Hogwarts, Hogwarts, Hoggy Warty Hogwarts

É sério, eles tem que encarar tanto? Eu sei o que aconteceu mas... já fazem dois anos!

Tento ignorar os olhares """""disfarçados""""" dos outros alunos sobre mim e me dirijo para fora da faculdade, passo por uma rua e vejo uma lanchonete, acho que é nova, não tava aqui na sexta. Não pude comer hoje na hora do lanche, tinha gente na sala, então só fiquei andando pelos cantos, tentando distrair minha fome olhando as pessoas.

Avistei um grupo de amigos perto dos armários, eram os populares, Pansy Parkinson, Baise Zabine, Draco Malfoy, Cedric Diggory e Cho Chang, Tom fazia parte daquele grupo, antes de ser expulso daqui pelo que fez comigo, então conheço eles, costumava-mos sentar juntos no intervalo, já que eu e ele namoravamos, Pansy e Baise namoravam desde antes daquilo, embora tenham terminado recentemente, foi a maior fofoca da semana, Cho e Cedric estavam ficando, mas parece que agora é sério, e Draco, ele fica com as líderes de torcida.

Eles costumavam ser legais comigo, mas me afastei deles quando... quando aconteceu.

Nem percebi quando entrei na lanchonete, é sempre assim, eu me pego pensando no passado e faço tudo no automático, só me despertei do meu transe quando uma moça dos cabelos loiros esbranquiçados se aproximou, com uma caneta e um bloquinho de papel em mãos.

-Olá, sou a Luna, o que posso fazer por você hoje?

-Olá Luna, quero só uma fatia de bolo de chocolate com morango, por favor.

-Sim senhor, algo para beber?

-Um suco de abóbora, sim?

-Certo, em dez minutos estaremos trazendo seu pedido, licença.

A moça sai, indo para uma porta, onde muito provavelmente é a cozinha. Pego meu celular e entro em uma rede social aleatória, que só depois de um tempo, percebo ser o Instagram. Eu rolava a minha Timeline, curtindo poucas coisas e comentando outras, até que eu passei por uma foto antiga que o pai Sírius postou.

Era eu, Ele, Papai Remus e Teddy, estávamos no Alaska, indo para uma trilha em uma montanha, o Teddy quebrou o braço esse dia, e pensar que já fazem dois anos...

Teddy tem 5 anos hoje em dia, e mesmo assim, ainda é o meu bebezinho, o meu irmão bobo, atrapalhando e extrovertido.

Acabo sorrindo sem querer, é tão bom quando eu penso na minha família e de repente, está tudo bem.

-Você fica fofo sorrindo.

Olho pra cima e vejo a mesma garota de antes, com uma pequena bandeja em mãos.

-Ah... obrigado.

-Por nada, aqui o seu pedido.

Ela coloca o prato com o bolo na mesa, um garfo e um copo com o meu suco nele, depois sorri e sai. Quando provo o bolo, me vem uma lembrança na mente, de um dia muito bom para mim.

Nossos pais tinham saído para resolver uma coisa do trabalho, fiquei com Teddy em casa, estávamos num tédio sem fim, decidi levar ele para sair, brincar na praça com as outras crianças, ficamos rindo o dia todo, e no fim, quando chegamos em casa, fomos fazer um bolo, bolo de chocolate com morango.

Com essa lembrança, termino de comer o bolo e beber o suco, vou no caixa pagar e saio da lanchonete, caminhando em direção a minha casa, que fica um pouco longe dali, e como eu sou a pessoa mais sortuda do mundo, começou a chover quando eu estava andando, e ainda longe de casa.

Me vendo ali, na chuva, suspiro, Sírius vai me matar, não peguei a minha sombrinha de manhã.

Meu material vai estragar, meu celular vai queimar, e eu, vou ficar doente, incrível como eu tenho sorte. Começa a se formar um nó na minha garganta, meus olhos começam a arder e eu choro, sem precisar forçar as pálpebras para isso, então, o primeiro soluço sai, depois outro, e assim sucessivamente.

Passo na frente de um pub, mas não paro, pra esperar a chuva passar em um lugar seco, pelo simples fato de ter gente lá, e quando eu passei, provavelmente chamei atenção por estar soluçando muito, já que olhei para lá e os populares, estavam olhando pra mim... surpresos?

