Acordos!
Ilha dos Therians.
A ilha dos meio-humanos estava aos poucos se recuperando das marcas da guerra, seus habitantes ajudavam uns aos outros a remodelarem suas casas e vilas destruídas, soldados elfos assim como parte da marinha que ajudava na limpeza e reconstrução. Mesmo com caras feias uns para os outros, todos estavam se ajudando em uma trégua temporária, os soldados da marinha eram comandados por Dielle e sua assistente Diana, que através de registros mágicos, indicava onde havia mais áreas com problemas sérios mobilizando assim as tropas aliadas para ajudar. Dias atrás com ajuda dos deuses asgardianos, boa parte dos feridos foram tratados, e os invasores presos e levados a prisão de sangue.
Enquanto isso, no agora destruído palácio real dos Therians, Grace e Roveria estavam com Siluria e Solstis, todas haviam marcado uma reunião para decidirem o futuro dos Therians e humanos após a guerra e sobre como ficaria o governo da ilha.
- Parece que está tudo indo conforme planejado... – dizia Solstis.
- Sim, estamos caminhando para uma nova era de paz, espero que esta dure por um bom tempo. – afirmava Grace.
- Sobre aquele assunto... Está tudo bem? – questionou Roveria olhando para Solstis.
- Sim... Ambas concordaram em permanecer na prisão por mais um ano e meio. Eu particularmente não queria concordar graças à ajuda delas durante a batalha, mas elas insistiram então... – dizia Solstis.
- Não tem problema, talvez seja melhor assim... – dizia Grace.
- Obrigada a todos vocês... Obrigada por ajudarem a ilha dos Therians. – dizia Siluria se curvando em agradecimento.
- Não precisa disso Siluria, está tudo bem. Fizemos apenas o que era certo a se fazer. – dizia Grace com um sorriso.
- Certo... Mas, o que faremos com o governo da ilha? O rei Loewe não teve filhos e não há registros de sua linhagem pela ilha. – dizia Siluria preocupada.
- Sobre isso, acho que todas concordaram em quem deveria governar não é? – questionou Roveria.
- Sim, eu apoio a decisão. – disse Solstis com um sorriso olhando para Siluria.
- Eu? Mas, eu não tenho um perfil de governante, olha para mim! Eu não vou conseguir. – dizia Siluria um pouco assustada.
- Não se preocupe. Eu irei permanecer aqui e lhe ajudarei com o governo, o que acha, temos um acordo? – questionou Grace.
Siluria olhou para todas as guerreiras a sua frente e todas estavam certas de sua escolha, Siluria sabia que nenhuma delas iria recuar com sua decisão, sem contar que aquilo que o rei anterior buscava estava começando a tomar forma, um acordo entre humanos e meio-humanos por paz. Siluria sabia que muitos não aceitariam, mas também sabia que seria um caminho a ser trabalhado com cuidado, após fechar seus olhos pensando por alguns momentos, Siluria respirou fundo e apertou a mão de Grace em seguida.
- E-eu aceito... Darei meu melhor e conto com vocês. – afirmava Siluria um pouco nervosa.
- Pode deixar, vamos apoia-la... Rainha Siluria, governante dos Therians. - afirmava Grace sorrindo.
- "Esta vendo Senna? Aquilo que você um dia buscou, esta se tornando realidade." – pensava Roveria com um longo sorriso no rosto.
Aos poucos, Midgard caminhava para uma nova era de paz, uma era que as princesas de Nordicia queriam que se mantivesse por um bom tempo.
Asgard.
Após sua longa refeição em seu quarto, Skuld com ajuda de Verdandi retirou as faixas de seu corpo e logo depois tomou um longo banho. Em seguida Skuld se trocou vestindo sua armadura de batalha branca com detalhes em dourado, sua ultima armadura havia sido destruída e levaria um tempo para ser remontada pelos anões, fazendo assim com que voltasse a seu visual antigo. Skuld caminhou até outra sala dentro do castelo, onde ficavam armazenadas inúmeras armas e entre elas, em cima de um pedestal estava Mjionir.
A Valquíria olhou o martelo por alguns minutos e o pegou logo em seguida, Skuld prendeu Mjionir em sua cintura e logo se pôs a sair do castelo, na entrada, Verdandi que havia ido até a entrada enquanto sua irmã passava na sala de armas, e Norn estava a sua espera cada uma de um lado dos portões de entrada, Skuld cumprimentou Norn e juntas, as três Valquírias percorriam os céus de Asgard indo em direção ao palácio real. As três passaram por outro grupo de Valquírias que terminavam sua ronda diária trocando de turno com outro grupo, em seguida, o grupo de Skuld começou a adentrar o espaço aéreo de Valhala chegando rapidamente a entrada do palácio real Asgardiano.
