For now they're bare and full of air,

Fazem 6 horas que o Harry tá naquela sala, mas, de acordo com um médico que veio conversar conosco, ele está em cirurgia.

Como? Não sei, mas surgiu um doador anónimo compatível com o Hazz, ele iria ser operado hoje de qualquer jeito e... eu não sei bem porquê, mas tenho quase certeza que tem dedo do Remus nisso.

Talvez seja porquê ele não para de sorrir pro Telefone? Talvez, não tenho certeza.

Ron tá dormindo no ombro do Blas, ele chorou muito, foi preciso que chamassemos uma enfermeira para dar um calmante a ele, então aproveitamos e demos ao Remus, Sírius e eu próprio tomei um, Blas preferiu ficar acordado, caso tenha alguma notícia, então dormimos por três horas, acordando quase agora.

O fato é, tem um médico vindo na nossa direção, tinha uma feição levemente tranquila no rosto, o que me fez aliviar um pouco da tensão em meus músculos.

-Responsáveis por Harry James Potter?

Remus e Sírius levantam das cadeiras, apressados e preocupados, o médico vai até eles e dá um mínimo sorriso.

-A cirurgia foi um sucesso.

Todos respiramos aliviados, Ron deu um abraço em Blas, Remus apertou a mão de Sírius e eu relaxei os músculos novamente.

-Contudo, enquanto fazíamos a cirurgia, descobrimos uma coisa no organismo dele.

Pronto, voltei a ficar tenso, e pelo que parece, os outros também.

-É muito grave?

Sírius se adiantou em perguntar, fazendo o médico franzir o cenho, logo soltando uma risada baixa.

-Não, é até que inofensivo e muito comum, embora poucos homens descubram, preferem que eu fale na frente de todos ou só para os pais?

Todos olhamos par Remus, que parecia pensar, e Sírius estava ansioso, também olhando para o marido.

Sírius pode até ser considerado o "homem" da relação, mas é o Remus quem manda, faz o marido de cachorrinho. E isso é uma coisa que eu admiro, já que muitas homens, pelo fato de serem passivos, se submetem a seus maridos.

-Pode fala na frente de todos, porque depois, eles vão perguntar o que é e eu não vou saber explicar.

Ele finalmente diz, fazendo o médico consentir e olhar todos nós, um por um, até voltar a olhar o casal.

-Harry, ao que parece, iria ter uma irmã gêmea, mas houve um problema na gestação e o organismo dos dois se misturou, ou seja...

-Harry tem o organismo feminino?

Remus falou, confuso, e eu não estava diferente.

Imagina? um Harry fêmea! Seria um verdadeiro pesadelo.

-Bom, sim, Harry tem dois organismos, um masculino e um feminino, todos funcionando normalmente, saudáveis, porém, o feminino do Harry não passa pelo ciclo menstrual como todos os outros, ele apenas tem a capacidade de engravidar.

-En... Engravidar?

Sírius pergunta, meio avoado, ele tinha ficado confuso, não o julgo, todos estamos.

-Sírius!

Olho para o casal, Sírius tinha caído sentado na cadeira da sala de espera, tremendo um pouco.

-Parkinson! Traga um calmante e...

Antes dele terminar de falar com uma garota que passava ali, Sírius desmaia, assustando tanto Remus quando o médico.

-Maca! Traga uma maca Parkinson!

Ela assente e pega uma maca que tinha dentro de uma sala, trazendo para perto da gente.

-Garotos, me ajudem a colocar ele na maca, sim?

Ela aponta para mim, Blas e Ron, que rapidamente pegamos Sírius, colocando-o ali, ela checa o pulso dele, depois chama outra enfermeira, elas levam ele até uma sala de emergência.

-Bom... acho que ele é um pai bastante preocupado, não?

O Médico fala, olhando para Remus, que balança a cabeça, como se dissesse "Mais ou menos", muito provavelmente ele lembrou da tal briga que eles tiveram, a que o Harry me contou.

-Bom, espero que tenham entendido a condição do Harry, não é um monstro de sete cabeças, não deixem de amar ele por isso, ele não deixou de ser quem era, continua sendo o mesmo Harry Potter, seu filho, amigo de vocês!

Ele fala, sorrindo e apontando para o Remus e depois para nós três, que assentimos e sorrimos para ele, que foi em direção a sala que o Sírius estava.

Finalmente, o Harry está bem.

{=}

-Então, é isso.

-Calma, você tá me dizendo que eu posso engravidar? E que o Sírius desmaiou quando soube?

Estávamos todos no quarto de Harry, falando o que aconteceu enquanto ele estava em cirurgia, que a propósito, ficou muito feliz em saber que não correria mais riscos. Já foram tirados todos os fios que ele tinha no corpo, porém, o soro não poderia see tirado ainda, ele vai ajudar o órgão novo a se adaptar melhor no organismo do Hazz.

