O Despertar

Quarys estava com um semblante sério em seu rosto, sua mão esquerda estava esticada, mantendo a barreira que prendia Loki ativada para que o Deus da Trapaça não escapasse. A rainha dos Elfos parecia ser um pouco dura às vezes, mas era uma mulher bastante amigável, a única coisa que realmente a tirava do sério, era os Anões de Nidavelir. No pouco espaço que Loki tinha para se mover dentro da barreira, o deus da trapaça conseguiu pelo menos se sentar na grama.

- Há quanto tempo Rainha Quarys. – disse Loki.

- Loki. Realmente. Não te vejo desde a batalha contra Surtur. – disse Quarys.

- Eu dei uma sumida nesses tempos, mas estou de volta e o motivo você já deve saber não é.

- Surtur... Ele escapou do selo. Acredito que todos os seres dos nove reinos sentiram sua presença.

- Claro. E é exatamente por isso que estou aqui. Asgard e Midgard vão se juntar a guerra para acabar de vez com ele. Suas forças seriam de grande ajuda.

- Uma nova aliança entre os reinos. Interessante. Bertha! Traga-o para dentro do palácio. – disse Quarys desativando a barreira.

- Sim Vossa Majestade! – disse Bertha respondendo as ordens de Quarys.

Bertha ajudou Loki a se levantar, e acompanhou o Deus da Trapaça para  dentro do palácio. Loki estava confiante de que iria conseguir entrar em acordo com Quarys. Os Elfos eram uma raça difícil de convencer, principalmente quando tinham que lutar ao lado dos anões, na última guerra às duas raças entraram em um pacto de paz até que a batalha acabasse. Loki tinha esperanças e que tal acordo pudesse ser feito novamente, pois o inimigo viria mais forte.

Já era manhã quando Skuld, Amaterasu e Freya se reencontraram no salão principal do palácio, as três viram Thor voltando de Midgard, o Deus do Trovão explicou as garotas o plano de reunir as raças novamente, e como Nordicia seria o centro de operações da nova aliança. Após mais alguns minutos de conversa, Thor deixa o palácio indo em direção à área onde as Valquírias descansavam, iria explicar como as guerreiras aladas iriam se posicionar quando a batalha chegasse, e como funcionaria a proteção e evacuação daqueles que não tinham poder de combate.

Freya sabia que não teriam muito tempo, precisavam ser rápidas e descobrir onde estava a misteriosa chave. A Deusa da Beleza acompanhou Skuld e Amaterasu novamente para o quarto de Odin, usando o mesmo posicionamento de antes, Freya ativa sua magia, e logo depois de instantes, as três estavam de volta dentro da mente de Odin.

Freya invocou as portas que davam acesso as lembranças do pai de todos, e começaram a procurar pela lembrança da chave. Após algum tempo procurando, Skuld consegue achar a memoria de que estavam procurando. Amaterasu e Freya seguiram a Valquíria para dentro da memória, e lá estava ele. Odin, sugando energia de Kaguya para fazer a chave.

- É agora que descobriremos a verdade. – disse Amaterasu.

Todas estavam apreensivas, precisavam saber a localização da chave o mais rápido possível, Odin após terminar a chave, colocou um pouco de sua magia dentro do artefato, seu objetivo era camuflar a energia mágica de kaguya, mantendo-a escondida. A chave não era apenas um artefato que desbloqueava o selo de Kaguya, Odin havia feito a chave com o objetivo de se precaver contra qualquer tipo de selo que alguém pudesse lançar contra ele, ou até mesmo, poderia ser usado para quebrar qualquer barreira que protegesse algum artefato mágico que Odin considerasse valioso ter em sua coleção no cofre de armas, a chave também era usada para aumentar o poder de ataque da Gungnir, com a força de Kaguya combinada com a energia mágica da lança, e ainda a força armazenada do Rei do Vazio, Odin tinha em mãos uma arma mortal, o pai de todos usou uma poderosa magia de união fundindo a chave com a lança Gungnir.

Amaterasu ficou com ainda mais raiva do pai de todos. Não aguentava mais ver tal cena. Foi então que Odin percebeu que estava sendo observado.

- Saiam da minha cabeça! – disse Odin com muita raiva.

