Eu sou o apocalipse
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Severide solta outro gemido de decepção quando o telefone de Maddie vai para a caixa postal. Pela décima sexta vez.

O Corpo de Bombeiros 51 acabara de responder a uma ligação sobre um vazamento de produto químico e estava ajudando a carregar alguns pacientes para o Chicago Med.

Como Kelly estava muito absorto em seu monólogo interior sobre o que havia acontecido na noite anterior, ele não percebeu April Sexton deslizar para o lado dele com um olhar astuto no rosto. "O que você fez para irritar Maddie?" Ela pergunta enquanto examina a papelada.

"Como você sabe disso?"

April encolhe os ombros. "Sylvie me contou sobre como Maddie apareceu em sua porta com uma garrafa de tequila e seu discurso cheio de sarcasmo sobre como ela era a Santa Maddie. Depois de algumas doses, Maddie começou a chorar e acabou passando a noite."

"Maddie não tem o melhor histórico quando se trata de bebida." Kelly aperta a ponta do nariz e continua. "Nós brigamos por causa das minhas ex-namoradas."

"Uau, posso ver por quê." April cutuca seu ombro, mantendo uma expressão entre severidade e compreensão. "Você e Maddie precisam consertar isso, Kelly."

"Estou planejando falar com ela depois que terminarmos aqui. Não me venha com todo o sermão sobre ser um bom marido e discutir problemas porque Brett já fez isso e acho que estou surdo."

A paramédica o abordou logo quando o turno começou e declarou que Maddie estava um desastre e Sylvie também. A razão para isso é porque Sylvie não conseguia lidar com a briga entre sua mãe e seu pai, o que resultou em Kelly olhando para ela confusa.

O chão do hospital estava explodindo em caos à medida que mais e mais pacientes entravam.

Kelly podia ver April lutando para chamar a atenção de todos. Olhando ao redor da sala, ele grita. "Ouçam!"

Dando-lhe um sorriso agradecido, April inicia suas instruções. "Teremos um dia inteiro aqui, então precisarei da ajuda de vocês também. Se você está aqui por causa do vazamento de amônia, então você precisa estar no lado esquerdo da sala. Se você está por causa de uma gripe ou algo assim, fique do lado esquerdo da sala."

Kelly fica alarmadk ao ver um homem se levantar da cadeira. Ele parecia estar gripado com sua postura fraca.

O homem se levanta na cadeira ao lado de April e começa a gritar. "Vocês pensaram que o Ebola era um pesadelo. Morte a todos os americanos! Eu sou o apocalipse!"

Kelly está correndo quando vê uma granada na mão do homem. Ele empurra April para longe e ataca o homem no chão no momento em que ele puxa o pino e uma explosão atinge o Chicago Med.

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O papel em branco olha para ela como se estivesse zombando dela.

Maddie realmente odiava quando brigava com Kelly porque não conseguia pensar direito. Nos últimos dez minutos, Maddie bateu o lápis na mesa e sua perna não parava de balançar. Nem mesmo a oferta de cupcakes de Brianna a tirou do transe.

"Chefe." Maddie se vira para JJ caminhando em sua direção, com o telefone na mão.

"Você precisa de ajuda com seu telefone de novo, JJ?" Ela pergunta ao que ele balança a cabeça.

"Eu só pensei que você precisava ver isso."

Claro, o universo encontraria uma maneira de trazer Kelly à tona quando eles estivessem brigando.

JJ aperta o play do vídeo e a reportagem começa a falar.

Uma explosão dentro do Chicago Med deixou pacientes e o atendente do Corpo de Bombeiros 51 feridos. Alguns relatórios dizem que já há uma pessoa morta.

O estômago de Maddie embrulha e ela e suas mãos tremem enquanto ela luta para encontrar seu celular. Ela está nervosa e rezando enquanto espera ele atender, repreendendo-se por não atender nenhuma das quinze ligações perdidas de Kelly na noite passada.

Esposa está ligando!

Quando ele atende, Maddie não perde tempo e fala imediatamente.

Kelly, por favor me diga que você não está aí. Por favor, me diga que você está seguro.

Maddie?

Sílvie? P-por que você está atendendo o telefone dele? Kelly está bem? Oh Deus, ele está ferido?

Maddie, preciso que você respire fundo por mim, ok?

Acreditei quando disse que ela tentou - Maddie tentou não chorar, tentou manter a calma, tentou ficar bem. Mas foi tão difícil. Não era fácil saber que a pessoa que você mais amava estava à beira da morte e você não podia fazer nada a respeito.

