Screw Everything | XIV

Autora aparecendo de surpresa novamente. Ainda estão aí?

Veritaserum or Imperius | Draco Malfoy

A frase dita pela Astória nos assusta. O Harry aperta firme minha mão entre os dedos fortes e o Nott parece alerta, como bom sonserino que é.

Olho em volta discretamente e vejo o pai do Theo sorrindo ao conversar com o meu pai e outro homem que eu sabia ser amigo deles. Não sabia o nome, mas lembrava das reuniões com o lorde das trevas.

O Sr. Nott é loiro assim como o meu amigo, mas seu sorriso não é leve e doce, parece sempre estar planejando algo. Ele bebe um gole do líquido âmbar em seu copo transparente e olha em direção para o local que meu grupo estava.

— Precisamos ir para outro lugar — o Harry diz — Já sei quem pode nos ajudar com isso — o Potter sorri e guia o nosso grupo em direção a família com maior número de ruivos na sociedade bruxa da Inglaterra.

Ginny Weasley usava um vestido florido de alcinha que mostrava suas pernas e lhe dava um ar ainda mais jovem. As duas tranças em seu cabelo e o restante dos fios soltos deixavam a grifinória parecendo angelical.

— Preciso da sua ajuda — o Harry fala para garota sem enrolar muito.

— Só dizer no que eu estou me envolvendo — a ruiva concorda com a cabeça e parece animada em fazer algo diferente.

— Precisamos tirar aquele grupo da sala — indica os três homens com a cabeça — E de um lugar vazio.

— Me dêem um minuto — ela levanta o dedo indicador direito e caminha até um rapaz que passava com uma bandeja equilibrando taças cheias.

A garota agradece ao garçom com um sorriso de canto e caminha em direção ao local que os homens conversavam. Ela esbarra no Sr. Nott, derrubando champanhe nas vestes caras.

O homem fala algumas palavras duras, mas a Weasley apenas sorri docemente e se desculpa ao apontar para o corredor, onde ficava o banheiro. Meu pai e o outro homem seguem o pai do Nott para fora do salão.

— Vamos? — ela nos leva até uma sala no primeiro andar.

— Você foi ótima! — a Astória elogia a outra garota.

— Acho que não nos conhecemos — a ruiva franze as sobrancelhas.

— Prazer, Astória Greengrass — a garota morena de olhos azuis se apresenta.

— Eu sou Ginny Weasley — a grifinória sorri.

— Eu sei quem é você, apanhadora da Grifinória — a sonserina lembra e sorri largo como se tivesse orgulhosa.

— Gosta de quadribol? — pergunta a Weasley interessada.

— Gosto, mas não sou tão boa no esporte — explica mordendo a parte interior da bochecha, ela estava envergonhada — Prefiro assistir.

— Então, o que tá rolando? — o Nott encosta na parade e cruza os braços na altura do peito.

— Meu pai está envolvido com um grupo que quer tirar o Shacklebolt do ministério — conto aos três que não sabiam da história — Por isso que uma carta que escrevi foi trocada e enviaram a que eu me declarava para o Harry.

— Você escreveu uma carta? — o Nott sorriu mordendo o lábio inferior — Sabia que ele falava seu nome enquanto dormia? — o loiro encara o Potter.

— Nott! — reclamo para que ele calasse a boca.

— Eles acham que se o Harry ficar comigo isso irá manchar a imagem do Shacklebolt — explico.

— E o único elfo diferente era o do seu pai, Nott — o Harry completa.

— Mais que merda! — o outro sonserino ralha nervoso — Eu odeio essa porcaria de guerra. Parece que ela não vai acabar nunca! — anda de um lado para o outro e a ruiva o segura pelos dois ombros para que ele ficasse parado.

— Vocês fizeram exatamente o que eles queriam — a Weasley observa confusa.

— Eu achei que poderíamos provar que o Draco era uma boa pessoa e ao mesmo tempo eles achariam que estavam ganhando e se expôr — o Harry conta a ex-namorada.

— Foi um pensamento bem sonserino — a Astória elogia e eu pisco para o Harry lembrando que havia falado a mesma coisa.

— Então vamos ficar de olho neles hoje — Weasley sugere — Descobrir algo.

— Sim — o Nott concorda — Não quero ver nossos amigos divididos de novo numa disputa por poder — declara e eu o entendia. Sempre que as famílias brigavam, acabava afetando a gente na Sonserina.

Nos dividimos ao chegar no salão, onde o evento acontecia. A mais nova dos Weasley foi avisar ao irmão e a Granger. A Astória deveria procurar o Blaise e a Pansy.