O tal do doador anónimo doou tudo que o Harry precisou, até sangue para o hospital, mas em nenhum momento quis que soubéssemos sua identidade. De acordo com o que um médico nos disse, ele era daquele jeito desde a morte do pai, que tinha o mesmo sangue e foi morto por conta disso. Até que eu entendo ele.

-Eu não desmaiei porquê soube que você pode engravidar! Foi uma queda de pressão!

-Sua pressão caiu assim que soube sobre Harry, amor.

-O negócio sobre Harry foi só um incentivo, eu já não estava bem antes!

Rimos da birra de Sírius, fazendo ele ficar ainda mais emburrado.

-Mas então Harry, você vai precisar ficar essa noite aqui no hospital em observação, pra ver se o seu corpo não vai rejeitar o novo órgão.

Remus falou, passando a mão pelos cabelos de Harry, que assentiu e sorriu, dando um bocejo.

-Eu tô um pouco sonolento...

-É a medicação, durma, quando acordar já vai ser hora de irmos, ok?

Ele murmura um "sim" baixo e logo cai no sono. Todos nós saímos da sala, e consequentemente, do hospital, nos despedimos de Ron e Blaise, e eu segui para a casa de Harry com Remus e Sírius, ficaria cuidando de Edd, já que o deixamos com a vizinha.

{_-_}

Blas me deixou na porta de casa e foi para a sua, logo que entrei vi mamãe no sofá, com seus óculos e alguns papéis na mão, contas provavelmente, assim que ela me vê, abre um sorriso pequeno.

-Oi meu amor, aproveitando a semana de recesso?

Ah, está aí uma coisa que esquecemos de mencionar, quinta feira, no caso, ontem, a escola estou em recesso, parece que vão fazer uma reforma nas salas de aula. Isso explica o fato de eu e Blas termos ficado no hospital desde manhã, assim como Hermione, mas ela precisou sair antes de eu e Blaise ver-mos Harry.

-Sim, mãe. Hoje eu fui no hospital, ver aquele meu amigo que tava doente, lembra?

-Sim bebê, e como ele está?

-Melhor, ele fez a cirurgia e se tudo der certo, amanhã vai pra casa.

Ela sorri e assente com a cabeça, voltando a ler aqueles contas e anotar algo no caderno de anotações dela.

Vou para a cozinha e abro a geladeira, pegando uma garrafa de água e um copo no armário. Coloco a água nele e bebo, logo, colocando a garrafa de volta na geladeira e o copo na pia.

-Onde está Gina?

-No quintal, estava cuidando das flores dela.

Ginny é três anos mais nova que eu, com 15 anos, a caçula da família.

-E os gêmeos do mal?

-Trabalhando, eles estão fazendo hora extra hoje.

Fred e George são meus irmãos mais velhos por três anos, eles tem 21, levam tudo na brincadeira mas sabem quando o assunto pede seriedade.

-Percy?

-Com o namorado.

Percy é mais velho que os gêmeos um ano, com 22, está namorando com Oliver, um colega de trabalho.

Suspiro, eu não queria ter que perguntar, mas...

-Papai?

Ela respira fundo e me olha, logo voltando a olhar as contas.

-Trabalho.

-Tá bom, vou pro quarto.

Não espero ela responder e logo subo as escadas, indo pro quarto que divido com meus irmãos. Me jogo na cama e pego o celular, começando a navegar em uma rede social aleatória.

{=}

Escuto uma batida de porta, e passos pesados vindos lá de baixo, tão logo os gritos de mamãe e de papai são ouvidos pela casa toda, largo meu celular na cama e corro pra fora do quarto, indo até o de Ginny e trancando a porta, vejo ela encolhida no chão, ao lado da cama, com a respiração desregulada, falta de ar.

Me aproximo e sento na frente dela, pegando suas mãos.

-Ginny? Consegue me ouvir?

Ela me olha perdida, com dificuldade pra respirar.

-Eu fui visitar o Harry hoje, ele teve uma piora recentemente, quase piorou de novo, mas surgiu um doador compatível e doou para ele, acredita?

Ela vai regulando a respiração, mesmo ainda perdida.

-E eu e o Blas encontramos com o amigo brutamonte dele, o nome dele é Theo.

-O.O gostosão?

Ainda tremula, mas com a respiração normalizando, ela fala, sorrindo leve.

-Isso! Ele deu em cima da gente, acredita?

-De você e do Theo?

-Sim, demos nosso número pra ele, vai que rola alguma coisa, né? Nunca se sabe.

Sorrio e ela faz o mesmo, já normal novamente. Gina começou a ter crises de ansiedade a um tempo, mas só eu, os gêmeos e Percy sabemos, nossos pais não. Ela iniciou isso quando mamãe e papai brigaram pela primeira vez, de lá pra cá, sempre que eles brigam, um de nós vem até o quarto dela e tenta acalma-la, ou seja, todo dia.

