Capítulo 10
Ai, gente, sério. Já é o capítulo 10 e eu já mudei essa capa um milhão de vezes E NÃO CONSIGO NADA LEGAL AAAAAAAAAAAAAAA.
To dizendo: logo logo vai ser uma capa diferente por capítulo, meu Deus ahauhauha.
É isso, só quis desabafar. Espero que gostem do capítulo!
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Rowan acordou com Zariah cutucando seu ombro. Ele grunhiu, as costas doendo por conta do chão duro, porém ela levou um dedo sob os lábios, pedindo silêncio.
Ele se levantou em um pulo e olhou em volta, mas nada na paisagem parecia ter mudado. Também não viu sinal de Dumbão.
— Escute — pediu Zariah, baixinho, e Rowan apurou os ouvidos.
Todo mundo nasce como uma folha em branco -
Fresco como um amaranto, nem um pouco louco
Ficar assim é uma luta difícil -
É complicado como andar em chamas
Tão áspero como uma sarça,
Os irmãos se entreolharam. Não conheciam aquela letra, apesar da melodia ser famosa. A voz que cantava era feminina e muito bela.
Eles recolheram as coisas em silêncio. Não conheciam o mundo da magia direito e definitivamente passaram a duvidar de qualquer coisa bonita que encontravam. Depois da caverna incrustada de joias dos anões, Zariah começou a relacionar beleza com perigo.
Eles se agacharam e seguiram engatinharam para frente, com medo da dona da voz os encontrar antes que eles decidissem se era perigosa ou não.
Entretanto, não chegaram a avançar muito. Uma mulher apareceu em meio aos espinhos, andando em câmera lenta e de costas. Ela levantava cada pé com cuidado ao dar um passo para trás, oscilando delicadamente com o ritmo da música. Em um dos braços, ela levava uma cesta cheia de rosas.
Este mundo é sombrio,
E este mundo é assustador.
Já sofri duras penas,
Não admira minha aflição,
Não admira minha punição
Que é não confiar em você.
Enquanto seguia cantando, alheia à presença dos gêmeos, Rowan a observou com atenção: era a mulher mais bela que já vira.
Os cabelos estavam amarrados em uma trança complexa que ele nunca vira nem na irmã — o que era surpreendente, já que ela usava o penteado com tanta frequência que ele mal se lembrava de como era seu cabelo solto. Ele pensava ter visto todos os tipos existentes de trançados, porém aquela bela mulher conseguira inovar.
Seu corpo era esguio e se movia com uma habilidade incrível em meio aos espinhos. Seu vestido não parecia sequer rasgado, apesar de esvoaçar com o vento.
Eu não confiarei em você
Você é puro. Você é ingênuo
E eu sou delicada como a neve fresca.
— O que acha? — sussurrou Zariah para ele. — Não me parece seguro...
Porém, não houve tempo para responder. A cantoria parou de repente, e a moça olhou para eles com o cenho franzido. Ela levou alguns segundos para processar a informação dos dois gêmeos escondidos entre os espinhos e, quando o fez, deu alguns passos para trás.
— Vocês são assaltantes? — indagou ela. Rowan ficou impressionado pela maciez da voz. — Não tenho nada comigo, apenas rosas.
Rowan se levantou em um pulo. Não havia mais motivo para se esconderem, afinal.
— Somos viajantes — disse ele. — Não vamos machucá-la.
A mulher pareceu desconfiada.
— Como chegaram aqui? E por quê? — perguntou, dando mais um passo para trás. — Não têm medo da maldição?
— Que maldição? — indagou Zariah, desconfiada também.
— Oh! Vocês não são daqui, são? — perguntou, colocando uma mão no peito. — Todos do reino do Norte conhecem a maldição.
— Somos do Sul — disse Rowan, sentindo-se subitamente envergonhado por isso. — Conte-nos, por favor.
— É a maldição da Aurora — disse ela. — Há trinta anos, nasceu uma menina neste castelo e um banquete foi oferecido para celebrar seu nascimento. Todos do Norte foram convidados, até mesmo os gigantes e as fadas. Porém, eles se esqueceram de convidar uma das fadas, e ela ficou com inveja.
"Caso não saibam, fadas são muito poderosas e é tradição elas darem presentes mágicos para os recém-nascidos. Essa fada, entretanto, foi no banquete mesmo sem ser convidada e lançou uma maldição na bebê: quando completasse quinze anos, ela espetaria um dedo em uma roca e todos moradores do castelo cairiam em um sono de cem anos."
Ela fez uma pausa para observar o castelo abandonado.
