Lagrimas de uma Valquíria

Skuld e Hel não faziam ideia de como começar a procurar a faca, mas sabiam que se ficassem paradas sem fazer nada esperando que algo acontecesse seria pior. Após saírem de Asgard passando pela Bifrost e chegando novamente ao topo da montanha de Midgard, Skuld e Hel param para discutir um plano de ação.

- Por onde será que podemos começar Skuld? – Pergunta Hel enquanto se sentava em uma pedra.

- Que tal terminar o serviço de Aegir e bater mais um pouco no Loki? - responde Skuld.

- Calma. Não sabemos o que Loki queria com a Semente do Mundo. E também não adianta ir atrás dele agora, pois não sabemos onde ele está. – afirma Hel.

- Então o que faremos? – questiona Skuld sentando no chão com a cabeça baixa.

- Vamos começar investigando alguns templos pela região, eu conheço alguns...

- Espere! Hel! – diz Heindal interrompendo a fala de Hel.

- O que foi dessa vez? Porque me interrompeu? – pergunta Hel um pouco assustada.

- Sinto a presença deles... Jotuns! - afirma Heindal.

Ao mesmo tempo Skuld sentiu alguém clamando por ajuda, uma voz misteriosa gritava em sua cabeça, ela tinha uma vaga ideia de quem era o dono de tal voz. Skuld e Hel se levantam rapidamente se colocando em posição de combate. Foi quando Heindal avistou um grande foco de incêndio, vindo de algum lugar distante, a fumaça era tão intensa e negra que se destacava em meio ao céu azul, podendo ser vista de muito longe.

- Vão... Não posso deixar a Bifrost desprotegida – afirma Heindal.

- Não se preocupe Heindal, nós cuidamos disso – diz Skuld levantando voou descendo a montanha a todo vapor.

- Tsc. Ela nem espera. Cuide-se grandão – diz Hel pulando montanha abaixo seguindo Skuld.

As duas guerreiras dessem a montanha rapidamente, após chegar à base decidem seguir em direção a fumaça, estavam muito longe de onde era o foco do incêndio misterioso, mas não importando a distancia sabiam que teriam que chegar rápido.

Chegando próximo ao local Skuld ficou paralisada, não sabia como reagir a tal situação. O incêndio nada mais era que na vila onde Theo a criança na qual ajudou no dia anterior morava. As casas estavam em chamas, Skuld podia ver alguns corpos no chão das ruas, marcas de sangue em alguns lugares, e no meio da confusão um pequeno batalhão de Jotuns. Eram meio humanoides da altura de um humano adulto, outros eram quase que animais transformados, mas todos tinham algo em comum. Eram totalmente de pedra.

- Parece que nossa busca pela faca vai ter que esperar – disse Hel.

- Por Odin... Isso... É terrível... – disse Skuld apertando os punhos.

- Vamos Skuld... Skuld? Está ouvindo? – pergunta Hel preocupada.

- C-certo! E-eu vou procurar por sobreviventes e evacua-los. – disse a Valquíria partindo em direção as casas.

- Skuld... Parece que não tenho outra opção a não ser acabar com eles, e ganhar tempo para você. – afirma Hel partindo em direção aos Jotuns.

Os Jotuns logo que viram Hel se aproximando começaram a atacar com golpes mágicos, disparando pequenas bolas de fogo em direção à deusa dos mortos tentando retardar seus movimentos, porém sem efeito. Hel desvia de todos os golpes com muita facilidade, os Jotuns começam a se espalhar pela cidade em chamas a fim de pegar a deusa dos mortos com ataques surpresas, Hel pousa com tudo no chão criando uma grande cratera, ao esticar suas mãos para frente e fechando seus olhos, Hel conjura uma de suas magias.

- Buraco Negro! – diz Hel quase que sussurrando.

Foi então que Hel cria uma grande esfera negra, que foi atraindo e sugando tudo a sua volta. Os Jotuns que se esconderam não resistiram à força de atração da esfera e foram engolidos por uma escuridão sem fim.

Hel então se prepara para mais uma onda de ataque vindo em sua direção. Dessa vez os Jotuns usavam armas feitas de pedras, eram do tipo de combate corpo a corpo. Hel desvia graciosamente de cada golpe desferido pelas criaturas e ao mesmo tempo atacando. A Deusa dos Mortos conjurou uma mão magica negra que a permitiu derrotar os Jotuns com facilidade, a mão feita de magia rasgava os monstros espalhando seus corpos de pedra pelo chão, logo depois foi à vez das criaturas meio animais se prepararem para o ataque.

Correndo ferozmente, desferindo golpes com suas garras, Hel consegue se esquivar levitando, olhando para baixo em direção as criaturas, a Deusa dos mortos invoca mais um buraco negro lançando-o em direção as criaturas que foram sugadas pela energia da esfera, um pouco mais afastado de onde estava pode ver mais uma horda de monstros indo a sua direção, Hel então segue com rapidez para enfrenta-los e terminar a luta.

Enquanto Hel acabava com as criaturas do seu lado, Skuld estava à procura de sobreviventes na cidade, tinha esperança de encontrar alguém vivo em meio ao caos. Mas tudo o que encontrou foram chamas, por toda parte.

- Por favor... Tem que ter alguém vivo... – pensou Skuld.

- Uma Valquíria... E a Deusa dos Mortos... – disse uma voz misteriosa, com um tom assustador.

- Quem está ai? Apareça! – grita Skuld planando no ar.

Foi então que vindo de dentro das chamas da cidade um gigante de pedra emergiu, alto, imponente, dando passos calmos, suas pisadas causavam um grande estrondo, por volta de seu corpo podia se ver uma energia magica verde passando como se fosse sangue, em suas mãos havia um poderoso martelo de pedra.

