O Cerco!
Egípcia. Palácio de Cleo.
O céu em Egípcia estava totalmente aberto, poucas nuvens e o sol do meio dia esquentando ainda mais o continente dos desertos, a população da cidade iam de um lado para o outro comprando coisas, enquanto escravos trabalhavam incansavelmente nos campos próximos ao palácio e do lado de fora da parte nobre da cidade. Cleo estava na sacada de seu palácio, observava os soldados correndo para fora da cidade com suas armas em mãos, estavam fazendo patrulhas na área e se preparando para partirem rumo à batalha. Cleo soltou um pequeno suspiro e voltou-se para dentro, ao chegar ao centro do salão real, Cleo parou, seus passos foram interrompidos por um portal mágico que se abria a sua frente, revelando a forma de Madjed.
- Rainha Cleo... Skadi foi despachada como combinado. – afirmava Madjed.
- Ótimo. Com Sekhmet no controle da ilha dos Therians e Skadi partindo como aliada ao sul de Nordicia, tudo ocorre como planejado. – dizia Cleo sorrindo.
- Qual será o próximo passo? – questionou Madjed.
- Isso... Ficará a cargo de Bastet e Osíris que já deve ter retornado do mundo dos elfos, aliás, Thoth deve estar se movimentando também, aos poucos, nossos planos estão começando a serem postos em pratica. Isso é bom, porém quando nossos inimigos perceberem nosso plano, será tarde demais... – respondia Cleo com um olhar sério.
- Entendido... Mas parece as forças inimigas também começaram a se movimentar. – afirmou Madjed.
- Não importa... Sabemos que eles planejam trazer a luta até nós. Foi sábio atrasarmos seus movimentos em Ruud com as forças de Skadi. Agora com duas frentes de certa forma ocupadas, Yamato não ficará parada. Teremos que estar atentos as forças orientais em breve. Esse jogo está ficando divertido. – dizia Cleo com um sorriso malicioso no rosto.
- Irei me encontrar com Anúbis... Parece que os preparativos da deusa dos mortos finalmente estão acabados. – afirmou Madjed abrindo um portal mágico a sua frente.
- Perfeito... Anúbis cuidara de nosso território, e com sua carta na manga a nossa disposição, Asgard e Nordicia sentirão nossa força. – disse Cleo fechando seu punho.
- Uma última pergunta rainha... Você pretende ir até o campo de batalha? – questionou Madjed.
- Mais é claro que sim... Porém, na hora certa. Eu tenho tudo pronto em minha mente. Não se preocupe Madjed, faça o que tem que ser feito. – respondia Cleo.
Madjed assentiu com a cabeça e entrou no portal mágico desaparecendo em seguida, Cleo após alguns minutos parada, caminhou para fora do salão, desceu as escadarias saindo no térreo de seu palácio. Era um lugar bem iluminado, com inúmeras decorações na parede, se assemelhava muito a uma grande sala de espera, mais a frente, ficava o portão de entrada, ao fundo, havia uma área aberta que dava para os jardins de seu palácio, e na parede a sua frente, havia uma espécie de pintura de uma serpente dourada.
A rainha das serpentes observou sua bela decoração dourada por alguns minutos, logo depois caminhou até o desenho da serpente, após ejetar magia, os olhos da fera começaram a brilhar revelando uma espécie de passagem magica, o portal que se abriu dava acesso a uma sala também com boa iluminação feita de pedras magicas, espalhados pelas paredes, havia diversas relíquias magicas, joias, orbes e algumas armas de diferentes tipos e tamanhos. Cleo olhou atentamente para o lugar buscando algo, após alguns minutos de procura, a rainha achou o que buscava. Uma bela espada dourada com o punhal de uma serpente.
A espada era uma das armas magicas favoritas de Cleo, foi com ela que há muito tempo lutou contra atual governante de Asgard, Freya. Cleo pegou a espada com sua mão direita, e usando a esquerda, conjurou um bolsão magico guardando a espada dentro. Aos poucos Cleo saiu de sua sala secreta a fechando novamente com magia.
- Agora... Que venham meus inimigos. – afirmava Cleo caminhando por seu palácio com um sorriso malicioso no rosto.