— Foi o que aconteceu. O castelo está adormecido há quinze anos e esses espinhos cresceram assim que a maldição se concretizou. Dizem que quem se espeta neles, também cairá no sono da maldição, mas eu descobri que não é verdade. Serve apenas para deixar as pessoas longe.
— E o que você está fazendo aqui?
A moça olhou para a cesta com as rosas e a estendeu na direção dos gêmeos.
— Sou florista. E aqui tem as melhores rosas de todo o reino.
Eles se entreolharam. Zariah fez uma pergunta silenciosa para o irmão com o olhar, e ele deu de ombros e avançou um passo na direção da moça.
— E o que vocês estão fazendo aqui? — perguntou ela. — O Sul é muito longe.
Rowan respondeu:
— Estamos atrás da árvore da vida. Nosso pai está muito doente e apenas ela poderá salvá-lo.
O rosto da mulher se iluminou.
— Oh! Que coincidência! Minha casa fica perto de lá. Como pretendem passar pelo oceano das baleias?
Rowan olhou para Zariah. De fato, eles não pensaram muito sobre aquilo. Já que tinham Dumbão, um oceano não seria difícil, mas agora que o elefante fugira...
— Ele é congelado, não é? — perguntou Zariah, lembrando-se do que viu no telescópio. — É única explicação para não haver nenhuma onda...
A moça riu, interrompendo-a.
— Na verdade, ele não tem ondas porque estamos no Norte e aqui é frio. Mas ele não está congelado. Pelo menos, não inteiramente. A única forma de passar por ele é com um barco bem pequeno.
Uma pausa. Os três se observaram, a última frase da moça ecoando pela cabeça de todos. Por fim, ela disse:
— Bom.. eu tenho uma faca — ela apontou para o cinto do vestido. — Posso dar uma carona para vocês, se concordarem em remar. Se tentarem fazer algo comigo, eu me defendo com ela. E se eu tentar fazer algo... bom, vocês também têm armas pelo que estou vendo.
Rowan não pensou por mais do que um segundo antes de responder:
— Parece justo para mim — ele assentiu com um sorriso. — Za?
A garota fez uma careta, observando a moça de cima a baixo por longos segundos. Ela não parecia perigosa. O corpo era magro e Zariah tinha certeza que poderia vencer dela em uma luta com facilidade.
Ela suspirou, dando de ombros. Que escolha eu tenho? Não vai dar tempo de encontrarmos outra forma de atravessar o oceano, de qualquer forma.
— Tudo bem.
— Bem, eu já colhi o necessário para a semana. Podemos ir agora, se quiserem.
— Por favor.
Eles seguiram a mulher por entre os espinhos. Mais uma vez, se surpreenderam com a agilidade e flexibilidade dela no ambiente perigoso. Passava pelas paredes espinhentas quase sem olhar, como um fantasma. Por muitas vezes ela teve que esperar os gêmeos pois estava indo rápido demais.
— A propósito — disse, enquanto esperava eles atravessarem um caminho particularmente estreito. — Meu nome é Geomi.
Rowan prendeu o ar para passar por entre dois espinhos do tamanho da sua cabeça antes de responder:
— Rowan. E a minha irmã se chama Zariah.
Geomi sorriu docemente.
— Meu barco está perto. Apenas mais dois minutos se continuarmos nesse ritmo.
O caminho que Geomi escolheu, entretanto, era muito estreito e eles demoraram três minutos a mais para passarem e chegarem no barco. Mas, com uma breve olhada para o céu, constataram que pelo menos ainda não era meio-dia.
— Como você consegue andar por aqui de costas? — indagou Rowan, observando rapidamente um corte um tanto fundo que fez ao passar pelo último espinho.
— Oh, eu não ando todo o caminho de costas — ela riu. — Se eu tentasse, talvez eu conseguisse, sim, mas é porque eu venho aqui pelo menos duas vezes por semana há anos.
— Ah, então o mar não é muito grande, né? — indagou Zariah, observando os braços da moça mais uma vez. Porém ela negou com a cabeça.
— É quase um dia de viagem, na verdade — disse.
Zariah arregalou os olhos. Mais um dia perdido!
— E você rema sozinha?! — indagou Rowan com um assobio admirado.
Ela assentiu.
— Por isso que não vejo um preço melhor para a viagem do que vocês remarem hoje — Geomi riu com bom-humor. — Vamos, estou vendo que estão com pressa.
Os irmãos assentiram e subiram no barco preso à uma estaca afundada na margem pedregosa.
Rowan olhou em volta rapidamente antes de entrar. Estavam em um rio, mas não faltava muito para chegarem no mar, ele constatou. Ele conseguia ver os pedaços gigantes de gelo flutuando na água azul e se perguntou que tipo de criaturas se espreitariam em baixo de todo aquele gelo.
