Rio de Sangue
Conforme caminhavam, Christopher percebia estar em uma expecie de precipício, porém não em seu topo, mas sim em sua base, no fundo de um precipício.
Não haviam gramas, não havia forma de escalar, não haviam árvores, nenhum sinal de vida, apenas areia, pedras e terra.
– Seu amigo mora num precipício? – o Bang riu, vendo o Choi afirmar.
Continuaram a caminhar, até que em um dos cantos daquelas enormes "paredes" de pedra, havia uma curta passagem, porém o suficiente para um humano passar.
Quando o Choi estava prestes a entrar, o mesmo travou, olhando com as orbes arregaladas para algo dentro daquele espaço.
– Algum problema? – Christopher questionou, recebendo um pedido mudo de silêncio.
O Bang estranhou, se aproximando.
Dentro daquela expecie de caverna curta deveria ser diferente do que via, pois Minki notava algo que antes não havia ali.
Porém a única coisa que notou que não deveria ter ali, era a enorme passagem cavada um pouco mais a dentro da caverna.
– Algo parece ter entrado... – o Choi sussurrou, entrando corajosamente, com o Bang atrás de si.
O loiro mais baixo engoliu seco, o sangue que pintava as paredes não existiam antes, o fedor de cadáver atingia fortemente seu nariz, assim como a imagem a sua frente o fez quase perder as forças das pernas.
O corpo de seu amigo em forma humana estava estraçalhado no meio da caverna, seus órgãos não existiam ali, apenas a carcaça de seu corpo e a feição apavorada antes de seu último suspiro de vida.
– Isso está aqui a um tempo. – o Bang percebeu pelo fedor de corpo em decomposição.
O enjôo iria atingi-lo em cheio se fosse humano, com toda certeza não aguentaria ficar um minuto sequer ali.
O Choi por sua vez não se movia, parecia travado.
Christopher não sabia quem era aquela pessoa e nem o que ele realmente significava para Minki, mas pela reação do rapaz, tinha certeza que eles talvez não eram apenas amigos.
Estava prestes a dizer algo, numa tentativa falha de conforta-lo, quando um som o assustou, pegando-o desprevenido.
O rosnado soou ao fundo, assim como o som de algo escorregando nas pedras pequenas soltas pelo precipício.
Seja lá o que havia feito o estrago no homem falecido a sua frente, aquilo estava retornando e parecia furioso.
– Minki, vamos sair daqui. – o Bang puxou o braço do rapaz para continuarem.
Quanto mais andavam, mais corpos mortos apareciam, mais pessoas que pela reação do Choi, eram algum conhecido seu.
Desde homens, a crianças, mulheres, idosos, bebês, animais.
Aquilo foi uma tremenda chacina.
O Bang engoliu o seco, quando finalmente chegaram no final da caverna, percebendo haver um enorme rio, porém a cor carmim que o pintava arrancou um soluço de dor do loiro mais baixo.
Haviam mais corpos, porém tão destruídos que era incapaz de saber de quem pertencia.
Haviam cabeças flutuando em sua margem, assim como o olho em tom rosado de uma das cabeças.
Minki o encarava com as mãos trêmulas.
– Isso é um pesadelo... Não é real... – sussurrou o loiro, olhando para os demais corpos com desespero, não querendo de forma alguma acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. – Não... Eles eram fortes... Não é possível.
– Minki, seja o que for que os matou, está chegando! – os rosnados estavam cada vez mais próximos, a criatura aparentemente não estava vindo da caverna, mas sim pelo precipício em si, o escalando com as garras, na tentativa de os encurralar. – Vamos!
Quando o Bang puxou o garoto para o rio, os mergulhando com um único movimento, até tocar o fundo, uma sombra se fez presente no topo do rio.
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