02-Jantar
Eu acordo com o som da porta abrindo e vejo uma senhora de cabelos brancos aparece, usando um vestido preto e tinha olhos num violeta bem único:
- Que bom que acordou, desculpe por isso...
Ela vem até mim e me solta, nem fugi apenas sentei na cama segurando meu pulso sentindo ele doer:
- Prazer, meu nome é Victória sou a serviçal de Enrique e vim ajuda - la a se preparar - Ela fala docemente.
- Enrique? - É a única coisa que eu falo.
- Sim meu mestre - Ela fala.
- Ah, quem me comprou do idiota do meu tio, eu não vou jantar com ele.
A mulher deixa cair o vestido que pegava do armário:
- Mas tem que ir, Por favor o mestre não é um homem ruim tente conhecer ele melhor - Victória falava tentando me convencer.
Ela me deu um longo vestido azul e branco, eu não queria mas ela acabou me convencendo, prendi o cabelo no alto e a acompanhei até a sala de jantar.
Entrei e vi a mesa cheia de coisas deliciosas, um verdadeiro banquete de dar água na boca de qualquer um, me sentei mas não vi nada de Enrique eu olhava para o teto e via as pinturas feitas a mão:
- Anjos - ouço.
Eu abaixo a cabeça depressa e o vejo novamente me olhando, fiquei calada e ele se sentou do outro lado da mesa em minha frente.
Jantava calada percebendo que ele me olhava:
- Não vai comer nada - Pergunto o encarando.
A expressão muda e ele fica sério:
- Eu não falei que só falasse comigo se eu me dirige-se a você - Ele fala.
Eu fico calada e ele levanta e pega uma garrafa no armário perto da lareira, eu aproveitei e peguei uma faca da mesa e escondi no meu vestido:
- Vinho - Ele fala me entregando uma taça.
Eu seguro e cheiro de leve:
-Tem veneno? Ou algum tipo de dopante? - Falo afastando a taça sem beber.
- Não faria sentido te matar ou qualquer outra coisa - Ele fala.
Eu levo a meus lábios e bebo um gole, desce queimando minha garganta e tossi levemente:
- Porque? - Falo.
Ele levanta a sobrancelha e esperando algo tentando entender:
- Porque me mantém aqui eu não sou nada para que precisa de mim?
Ele se aproxima e para perto de mim me olhando e recuo um pouco na cadeira:
-Acho que é hora de ir para seu quarto - Fala.
O relógio de repente toca são oito horas, e u continuo parada ele soca a mesa me assustando eu levanto e corro para meu quarto e fecho a porta assustada.
Eu me deito na cama e suspiro como se nada mais eu pudesse fazer, tentando dormir deixando a faça presa ao meu vestido caso ele entre aqui.
(......)
Acordo ouvindo um barulho eu vejo no relógio quase meia-noite, me levanto e abro uma brecha da porta e ando para fora vendo uma luz em uma brecha de uma porta.
Me aproximo ouvindo alguns sons e espio em silêncio, vejo Enrique e uma mulher semi nua, ele a colocou contra a parede beijando seu pescoço, quando de repente presas aparecem e ele ataca o pescoço da mulher que grita se debatendo por alguns minutos mas logo cai no chão sem vida com seu corpo tendo últimos espasmos.
Ele abaixa e eu vejo seus lábios se moverem ele disse "Perdão", sinto lágrimas escorrerem e tento me acalmar, ando para trás quando esbarro numa mesa e deixo um vaso cair, eu ouvi ele levantar andando até a porta.
Corro depressa tentando fugir saio pela porta da frente e passo pelo jardim em desespero:
"Ele vive em um castelo"
Tento sair mais sou de derrubada e sinto ele me virar eu tento me soltar em desespero me debatendo enquanto ele me segura:
- Agora que você sabe o que eu sou talvez passe a me obedecer - Ele fala segurando meus pulsos sobre o chão me impedindo de levantar.
- Eu quero ir pra casa - Grito.
- Essa é sua casa agora - Ele fala.
- Você é um monstro! - Grito.
Ele levanta e agarra meu braço me arrastando para dentro, eu me desespero imaginando aquela mulher morta.
Agora eu seria a próxima? Ele me joga no chão do meu quarto, eu me levanto e me encosto de frente para um espelho:
- Oque você quer de mim - Pergunto o encarando com raiva.
- Não te interessa - Ele fala.
- Vai me matar agora como matou a outra - Grito.
Ele avança e fecho os olhos esperando o ataque e protegendo meu pescoço e rosto com os braços.
Ouço barulho de algo quebrar, abro os olhos me vejo entre os braços dele e o espelho quebrado, com ele de cabeça baixa.
- Me mate logo ou me deixe ir, não quero ficar presa aqui - Falo.
Ele me olha e se aproxima de mim deixando o espaço entre meu pescoço e seus dentes menor afastando meus braços.
Ele se aproxima e sinto sua respiração sobre minha pele, ele para e dá um beijo de leve me arrepiando.
Eu o empurro e pego a faca presa ao meu vestido, ele vem na minha direção e no medo enfio a faca em seu peito fazendo ele dar alguns passos para trás sangrando um pouco.
Ele tira a faca com um puxão e vejo o sangue pingar no chão e cubro minha boca:
- Oque é você? - É tudo o que falo.
Ele me encara e sinto um tipo de pânico me fazendo se apoiar na cômoda e trêmula e ele vira o rosto saindo:
- Vai ficar presa aqui até deixar de me desafiar - Ele fala.
- Não! - Falo assustada.
- Você pediu por isso Angeline - Ele fala indo até a porta.
- Enrique, por favor - Imploro assustada.
Ele para e me olha e notei seus olhos brilharem levemente por ter dito seu nome:
- Enrique - Falo.
Ele baixou o olhar perdido e sai do quarto trancando a porta, eu bato na porta gritando até cansar e acabo sentando no chão irritada esfregando meu rosto me impedindo de chorar.
Eu agora sei que logo logo eu seria o banquete, Afinal fui vendida para um monstro, um demônio....um Vampiro.
- Aonde fui me meter....
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