Geomi sentou-se no banco da frente, Zariah atrás e Rowan ficou no meio. Pegaria o primeiro turno do remo também em respeito aos cortes no braço de Zariah.
Com um grunhido, ele começou a remar sobre a água cristalina do rio. Zariah observou as pequenas pedras no fundo em contraste com as pedras gigantes que saiam do rio e iam até a margem oposta. Conforme o barco avançava na água, a garota notou que o topo das pedras grandes começava a acumular neve, e encontrou até mesmo algumas pedras de gelo pequenas flutuando.
— Esses blocos de gelo gigante que veremos no mar... — começou Geomi ao notar o interesse da garota por eles. — ...chamam-se icebergs. São como esses pequenos: apenas água doce congelada, mas não podemos bater neles sob nenhuma circunstância, pois podem quebrar o barco.
Rowan assentiu e fez uma curva, onde o rio se alargava. Dos dois lados havia uma camada fina de gelo. Ele conduziu o barco para frente, no caminho estreito, esforçando-se para não bater em nada.
O sol refletia na água, fazendo-a brilhar como pequenos diamantes. A cada metro que eles avançavam, mais gelo se acumulava nas margens e, quando eles se afastaram o bastante do castelo dos espinhos de forma que não podiam mais vê-lo e enfim chegaram no mar, haviam verdadeiras pedras de gelo flutuando ao redor deles.
A temperatura caiu drasticamente e vapor começou a se formar à medida que eles respiravam. Zariah estava prestes a abrir a boca para perguntar a Geomi se ela levava algum casaco extra consigo quando eles ouviram um canto. Ele lembrava levemente os barridos de Dumbão, porém era muito mais bonito. E parecia vir debaixo deles.
Zariah rapidamente colocou o corpo para fora do barco e olhou para o mar abaixo bem a tempo de ver uma sombra enorme deslizando no fundo. Ela engoliu em seco.
— É uma baleia — explicou Geomi com um sorriso, olhando para o fundo do mar também. — São inofensivas se a gente não mexer com elas. Há tantas aqui que é por isso que chamo esse mar de oceano das baleias.
— Qual... — Zariah engoliu em seco. — Qual é o tamanho delas?
Geomi sorriu.
— Oh, são bem grandes. Algumas chegam a ser maiores do que casas. As que geralmente encontro aqui são menores, mas mesmo assim devem ter uns oito ou nove metros...
Os irmãos arregalaram os olhos. Apesar de ela ter dito que eram inofensivas, a ideia de animais tão grandes quanto casas logo abaixo deles os assustava.
— Será que há baleias maiores do que Feijão?
— Acho impossível existir um ser vivo maior do que ele — replicou Zariah, os olhos fixos na água.
— Olhem! Uma delas vai pular! — O grito de Geomi fez os irmãos saltarem de susto. Eles olharam na direção que ela apontava e observaram com um misto de expectativa e horror.
Por um longo minuto, nada aconteceu. Sequer ouviram o canto da baleia. Rowan já estava prestes a voltar a remar quando a água alguns metros à frente começou a borbulhar como se estivesse fervendo.
Então veio o canto, como da última vez e a baleia surgiu. Ela subiu uns seis metros, deu uma volta no próprio eixo e caiu novamente na água, fazendo ela subir tão alta quanto a própria baleia. O pequeno barco foi impulsionado para trás e Rowan precisou aplicar toda sua força para evitar bater no gelo.
Geomi bateu palmas, parecendo muito feliz com o que acabaram de ver, mas os irmãos estavam atônitos. Fora o animal mais assustadoramente belo que eles já viram. Sendo preto no dorso e branco na barriga e olhos, ela possuía quatro barbatanas pelo corpo e uma dorsal encurvada. E isso tudo somado ao salto elegante que acabara de fazer... Eles não tinham palavras para descrever o que sentiam no momento.
Rowan voltou a remar por mais alguns metros antes da próxima baleia saltar. Ela parecia brilhar quando pulou, a luz refletida no preto do corpo, porém dessa vez estava perto demais e a água espirrou nos três, molhando-os um pouco.
— Cuidado — alertou Geomi. — Elas podem não atacar, mas ainda assim têm capacidade de virar o barco.
— Também não podemos nos molhar muito — falou Zariah. — Se vamos ficar o dia todo remando, não podemos nos dar o luxo de ficarmos encharcados, ou vamos congelar antes de conseguirmos chegar.
