Os Meio-Humanos

Skuld se aproximava com velocidade, desferiu um golpe com o bastão de energia que foi bloqueado por Norn, a Valquíria começou a empurrar a arma de Skuld para o lado e então, tentou atacar com um chute, Skuld desviou saltando para trás. Norn foi em direção a Skuld golpeando com velocidade, Skuld defendia na mesma intensidade, bloqueando cada um dos golpes de sua vice comandante. Tyr e os recrutas decidiram parar seu treinamento por alguns instantes, logo todos formaram um circulo em volta das duas Valquírias para assistir a luta.

Skuld e Norn percorriam todo o espaço livre que tinham para se movimentar, tentando ao máximo não acertarem quem estava em volta assistindo. Skuld se jogou para o lado, desviando de outro ataque de Norn, a Valquíria então voltou a atacar Norn com intensidade, desferia estocadas rápidas que pegaram Norn com a guarda baixa. A Valquíria caiu ao chão, porém logo se levantou girando seu bastão, pronta para outra rodada.

- Foi um bom movimento Skuld. – dizia Norn com um sorriso.

- Você ainda não viu nada. Está pronta? Vamos continuar! – afirmava Skuld.

- Pode vir! – gritou Norn se movimentando.

As duas foram de encontro uma da outra atacando com velocidade, os golpes eram rápidos, os recrutas em volta estavam impressionados, nunca tinham visto uma luta daquele nível entre duas Valquírias, duas das mais fortes guerreiras aladas que Asgard possuía em seu exercito. Rapidamente alguns recrutas começaram a gritar empolgados com a batalha, torcendo para Skuld e outros para Norn. Tyr e Thrud estavam sorrindo vendo tudo aquilo acontecer.

A luta seguia seu ritmo acelerado, os ataques das Valquírias começaram a ficar ainda mais intensos, as duas Valquírias desviavam e atacavam com muita precisão, nenhuma das duas dava sinais de que poderiam cessar, estavam concentradas em sua luta como nunca, afinal para elas, o prêmio era tentador demais para se perder o combate. Skuld após se esquivar de uma estocada rápida, girou seu corpo e deu um golpe cruzado de cima para baixo em Norn, a Valquíria cambaleou quase caindo, porém também desferiu um ataque cruzado de baixo para cima, acertando o queixo de Skuld, que ao receber o golpe deu alguns passos para trás.

As duas voltaram a trocar olhares, estavam sorrindo uma para outra, Skuld e Norn se recuperaram e voltaram a trocar golpes intensos com suas armas, desta vez, os ataques estavam acertando uma à outra na região do estômago e nos braços, foi então que após minutos de troca de golpes as duas deram um golpe uma na outra acertando seus rostos.

As duas Valquírias caíram ao chão, estavam exaustas com um pouco de sangue escorrendo por seus rostos graças à intensidade dos ataques. Em volta, os recrutas aplaudiam as duas Valquírias, estavam animados com a disputa das duas guerreiras aladas de Asgard, logo Tyr e Thrud ajudaram as duas a se levantarem as apoiando em seus braços.

- Então... O que fazemos com o empate? – perguntava Norn.

- Cada uma paga o almoço da outra intercalando as semanas. O que acha? – respondeu Skuld sugerindo a ideia.

- Combinado. – afirmava Norn começando a rir.

- Parece que graças a vocês, esse bando de molengas finalmente tiveram vontade de lutarem. – dizia Thrud colocando Skuld sentada no banco do campo de treinamento.

- Obrigado às duas. Vocês levantaram o ânimo deles. – dizia Tyr colocando Norn no mesmo banco.

- Não precisa agradecer. Afinal foi divertido. – dizia Skuld com um longo sorriso.

- Verdade. Fazia tempo que não me divertia tanto em uma luta. – afirmava Norn.

Após descansarem, as duas Valquírias e o casal de deuses, passaram a tarde conversando e rindo, enquanto isso, os recrutas super empolgados com a luta das Valquírias, treinavam combate pelo campo de treinamento. Tinham agora mais ânimo para entrarem em combate graças as duas Valquírias.