Não demorou muito para todas as três estarem diante de Freya, a governante de Asgard havia solicitado que assim que Skuld acordasse, Verdandi e Norn a acompanhassem até o palácio, Verdandi e Norn não sabiam o motivo da reunião, pois na mensagem entregue a elas, Freya não quis explicar o motivo sem ter a presença de Skuld.
- Fico feliz que esteja bem e de volta Skuld. – dizia Freya com um sorriso entregando um papel mágico para um dos guardas ao seu lado que imediatamente, saiu o salão real para algum lugar do reino.
- Obrigada... Ainda sinto algumas dores pelo corpo, mas nada que possa me impedir. – dizia Skuld.
- Entendo...
- Então deusa Freya... Sobre o que é este chamado? – questionou Verdandi.
- Bom, eu preciso que vocês me escoltem até certo lugar. – respondia Freya se levantando sacando sua lança.
- Está bem, mas... – começava a dizer Norn.
-... Que lugar seria esse? – completou Skuld muito curiosa com o assunto.
- Vocês saberão quando chegarmos. – respondia Freya caminhando até as garotas.
Com muitas duvidas as três Valquírias se entre olharam por alguns segundos e logo se viraram para seguir Freya, não demorou muito para que as Valquírias e Freya chegassem até a entrada da Bifrost, juntas, as guerreiras asgardianas atravessaram a ponte chegando à base da montanha em Midgard. Estava um dia ensolarado com algumas nuvens no céu, porém sem sinal de chuva, ou de que poderia chover em algum momento, o local entorno da montanha ainda tinha marcas da destruição causada por Cleo.
Rapidamente Freya conjurou um portal mágico e indicou para as Valquírias a seguirem, sem perguntar todas entraram no portal desaparecendo logo em seguida. De repente, o portal mágico se abriu novamente em um lugar que deixou as guerreiras aladas com uma cara de espanto e fez instintivamente todas sacarem suas armas, a suas costas o portal mágico se desfez enquanto Freya olhava para trás.
- Não se preocupem podem baixar as armas. – dizia Freya.
- Mas, esse lugar... – dizia Verdandi surpresa.
- Não se preocupe, eu marquei uma reunião com a nova governante daqui, vamos apenas negociar, então, abaixem as armas. – insistia Freya se aproximando do grupo.
- C-certo... Mas, não vamos baixar a guarda neste lugar. – afirmou Skuld com raiva em seu rosto.
- Eu sei, é por isso que eu trouxe vocês comigo. Agora vamos, ela esta esperando. – dizia Freya se virando e indo até a entrada da cidade.
Todas seguiram Freya atentas a qualquer coisa estranha que ousasse se aproximar, pois anteriormente, tal local foi o início de todo o conflito. As guerreiras Asgardianas sentiram um forte vento percorrendo o local, o calor era um pouco maior comparado a Nordicia, a areia sob seus pés afundava um pouco a cada passo dado. As guerreiras estavam em Egípcia, mais precisamente em Mênfis, cidade antes governada por Cleo.
As quatro guerreiras asgardianas foram recepcionadas por olhares estranhos, e assustados, não era normal para os moradores de Mênfis verem guerreiras tão belas e de outro mundo a sua frente. As guerreiras andavam pela área comercial de Mênfis indo até o palácio real. No caminho, todas notaram que em meio às ruas, escravos eram negociados por homens bem vestidos e mulheres, todos usavam correntes e acessórios de ouro, compravam escravos como se fossem um simples produto de mercado, outros maltratavam os escravos com chicotes e golpes físicos fazendo ferimentos em torno dos corpos que sofriam com dores. Skuld se irritou e logo fez um movimento indo até os negociantes, porém Freya a impediu. A governante de Asgard indicou para Skuld não fazer isso, pelo menos não por enquanto.
Skuld com raiva obedeceu Freya e logo voltou a seguir o caminho. Durante todo o percurso a vista era a mesma, enquanto ricos ostentavam tudo do bom e do melhor, os pobres sofriam com descriminação e maus-tratos de seus donos e governantes. Após mais alguns minutos de caminhada, as guerreiras chegaram à frente do palácio real, sendo recepcionadas por um guarda usando uma armadura de combate dourada com um lança em mãos. O soldado acompanhou as garotas para dentro até o palácio real, onde puderam ver a nova governante de Mênfis sentada no trono, Skuld logo notou um detalhe que a fez derramar algumas lágrimas junto com Verdandi, as asas de Sorn logo atrás do trono.
- Agradeço por nos receber... Osíris! – dizia Freya.
- Fico feliz por virem até aqui... Mas digam-me, o que querem aqui? – questionava Mênfis com um sorriso malicioso.
- Queremos propor um acordo... Um acordo de não agressão entre nossos reinos e aliados. Nossa ideia é evitar uma nova guerra entre nossos reinos. – respondia Freya.
