Our heads could do with filling

Estático.

Eu me encontro estático.

Então, se em 7 dias, eu não tiver um doador compatível, vou morrer...?

Dou uma risada leve e olho pra cima, sorrindo de olhos fechados.

-Só pode ser brincadeira.

-Desculpa Potter, não é...

Depois de um tempo em silêncio, Pansy diz que precisa ir embora, seu turno tinha acabado, então ela sai e eu fico sozinho, organizando meus pensamentos, quando a ficha finalmente cai, minhas lágrimas vão também.

Dentro de minutos, meus "pais" entram no quarto, Sírius tinha a face preocupada e o Remus devastada, tinha uma trilha de lágrimas secas por sua bochecha, seus olhos estavam muito vermelho e o rosto inchado.

-Me dêem uma boa notícia, porquê de más eu já estou cheio.

Os dois se olham e então Remus volta a chorar, Sírius abraça o esposo e tenta acalmar ele, mas olha na minha direção e ainda hesitante, fala.

-Fomos pegar os resultados de compatibilidade, pra saber se um de nós dois poderíamos doar pra você, Harry, mas... você tem um tipo muito raro de sangue, RH Nulo, o sangue dourado, como é chamado por aí, e não conhecemos ninguém que tenha ele, é uma em cinco mil pessoas que possuem ele.

-M.Mas... e o Theo?

Perguntei, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas novamente, não... isso não pode ser real, não pode.

-Mandamos mensagem, ele está em casa com Teddy, cuidando dele. O sangue dele é A ...

-Então... é isso, esse é o fim de Harry Potter.

Sorrio em meio as lágrimas, alterando o olhar entre Sírius, que estava meio desesperado e Remus, que ainda estava chorando compulsivamente.

{=}

Um médico entrou no quarto minutos depois, era o tal médico que estava encarregado de cuidar de mim. David Martins, ele me deu um sedativo que me fez praticamente apagar, acordei lá pelas 11 horas da manhã, reconheci as duas figuras que estavam ali, graças aos óculos, que estavam em meu rosto. Teddy estava segurando a minha mão, sentado no colo de Theo, que estava sentado em uma cadeira de ferro que tem ali ao lado da cama, os dois estavam conversando baixinho, mas pararam quando me perceberam acordado.

-Hazzy! Você finalmente acordou!

-Olá, Ted, porquê não está na escola? São 11 horas...

Olho para o relógio acima da porta, marcava 11:35, normalmente, Teddy sai da escola de 12:30, hoje era uma Quarta-Feira, então, ele tinha escola, certo?

-Tio Theo me buscou cedo hoje, papai Remus ligou para a escola e eles me liberaram, não é demais!?

Olho confuso pra Theo, que dá de ombros, "Coisa de Remus" penso e dou uma leve risada, concordando com Teddy, não verbalmente, mas concordando.

-Cadê eles?

-Remus está na agência, resolvendo algo sobre uma campanha nova, Sírius tá fazendo hora extra na delegacia.

-Oh, sim, entendi.

É claro que eu estava chateado, mas eles não podiam parar a vida por mim, tinham empregos, afinal.

-Daqui a pouco sua enfermeira vem aqui, ela vai te trazer o almoço e os remédios.

-Sim, Pansy Parkinson é legal, éramos amigos no passado.

-E o que aconteceu pra você parar de ser amigo da Passy Pakisson?

Não me aguentei e dei uma risada, junto a Theo, do jeitinho que ele pronunciou o nome dela. Teddy conseguia ser a coisinha mais fofa do mundo.

-Não importa agora, baby, vem cá, Harry está com saudade de você.

Estico os braços para ele, que vem pra cima de mim com cuidado, me abraçando.

-Eu tava com saudade, irmão.

-Também tava, maninho.

Ficamos os três conversando sobre coisas aleatórias, -desde quantos fios de cabelo tem o ser humano, até quantos vídeos tem no YouTube- até a Pansy entrar no quarto, e deixar um homem parado lá fora.