Usando sua energia mágica com tamanha força, o pai de todos fez com que a magia de Freya fosse desfeita, expulsando as garotas para fora de sua mente. Freya, após voltar para o mundo real foi jogada para longe, Amaterasu e Skuld também caíram para trás jogadas pela força mental de Odin.

- Não sabia que isso seria possível. – disse Skuld tentando se levantar.

- Odin é muito poderoso. Mesmo dentro de sua mente ele pode nos perceber. Fomos descuidadas desta vez. – disse Freya.

- Não importa. Conseguimos saber onde está a chave. Agora só precisamos pegar a Gungnir e ir até o selo. – disse Amaterasu.

- A lança deve estar caída nas escadas do cofre de armas. – afirmou Skuld.

- Bom eu fiz minha parte. Ajudei vocês a descobrirem os podres do Odin, vão e libertem-na. – disse Freya.

Skuld e Amaterasu saíram correndo em direção ao Cofre de Armas, a oportunidade que Amaterasu tinha esperado por anos finalmente apareceu. Faltava pouco tempo, para se reencontrar com sua irmã mais velha. As duas chegaram enfim ao corredor que daria acesso ao Cofre de Armas, o lugar ainda tinha as marcas de sua luta contra Odin, às garotas desceram a escada e no final dela, puderam ver a lança Gungnir caída no chão.

Skuld pegou a lança em mãos e após uma olhada rápida, continuou correndo, tendo como guia Amaterasu, já que a Deusa do sol foi a que chegou mais perto do lugar onde Kaguya estava sendo mantida. Após um tempo de caminhada pelo mal iluminado lugar, as duas avistaram a mão cortada de Aegir caída no chão perto de uma porta que dava acesso a uma sala de relíquias do cofre.

Amaterasu avisou Skuld que o local estava logo à frente. Andaram por mais alguns metros e enfim chegaram ao local indicado anteriormente por Odin. O centro do cofre das armas era um lugar amplo com vários corredores que se conectavam levando ao meio do lugar. A iluminação continuava não sendo das melhores, no chão podia se ver um grande circulo mágico desenhado com algumas inscrições antigas de Asgard em volta.

Skuld segurou Gungnir com as duas mãos e canalizou sua energia mágica na lança, assim como Odin fazia quando estava em combate, a energia da lança foi ficando cada vez mais forte e então Skuld desferiu um forte golpe no centro do circulo mágico, o chão começou a rachar com a força do golpe, o circulo mágico estava começando a emitir um brilho intenso.

Quando menos esperavam, o chão desabou e as duas garotas caíram dentro do poço aberto. Estavam em um local totalmente escuro, não sabiam para onde se guiar, foi então que Amaterasu usou a energia do Yata no Kagami para iluminar o local. Agora as duas estavam enxergando com mais clareza, o lugar onde estavam era parecido com a estrutura do Cofre, paredes grossas, algumas salas e apenas um único corredor que levava a duas direções diferentes.

Skuld e Amaterasu decidiram seguir na direção da direita, teriam que tentar a sorte, pois não faziam ideia de como encontrar o caminho certo, andando pelo caminho as duas foram abrindo as portas que foram surgindo diante delas e nada, as salas simplesmente estavam vazias, não havia nenhuma relíquia, nenhum artefato mágico, ou criatura dentro delas.

Continuaram a andar pelo corredor e mais a frente, puderam ver uma grande porta, esculpido dos dois lados da porta estava Odin e seu pai, erguendo a lança Gungnir, formando um enorme “X” com a arma. Ao se aproximarem, Skuld e Amaterasu tentaram abrir a porta empurrando com muita força, aos poucos a estrutura foi se movimentando, levantando uma pequena nuvem de poeira no local, ao abrirem a porta totalmente, puderam ver um grande casulo brilhante. Lá estava ela, a irmã mais velha de Amaterasu e Tsukyoumi presa dentro da barreira.

- Finalmente minha irmã. – disse Amaterasu emocionada.

- Amaterasu. Toma você deve fazer isso. – afirmou Skuld entregando Gungnir para a deusa do sol.

- Certo. Obrigada Skuld. – disse Amaterasu caminhando com a lança em mãos.

