Teach us something please,
Como eu disse, a casa tá barulho só.
Consegui dormir por umas duas horas, antes dos meus pais chegarem com Teddy. Eu fiquei tomando conta dele enquanto nossos pais discutiam sobre algo, pelo jeito, era uma coisa séria.
Eu tentava distrair Teddy de todo o jeito, levava ele pra cozinha, pra sala, até pro quintal, mas não pro segundo andar, que é onde eles estão.
-Vamos lá, Teddy, o que quer fazer?
-Ficar com papai!
-Não podemos, papai está... conversando com o pai.
-Harry, Teddy pode pedir uma coisa?
Pego ele no colo e entro em casa, indo pra sala.
-Pode sim, Teddy.
Desligo a TV, que eu provavelmente esqueci ligada quando levei ele pra fora. Os gritos estavam baixos, mas ainda da pra saber que é uma briga.
-Canta pra mim? aquela musiquinha da flor?
Dou um sorriso e concordo, deitando no sofá e ajeitando ele deitado em cima de mim, com nossas barrigas coladas.
-A da florzinha?
Ele concorda e sorri, sorrio mais, admirando aquela aura pura e inocente, que só uma criança tem.
-Lá vai, tá?
Coço a garganta e começo a cantarolar o toque, e logo depois a letra.
-Brilha linda flor... Teu poder venceu. Trás de volta já, o que uma vez foi meu...
Acaricio seu cabelo e ele fecha os olhos.
-Crura o que se feriu... Salva o que se perdeu. Trás de volta já, o que uma vez foi meu...
Vou baixando a voz, assim que percebo o seu sono vindo.
-Uma vez foi meu...
Beijo seus cabelos e dou um sorriso pequeno, pego ele no colo direito e me levanto devagar, subindo para o meu quarto. Assim que chego, coloco ele na cama e cubro-o com o lençol, Drica aparece do canto do quarto e sobe na cama, ficando do lado de Teddy.
-Cuida dele pra mim? obrigado.
Ela se aconchega ao lado dele e deita igual uma bolinha. Sorrio e saio do quarto, fechando a porta e indo pro final do corredor, escutando os gritos deles. Dou um longo suspiro antes de entrar no quarto, assim que entro, vejo eles de pé, gritando um com o outro, parecem não me notar ali.
-Você está fazendo drama Moony, uma coisa não tem nada a ver com a outra!
-COMO NÃO TEM SÍRIUS? TEM TUDO HAVER!
-JÁ FALEI PRA NÃO LEVANTAR A VOZ PRA MIM! NÃO TEM MOTIVO PRA ISSO!
-SÍRIUS, VOCÊ TEM QUE ENTENDER QUE É O MEU TRABALHO! JÁ AQUILO NÃO É O SEU!
-Ei.
-AGORA NÃO, HARRY!
Sírius nem olhou pra mim, nem Remus, estão ocupados demais, brigando por sei lá o quê.
-NÃO FALE COM O HARRY ASSIM, SEU CACHORRO PULGUENTO!
-VAI QUERER COLOCAR O GAROTO NO MEIO DISSO?
-Ei, gente.
-VOCÊ ESTÁ DESVIANDO O ASSUNTO, BLACK!
-Papais.
-AH! SILÊNCIO POTTER! NÃO ESTÁ VENDO QUE ESTAMOS DISCUTINDO? É UM ASSUNTO DE FAMÍLIA, NÃO DIZ RESPEITO A VOCÊ!
Arregalo os olhos e abro a boca, ele... ele fez mesmo isso? Ele acabou de jogar na minha cara que eu sou adotado? Que não sou da família?
Não faço questão de prender as lágrimas que cairam dos meus olhos, assim que ele percebe o que falou, coloca a mão na boca.
-H.Harry eu-
-Não, tudo bem, eu sei que não pertenço a essa família, mas eu vim pedir pra vocês abaixarem um pouco os gritos, porquê enquanto discutiam, eu estava distraindo o Teddy, seu filho de verdade, e agora ele dormiu, só isso mesmo. Podem fazer isso pela família? Pela de sangue pelo menos?