-Eu preciso que vocês dois saíam.

Theo pega o Teddy no colo e sai, acenando pra mim antes de sair, Pansy chega mais perto de mim e olha o soro que ainda estava em meu braço, mas a bolsinha de plástico, onde ficava o soro estava quase acabando.

-Não deveria estar na escola, Parkinson?

-Todas as quartas, as meninas da minha turma, vem para o hospital, para ficarem como trainer, caso tenha esquecido, faço Medicina.

-Ah, entendi, mas porque estava aqui ontem, então? Hoje... eu não sei! Quando eu cheguei aqui, você sabe.

Ela ri de leve e concorda.

-Eu trabalho aqui, permanentemente, das sete da noite de terça, saio as quatro da manhã de quarta eentão começa o meu horário trainer, volto as oito e só saio as quatro, mas tenho pausa pro almoço. Um trabalho pesado, mas que paga bem.

-Entendi.

-Vou trocar seu soro, Harry, substituir esse por um mais forte.

Balanço a cabeça, vendo ela pegar uma outra bolsa e tirar aquela, colocando a outra no lugar. Depois disso ela olha pra porta e suspira, me olhando em seguida.

-Olha, eu vou precisar ir buscar a sua comida lá na cozinha, mas não posso te deixar sozinho, então um amigo meu, que veio fazer o check up mensal, vai ficar com você nesse meio tempo, ok?

-Tudo bem, Pansy.

Ela sorri a sai do quarto, indo para a cozinha como dito antes, e então, ele entra.

Cedrico Digorry.

Desvio o olhar para a parede do meu lado, evitando contato visual.

-Com todo respeito, mas você está realmente péssimo, Potter, quando Pansy falou que você estava quase transparente, achei que ela 'tivesse exagerando.

Sorrio fraco, minhas forças estão desaparecendo, muito provavelmente o efeito do soro, já que é mais forte.

-É a cara dela exagerar, mas eu não tô tão ruim assim, e o transparente aqui é o seu amigo, o Malfoy.

Ele ri, chegando perto da cama, acabo por olha-lo, ele estava mais bonito do que a dois anos atrás, admito. A Cho é uma garota de sorte.

-Ela só não falou o porquê de você estar no hospital... você pegou a doença dos Weasley? Sabia que aquele lesado do namorado do Blas não era vacinado!

-Calma... o Ron namora o Blaise? Essa é novidade pra mim.

Arregalo minimamente os olhos, vendo um sorriso brincalhão em seus lábios, seus lindos, finos e rosados lábios...

Ok, ele é lindo, se cuida Chang.

-Você não sabia, Potter? Eles vivem se agarrando em cada canto minimamente escuro de Hogwarts!

Dou uma gargalhada, ainda fraca, e ele desfaz o sorriso, ficando com uma expressão séria no rosto.

-Então, qual a causa da sua doença?

-Meu... meu fígado, 37% dele está dilacerado, e eu preciso de um transplante em até 6 dias, ou então, bye bye Harry Potter.

-E porquê você fala isso, como se soubesse que vai morrer?

-Porquê eu vou, meu tipo sanguíneo é um raro, o sangue dourado, conhecê?

Vejo seu rosto estremecer, e ele olhar o meu soro, parecendo preocupado.

-Não tem outra solução?

-Não, ou aparece alguém com o meu tipo sanguíneo, ou eu morro.

Ele fica em silêncio, com o rosto sério, e eu iria falar algo para quebrar aquele silêncio, quando Pansy passa pela porta com uma bandeja, e Cedrico sai, quase que no mesmo instante.

-Eu trouxe sua comida.

Ela vem até mim e coloca a bandeja na mesinha, se senta na cadeira e me ajuda a sentar na cama, coloca a bandeja com a comida no meu colo e pede para eu comer.