Ao se aproximar, Amaterasu parou para olhar o rosto de sua irmã, Kaguya parecia dormir tranquilamente dentro do selo, seu rosto estava com uma expressão de calma. Amaterasu se preparou para quebrar o selo, deu dois passos para trás, se colocou em posição de combate segurando a lança com as duas mãos. Com um golpe rápido Amaterasu enfiou a lança com força em direção ao selo, o impacto do golpe da lança no selo foi tão grande, que emitiu uma onda de energia fazendo com que Skuld fosse empurrada, Amaterasu se esforçava para cravar a lança e faze-la atravessar a barreira.

A deusa do sol fundiu junto com o poder de Gungnir, um pouco de sua energia mágica e com muita força finalmente fez com que a lança pudesse atravessar o selo. A barreira do selo foi se quebrando aos poucos mostrando grandes rachaduras, assim que a barreira eclodiu, Amaterasu foi empurrada para longe e a lança Gungnir caiu no chão. Um grande brilho estava sendo emitido no local, Skuld e Amaterasu se esforçavam para não serem jogadas para trás novamente, protegeram seus rostos, quando finalmente o brilho cessou e a forte ventania mágica parou, as duas se levantaram lentamente, olhando mais a frente em direção ao antigo selo que agora estava em pedaços, puderam ver a bela deusa flutuando no ar, Kaguya abriu lentamente seus olhos, olhando para o lugar a sua volta, não fazia ideia de onde estava, e como foi parar ali, olhando mais um pouco ao redor, Kaguya finalmente viu Amaterasu, estava em pé, paralisada com lágrimas nos olhos, ao seu lado pôde ver a bela Valquíria impressionada com a cena.

- Ama... Terasu. – disse Kaguya caindo desmaiada.

Enquanto isso, nas terras de fogo de Musphelheim, Skadi e Aegir preparavam o exercito de invasão aos reinos, Aegir estava com sua mão curada novamente, havia pegado a mão de um de seus soldados Jotuns do mar e se curado. Skadi estava com um novo visual, usava agora uma armadura de gelo, e uma coroa em sua cabeça, sua espada estava maior que antes, e tinha uma capa branca nas costas. A rainha de gelo havia ido até Jotunheim para pegar sua armadura e convocar os gigantes de Gelo para a guerra.

A frente do poderoso castelo de Surtur, as duas generais organizavam fileiras e mais fileiras de Jotuns, criaturas que viviam escondidas entre os nove reinos estavam reunidas em um só lugar. Gigantes de Gelo, Criaturas do Mar, Jotuns de pedra, monstros do reino de fogo, um enorme exercito se estendia com as mais variadas criaturas. Aegir e Skadi se posicionaram em lados opostos do portão de entrada do castelo, Aegir ficou a direita e Skadi a esquerda, de repente o portão de entrada explodiu, de dentro da fumaça da explosão, olhos vermelhos emergiam revelando a forma recuperada de Surtur.

O senhor do fogo caminhou para frente olhando para todos os Jotuns que estava a frente do castelo, o senhor do fogo estava vestido com uma armadura protegendo todo seu corpo e uma enorme espada de fogo em mãos, as criaturas se agitavam e gritavam, a ansiedade pela guerra e carnificina tomou conta do local.

- SILÊNCIO! – gritou Surtur.

Rapidamente todas as criaturas ficaram quietas, não se ouvia mais nenhuma voz, ou uivo, somente o barulho dos rios de lava circulando em volta do lugar.

- Chegou o grande dia meus caros Jotuns. A partir de hoje, nos iremos trazer o caos aos mundos. Vamos destruir cada canto dos nove reinos, iremos nos vingar dos Deuses que me prenderam aqui, faremos todos os mundos queimarem. A guerra... Começou! – disse Surtur erguendo sua espada de fogo.

Os jotuns voltaram a se agitar, estavam empolgados, mal podiam esperar para destruir e matar. Surtur usou sua magia de fortalecimento para aumentar o poder de seu exercito, fazendo com que as criaturas ficassem mais fortes.

- Aegir... Skadi... Seguiremos conforme o planejado. - Afirmou Surtur.

- Sim meu senhor – disse Aegir partindo para comandar os Jotuns do mar.

- Não iremos... Decepciona-lo meu mestre. – disse Skadi partindo em frente ao batalhão de Gigantes de gelo  e Jotuns de Pedra.

Surtur, com sua espada de fogo nas mãos, saltou pousando a frente dos Jotuns que iria comandar. Com um sorriso horripilante no rosto e soltando fumaça pela boca, Surtur iniciava sua caminhada rumo à destruição dos nove reinos.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top