Hogsmeade | VII

Jingle bell, jingle bell e o meu presente pra vocês é esse capítulo ❤️

Veritaserum or Imperius | Harry Potter

Eu vou a Hogsmeade com Draco Malfoy.

Eu vou a um encontro em Hogsmeade com Draco Malfoy.

Eu vou a um encontro com o Malfoy!

Não havia me dado conta disso até começar a me arrumar para ir ao vilarejo próximo a Hogwarts, quando meus amigos começaram a me zoar.

Merlin! Por que eu estava tão nervoso?

– Você vai acabar arrancando seu cabelo – o Ron comenta ao me observar em sua própria cama enquanto eu tentava deixar meu cabelo apresentável.

— Estou ansioso — digo para o ruivo encarando seu reflexo no espelho.

— Ele confessou estar apaixonado por você, Harry — o Weasley me lembra — Fica tranquilo.

— Essa roupa tá boa? — questiono para o meu melhor amigo enquanto encarava o espelho em dúvida. Aquela calça preta era um pouco justa, mas o sweater vermelho e dourado foi escolhido como piadinha entre nós. Será que deveria me arrumar mais?

— Harry, você poderia ir com uma abóbora na cabeça que o Malfoy te acharia incrível — meu amigo sorri.

— Ron, seja um bom amigo e me ajude — peço o fuzilando com os olhos.

— Eu estou sendo — ele afirma — Lembrando o quanto o sonserino é bobo por você. Mas eu escolheria o uniforme de quadribol — pisca um dos olhos citando a carta.

— Ronald! — eu abro a boca surpreso.

— Acho que o Malfoy iria surtar — o ruivo gargalha — Mas vocês não iriam comer a comida.

Uso a varinha para lançar um dos travesseiros contra ele, provocando risada em nós dois, mas meu coração acelerado fez o meu sorriso morrer. O frio na minha barriga não parecia algo bom.

— Tô com uma sensação estranha — comento.

— Como diria a Hermione, são as borboletas em seu estômago — ele cita aquela frase trouxa com uma expressão confusa como se aquilo não fizesse sentido. O problema era que não era aquele tipo de euforia que o Malfoy me fazia sentir.

Minhas preocupações são deixadas de lado quando o Neville entra no quarto procurando seu casaco, enquanto o Dino e o Simas conferiam se estavam com dinheiro suficiente para tudo que iriam comprar.

Pego meu cachecol e sigo o grupo de grifinorios pelo castelo. Assim como nós, alunos de outras casas vestiam roupas quentes para visitar Hogsmeade.

Os que iam pela primeira vez seguravam firme suas autorizações com medo de algo acontecer e acabarem perdendo o passeio, o que me fez lembrar da minha primeira vez no vilarejo bruxo usando a capa de invisibilidade já que o tio Walter não tinha assinado o papel, mas depois o Sirius garantiu meu passe livre nas visitas.

— Nós vamos a Dedos de Mel para comprar alguns doces e depois vamos ficar no Três Vassouras — o Ronald avisa, segurando a mão da namorada com os dedos entrelaçados.

— Quer que a gente te espere? – a cacheada questiona — Poderemos voltar juntos, se quiser.

— Acho que não precisa — sorrio de canto.

— Qualquer coisa sabe onde nos achar — minha amiga sorri.

— Até mais, Harry — meu melhor amigo acena.

Observo o casal se juntar aos outros alunos, seguindo para o vilarejo coberto de neve. Todos devidamente agasalhados conversavam animados pela saída do castelo e com os bolsos cheios de cicles e nuques prontos para serem gastos.

Mantenho minhas mãos dentro dos bolsos da caça para mantê-las aquecidas, enquanto espero o Malfoy na entrada da escola de magia e bruxaria. Não demora muito para que eu veja o loiro vir em minha direção ao lado dos seus amigos.