A pior parte de tudo foi que as últimas palavras que Maddie disse a ele foram maldosas. Ela não poderia fazer isso de novo; Maddie não poderia perder outra pessoa em sua vida sem dizer que a amava.

Estou tentando, Sylvie. Por favor, me diga que ele está bem.

Ele está...na mesa de cirurgia agora. Eles estão realizando uma cirurgia nele.

O que?!

Severide recebeu a maior parte da explosão da granada, Mads.

Sylvie não achou sensato acrescentar que, a princípio, o Dr. Halstead deu ao tenente do Esquadrão uma etiqueta preta.

Kelly- uma granada?!

Eu sei que é difícil manter a calma, Maddie, mas acredite que as melhores pessoas estão trabalhando nele agora.

Eu posso ir até lá. Eu nem me importo se vou perder meu emprego. Eu só preciso... eu só preciso vê-lo. Não posso fazer isso, Sylvie.

Maddie, fique onde está. Eles não estão deixando ninguém entrar ou sair do Chicago Med. Venha aqui depois do trabalho ou quando tudo isso passar, ok?

...ok.

Ok, preciso ajudar Mills agora.

Sílvie?

Sim?

Você vai me manter atualizada, certo? Você vai me dizer se Kelly...se ele morrer.

Tudo vai ficar bem, Madeline.

Espero que sim.

Chamada finalizada!

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Kelly se sentiu leve.

Ele reconheceu onde estava. Era o apartamento dele e de Shay. Como ele não poderia?

Havia o fogão onde Kelly fazia ovos mexidos para eles todas as manhãs, o sofá onde ele confortou Shay depois que Clarice partiu o coração dela pela segunda vez, o corredor onde discutiram sobre as tentativas de gravidez de sua melhor amiga.

Seus pés o aproximam do sofá onde uma mulher loira e uma mulher de cabelos negros estavam sentadas enquanto bebiam em suas taças de vinho. A mulher de cabelos loiros o vê e sorri para ele.

Kelly olha duas vezes, confuso. Ele conhecia aquele sorriso travesso e aqueles olhos azuis como o oceano em qualquer lugar.

Engolindo o nó na garganta, Kelly resmunga. "Shay?"

"Olá, Kelly." Ela o cumprimenta. "Bom ver você aqui."

"Estou morto?"

Shay joga a cabeça para trás de tanto rir. "Deus, espero que não." Ela se vira para a mulher ao lado dela e gesticula para Kelly. "Ele está sendo um idiota de novo, Isabella."

"Tsk, Leslie Elizabeth Shay, cuidado com o que fala." A mulher repreende.

"Mãe?" Ele engasga quando a morena se vira para ele com um sorriso gentil. Kelly não via sua mãe há muito tempo. Ele instantaneamente a abraça em um abraço - aquele tão esperado entre mãe e filho.

"Kelly, meu querido menino." A ex-Sra. Severide murmura enquanto seus dedos delicados seguram o rosto do filho. "Vejo que Maddie está cuidando de você."

"Você conhece Maddie?"

Shay zomba. "Claro que ela conhece. Ela é sua mãe."

Kelly ri, com lágrimas nos olhos. "Oh, mãe, Maddie é tão perfeita."

Estar nos braços de sua mãe era bom. Isso o levou de volta a uma época mais simples, onde ele era apenas um menino.

Isabella passa os polegares nas bochechas dele, sorrindo para o filho. "Eu sei. Eu sempre verifico você, você sabe. É uma coisa boa que você finalmente encontrou sua mulher, Kelly Benjamin."

"Verdade." Shay concorda. "Diga o nome de uma mulher em Chicago que não ficou com Kelly."

"Ei." Kelly dá um tapa nela com o braço, ao que Shay responde mostrando a língua.

Meu Deus, ele sentia tanta falta de Leslie Shay.

"Bem?" Shay diz e acena com a mão em direção à porta. "Saia daqui! Ainda não é sua hora, Kelly."

"Shay está certa." Isabella beija sua bochecha e isso deixa Kelly triste porque parecia que sua mãe e sua melhor amiga estavam se despedindo... de novo. "Ainda não, meu querido menino."

"Te amo mãe." Ele conta a ela. "Sinto sua falta todos os dias."

"E, ei." Shay prende seu braço. "Ainda cumpriremos nossas promessas, ok? Lembra?"

Kelly sorri. "Claro, Shay. Prometemos estar presentes um para o outro. Sempre."

"Sempre."

Aos poucos, Kelly não se sentiu mais tão leve.