Midgard. Ilha Secreta dos Therians.

Os Therians eram uma raça diferente de qualquer outra nos nove reinos. Eram uma espécie de humanos com características distintas de animais diferentes. Os meio-humanos como muitos os chamavam, tinha formas ou características de animais pelo corpo, caudas, orelhas, garras, asas, suas formas eram diversas assim como suas habilidades, alguns tinham grande aptidão para magia, outras eram mestres em combates físicos, e alguns tinham habilidades furtivas que facilitavam uma invasão a qualquer lugar.

Os Therians por serem meio-humanos sofriam preconceito pelos humanos normais por causa de suas formas, as pessoas de Midgard não aceitavam que seres, que segundo eles eram “modificados”, vivessem entre eles. Foi então que o rei dos Therianos, o rei Loewe tomou uma grande ilha para si, tendo ela como lar para todos os Therianos de Midgard. Muitos tomaram a ilha como seu lar, outros continuavam pelos continentes, espalhados por diversos lugares, eram poucos que conseguiam ser respeitados dentro dos continentes.

Loewe era um Theriano com forma de leão, seu rosto se assemelhava totalmente a grande fera das selvas de Midgard. Usava uma armadura de combate dourada, seus longos cabelos de cor alaranjada se assemelhavam a juba dos leões, usava uma capa vermelha com detalhes em branco nas costas, e possuía um enorme machado de batalha em suas mãos.

Loewe era um ótimo rei, todos na ilha gostavam dele e o respeitavam mais que qualquer um, o rei leão tentava ao máximo ser justo com seu povo, tentava de todas as formas possíveis proteger sua raça, e ajuda-los no que era preciso.

A ilha dos Therians tinha inúmeros vilarejos, sua grande cidade onde abrigava seu rei, era bem desenvolvida se assemelhando um pouco a Nordicia. A ilha tinha um tamanho equivalente à metade de um continente, se localizava entre os continentes de Nordicia e Yamato, tendo Egípcia mais ao sul. Com o objetivo de proteger a ilha de invasões e ter uma relação comercial com os elfos, o rei Loewe havia formado um acordo com Quarys, a aliança entre Elfos e Therians fazia com que, os meio-humanos dividissem mercadorias, alimentos e itens mágicos produzidos para venda, o mesmo acontecia com os elfos, tal acordo era mantido até os dias de hoje, mesmo com Solstis no comando dos elfos.

Grace e Roveria, até mesmo Senna quando estava viva, tentaram dialogar com os Therians sobre o acordo de paz envolvendo os continentes de Midgard, porém seu rei não estava disposto a formar um tratado, pelo menos não no momento.

Era início da noite em Midgard, as famílias therianas começavam a se recolher para suas casas fazerem suas refeições e então dormirem, esperando mais um dia começar. Loewe estava caminhando pelas florestas como fazia toda noite, estava próximo da costa marítima da ilha, podia se ouvir o barulho das águas do mar e o vento chacoalhando os galhos das árvores, o rei leão gostava de patrulhar a área, era como um passatempo para si, deixava sua mente mais ativa e livre de pensamentos que o deixavam desconfortáveis.

- Rei Loewe! – gritou a voz de uma garota ao longe.

- Siluria! O que faz aqui? – perguntava Loewe se virando para ver a garota se aproximando.

Siluria era uma garota de longos cabelos brancos, usava uma roupa um pouco chamativa de cor vermelha, usava uma saia vermelha com vários acessórios em volta, preso a sua cintura havia um manto parecido com a capa de Loewe, tinha longas botas de metal douradas e braçadeiras de cor preta em seus braços, possuía olhos roxos e uma tiara na cabeça que quase formavam chifres. Siluria também possuía uma longa cauda verde, com algumas partes de armadura a protegendo. Siluria era a guarda principal do rei e comandava as tropas de Therianos que protegiam a ilha. Sua família havia servido os reis Therians por gerações e agora era sua vez de servir com lealdade ao seu rei.