Falo meio embargado, pelas lágrimas que rolam pelo meu rosto e os soluços presos na garganta. Dou um sorrisinho dolorido e viro, indo pro meu quarto, antes de entrar nele, escuto o som de um tapa e o pap- Remus gritando algo como "Seu idiota" pro pai... pro Sírius.
[...]
Sírius dormiu na sala, Teddy dormiu comigo no meu quarto e Remus dormiu no quarto deles. Eu realmente não sei se vou conseguir voltar a chamar o Remus e o Sírius de papai/pai.
Quando acordei, de manhãzinha, a casa estava silenciosa, apenas desci para a cozinha e fiz a comida do Teddy, papinha de banana, ele ama! Levei pro quarto e deixei na minha cômoda, fui no dele e peguei o uniforme da creche, voltei pro meu e tratei de acordar o gatoto e lhe dar um banho, também coloquei comida pra Drica, mesmo que ela passe mais tempo dormindo do que qualquer outra coisa.
Depois do banho tomado, e de arrumado, dou a papinha pra ele e tomo um banho rápido, pego uma roupa que me cobre praticamente todo. -Um conjunto moletom branco e um tênis preto qualquer- me visto e escovo os dentes, lavo o pratinho que Teddy usou e mandeo ele escovar os dele nesse tempinho.
Na cozinha, assim que lavo o prato dele, pego um post-it e escrevo um recado para eles, assim, deixando na geladeira.
"Levei Teddy pra creche, um de vocês pode buscar ele? Não vou poder, talvez chegue tarde.
-H.P"
Pego a mochila de Teddy e coloco os cadernos e lápis que ele precisaria hoje, pego também um casaco e uma capa de chuva, por que, né? Vai quê. Coloco a capa dobrada junto com os cadernos, fecho a mochila e por fim, troco meus óculos pelas lentes de contato.
Pego minha chave, minha carteira, minha mochila, -já arrumada- Meu celular e fone, desco com Teddy e abro a porta, deixo fechada, sem chave e abro o portão, fechando este com a chave.
Caminho com meu irmão até a esquina, até que ele puxa minha mão, me fazendo olha-lo.
-O que houve, Teddy?
-Me leva na 'cacunda, Harry?
Sorrio e Teddy estende os braços, pego ele e coloco na cacunda, que ri e abraça minha cabeça, enquanto seguro suas pernas.
Por onde passávamos, olhavam pra gente, a maioria achando fofo, a pequena parte, curiosa. Até que vejo umas pessoas da minha escola do outro lado da rua, elas parecem não me notar, pelo menos até uma menina, um pouco mais na frente, apontar pra mim, e os outros olharem também, eles ficaram... chocados?
Mas, por que tanto espanto?
Quando me aproximo da creche de Teddy, com vários pais e mães com seus filhos, Teddy se anima e começa a se mexer, faço de tudo pra não deixar essa coisinha cair, assim que Suzy, cuidadora e professora, se aproximou da gente, abri um sorriso, ela também.
-Harry? O que houve? Seus pais tiveram problemas?
-Só uma briguinha boba, mas não se preocupe, um deles vem buscar o Teddy, tá?
-Certo, passe ele pra cá!
Desco Teddy da minha cacunda e coloco em seu colo, tiro a mochila dele no meu braço e entrego pra ela também.
-Até mais tarde, irmãozão!
-Até mais tarde, Teddy!
Aceno e sigo para a escola, que ficava a três quarteirões daqui, uma distância considerável.
[...]
Na escola, foi a mesma coisa, cheguei, todos me olharam, sem nem disfarçar.
Mas, tinha uma coisa estranha... estavam olhando o celular e depois pra mim. O que será que aconteceu dessa vez?
Chego na sala e sento no fundo, pego meu caderno e fico rabiscando até a hora de tocar, coisa que não demora, logo, o professor de história entra na sala, com a mesma expressão tediosa de sempre, pego o caderno certo e começo a escrever tudo o que ele copiava no quadro, fazendo observações de palavras e explicações suas, que me foram úteis na atividade seguinte.
[...]
No intervalo, eu me pus a andar pelos corredores, não me importando tanto pelos olhares exagerados, mas foi quando cheguei no pátio, que a merda aconteceu.