Rowan assentiu remando com um pouco mais de cautela, mas esse era o máximo que ele poderia fazer. Ele não tinha como prever onde as baleias pulariam, além, é claro, das bolhas que apareciam alguns segundos antes, mas ele jamais iria conseguir desviar a tempo.
Apesar de estarem em silêncio, o som da água e do vento era notável. Rowan conseguia ouvir os dentes de Zariah batendo uns nos outros e isso o fez remar um pouco mais rápido, com medo de uma possível hipotermia em breve.
— Entre ali — indicou Geomi, apontando para o que parecia ser uma caverna feita de gelo a noventa graus deles. — Não há baleias.
Rowan grunhiu com o esforço, seu braço já estava queimando de cansaço, mas conseguiu guiar o barco para lá.
O som das remadas do garoto ficou duas vezes mais alto com o eco quando o barco entrou na caverna, e o corpo dos três fora tomado por uma luz azul por conta do reflexo do sol no gelo.
— Podemos trocar agora — disse Zariah, levantando-se para tomar o assento do meio. Agradecido, Rowan foi para trás.
Os braços da garota começaram a queimar quase que imediatamente. Eles se feriram muito nos espinhos e ela teve a sensação de que todos os cortes se abriram de uma só vez.
Mas pelo menos seus dentes pararam de tremer com o frio.
Quando a caverna acabou e eles saíram no mar aberto novamente, a preocupação com as baleias a distraiu da dor que sentia. Apesar de saber que tanto Rowan quanto Geomi estavam vigiando o mar, ela não conseguia se sentir segura o bastante para apenas focar em remar. A sensação de que alguma baleia poderia se esgueirar para debaixo do barco sem que os dois vissem não a deixava desviar o olhar da água.
— Bolhas! — gritou Rowan, apontando para frente. Zariah gritou de dor quando forçou os remos a pararem de uma só vez. Ela sentiu o sangue se espalhar por debaixo das ataduras e Rowan esticou o braço para ajudá-la.
A baleia pulou a vinte metros deles e eles não se molharam muito.
— Use o remo da esquerda — disse Rowan, pulando para o lado da irmã. — Eu fico com o da direita. Vamos cansar menos assim e poderemos parar o barco com mais facilidade.
Zariah abriu a boca para protestar, mas sabia que era uma escolha sábia. Ela não iria conseguir parar todas as vezes que uma baleia surgisse e, usando dois braços para remar apenas um lado, seus ferimentos não forçariam tanto. Ela não poderia se dar ao luxo de ficar com os braços inutilizáveis, afinal, apenas Deus sabia quando ela iria precisar usar o arco novamente.
— Dobre a atenção, Geomi — pediu ela quando entregou o remo para o irmão.
— Ficarei com todos meus olhos abertos — falou com um movimento de cabeça. Podem remar tranquilos.
De fato, a viagem ficou mais fácil com quatro braços — e mais rápida — para todos. Geomi, por ser experiente naquele mar, praticamente previa onde as baleias iriam surgir. O canto delas acompanhou-os durante o dia e, quando eles finalmente chegaram em terra firme, o sol já estava se pondo e os irmãos estavam exaustos, famintos e com os batimentos tão acelerados que podiam sentir seus corações nas orelhas.
— Nunca mais.... — começou Zariah, jogando-se no chão de pedras onde eles pararam o barco. — ...quero ver uma baleia... na minha vida.
Rowan apenas ergueu um dedo em concordância.
— Bem-vindos ao meu mundo — murmurou Geomi. Ela também aparentava estar acabada com a viagem, apesar de não ter remado.
— Não sei como você aguenta fazer isso toda semana — disse Zariah. — Eu já teria desistido.
Geomi deu de ombros.
— A comida é melhor do outro lado. Vale a pena o esforço.
Rowan se levantou de repente, percebendo o que ela quis dizer com aquilo.
— Pedimos perdão, Geomi... Estávamos com tanta pressa que nem deixamos você comer...
— Vocês também estão de jejum, imagino — ela sorriu com o canto dos lábios. — Teremos que atravessar essa floresta ainda hoje, mas posso leva-los em uma taverna daqui. A comida não é muito boa, mas... bom, pelo menos eu, sou capaz de comer até insetos com a fome que estou.
Os irmãos assentiram, e Rowan não pode deixar de perceber em como ela era gentil, e em como, mesmo estando exausta, conseguia sorrir.
— Depois da floresta demora quanto tempo até a árvore? — indagou Zariah, levantando-se. — Hawton disse que não seria longe.
— Oh, não muito. Poderemos comer, descansar um pouco e...
— Não teremos tempo — interrompeu Zariah. — São quantas horas?
