô de moto, deixa que eu te levo, eu que te fiz ficar.

Abraço ele fortemente e agradeço diversas vezes no seu ouvido. Ele corre até o camarim e se veste direito, espero por ele do lado de fora da agência, Theo volta rapidamente, com a chave nas mãos.

-Vem, é essa daqui, a vermelha.

Ele sobe na moto e subo atrás dele, pondo as coisas entre nós e agarrando sua cintura.

-Tá com o seu celular e fones? Você não anda sem eles.

-Bolso.

Ele concorda e coloca um capacete em mim, o reserva, logo, colocando o dele também. Theo liga a moto e acelera, fazendo-a correr, não demorou mais que cinco minutos para chegar-mos na escola, já que ele sabia o caminho.

Quando desci, peguei minhas coisas e tirei o capacete, ele já estava fora da moto também, lhe encarei confuso e ele sorriu pra mim.

-Vou te levar até a sua sala, nem tente discordar.

Apenas entrego o capacete para ele, que coloca no braço e tira a chave da moto.

Entro pelo portão principal e vejo um alvoroço de alunos, mais especificamente, os alunos que estavam na excursão, estavam espalhados por ali.

Fico confuso e surpreso quando Theo abraça minha cintura com o braço livre, olho em seu rosto, que demonstrava o mais puro... ciúme?

-Theo? O que...

-Estão olhando pra você.

-Sempre olham, mas não são olhares de desejo, ok?

-Então é o quê?

-Eu vou te falar, não hoje, mas vou.

Ele concorda e me puxa até Dumbledore, que conversava com Minerva e Snape.

-Professores, Diretor.

-Potter! Onde estava!?

Minerva falava, eufórica, ignorando totalmente a presença do Theo, ao meu lado.

-Desculpe-me, eu pedi para o professor Snape para ir no banheiro, acabei encontrando Theo, um velho amigo, ficamos conversando e quando eu voltei para a sala, só tinha o Remus lá e-

-Senhor Remus.

-O quê?

Pergunto, confuso com a intervenção de Minerva, ela parecia extremamente incomodada por eu tê-lo chamado desse jeito.

-Chame-o de Senhor Remus, vocês não tem intimidade, não trocaram uma palavra, pelo que o professor Snape me disse.

-Mas ele é meu pai...

Olho confuso para Dumbledore, que abre um sorriso pequeno.

-Achei que seu pai se chamava Sírius, senhor Potter!

Novamente, a euforia de Minerva.

-E é, mas é que... Diretor, ajuda aqui!

-Vá se divertir com seus amigos ou vá para casa, Harry, já estamos liberando a turma de vocês, eu resolvo as coisas por aqui.

-C.Certo...

Olho confuso para Theo, que dá de ombros e volta encarar os alunos que olhavam para nós, ou seja, todos.

-Theo, vem comigo até minha sala? É ali na frente.

Ele concorda e aperta mais minha cintura, caminhando comigo até minha sala. Theo fica na porta, enquanto eu arrumo minhas coisas na mochila.

-Nott! Eu sou muito sua fã, tira uma foto comigo?

Já com a mochila nas costas, me aproximo da porta, vendo Lilá parada ao lado de Theo.

-Theo?

-Calada putinha! Só pessoas extremamente íntimas podem chama-lo assim!

-Chamou ele de que?

-Putinha, é o que ele é, uma verdadeira puta!

Olho nos olhos de Theo, vendo-os transmitindo o mais puro ódio, ele levanta a mão e segura meu braço, me puxando pra andar junto com ele, que praticamente marchava pra fora da escola.

-T.Theo.

-Silêncio, Harry, vou te levar pra casa.

Desisto de tentar falar com ele, me deixando andar com ele até a sua moto. Já nela, ele coloca o capacete nele e me dá o outro, coloco o mesmo e subo atrás dele.

Agora... basta a mim acalmar a fera.