Com muito esforço, pego a colher e começo a tomar aquela sofá, para comida de hospital estava bastante gostosa, e o suco de laranja natural também, azedinho, bem gostoso, tomei ele junto das pílulas. Quando termino de comer, ela pega a bandeja e sai, dizendo que tem duas pessoas querendo me ver, mesmo confuso, peço pra que ela deixe eles entrarem.

Minutos depois, Ron e Hermione passam pela porta, a morena preocupada e o ruivo desesperado, ambos vem até perto da cama.

-Harry! Oh, meu doce e encantador Harry, o que fizeram com você? Foi aquele brutamonte que estava na escola com você ontem, não foi? Sabia que devia ter mandado Blas dar uma lição nele, meu bebezinho, como ele pôde? Ele não tem coração? Você está muito branco, Harry, Deus! Branca de neve teria inveja! Ah, é esse lugar, nunca gostei de hospitais, eles te deixam mais doente do que você já está! Esse mundo cruel não está pronto para ter uma pessoa tão doce quanto o Harry, e machucam ele! Harry, preste atenção, faça tudo o que fizer, não siga a luz que está no fim do túnel! Ande para o lado contrário, entendeu? Dê uma de Batman e fique longe!

-Ron, acabou?

Mione pergunta, rindo do desespero exagerado do Ronald, que ficou totalmente ofendido ao ver que nós dois estávamos rindo.

-Vocês não me levam a sério!?

Vou parando de rir, olhando pra ele negando com a cabeça, só ele pra me fazer rir em uma hora dessas.

{=}

Eram por volta das três da tarde, Ron e Mione foram embora as duas e pouca, dizendo que vão sair pra estudar com ums amigos, algo assim.

Theo tinha ido pra casa, levando Teddy junto, Remus e Sírius ainda não apareceram e Pansy estava com outro paciente.

Eu estava sozinho.

Antes mesmo de me sentir triste sobre isso, sinto aquela mesma dor do carro, só que mais forte, muito mais forte.

Parecia que estavam colocando carvão em brasa em meu peitoral, queimava demais por fora, e por dentro, era a mesma coisa que cavar a terra com uma colher de sobremesa. Só que, em vez de terra, era a minha carne que estava sendo "escavada".

Dou um urro de dor, sentindo as lágrimas banhando o meu rosto e minha garganta doer pela altura do grito, continuo gritando e levo a mão livre até aquela região, aperto ali, numa tentativa falha de fazer aquela dor parar.

Vejo dois médico entrarem na sala, desesperados, eles vem pra perto e um tenta me fazer parar de me mexer, enquanto o outro injetava um líquido azul claro no compartimento de silicone da mangueira de soro, fazendo aquilo entrar em mim e aos poucos, a minha visão foi escurecendo e eu apaguei.

{=}

Acordei me sentindo estranho, tinha uma máscara cobrindo o meu nariz e a minha boca, duas mangueiras, provavelmente feitas de plástico, entravam pelas minhas narinas, tinha uma mangueirinha de soro em cada braço meu, eu não conseguia me mexer. Percebo que meus óculos ainda estão em meu rosto e viro a cabeça para o lado, com certa dificuldade, vejo Theo sentado em um sofá de couro preto, que tinha no canto do quarto, eles estava com os olhos inchados e vermelhos, parecia ter chorado horrores.

Logo que ele me nota acordado, levanta do sofá e vem até mim, vi que ele tava tremendo, mas mesmo assim, sorriu e aproximou a destra da minha bochecha, fazendo um carinho delicado ali.

-Theo, o que... aconteceu?

Ele engole o choro que estava por vir e se abaixa, começando a falar com a voz fraca.

-V.Você piorou, Hazz...

-Piorei como?

-Agora, tem 60% do seu fígado dilacerado, o suco de laranja se misturou com aquele soro forte que você estava tomando, e fizeram o processo de dilatação se acelerar...

O primeiro soluço dele veio, seguido por lágrimas e algumas fungadas, então, meio relutante, pergunto.

-Q.Quanto tempo eu t.tenho agora?

-D.Dois dias...

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