Sonho humano (parte 2)
– Maninho! Eu consegui! Eu sou oficialmente um servo do exército real! – o pequeno garoto gritou afoito e empolgado.
Aquilo não era possível, uma criança no exército? O que o povo tinha na cabeça? Cadê os pais daquela criança?
A paisagem se mantinha bela, mas aquilo que presenciou foi assustador, o que tirou todo o ar belo que via.
Um menino de fios ruivo veio correndo da direção do jardim, passando pelo Hwang, afinal, ele era uma mera miragem dentro de uma lembrança real.
O pequeno ruivo era dois palmos menor que o garoto de fios castanhos, julgando que o maior possuía no máximo 12 anos e o menor parecia ter 6 anos no máximo 7.
– Parabéns! – o garoto abraçou o irmão.
Hyunjin olhou para dentro da casa, notando que havia um homem ali, ele era a cara do menino de fios castanhos, parecendo apenas uma versão mais velha do mesmo, julgando ser irmão ou pai do menino.
O homem estava claramente abalado com a notícia, segurando em mãos uma carta amarelada, era um chamado para servir a família real, talvez pelo brasão ou pela lógica devido aos fatos presenciados.
O homem derramou lágrimas, lentas, finas e silenciosas, enquanto agarrava contra o próprio peito aquele papel que havia se amassado com o ato.
O homem olhou para a janela, com aquele olhar pesaroso e arrependido, enquanto o Hwang por um instante acreditou que ele havia o visto, porém não era isso, quando olhou para trás, notou as duas crianças parecendo felizes com a notícia.
– Meus filhos... Sinto muito.. – o homem sussurrou.
A imagem rapidamente mudou, aonde havia apenas o rapaz de fios ruivos, colhendo pequenas flores naquele mesmo jardim, quando um homem mais velho, com vestes de cavaleiros mediaveis surgiu, segurando em mãos um amontuado de panos.
O rapazinho o olhou confuso, vendo o homem colocar a sua frente aquele todo de pano.
O menino abriu o tecido, o que quer que havia ali, arrancou um grito do garoto, que se jogou sobre o pano em prantos.
Hyunjin não entendia o que havia acontecido ali, quando se aproximou e viu algo familiar.
Um broche, dourado e prateado, com uma pequena pedrinha azul no centro.
Um flash de memória lhe atingiu, esse broche estava na roupa do senhor que chorava dentro daquela casinha.
Aquilo pertencia ao pai daquelas crianças.
Seus olhos se encheram de lágrimas, ao ver no horizonte do jardim o outro garotinho, que vestia roupas de treinos, seu braço sangrava, mas seus olhos não pareciam transbordar devido ao ferimento.
– Sentimos muito... Ele foi um bom soldado. Mas a guerra não tem piedade. – foram as palavras do paladino, que se retirou, deixando ali as duas crianças que choravam abraçadas um ao outro, tendo no meio aquele bolinho de pano, que tanto doía em seus peitos.
Hyunjin chorava, não entendia de onde veio tanta dor, em um piscar de olhos, a paisagem havia mudado.
– Felix, eu volto cedo hoje. Me espere para o almoço! – o rapaz em fase adulta, com os fios castanhos pediu, arrumado com sua própria armadura.
Felix por sua vez também havia amadurecido, porém ainda parecia um adolescente. Mostrando um sorriso, acenou ao irmão, pegando a enorme cesta vazia, indo comprar pães para o almoço.
– Que pressentimento estranho... – sussurrou o ruivo.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top