O Nott iria tentar ouvir as conversas do pai e o Harry foi convidado pelo ministro para uma reunião particular. Fiquei sozinho por um tempo tentando não parecer nervoso. Eu já tinha frequentado várias festas como essa, sabia como me comportar.

Percebo um aviãozinho de papel voar em minha direção e lembro de que era assim que o ministro se comunicava no Ministério da Magia. Desdobro o papel e vejo uma mensagem do Harry me pedindo para ir até o escritório.

Deixo a taça em uma mesa vazia e sigo pelo corredor pouco movimentado. Quando eu iria segurar a maçaneta, um homem de cabelos longos com vestes vermelhas, que pareciam caras aparece.

— Eu sabia que você iria tentar algo — ele sorri largamente.

— Apenas recebi um recado do Potter para vir até aqui — tento em explicar, deveria ser apenas um mal entendido.

— O seu namoradinho famoso não pode te proteger dessa — ele continua a falar — Tentando invadir a sala do Ministro.

— Eu só quero ir embora — tento passar, mas ele bloqueia o caminho.

— Você vai ter que me atacar para isso — me avisa — Finja que nada aconteceu assim como seus pais fazem com as duas vezes que se aliaram ao Lorde das Trevas.

— Me deixa passar — peço mais uma vez, procurando a varinha nas vestes, não estava gostando nada do rumo daquela conversa.

— Eu sei o que você fez, garoto — os olhos escuros encaram os meus diretamente — Não é todo dia que vemos quem matou o grande Dumbledore.

— Não sei do que está falando — nego com a cabeça e minha respiração se torna pesada. Poucas pessoas sabiam o que aconteceu naquela noite.

Não havia sido eu, o professor Snape terminou o que deveria ser feito. Mas todos os comensais acreditavam que tinha sido eu... E se ele tivesse ouvido algo?

— O que aconteceria se todos lá fora soubessem? — questiona ele  arqueando uma das sobrancelhas — E ainda por cima saberem que o Potter sempre soube de tudo.

Nunca acreditariam na minha palavra nem da do Harry por estar comigo se comensais testemunhassem contra mim.

— Estupore — falo baixo ao puxar a varinha e apontar em direção ao peito do homem.

Ele bate as costas na parede e antes que eu me afaste, o homem começa a gritar por ajuda. Sinto meu coração disparar, pois ele sorria enquanto dizia que um comensal tentava invadir o escritório particular do ministro.

Várias pessoas começam a chegar e eu me sinto sem saída. Os olhares eram de julgamento e eu não conseguia passar com a barreira que formaram.

Percebo uma movimentação e vejo a Astória empurrando algumas pessoas antes de envolver o meu braço ficando a minha frente. O Harry chega logo depois seguido pelo Ministro.

— Ele estava tentando entrar no escritório do ministro — acusa o homem — O que você estava procurando aí? O que é de valor fica no ministério.

— Eu não... Não... — tento explicar, mas não conseguia formular uma frase inteira com todas aquelas pessoas olhando pra mim.

As pessoas comentavam baixinho e eu pude ver o flash de algumas câmeras. O Harry vem em minha direção e me abraça para cobrir meu corpo, tirando-me do corredor e guiando para um quarto vazio.

— Mais que droga — murmuro ainda tremendo pelo que havia acontecido — Mordred! Ele veio me atacar... Falando de coisas que poucas pessoas sabiam... Ameaçou você, Harry — sento na cama.

— Eu sei — o Harry se ajoelha em minha frente e segura em ambos os lados da minha bochecha para olhar em meus olhos — Foi uma armação.

— O seu pai sabia — a Astória fecha a porta e me olha nervosa.

— Como? — o Potter questiona.

— Vi ele conversando com aquele homem antes — a garota conta — Isso foi antes de você sumir.

— É incrível como ele só pensa nele — reclamo frustrado e bagunço meus cabelos com os dedos. O Harry deixa um beijo em minha testa para que eu me acalmasse.

Ouvimos batidas na porta e logo depois a voz do Shacklebolt chamando pelos nossos nomes.

— Eu vou falar com ele e explicar tudo — o Harry garante e acaricia o meu rosto, sorrindo de canto antes de se afastar — Astória, não deixa ele sair daqui.

— Vai ficar tudo bem — a Astória senta ao meu lado — O Harry Potter vai conseguir resolver tudo — sorri da forma que ela falou o nome dele, como se o garoto fosse capaz de tudo.

— Não sei se te disse isso, mas vou dizer novamente. Você é uma garota legal, Asty — sorrio pra ela e vejo seu olhar iluminar — Você vai ser muito feliz.