Lilá Brown, uma das patricinhas da escola, estava lá, ela é super chata e irritante. Mas o que tem haver comigo? Eu também não sabia, até ela vir até mim com um copo de café preto e jogar no meu moletom, pegando também na minha calça, -Que vale ressaltar, eram do mais puro tom de branco- olho pra ela, esperando uma resposta.
-Isso é por tentar roubar o Ron de mim, vadia barata! Já basta o Blaise!
-O... O quê?
Como assim, "Roubar o Ron"? A gente só se falou uma vez e... ah, então tiraram uma foto de nós dois juntos ontem? Era isso no celular do pessoal?
Lilá sorri, então sinto mais líquido sendo jogado em mim, fecho os olhos por instinto, mas assim que abro, vejo que são as amigas dela, resumindo, estou banhado de café, e minha roupa, antes branca, se encontra marrom.
Olho ao redor e vejo a maioria com o celular na mão.
É isso? minha vida se resume a câmera de um celular?
Enquanto estou congelado, vejo o sorriso de Lilá morrer ao olhar um ponto fixo atrás de mim.
-R.Ron?
Observo atentamente a figura de Ron vir até mim, ficar na minha frente e olhar para a Lilá.
-Se enxerga garota, você não colocou na cabeça que eu tô namorando e que você é passado? Vai se tratar, doente.
Ele vira e me encara, sorrindo fraco e pegando na minha mão, me arrastando para um banheiro masculino ali na frente.
Assim que ele fecha a porta, escuto-o suspirar.
-Desculpe pela Lilá, ela é uma ex minha, uma das malucas, é sério.
Rio baixinho e concordo, me olhando no espelho da pia.
-Olhe só, estou marrom.
Ele nega com a cabeça e pega uma bolsa preta na pia, indicando o chuveiro.
-Toma um banho, aqui tem roupas limpas pra você, não são minhas, mas um amigo meu emprestou, então não tem problema, e antes que pergunte, eu cheguei lá no pátio rápido porquê vi a foto no celular do pessoal e corri até onde a Lilá estaria, sabia que ela faria algo.
Apenas assinto com a cabeça e entro em uma cabine de chuveiro, tirando a roupa -E tênis- e ligando-o
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cinco minutos depois, eu estava limpo, com cheiro de bebê, -sabonete do Rony- e vestindo uma roupa... peculiar.
Era uma camisa preta de manga curta, casaco preto, com um nome gravado atrás, "Malfoy, 001" em verde escuro, e uma calça preta, folgada, o tênis que usava, eram os mesmos de antes, eram o tipo de roupas que Draco usa. Não, espera... Era a roupa que ele estava usando hoje de manhã!
-Rony, o que o Malfoy está vestindo agora?
-Ele vestiu isso hoje de manhã, tirou pra fazer Educação física e colocou outra roupa, ele trás três roupas todo dia, exagerado né?
Ron ri consigo mesmo e eu rio baixo, três roupas? Tinha que ser o Malfoy.
-Então... podemos sair daqui? Ainda é intervalo, seus amigos devem estar te procurando.
Ron ri e me olha, lhe olho nos olhos e ele continua rindo.
-Sabe Harry, eles sabem que estou com você, mas, assim, se eu convidasse você pra sentar com a gente agora no intervalo, você iria?
-Não.
-Porquê?
-Não... não me sinto confortável.
-Ok, respeito sua decisão.
Sorrio e ele também, mostrando que realmente entendeu.
-Diga a Malfoy, que eu agradeço muito pelas roupas, muito mesmo!
Ele sorri e assente, acenando pra mim e saindo do banheiro. Pego as roupas sujas de café e coloco na mesma bolsa preta de plástico, dou um laço e suspiro, antes de sair do banheiro.
Olhares cairam sobre mim novamente, não teria motivo para não olharem, certo? Eu sou a atração dessa escola, da mesma forma que palhaço é atração de circo, eu sou o Palhaço Potter!
Ando até minha sala e entro, abro a mochila e coloco a sacola dentro dela, tiro meu caderno e começo a rabiscar um rosto, aos poucos, aquilo foi ganhando forma e então, quando começaram a entrar na sala e o sinal tocou, vi que tinha desenhado Sírius.