Não sei, não vi pelos meus olhos estarem embaçados por lágrimas, e os meus óculos molhados pela chuva.

Apenas corro um pouco mais, não desejando aquela atenção pra mim. Escuto passos atrás de mim e penso ser alguém aleatório, querendo escapar da chuva, mas... a chuva para, ao menos em cima de mim, paro abruptamente e olho pro lado, tentando ver quem era ali.

Um garoto ruivo, segurando um guarda-chuva sobre nós, olhando para o meu rosto.

-Ei, o que foi?

-Q.Quem é... v.você?

-Prazer, Ronald Weasley, mas pode me chamar de Ron ou Rony, estudamos na mesma Faculdade.

Olho pra baixo, tentando miseravelmente parar de chorar.

-D.Desculp.pa cara, mas você não d.deve ficar perto de m.mim...

Quando começo a andar novamente, Ron puxa meu pulso, olho pra ele confuso.

-Porque não? Por causa do que o seu ex fez? Que idiotice!

Abaixo a cabeça amuado, com a menção do acontecimento, ainda dói, afinal de contas.

-Vamos, me deixa te levar em casa, vai se molhar mais do que já está se não deixar.

Apenas aceno com a cabeça, meio receoso e perdido com o fato de alguém ter... se aproximado de mim.

Começamos a caminhar lado a lado, em silêncio, pelo menos eu estava em silêncio já que tinha parado de chorar, mas o Ronald não parava de cantarolar uma música. Vencido pelo murmúrio de Ron, faço um esforço pra identificar a música, mas em um instante reconheço-a "You are my Sunshine"

- You are my sunshine, my only sunshine

You make me happy when skies are gray

You'll never know dear, how much I love you

Please don't take my sunshine away... I'll always love you and make you happy

If you will only say the same

But if you leave me and love another

You'll regret it all some day...

Paro de cantar assim que abro os olhos, que nem percebi fechar, olhando Ronald, que estava com os olhos arregalados.

-Puxa vida, Harry!

-O quê?

-Você canta muito bem!

-A.Ah... não é pra tanto, Ron.

Acabo ficando envergonhado, afinal, ninguém além dos meus pais me elogiam, isto é, antes de Tom, eu tinha amigos que me elogiavam bastante.

-Claro que é! O Tom... ele disse que você parecia uma gralha cantando!

Dou uma risada baixa, afinal, era o tipo de coisa que o Tom diria para eles mesmo, não estou nem um pouco surpreso.

-Uh, é claro que ele disse, sabe, quando estávamos namorando, ele costumava pedir para eu cantar pra ele as vezes, dizia que parecia um anjo.

Olho para o chão e percebo que meus óculos ainda estão molhados, tiro-o e pego uma parte seca da minha blusa e seco-o, deixando ele enxuto, coloco-o no rosto e sorrio mínimo, podendo ver a estrada direito.

-Ele é um idiota, sabia? Te difamou pra escola toda.

Rio fraco e olho pra um prédio de dois andares azul, cheguei em casa.

-Aqui, minha casa é essa azul.

Ron olha pra ela e sorri, me olhando em seguida.

-É bem bonita.

-Obrigado, quer entrar e esperar a chuva passar? Parece que vai demorar um pouco.

Ele concorda com um aceno e então entramos em casa, estava com o portão aberto.

Sério, Sírius?

Atravessamos o pequeno jardim e entramos na varanda, peguei a chave e abri a porta da frente, que por um milagre estava fechada, deixo Ron entrar primeiro e entro depois, deixando a porta fechada, mas não trancada.

-Coloque o Quarda-Chuva aqui, sim?

Ele põe a sombrinha fechada no porta sombrinhas e olha para a sala.

-Sala legal.

-Obrigado, Enfim, quer subir Ron?

-Sim, Claro.

Subo as escadas com Ron atrás de mim, abro a primeira porta e entro, deixando o sapato no cantinho e tirando a meia, tiro a mochila das costas, colocando no chão mesmo, ele faz o mesmo e depois olha o meu quarto.

É um cômodo até que confortável, as paredes azuis, o teto com um azul mais escuro e o universo desenhado, que acende de noite pelo aplicativo, tem também umas Led branca perto da cama, que controlo por outro aplicativo, uma escrivaninha com uma luminária, livros papéis e lápis espalhados, é onde eu desenho/estudo. Do lado da escrivaninha uma prateleira de livros, já li todos, tédio que fala. Tem uma mesa em baixo de uma janela, onde tem o meu PC, minha cama é uma de solteiro com o lençol azul também, e umas referências do pequeno príncipe em azul clarinho. De cada lado da cama tem um criado-mudo, com coisas aleatórias em cima. Um pouco depois da cama, tem duas portas.