O cabelo loiro estava perfeitamente penteado e as vestes pretas de sempre combinavam demais com ele. O garoto sorriu de canto e acenou antes de se aproximar. Não sabíamos muito como nos cumprimentar em frente às pessoas, então apenas seguimos para Hogsmeade um ao lado do outros.

Os ombros tão próximos ao ponto de esbarrarmos um no outro e os dedos mindinhos entrelaçados nos mantinham conectados. E claro que aquela cena chamaria atenção das pessoas, mas não poderíamos nos importar menos.

Olho a fachada da Casa de Chá da Madame Puddifoot e torço o nariz pela decoração composta por rosa e babados, com certeza aquele lugar também não era a primeira opção do Draco, pois o loiro aparentava que iria vomitar a qualquer momento.

— Tem certeza que quer entrar? — questiono preocupado — Podemos ir a outro lugar se você quiser.

—Tudo bem — ele aperta a minha mão, finalmente tocando toda a palma com o calor da sua — Só parece uma enorme casa de bonecas, isso me assusta — ele comenta e eu sorrio ao concordar com a cabeça — Mas tenho uma reserva em meu nome e a comida daqui é boa.

Entramos no lugar e fomos sentar numa das mesas mais afastadas. Agradeci mentalmente pelo lugar dificultar a visão das pessoas. Era um tanto irritante ter um encontro com as pessoas olhando e murmurando o tempo inteiro.

Ficamos conversando como temos feito muitas vezes nessa última semana. O Malfoy era engraçado e nós sempre estávamos rindo de algo.

O sonserino era incrívelmente competitivo, não sabia perder, amava falar sobre quadribol e sobre os amigos.

Nunca imaginei que o Draco seria assim e que poderíamos ter uma refeição com talheres pontudos a mesa.

— Não achei que você fosse do tipo que gosta de chocolate — comento.

— Chocolate é uma das melhores coisas inventadas pelos trouxas — o loiro comenta fascinado.

— Draco Malfoy elogiando trouxas? — eu abro a boca fingindo surpresa — Quem é você e o que você fez com o sonserino ranzinza?

— Fale baixo — ele leva o dedo indicador aos os lábios avermelhados — Não acabe com a minha reputação — o loiro brinca e nós rimos — Ranzinza?

— Sim — eu acuso e ele nega com a cabeça — Você que é chato.

— E você me chamou pra um encontro — pisco um dos olhos.

— Não se ache tanto, Hazzy — lança um beijinho voador.

— Se você diz, Dray — acaricio sua mão em cima da mesa.

— Você veio com um sweater vermelho — o Draco comenta após um tempo.

— E você com o cachecol da sonserina — acuso — Provocador.

— Você não viu nada — ele passa a língua umedecendo os lábios.

— Torço que me mostre ainda hoje — falo baixinho — Ou vou me arrepender de não ter colocado a roupa que o Ron aconselhou.

— E o que seria? — o loiro me olha confuso.

— Algo que você com certeza gostaria de ver — afirmo.

— Não faça isso — o Malfoy pede — Você sabe que eu fico curioso — mas eu apenas sorrio.

— Talvez esteja em seu próximo sonho — dou de ombros esperando que ele lembrasse do que escreveu.

Comentamos sobre as outras pessoas no restaurante criando conversas imaginárias que eles estariam tendo. Criamos cinco piadas internas durante o tempo que esperávamos a refeição e falamos sobre quadribol.

Estávamos comendo quando Lucius Malfoy se aproximou e sentou em nossa mesa. Minha mão instintivamente foi até a varinha enquanto o Draco encarava o pai sem reação alguma.

— Então essa era sua companhia? — o sorriso frio do Lucius me irritava — A Astória não quis me contar, então fiquei curioso. Harry Potter.

— O que o senhor está fazendo aqui? — o Draco questiona confuso.

— Eu paguei por essa reserva— o Lucius comenta sem se importar em estar atrapalhando — Esse era para ser um encontro de noivado, mas você se superou garoto. Estar com Harry Potter é muito melhor, que tal conversar algo com o seu sogro, Potter?