- Entendo... Um acordo... Grace e Roveria há muito tempo vieram com a mesma ideia... E vejam o que aconteceu... Após a queda de Cleo, eu tomei este lugar como sendo meu com ajuda de Bastet... Agora eu governo a principal cidade de Egípcia... Um acordo com Asgard... Eu não vejo problemas... Porém todo acordo tem suas condições não é mesmo? – questionou Osíris encarando Freya.
- Sim, queremos as asas que estão logo atrás de vocês... Elas pertencem a uma de nós. Também queremos que mais nenhum ataque seja feito a continentes aliados ao nosso reino. – dizia Freya.
- Interessante... Sobre as asas podem levar, eu não ligo para elas, são totalmente descartáveis para mim, elas não tem significado algum. – dizia Osíris com um sorriso malicioso no rosto.
- Como ousa desrespeitar as asas de uma Valquíria? – questionou Skuld com raiva em seu rosto.
- Ora minha cara asgardiana... É apenas o meu jeito de ser... Eu aceito o acordo deusa Freya... Porém não movere-mos um dedo para ajuda-las em combates futuros... – respondia Osíris se levantando.
- Eu não ligo... Só queremos paz com Egípcia... – afirmou Freya num tom mais sério.
- Entendo... – disse Osíris retirando o quadro com as asas e entregando a Skuld que o pegou com cuidado com ajuda de Verdandi. – Se não tiverem mais nada para tratar, podem se retirar.
- Há só mais uma questão a ser resolvida... – disse Freya encarando Osíris novamente.
- Diga-me o que é? – questionou Osíris.
- Os escravos... Liberte-os! – exclamou Freya com um olhar sério encarando Osíris.
- E por que eu faria isso? São graças aos escravos que temos paz nas grandes cidades, não vejo mal algum em mantê-los presos como deve ser. – retrucava Osíris encarando Freya com um olhar mortal.
- A era da escravidão acabou deusa do julgamento... Tratar os humanos assim é errado... – insistia Freya.
- Nada feito... Saiam daqui... – disse Osíris quase lançando um ataque nas guerreiras a sua frente.
- Eu sabia que seria difícil... Porém ainda bem que eu os trouxe... – afirmava Freya com um sorriso.
- O que? – questionou Osíris com raiva.
De repente uma confusão pôde ser ouvida do lado de fora, logo um soldado entrou correndo no salão real avisando a deusa Osíris que algo estava acontecendo na cidade, à deusa logo correu para a varanda do local, ao chegar do lado de fora, a deusa pôde ver todos os comerciantes de escravos presos em uma densa esfera de água que flutuava no ar sendo segurada pela mão direita de Thrud, ao mesmo tempo, muitos escravos eram libertados em meio às ruas por soldados asgardianos comandados por Tyr, todos comemoravam sua liberdade deixando Osíris com raiva.
- O que você fez? – questionou Osíris lançando um olhar ameaçador para Freya.
- Eu? Apenas dei ordens para Tyr e Thrud libertarem todos os escravos daqui e de outras cidades, mas parece que eles estão pegando pesado demais como sempre. – dizia Freya arrancando um sorriso das Valquírias.
- Acha que eu permitirei isso? – questionou Osíris invocando suas mãos mágicas.
- Não, porém você não tem escolha Osíris. Não seria sábio para você lutar contra todas nós sozinha e ter este lugar destruído em consequência. E, aliás, eu já havia me antecipado sobre isso. – dizia Freya apontando sua lança para a deusa, deixando Osíris com raiva. – Deixaremos algumas Valquírias e soldados como guardas aqui enquanto libertamos os escravos de todas as cidades, e se aprontar alguma coisa, saiba que estaremos de olho. – terminava Freya formando um portal a suas costas.
- Eu não vou deixar que isso aconteça! – gritou Osíris sendo parada por Skuld que estava com o Mjionir próximo ao rosto de Osíris.
- Você não ouviu? Não estamos pedindo... Estamos mandando Osíris. - dizia Skuld com um olhar sério encarando Osíris.
Osíris soltou um olhar de fúria, porém como Freya disse a deusa não tinha muito escolha a não ser aceitar o acordo, e evitar assim uma possível derrota contra as forças Asgardianas e a destruição de seu novo governo, Osíris sabia do que os deuses asgardianos eram capazes em combate e por isso evitar um conflito contra todos eles era a melhor opção a se fazer. Não demorou muito para Freya e as Valquírias saírem de Egípcia pelo portal mágico a suas costas, deixando para traz Osíris com raiva em seu rosto, enquanto Tyr e Thrud e outros soldados asgardianos libertavam os escravos presos na cidade.
De pouco em pouco, Egípcia começava a se tornar um lugar diferente, um lugar onde um povo que sofria, poderia ser finalmente livre de um governo tirano.
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