- Minha jovem guardiã de Asgard. Eu sou Hrungnir. Líder dos Jotuns gigantes de pedra, e o segundo general de Surtur – disse o monstro.

- O que pensa que está fazendo? Como pode acabar com este pequeno vilarejo? - Pergunta Skuld com muita raiva.

- Eles apenas estavam em meu caminho. Atrapalhando... Como formigas em um formigueiro – diz Hrungnir jogando um pequeno corpo no chão.

Skuld então desce para verificar se a pessoa estava viva, porém o que viu a deixou extremamente surpresa. Era o corpo do menino Theo. Estava morto, segurava um pequeno pedaço de madeira em mãos, Skuld deve ter notado que ele tentou se defender das criaturas, mas sem sucesso, e amarrado ao seu pescoço como um colar estava a joia que Skuld havia lhe entregado, a Valquíria agora sabia que a voz clamando por ajuda dentro de sua cabeça era do garoto, tinha tentado se comunicar através da Jóia que lhe foi entregue por Skuld.

- N-não... Pode... Ser – disse Skuld derramando lagrimas enquanto abraçava o corpo do garoto.

- Chorando? Huhuhahahaha! Achei que as Valquírias fossem mais valentes. – disse o gigante rindo da situação.

- S-SEU COVARDE! VOU FAZER VOCÊ PAGAR POR ISSO! – grita Skuld sacando sua espada.

- Venha! Veremos do que você é capaz! – diz Hrungnir.

Skuld então abre suas asas voando com sua espada em punho, não conseguia pensar em mais nada. Só havia raiva e ódio em sua mente e coração. Não conseguia perdoar o monstro por ter tirada a vida da criança, e destruído o vilarejo onde pessoas de bem moravam. Ao chegar perto do monstro, Skuld desfere golpes em sequência, mas sem efeito.

A pele de pedra de Hrunginir era incrivelmente resistente, Hrungnir então desfere um poderoso golpe com seu martelo em Skuld que consegue se defender, porém foi jogada por uma força tremenda para longe. Com muita velocidade, Skuld cai em meio a uma casa em chamas destruindo mais ainda a estrutura e causando um forte impacto, em meio aos escombros em chamas Skuld consegue se recompor aos poucos. Estava um pouco machucada com alguns arranhões no rosto, havia também alguns cortes em sua perna e braços.

A Valquíria então volta aos céus, ficando frente a frente com o gigante de pedra. Mesmo furiosa Skuld fecha seus olhos tentando se acalmar, respirando profundamente, entrando em concentração total.

- Preciso ficar calma. Vou acabar com isso usando aquele golpe - pensou Skuld.

- O que irá fazer agora pequena? - pergunta Hrungnir.

Skuld sem responder, começa a ficar mais calma. Levantou sua espada para os céus segurando-a com as duas mãos, reunindo uma forte energia magica a sua volta. A magia começou a ficar mais forte em torno da espada de Skuld, ela estava reunindo a energia magica não só sua, mas também da natureza ao redor, emitindo um brilho de cor azulado. A energia da espada começou a se intensificar fazendo com que a lamina ficasse cada vez maior.

- Isso não é nada bom – pensou Hrungnir se preparando para defender o golpe.

Hel vendo a cena sabia que se Skuld estava usando sua melhor técnica, significava que a coisa estava feia para aquele lado, e que o inimigo era poderoso. Após derrotar os Jotuns, Hel corre para ajudar à amiga Valquíria. Enquanto isso a energia da espada foi ficando mais intensa, mais poderosa, e então era hora do ataque.

- Mortalha... SAGRADA! – grita Skuld balançando sua espada com todas as forças.

O golpe de Skuld faz com que a lamina de sua espada se estenda com energia magica, cortando qualquer coisa que estivesse a sua frente. Hrungnir tentou bloquear o golpe com seu martelo, a pressão colocada no ataque era muito forte, Hrungnir se esforçava ao máximo para evitar um corte fatal.

- Aaaaaaaaaaaaaa – grita Skuld colocando toda sua energia no golpe.

De repente se ouve uma grande explosão. Skuld cai no chão sem forças para manter-se em pé, sua magia consumia toda sua energia e só poderia ser usada uma vez em combate. Hel corre para socorrer sua amiga que tinha acabado de desmaiar em seus braços.

Mais a frente quando a nuvem de poeira se dissipou, pode-se ser ver um grande corte que se entendia por quilômetros no chão.

- I-impressionante... Foi melhor que o esperado... Valquíria! – disse Hrungnir se levantando.

O golpe de Skuld fez um grande estrago no corpo de Hrungnir, agora o monstro possuía um grande corte que começava em seu ombro e terminava em seu pé direito, além de mais alguns danos ao entorno de seu tórax. Seu martelo já não existia mais, foi totalmente aniquilado durante sua tentativa de se defender.

- Se eu não tivesse... Usado meu martelo como defesa... Eu estaria morto agora – disse Hrungnir que ao tentar andar acaba caindo de joelhos.

- Descanse agora Skuld... Você já fez o bastante – diz Hel deixando o corpo de Skuld protegido por uma barreira magica.

Hel não sabia ao certo o que tinha acontecido com Skuld neste vilarejo, porém podia sentir que sua bondade tinha afetado o lugar, não era normal vê-la tão furiosa daquele jeito. Mas agora era hora de deixar sentimentos pessoais de lado e se concentrar na batalha a sua frente.

- Agora é a sua vez... Hel? - Questiona o gigante.

- Vamos ver do que você é capaz Hrungnir – disse Hel levitando com uma poderosa aura negra envolta do seu corpo.

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