capítulo 2

Eu finalmente comecei a me tratar, meu psicólogo disse que você era como câncer em meu coração e uma hora iria me matar, eu realmente me importava se ia morrer ?

Sim !, minha mente gritava, eu podia viver uma vida sem você, longe de toda sua maldade e agressão, eu não precisava de você!

Demorou, demorou muito para que eu percebe-se que durante todo esse tempo eu era um fantoche nas mãos de um doente, em algum momento você me amou de verdade?.

Meu coração não te amava mais, ele ainda chorava todas as noites a cada pesadelo, a cada crise..., uma única gota daquele líquido salgado continha minha dor, minha história e meus medos.

Eu estava livre, longe das suas maldades e longe de você, meu coração havia te expulsado, mas ainda carregava traumas que o tempo me fez superar.

Quando o sentimento de liberdade me atingiu, corri até o guarda roupa e peguei as roupas que eu tanto amava, mas, você odiava.

Eu saí na rua com aquelas roupas e eu me senti bem por um momento, até que o medo me atingiu, respirei fundo e me forcei a continuar, ninguém me machucaria. Voltei pra casa um tempo depois, eu tinha conseguido.

Mamãe me ligou, papai me ligou e eu atendi, eu esperei os xingamentos, as broncas e o " eu te avisei ", mas eu ganhei suas lágrimas, meus pais choravam e agradeciam por eu estar vivo.

Então eu percebi o quanto precisava deles e não de você, corri para a casa deles o mais rápido possível, não me importava que meus pais morrassem do outro lado da cidade, eu precisava ver eles.

Mamãe me recebeu com um abraço tão forte, mas não doeu, eu já estava curado dos meus ferimentos, eles eram só lembranças de um passado turbulento.

Eu voltei a morar com eles, arrumei um emprego em uma cafeteria de esquina, era tão pequena e simplesmente, os donos eram simpáticos e pareciam gostar de mim, eu não precisava mais de você para me sustentar.

Eles me davam alguns bolos e doces, eu amava cada momento ali dentro, amava as pessoas que eu conheci e que assim como meus pais me dava carinho.

Eu tinha muitas pessoas agora, eu não estava mais sozinho com você, eu não era mais um objeto e sim um ser humano que não precisava mais calcular da ação para não se machucar e não precisava chorar encolhido em um canto sozinho, afogado nos meus próprios pensamentos.

Eles validaram o que eu sentia, me abraçavam na tristeza e na alegria, me fazia sorrir mesmo nos piores dias, mesmo quando eu sonhava com você.

Papai me levou para sair, ele me levou para o circo, mas não eu não consegui gostar daquele ambiente, a maquiagem borrada do palhaço me fazia lembrar do sorriso que eu usava como máscara para ocultar o medo.

Ele não percebeu meu desconforto, eu não queria estragar sua felicidade, mas não podia novamente colocar o sentimento de outra pessoa a cima do meus sentimentos.

Fomos embora, meu pai chorava não de tristeza, mas de felicidade por eu finalmente impor o que eu queria e sentia, ele estava orgulhoso de mim e isso me aqueceu, eu não precisava mais de você para me aquecer !.

Mamãe me ensinou a cozinhar, eu era bom nisso, agora eu já sabia fazer muitas coisas desde de pratos complexos até o mais simples, eu não precisava mais de você para comer!.

Eu estava curado, era independente, livre e feliz...tudo isso por que eu estava longe de você e do seu amor doentio.

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