Ele estava com uma xícara preta e grande de café na mão, a xícara que eu havia lhe dado de dia dos pais, com os dizeres "Eu amo muito o café, mas amo mais o meu pai" em branco e um coração vermelho do lado da frase, ele tinha também, uma blusa, que eu encomendei assim que Teddy fez um ano, que é no dia do aniversário dele, a camisa era vermelha, com uma foto minha e de Teddy nela, em baixo da foto, uma frase, "Melhor pai do mundo" em preto.
Sorrio e escrevo seu nome em baixo do desenho e uma legenda, "Meu pai chato, que eu amo e nunca deixarei de amar", eu vou dar esse desenho pra ele, mesmo que ele tenha me tido coisas horríveis, não quero que ele fique triste comigo, ele é meu pai, afinal de contas.
Mesmo que eu não fale em voz alta, ou melhor, não volte a falar, ele é meu pai.
O diretor entra na sala, todos param o que estão fazendo para olhar o Diretor Dumbledore, com um olhar divertido e sorriso contido, que olhava para todos nós.
-Alunos, durante esse segundo horário, não permaneceremos em nossa escola, já que estamos com um projeto de áudio-visual para daqui dois meses, vamos focar nisso, claro que vão ter aulas normais, porém, só pelo primeiro período, depois do intervalo, iremos todos para um lugar, onde aprenderão a fazer de tudo um pouco, sobre áudio-visual.
Ele finaliza, e passa os olhos novamente pela sala, parando em mim e sorrindo, me deixando levemente confuso.
Uma garota levanta a mão, acho que era uma tal de Ginny, o professor deixa ela falar, assim como os outros sempre deixam quando ela pede permissão.
-Diretor, o que vamos aprender tanto?
Ele sorri e volta a falar, gesticulando com os braços vez ou outra.
-Vão aprender a posar, usar uma câmera, agir diante de uma câmera, desfilar, tirar fotos profissionais, entre outras coisas, como editar fotos e vídeo.
Ótimo, durante dois meses vou aprender muitas coisas... Coisas essas, que eu já sei.
-Vou levar de três em três turmas por semana, essa semana vai a turma de vocês, e mais duas. Separa-rei vocês em trios, um aluno de cada sala, claro, agora, por favor, peguem um caderno, a bolsinha de lápis e me acompanhem.
Peguei o mesmo caderno, que estava desenhando e meu estojo, apenas coloquei o lápis -que estava na minha mão- nele e fechei-o.
Peguei também meu celular e fones, porquê eu já sei tudo sobre áudio-visual e vou ficar escutando música o tempo todo.
Saio da sala junto com o pessoal, fomos até a frente da escola, onde tinham mais duas turmas, uma comandada por Minerva e a outra por Snape. Dumbledore vai até a frente de todos e começa a falar novamente.
-Os nomes que eu chamar, esperem aqui, até ter três e depois caminhem até um dos ônibus, não se separem em momento algum!
E assim, ele foi chamando, uma pessoa de cada sala para formar o tal trio, estavam quase todos formados, quando meu nome foi chamado.
-Harry James Potter.
Caminhei até a frente do professor, e um silêncio gigante se fez presente, todos tinham medo ou nojo de vir comigo, isso era evidente.
-Ronald Billius Weasley.
Pelo menos alguém que não tem nojo de mim! Ele caminha até o meu lado e da um tapinha do meu ombro, sorrio mínimo pra ele, que retribui com um sorriso enorme.
-Hermione Jean Granger.
Quem... é essa?
Uma garota ruiva vem até nós, com um sorriso igual ao de Ron no rosto, acho que já vi ela em algum canto da biblioteca...
-Oi Ron, olá Harry.
Começamos a caminhar até um dos ônibus, a tal Hermione puxou conversa, cumprimentando nós dois, ela conhecê o Ron?
-Oi Mione, esse é Harry! Harry, essa é Mione, minha melhor amiga!
-Oi, Hermione.
Sorrimos e entramos no ônibus, sentamos em uma cadeira da frente, comigo na janela, Ron no meio e Hermione na ponta, começamos a conversar, até que o último trio passou pela porta e o professor Snape entrou, ele que vai ficar responsável pela nossa turma, pelo que parece.
Ok, talvez eu faça mais coisas do que só ficar ouvindo música nessa mini excursão.
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