Inimigos por perto

O silêncio era música, a ventania que batia contra a janela era muda, a chuva que chorava pelas nuvens, eram um aviso mudo, pois bizarramente, não havia som em nenhum movimento além das respirações baixas como um andar de formiga.
Não falavam, não agiam, apenas observavam as janelas, atentos a qualquer movimento humano do lado de fora, porém sequer uma sombra viam.

Desde o momento em que Christopher foi levado, ninguém havia recebido forças o suficiente para erguer o rosto e ajudar a todos terem motivações, mas quais seriam essas motivações? Não existia motivação se simplesmente não existisse mais um Bang Chan, um rapaz jovem, com seus 25 anos e um sorriso de dar inveja até na pessoa mais feliz do mundo.

– Amanhã irei ver aos arredores se há rastros de lobo... Se não tiver, irei sair para procurar ele. – para a completa surpresa de todos, foi Changbin quem disse, baixo como um sussurro, sentado no centro da sala com as pernas encolhidas contra o próprio peitoral – Não me sinto bem com tudo isso... Quero ajudar.

– Eu irei junto! – Woojin exclamou de imeditado, tirando um sorriso fraco do mais baixo – Deixo os meninos com Seungmin e fica tudo resolvido.

– Qual a razão de ser um dos mais novos? Poderia ser eu... – Jisung murmurou, sabendo que levaria um fora, mas talvez precisasse de uma patada para melhorar seu humor.

– Ele quer alguém responsável. – Seungmin respondeu pelo mais velho, tirando uma risada baixa de quase todos, por excessão do próprio Seo, que se mantinha com o olhar na porta fechada.

Seungmin notou perfeitamente, estava fingindo ser sonso olhando para a janela, mas percebeu muito bem que o Seo olhava aquela  porta como se a qualquer momento alguém fosse abrir a mesma.
Como se ele soubesse que realmente existe alguém lá fora e sinceramente, Seungmin torcia que fosse o Bang.

A noite em claro era um desejo de todos, afinal, poderiam ver caso Christopher aparecesse ou tentariam ouvir caso o Bang gritasse por ajuda, talvez caso algum lobo aparecesse, mas todos estavam exaustos demais, então apenas se deitaram um pouco e o sono os corrompeu como cordeiros expostos, a guarda totalmente baixa, ou quase, pois mesmo que estivesse dormindo, um mísero ruído era o suficiente para que Changbin abrisse seus olhos e se colocasse atento aos movimentos do seu redor.

A noite soou como uma criança e rapidamente o dia clareou, as estrelas camufladas pelo que sobrou das nuvens de chuva e pela claridade do sol.
Quando o sol já estava parecendo beirar as 9:00 da manhã, Woojin e Changbin sairam para rondar a região e buscar qualquer vestígio de Christopher pela borda da floresta, enquanto Seungmin tomava conta de Jeongin no andar de cima, Jisung e Hyunjin tomavam conta do andar de baixo.

– Sabe, Hyunjin... Eu acho que deveriam procurar também... Woojin e Changbin seguiram a direção da ponte, para procurar lá na floresta, então se olhassemos perto... Entre as casas? Talvez poderíamos achar algo... Rastros? Pegadas? Vai que ele conseguiu entrar e está em alguma casa? – Jisung disse, baixo e sussurrado.

Os olhos do Hwang se arregalaram, sua cabeça se colocou para trabalhar.
Era dia então estava claro, as nuvens não chegavam a cobri o sol, em filmes de terror, as pessoas morriam, mas era de noite, então de dia estava tudo certo.

– Então vamos antes que eles voltem e briguem com a gente? – Hyunjin perguntou ainda um tanto confuso, o Han afirmou com a cabeça, lentamente abrindo a porta, sendo seguido pelo Hwang enquanto saiam sorrateiramente da casa.

O Hwang pela direita e Jisung pela esquerda, o bochechudo abria cada porta com cuidado, atento a marcas de sangue, pegadas, talvez até mesmo arranhões, mas nunca via nada.

O Hwang fazia parecido, tendo a única diferença, que olhava pela janela antes de checar dentro da casa.
Tiveram a ideia de também não passar próxima a janela do quarto de onde Jeongin estava dormindo com Seungmin tomando conta, seria burrice demais, então evitaram toda a parte de trás da casa.

– Como destino me surpreende... – a voz doce e suave soou como um sussurro gentil, os olhos vinhos olhando para o rapaz caminhando sorrateiramente para dentro de mais uma casa, seguindo em direção ao mesmo, como uma fumaça vermelha como o sangue, entrando na casa e se materializando gotícula por gotícula atrás do garoto, até se ver totalmente inteiro e o rapaz bochechudo finalmente notar a sua presença – Está perdido, querido?

As bochechas cheias se inflaram com o susto, as orbes castanhas se arregalaram e o arfar surpreso soou.

– És tão belo...

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