- Meu rei! Vim acompanha-lo em sua caminhada. – respondia Siluria pulando de cima de uma árvore pousando a sua frente.

- Entendo. Bom, vamos então. – dizia Loewe voltando a caminhar.

- Parece que será mais uma bela noite, choveu muito por aqui mais cedo. - afirmava Siluria.

- É verdade, foi um dia bem chuvoso, mas serviu para aliviar o calor. – dizia Loewe.

- Sobre Nordicia, o senhor vai mesmo assinar um acordo com as princesas do reino? – questionou Siluria.

- Não é para menos que você é minha guarda real. – afirmava Loewe rindo.

- Digamos que eu tenho uma boa audição senhor. – dizia Siluria segurando suas orelhas pontudas.

- Bom isso é meio verdade. A princesa Senna já nos mandou diversas cartas mágicas que eu recusei. Não sei se é o certo nos aliarmos aos humanos que tanto nos desprezaram, mas será que não é hora de deixarmos nosso orgulho de lado e tentarmos uma aproximação? – questionava Loewe abrindo caminho por galhos caídos a sua frente.

- Eu... Eu não sei responder com exatidão a sua pergunta senhor. Porém se isso for trazer paz ao nosso povo, e acabar com toda a discriminação que sofremos, acho que deveríamos tentar algo. – dizia Siluria.

Os dois saíram em frente a um desfiladeiro que dava de frente com a vista do vasto oceano, o barulho das águas do mar se movimentando ganharam cada vez mais força, uma brisa gelada percorria o local que era iluminado pelo brilho da lua no céu, dava para ver diversas estrelas centilando no cosmo, deixando a noite cada vez mais bela após um dia de chuva.

- Que bela vista. – afirmava Siluria soltando um longo sorriso.

- Sim. Amanhã irei comunicar Nordicia. Farei uma reunião com as princesas atuais. O que acha? – questionou Loewe.

- Se esse é o seu desejo, eu irei apoia-lo meu senhor. Porém não sei como o povo irá reagir a tal assunto. É capaz de até sofrermos um ataque dos opositores. – dizia a garota ficando um pouco apreensiva.

- Eu sei. Isso pode ser inevitável. Mas eu já tenho tudo em mente. Será difícil, mas uma hora teremos que provar para os humanos que não somos inferiores ou superiores a eles. – afirmava Loewe.

- Espero que ocorra tudo bem. Não quero pensar em ver nosso povo sofrer. – dizia Siluria suspirando.

- Eu também não desejo isso. Já sofremos muito. Mas não se preocupe, eu farei dar certo, e se não funcionar, nada mudará na ilha, viveremos tranquilos aqui do mesmo jeito, afinal... – de repente Loewe parou.

O rei sentiu seus pelos se arrepiarem, um calor estranho começou a tomar conta de Loewe, o rei Theriano sentiu os pelos de seu rosto e de seu cabelo arderem em chamas, como se o sol ou algo parecido estivesse próximo, vindo do seu lado direito, uma enorme bola de fogo passou raspando por seu rosto, causando uma forte explosão a suas costas.

O ataque atingiu a entrada da floresta, fazendo as árvores queimarem com o impacto, Loewe sacou seu machado e Siluria se pós em posição de combate.

- Siluria! Verifique a floresta. Não deixe ninguém se aproximar! Verifique se a feridos e os mantenha afastado o máximo que conseguir! – gritava Loewe.

- Sim! Mas e o senhor? – questionou Siluria pronta para partir.

- Eu irei segura-los. Sinceramente eu não esperava que fossem vir para cima de nós primeiro. – respondia Loewe olhando para o mar.

De repente, vindo do horizonte, um grande navio começava a surgir em meio às águas, com bandeiras asteadas ostentando o enorme símbolo de um leão, na ponta do navio, com uma mão segurando o que parecia ser chamas e cabelos loiros voando com a força do vento, estava à dona do ataque de fogo.

- Errei? Achei que conseguisse acerta-lo daqui já que senti sua presença. Bom, não faz mal, será interessante enfrentar o rei das feras. – dizia Sekhmet com um sorriso malicioso no rosto.

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