— Obrigada — ela concorda com a cabeça — Espero que alguém olhe pra mim assim como vocês dois se olham — a sonserina elogia e meu peito se aquece.

— Tô nervoso — levanto e ando de um lado para o outro no pequeno espaço do quarto.

Quando me aproximo da porta percebo o silêncio que estava no corredor, o que indicava que as pessoas haviam dispersado. E o silêncio permitiu que eu ouvisse o que o ministro e o Harry falavam do lado de fora.

— Não posso te nomear auror — a voz do ministro exprimia decepção.

— Mas você... — o Potter estava confuso e não concluiu a frase.

— As coisas mudaram, Harry — é a única explicação que o Shacklebolt dá ao Harry e eu entendo que a culpa era minha por hoje.

— Tudo bem — o mais jovem responde firme e eu consigo imaginar os olhos verdes tempestuosos.

Nesse momento abro a porta e os dois me olham. A Astória levanta da cama rapidamente e corre em minha direção.

— Eu vou embora — aviso a ninguém em específico.

— Nós vamos embora — o Harry entrelaça os nossos dedos.

— Não Harry, você fica — decido, me sentindo culpado pelo que havia acontecido.

— Sabemos que não foi sua culpa, Sr. Malfoy — o ministro diz — Mas no momento...

— Se você não pode estar aqui, eu não tenho o que fazer neste lugar — é tudo que o Potter diz encerrando a conversa — O Senhor poderia avisar aos Weasley?

— Claro — o mais velho concorda — Vamos conversar depois, Harry — o homem pede.

— Avisa aos nossos amigos, por favor — ele se dirige a Astória e a garota concorda.

Aparatamos para Hogsmeade, onde o clima estava agradável. O pequeno vilarejo assim como a escola estavam silenciosos e praticamente vazios.

Caminhamos em silêncio, apenas sentindo o calor das nossas mãos juntas em direção ao Lago Negro. Minha mente era rodeada por culpa, pois não queria ter arrastado o Harry para minha bagunça pessoal.

Eu sempre estragava tudo.

Aperto a mão bronzeada algumas vezes como reflexo dos meus pensamentos raivosos e ele para no meio do caminho.

— Que se dane tudo! — o moreno fala alto, parecendo explodir.

— Harry... — o seguro pelos ombros e o vejo passar as mãos nos cabelos, os deixando ainda mais bagunçados.

— Não ouse se culpar, por favor — o garoto súplica e eu vejo os olhos verdes marejados — Foi uma armação. Nada disso é culpa sua ou minha — fala mais uma vez — Eu falei que esse ano seria tranquilo, vou estudar e passar como qualquer outro aluno — garantiu.

— Harry, você é péssimo em algumas matérias — eu o lembro sorrindo de canto e algumas lágrimas molham minhas bochechas.

— Obrigada pelo incentivo — o grifinório gargalha e eu enxugo suas lágrimas, passando o polegar pela constelação de sardas.

— Mas eu vou te ajudar — pisco um dos olhos e o abraço.

O moreno envolve minha cintura e nós ficamos daquele jeito por um tempo. Sentindo nossas respirações, o som do vento e sentindo as batidas calmas dos corações em nossos peitos.

O Potter se movimenta como se estivesse dançando em um baile e eu o acompanho. Não havia música e eu não conseguia pensar em nenhuma, só focava na sensação dos nossos corpos juntos.

— Dançamos pouco no baile — ele me lembra.

— Em compensação aproveitamos muito depois — brinco e ele sorri.

— Namora comigo? — o grifinório pede e meu coração antes calmo, dispara — De verdade.

Jogo a culpa, o medo e a insegurança  para longe antes de sorrir para ele e concordar.

Foram anos imaginando como seria essa cena e ela não poderia parecer tão diferente, mas a naturalidade da pergunta e a calma que nem geralmente tínhamos me deixou confiante.

Ah Harry Potter... Em todas as hipóteses eu disse sim, nessa não seria diferente.

Senti o gosto e calor dos lábios dele contra os meus, então encarei os olhos verdes antes de fechar os olhos e me deixar levar pelas sensações.

×××

Eu estava sem tempo para escrever, foram muitos trabalhos da faculdade que eu não conseguia nem pensar direito de tão sobrecarregada. Esse capítulo finalmente saiu e eu estou feliz com o resultado dele, pois eu amei escrever.

No meu projeto ainda temos três capítulos para o final da fanfic, então espero não me demorar tanto.

Obrigada por permanecerem aqui.

Ella

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