— Eu vou embora — levanto da mesa me recusando a permanecer naquele lugar.

— Não seja mau educado, Potter — o Malfoy mais velho fala.

— Não tenho nada para conversar com você, Lucius — falo convicto — Mas, hoje eu estou de bom humor – sorri irônico mantendo a varinha para me defender.

Era uma droga o Lucius ter estragado o momento incrível que nós estávamos tendo. Queria lançar feitiços nele por isso e por muitas outras coisas que guardei esses anos.

O Draco aparenta estar nervoso, ele não se sentia confortável na presença do pai. O sonserino corrige a postura e o sorriso largo some dando lugar a uma expressão neutra de como se ele tivesse tentando fugir dali em sua imaginação.

— Sabia que você era um bom garoto — o Sr. Malfoy elogia falsamente — Soube que recusou o convite para ser auror, Potter.

— Apenas adiei — respondi calmamente — Vou assumir o cargo assim que finalizar meus estudos em Hogwarts.

— Sua amiga convenceu você — o Lucius comenta o que não havia saído nos jornais — A san... Nascida trouxa. Derrotaram juntos o Lorde das Trevas.

— Muita gente lutou ao nosso lado — falo — Foi por isso que vencemos o Voldemort – digo aquele nome e o vejo estremecer.

— É bom estar do lado vencedor — o homem dá de ombros — Realmente achei que ele venceria.

— Por que estamos falando da guerra que já acabou? – questiono cansado.

— Apenas lembrando os feitos do herói Potter — ele diz friamente.

— Pai, vai embora — o Draco pede — Por favor.

— Draco, eu só queria conversar com o seu namorado — o comensal parecida ter dificuldades em dizer essa palavra.

— Depois conversamos — o loiro súplica — E temos muito a falar, não pense que eu esqueci da Astória e do que planejou sem me comunicar.

— Eu espero que não esqueça da situação da sua família — o mais velho o lembra antes de deixar a mesa.

— Potter... — o loiro finalmente me olha e eu levanto.

— Tudo um plano não é? — nego com a cabeça, rindo com raiva por ter acreditado nele – Eu sou um idiota.

— Eu não sabia que ele iria aparecer — o sonserino me diz, mas eu não queria ouvir — Caramba, Harry, me ouve!

— Não quero falar com você — sigo para fora do restaurante e ele me segue enquanto as pessoas nos olhavam tentando entender o que havia acontecido.

— Qual a sua dificuldade em ter um dialogo? — o loiro falou irritado enquanto eu continuava andando para longe dele na rua vazia de Hogsmeade — Quer parar e me ouvir?

Uma coisa não tinha mudado depois de nos tornarmos mais próximos. Éramos os mesmo Harry e Draco. Explosivos, de cabeça quente e querendo resolver tudo tendo razão.

—Vamos falar de dialogo? — questiono ao parar de caminhar e cruzo os braços na altura do peito — Sr. “vou mandar uma carta e confessar meus sentimentos para depois fingir que nada aconteceu”.

— Do que você está falando? — o sonserino me olhou confuso.

— Também fazia parte do plano? — questiono irritado e triste — Tudo aquilo que escreveu.

— O meu pedido de desculpas foi sincero — ele murmura ao me olhar triste.

—E sobre estar apaixonado? – perguntei — Também foi sincero sobre aquilo?

— Mordred — o Malfoy leva as mãos ao rosto para cobri-lo — Eu lembro de ter escrito isso, mas não foi essa carta que eu enviei para você

×××

E eu aparecendo aqui mais uma vez de surpresa pra lembrar que eu ainda atualizo essa fic e que não vou desistir dela. Tive que reescrever esse capítulo várias vezes porque o desenvolvimento da história não estava me agradando, mas finalmente saiu.

Próxima atualização agora apenas em janeiro, então desde já, venho desejar um feliz natal e um 2021 incrível. Espero que tudo dê certo pra nós e que seja um ano melhor. Beijos amores e se cuidem 💜

- Ella

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