Enquanto isso em Duat, Osíris chegava a seu palácio com Quarys sendo carregada por suas mãos magicas. A deusa a deixou no chão no centro de seu salão real, era um lugar bem iluminado, com inúmeras estatuas de ouro e desenhos de balanças nas paredes, havia algumas portas nas laterais e uma sacada com vista para a cidade mais a frente, seu trono ficava mais a fundo, uma bela cadeira feita do mais belo mármore de Egípcia banhado em ouro puro.
Osíris logo tomou distância da elfa, após alguns minutos preparando o local a sua volta, fechando algumas portas e criando barreiras magicas, a deusa do julgamento sacou seu cajado magico, Osíris conjurou um circulo magico que iluminou todo o local com um brilho verde, de repente, o corpo de Quarys começou a ser cercado por energia magica, Osíris aproveitou que Quarys havia se tornado uma elfa negra, para tomar controle sobre sua mente e corpo, tendo assim uma soldada leal, e uma grande força contra Nordicia. Após alguns minutos, a magia de Osíris se dissipou, revelando uma Quarys diferente.
Sua pele era metade de um elfo normal e a outra de um elfo negro, sua roupa de batalha era a mesma que sempre usou quando era rainha de Alfheim, porém em suas mãos, havia uma espada magica de cor totalmente verde, e seu olhar era assustador, tendo em seu lado negro o olho vermelho.
- Perfeito... Você foi julgada a ser minha leal subordinada. Com a sua força a nosso favor, teremos uma grande vantagem futuramente. – dizia Osíris colocando uma joia magica na armadura de Quarys perto do pescoço.
A joia começou a reagir à magia de Osíris sobre Quarys, fortalecendo assim seu controle sobre a elfa. Osíris sorriu e logo conjurou um mapa magico do território de Nordicia e de seus arredores usando magia de terra, Osíris observou bem todo o território até que seus olhos pararam em certo ponto.
- Está pronta minha leal elfa? – questionou Osíris olhando para a elfa com um sorriso malicioso no rosto
- Perfeitamente majestade. – respondeu Quarys se ajoelhando em respeito.
- Perfeito... Agora iremos nos juntar com ela naquele lugar, e juntas... Faremos uma pequena bagunça. – dizia Osíris com um sorriso no rosto.
Nordicia. Próximo a Ruud.
Ruud era uma das cidades portuárias que ficavam na costa do reino de Nordicia ao sul do continente, tinha inúmeras casas bem simples, lojas e muitos bares no entorno da cidade, perto da praia de Ruud, existia um pequeno porto onde barcos pesqueiros e alguns barcos transportando passageiros atracavam, era um ótimo ponto para se ter acesso ao sul de Midgard, onde ficava Egípcia e algumas outras ilhas menores no caminho, também era um local onde os viajantes podiam ouvir o canto das sereias do reino subaquático de Ragwin.
Dizem as lendas e histórias da cidade, que sempre que um aventureiro ou qualquer outro homem entrar no mar a noite e se afastar muito da costa de Ruud, ele é atraído pelo belo canto das vozes das sereias e então, é puxado para as profundezas do oceano de onde nunca mais escapa. Tais histórias faziam sucesso na cidade, alguns pensavam que eram apenas histórias para assustar as crianças, outros, tomavam aquilo como verdades e evitava ao máximo o mar, porém concordando ou não, todos sabiam quem as sereias eram reais, Jotuns metade peixe e metade mulher que encantavam o oceano e raramente subiam a superfície.
A cidade de Ruud também era uma cidade onde todos seguiam apenas duas regras, era proibido que moradores brigassem entre si, e forasteiros proibidos de arranjarem brigas no entorno da cidade, ao mesmo tempo em que tal regra era seguida a risca, outras não eram. Ruud era bastante conhecida por mercadores e pescadores, também era lar de muitos bandidos perigosos que assolavam o reino de Nordicia, os marginais vindos de inúmeros lugares, se reuniam na cidade para beber, vender itens roubados e compartilhar suas histórias enquanto enchiam a cara com vinhos de diversos tipos.
As guerreiras vindas de Nordicia, saíram do portal magico em uma floresta próxima da cidade estavam em cima de um colina cercada por uma floresta logo atrás, a frente havia uma pequena estrada que levava a entrada da cidade, o local onde estavam lhes proporcionava uma vista ampla da cidade, de longe puderam ver que as águas do oceano haviam sido congeladas quase que por completo, acidade estava coberta de gelo, muitos moradores haviam se tornado estatuas de gelo em meio a suas ruas, no chão, Skuld pôde observar que havia soldados mortos, e outros também congelados. Em meio às ruas de Ruud e nos arredores da cidade, gigantes de gelo caminhavam atentos a qualquer movimento. Porém nenhuma delas havia visto Skadi.