Rowan bateu silenciosamente em seu ombro, em uma repreensão silenciosa sobre o modo que ela estava tratando a moça que apenas queria o bem deles e estava tentando ajudar.
— Uma hora de caminhada, suponho.
— Muito bem — ela olhou para o céu, calculando o tempo que eles teriam de luz. — Espero que a floresta não seja muito grande.
— Melhor irmos, não? — disse Geomi, dando o primeiro passo em direção à mata.
Era uma floresta baixa, com árvores não tão próximas umas às outras. Definitivamente, era a floresta menos assustadora que eles entravam desde o começo da jornada. Não era bonita, entretanto: as árvores pareciam ser todas iguais e o chão tinha tantas folhas que, quando pisavam, seus pés afundavam.
Segundo os cálculos de Zariah, eles já estavam caminhando por meia hora quando ouviram um grito fino, trazido pelo eco da floresta. Os três se entreolharam, subitamente atentos.
— O que...
Outro grito interrompeu Rowan, dessa vez mais desesperado.
Pelo tom, parecia ser de uma criança.
Assustada, gritando a plenos pulmões, como Michail gritara quando fora pego pela bruxa.
Zariah não pensou duas vezes antes de sair correndo na direção onde ela achava ser correta. Rowan gritou, pedindo para que ela esperasse, mas a garota não deu ouvidos. Era óbvio que não era Michail, mas era uma criança desesperada. Que tipo de ser maligno poderia deixar uma criança assim? Zariah não poderia deixar que ela sofresse.
Seguindo o som dos gritos e os pedidos de socorro, a garota logo encontrou o motivo de tanto desespero: lobos. Muitos, talvez uns dez. Eles estavam em uma clareira, banhados pela luz do luar. Rosnavam e cercavam uma pequena menina inteiramente vestida de vermelho. Alguns metros de onde Zariah estava, ela viu uma cesta pequena destroçada que provavelmente pertencia à garotinha.
Ela gritou ainda mais quando o primeiro lobo decidiu avançar em sua direção, os dentes a mostra.
Zariah sacou uma flecha e a posicionou no arco. Seu braço ferido fraquejou quando ela puxou a corda e ela teve que armar a flecha de novo. O lobo derrubou a menina, que caiu com o peso do corpo. Ele estava prestes a dilacerar seu pescoço quando Zariah conseguiu lançar a flecha.
As penas cinzas cruzaram a clareira em uma velocidade incrível e atingiram no pescoço do lobo, alguns centímetros ao lado da cabeça da menina.
Antes mesmo que ela pudesse gritar de susto, Zariah já estava com outra flecha preparada no arco e já a lançava no próximo lobo. E outra.
Quando estava armando a quarta flecha, os lobos notaram a ameaça que a arqueira estava representando e se viraram para ela. Eles sequer levaram um segundo para se organizarem quando cinco de uma vez avançaram em sua direção. Zariah atirou a flecha em um, mas não foi rápida o bastante para pegar outra.
O primeiro lobo já estava a um trote de distância dela. Não haveria tempo de correr.
Zariah congelou no lugar, sem saber o que fazer. O terror que sentiu quando os dentes imundos refletiram a luz da lua, prontos para morder seu pescoço, fora tanto que Zariah sequer ouviu os passos atrás de si, e muito menos o grito desesperado do irmão quando ele puxou a espada e se jogou na frente dela.
|Cada votinho é um lobo morto ou afugentado!|
Leitores do meu coração... posso pedir um pequeno favorzinho antes de mais nada? Poderiam, por favor, ir no fim do capítulo um e ver se tem minhas mensagenzinhas finais lá?
É a mensagem mais legal, que eu conto sobre o porquê dos nomes "Rowan e Zariah", porém, por algum motivo, o wattpad decidiu só apagar ele algumas pessoas acabaram não vendo... Sei que parece meio nada a ver pedir isso, mas eu amo os recadinhos hehehe. E o que aparece pra mim, pode não aparecer pra você, por isso, to pedindo pra dar aquela conferidinha massa pra mim..
(Se estiverem lá ou não, me avisem, hein. Pode ser lá ou aqui mesmo)
Agradecerei demais se você fizer isso, SÉRIO.
De qualquer forma, esse capítulo foi incrivelmente longo, ugh... vocês gostaram da Geomi? Quais foram suas impressões? (ela é cantora, ela) Estaria Rowan apaixonadinho, finalmente? hehehe...
Bom, não vou enrolar muito porque esse recadinho está grande.. mas até amanhã, meus aventureiros! (ou quando eu tiver tempo pra terminar o próximo capítulo, SOCORRO)
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