-Você é tarado, Ron!

-Eu? Não sou nada, eu só sei aproveitar uma chance.

Rimos de novo e eu abracei ela, fazendo carinho em suas costas, logo que sinto o corpo dela pesar, a pego no colo e coloco na cama, cobrindo-a, pego seu celular e conecto na caixinha de som, colocando uma música calma e em loop, pra não acabar, tocando em um volume que ela não consiga ouvir nada lá fora. Saio do quarto e fecho a porta, fico em cima da escada, ainda ouvindo os dois gritando lá em baixo, suspiro e desco a escada, vendo a mamãe em pé, na frente do sofá e o papai um pouco longe.

-Isso não importa, Molly!

-Importa sim! São seus filhos também, Arthur, temos contas pra pagar e sete bocas pra alimentar, sete!

Ela puxa os cabelos, irritada, ele bate o pé e começa a se alterar.

-Fred e George trabalham, não trabalham? peça dinheiro a eles, mulher! Peça ao Guilherme ou o Charles, eles são casados, tem dinheiro!

Guilherme, ou só Gui, e Charles são meus outros irmãos, Gui é mais velho que Charles dois anos, com 28 anos, Charles é mais velho que o Percy por quatro anos, com 26 anos, ambos casados com lindas mulheres e o Gui a espera do primeiro filho.

Eles moram nas suas casas, um pouco longe da nossa.

-Eles não são obrigados a repor o dinheiro que você gasta com puta! A responsabilidade é sua, não deles!

Papai fica mais bravo do que estava e avança na mamãe, me assusto e corro até a frente dela, levando o soco no rosto em seu lugar.

-Ronald!

Mamãe grita, mas empurro ela mais pra trás, encarando meu pai a minha frente, ele estava estático, olhando pra mim em choque e com certa culpa no olhar.

-Você iria bater na mamãe?

-Ron, eu-

-Fala pra mim! Iria bater nela!?

-Não! Não iria, eu...

-Seja homem ao menos uma vez na vida e assuma seu erro!

Altero um ponto a voz e aponto o dedo no seu rosto, batendo o pé no chão fortemente.

-Rony... filho.

-Não, mãe, essa conversa é entre eu e ele.

Olho-a, que estava parada, assustada, me viro de frente pra ela e a sento no sofá, me viro novamente para o papai, que ainda estava do mesmo jeito.

-Me fala, todos esses dias que vocês brigaram, vocês se importaram com a Gina? Ela ouve as barbaridades que os dois falam, ou melhor, gritam! Ela aguentou calada! E acreditem, se em nenhum desses dia, eu ou meus irmãos não estivéssemos em casa, ela teria morrido!

-Não exagere, Ronald!

O olho indignado, me aproximando ainda mais.

-Você sabe? SABE? POR SUA CAUSA, A MINHA IRMÃ DESENVOLVEU ANSIEDADE! SABE O QUE É ISSO, NÃO SABE? SABE QUE É SÉRIO, NÃO SABE? SABE QUE ISSO PODE DESENCADEAR A DEPRESSÃO, NÃO SABE?

Grito, colocando tudo pra fora, empurro ele a casa frase, vendo sua face ficar séria novamente.

-Não diga asneiras, Ronald! Você não sabe de nada, nada! Pessoas da sua laia não sabem de nada!

Não... ele não quis dizer isso, certo?

Pessoas...

-Pessoas Homossexuais? Você... não, não pode ser.

Rio, negando com a cabeça e vendo-o assentir, me aproximo ainda mais e empurro-o novamente.

-Pessoas da minha laia? Da laia da Gina? Do Percy? Do Fred? Do George? Pessoas da minha laia, não traem, não batem das pessoas por estarem errados, pessoas da minha laia papai, NÃO SÃO ESCROTAS COMO VO-

Antes que eu terminasse de falar, ele desfere outro tapa em meu rosto, dessa vez proposital e no mesmo lugar

-CALA A BOCA, RONALD, VOCÊ NÃO SABE DE NA-

-Sai daqui.

-O quê? Você não tem o direito de me expulsar da minha própria casa!

-Sai daqui logo!

Empurrei ele mais forte, o fazendo cambalear pra trás e passar da porta, quando ele iria entrar novamente, muito bravo, uma mão o puxa pra fora.

-Não ouviu ele? Cai fora, palhaço.

Olhei na direção da voz, era o Theo, o que ele...?

-E quem é você?

-Sou a pessoa que pode te colocar na cadeia com uma ligação!

Papai se solta dos braços de Theo e caminha pra longe daqui, enquanto ele entra na minha casa e me acolhe nos seus braços, então me dou conta da dor que sentia, não a do rosto, e sim a do coração, logo desabei, me sentindo seguro ali.

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