- Por Freya... Então... É mesmo Skadi? – se perguntava Skuld assustada.
- Mas onde ela está? Não a vejo em lugar nenhum, nem mesmo sua magia consigo sentir. – dizia Norn tentando procurar algum sinal mágico pela área.
- Ela esta escondida em algum lugar nas proximidades. Temos que passar por isso de qualquer jeito para chegarmos a Egípcia. – afirmava Grace com um olhar sério.
- Eu concordo que temos que proteger essa cidade e seu povo, porém não seria mais pratico termos escolhido Egípcia de uma vez? – perguntava Hel.
- Você sabe muito bem que eu sou a única que esteve lá, porém como não aprimorei a magia dos portais, ir para Egípcia diretamente me custaria muito poder magico, isso poderia me prejudicar em batalha. – respondia Grace.
- Por esse lado e até mais justo. E então. O que faremos? – questionou Hel novamente.
- Eu também pergunto isso. O que vocês farão agora? – questionou a voz de uma mulher atrás do grupo conjurando espinhos de gelo.
Logo, as quatro guerreiras deram um enorme pulo para frente saindo da floresta, os espinhos de gelo acertaram de raspão cada uma das quatro, arrancando-lhes um pouco de sangue, todas se viraram com suas armas em mãos e magias sendo ativadas, pousaram próximas à entrada da cidade, ao olharem para onde estavam, havia inúmeros espinhos de gelo que logo se quebraram lançando pequenos cristais ao vento que logo se dissiparam, revelando a bela mulher por trás do golpe, com seus cabelos prateados voando ao vento com uma coroa de gelo sobre a cabeça, olhos amarelos olhando friamente para suas oponentes, pele branca como a neve, usando botas de gelo e uma roupa de batalha preta e azul, e com sua espada em mãos, Skadi se revelava.
- É tão bom ver rostos familiares novamente... Vocês não sabem o quanto eu aguardei por isso. – afirmava Skadi com um sorriso no rosto.
- A rainha de gelo de Jotunheim... Então ela se aliou mesmo a Egípcia. – dizia Norn um pouco assustada.
- A magia dela... Não sei, tem algo errado... – afirmou Skuld olhando atentamente para sua oponente.
- Como ela passou por nós sem ser notada? – se perguntava Grace.
- É disso que têm duvida? Eu lhe responderei, Isso é graças a um dos itens mágicos de Cleo. Que ampliou meus poderes. – respondia Skadi dando passos calmos.
- Item? Você apelando para isso, quer dizer que não é páreo para nós. – afirmou Hel.
- Você tem razão rainha de Helheim, vocês ficaram mais fortes, eu sinto isso, é por isso que desta vez usarei um pouco de estratégia. E é por isso...Que eu não sou a verdadeira. – afirmou Skadi sorrindo.
- Como assim? – perguntou Skuld.
De repente, do meio das águas, inúmeros pilares de gelo cresceram revelando ogros de gelo, em meio à floresta, lobos de gelo e jotuns com as mais variadas formas, surgiam ficando as costas de Skadi, em meio as casas, gigantes de gelo se preparavam para o combate. Enquanto isso, na mente de Grace e de seu grupo, um sinal magico foi emitido, e a voz de Roveria começou a ecoar em suas mentes através da magia de comunicação.
- Grace! É uma emergência! – gritava Roveria que parecia assustada e com raiva pelo tom de voz.
- Como assim minha irmã? – questionou Grace.
- Eu comecei a usar o mapa mágico de Nordicia, rastreando os pontos em que vocês estavam, e de repente... Múltiplos ataques começaram a acontecer em todo o continente. – respondia Roveria.
- Isso... É impossível... – dizia Grace com um olhar assustado.
- Múltiplos ataques? Como isso é possível? – questionou Skuld.
- Eu não sei... Mas... Estamos cercadas... Por todos os lados! – exclamava Roveria deixando todas as guerreiras com raiva estampada em seus rostos.
- Então... Vamos brincar um pouco? – perguntou Skadi com um sorriso no rosto.
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