-Cara... seu quarto é lindo, mas... cadê o guarda-roupa?

Aponto pra porta branca.

-Closet. Sem armário, closet.

Ele arregala minimamente os olhos e franze as sobrancelhas.

-Você é rico ou alguma coisa assim?

-Mais ou menos, meus pais tem trabalhos legais.

Rio baixinho e aponto para a cama, ele caminha até ela e senta. Vou até o closet e pego uma blusa preta e um short jeans.

Volto pro quarto e me viro na parede do lado, ligando o aquecedor.

-Cara, aquecedor?

Dou uma risada e aceno com a cabeça.

-É, aquecedor.

Vou pro banheiro e tomo um banho quente e rápido, afinal, Ron é visita.

Me enxugo com a toalha do banheiro e me visto, voltando para o quarto e encontrando Ron brincando com Drica minha doninha.

-Em minha defesa, ela saiu de baixo dos seus travesseiros!

Rio baixo e vou até os dois, me sentando na cama e acariciando a cabeça de Drica.

-O nome dela é Drica.

-Lindo nome.

-Obrigado.

-Ah... Harry, posso perguntar algo?

-Sim, Ron.

-Você... usa roupas assim na rua também?

-Ah... as vezes, porquê?

Ele desvia os olhos e eu suspiro, imaginando o porquê da pergunta repentina.

-Sei lá, é que na escola você evita mostrar qualquer parte do seu corpo que não seja extremamente necessária.

-Me sinto desconfortável com todos me olhando, já fazem dois anos, e ainda assim, eles nem disfarçam...

-Ata... entendi.

Ficamos em um silêncio estranho por um tempo e continuamos nele, se Drica não tivesse feito um barulhinho e saido do colo de Ron para se deitar nos lençóis.

Rimos e fizemos carinho nela, que aos poucos, foi cochilando, olho para a janela e vejo que já parou de chover, me levanto e vou até minha escrivaninha, pegando um pedaço de papel qualquer e anotando o meu número, junto do nome, entregando para Ron.

-Já parou de chover então...

-Ah, claro! Eu te mando mensagem em casa tá?

-Sim, deixe eu te levar até a porta, tá?

Ele concorda levemente e levanta, calça a meia e o tênis e então, descemos a escada, paro em frente a porta da varanda.

-Olha, eu só não te acompanho até a primeira porta, porquê não tô com sandália.

Ele ri e acena, se aproximando para... um abraço? Bom, faz um tempo que não abraço ninguém, o que custa né? Demos um abraço meio desajeitado, mas foi um abraço, ele separa e caminha cara fora, antes que ele saia, chamo-o de volta, ele se vira e se aproxima confuso, entrego o seu guarda chuva, que peguei antes de passarmos pela porta, ele pega e sorri, dando um aceno com a mão e finalmente saindo.

Entro de volta em casa e fecho a porta, subindo direto para o meu quarto, encosto a porta e pego meu celular na mochila, que não queimou!

desligo a luz normal e ligo os led pelo celular, colocando no azul ambiente. Sento na cama e olho Drica, ela tinha ido para o lado, então deito em baixo dos cobertores, ao seu lado e mecho no Instagram aleatoriamente, até que caio em uma foto de um aintigo amigo.

Blass_Zabini: Triste porquê o meu namorado desmarcou o nosso encontro de hoje. Feliz que foi pra ajudar uma pessoa que precisa.

Essa era a legenda da foto dele, que se consistia em um Blaise fazendo uma careta. Um lado triste e o outro feliz.

Me contento em só olhar para a foto, sem curtir, vai que alguém vê os curtidos da foto e começa a zoar ele por minha causa?

Dou um sorriso fraco, feliz por deixar a imagem dele limpa.

Desligo o aparelho e fecho os olhos, tentando dormir, mesmo sabendo que vai ser impossível, pelo fato de que ainda era dia, e mesmo que conseguisse dormir, daqui a pouco meus pais chegam do trabalho e Teddy da creche, então a casa vai ser barulho só.

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