A Calmaria Depois da Tempestade

A terra dos deuses asgardianos estava tranquila como a calmaria depois da tempestade. Os céus limpos sem nuvens, pássaros voando livremente em meio a Valquírias que faziam a patrulha área da cidade. Soldados em solo faziam a ronda da área comercial da cidade, enquanto os asgardianos vendiam e compravam produtos e ferramentas. Os campos de treinamento estavam agitados, soldados treinavam a todo o momento, outros iam e viam do palácio real de Asgard.

Um pouco afastado de onde ficava o palácio real, havia outra construção, muito bem estruturada, ficando mais ao leste de Asgard, um castelo feito pelas pedras mais bonitas e resistentes da terra dos deuses construído pelos anões de Nidavelir a muito tempo atrás, o castelo era bem decorado, e muito bem organizado, quartos nos andares de cima, salão de reuniões no térreo, e muitas outras salas. Logo na entrada podia se ver uma fonte com a estátua de uma guerreira alada sendo exibida para quem adentrasse o local. O castelo era o lar das poderosas guerreiras aladas de Asgard, as Valquírias.

Em um dos inúmeros quartos, sendo este o maior deles, com uma cama enorme perto da parede, decorada com os tecidos mais belos de Asgard em uma cor azul e branco com detalhes em dourado, com uma vista para o mar que cercava a terra dos deuses da varanda, Skuld estava deitada, aos poucos, a Valquíria lentamente abria seus olhos, Skuld com certa dificuldade se colocava a ficar sentada em sua cama, notou que em seu corpo havia algumas faixas cobrindo seus ferimentos, notou também que usava um lindo vestido branco por cima de suas faixas, a Valquíria levou sua mão a cabeça como se sentisse ainda algumas dores.

Lentamente Skuld caminhou até a varanda de seu quarto, ao chegar do lado de fora, a Valquíria viu Asgard bela e calma como sempre ficava em dias normais, o vento vindo do mar percorria o local, fazendo os cabelos belos e loiros da Valquíria voarem no processo. Skuld tinha muitas duvidas sobre o que aconteceu. A última coisa que se lembrava, era estar no meio da batalha contra Cleo, de ter visto sua mãe lhe ajudando no último instante, e depois tudo ficou escuro. De repente, Skuld ouviu a porta de seu quarto abrindo num forte estalo, quando a Valquíria se virou para ver quem era, Skuld notou que era sua irmã Verdandi. A Valquíria de belos cabelos escarlate deixou uma bandeja com alguns alimentos sobre uma pequena mesa e logo ficou ao lado de sua irmã a cumprimentando com um caloroso abraço.

- Fico feliz que tenha acordado minha irmã. Achei que ficaria dormindo esperando o beijo de um príncipe encantado. – dizia Verdandi com um sorriso.

- Muito engraçado... – afirmava Skuld rindo. – Ainda sinto dores pelo corpo... – afirmou.

- Entendo... Você deu trabalho para as curandeiras... Acho bom você agradece-las depois hein. – disse Verdandi dando um leve soquinho no ombro de Skuld.

- Certo, eu farei isso. – disse Skuld rindo e ficando séria logo em seguida. - Verdandi, me diga... O que aconteceu? Minha memória está um pouco confusa depois da batalha... Porque eu apaguei? – questionou Skuld olhando para sua irmã.

- Se refere à última batalha não é? – respondeu Verdandi com outra pergunta.

- Sim... Eu não me lembro de muita coisa depois que lancei a Mortalha Sagrada. – respondia Skuld levando a mão em sua cabeça novamente.

- Bom, para resumir minha cara irmã... Você ficou desacordada por uma semana inteira depois daquilo. – dizia Verdandi se sentando na ponta da varanda.

- Uma... Semana? Como? – se perguntava Skuld surpresa pela resposta.

- Depois que derrotamos Cleo, livrar o campo de batalha dos jotuns foi moleza... Claro que tivemos muitas baixas, fizemos uma cerimonia há três dias para honra-los... De acordo com as curandeiras de Asgard, você usou tanta magia em seu último ataque que se alto sobrecarregou, e ainda tinha seus ferimentos... Tudo isso depois da batalha voltou com tudo para seu corpo que não aguentou a fazendo desmaiar no processo... E aqui estamos... Uma semana depois você acordou... – respondia Verdandi mexendo em seu cabelo.

- Que loucura... O que aconteceu com os outros depois de tudo? – questionou Skuld.

- Bom, depois daquilo... – começava a dizer Verdandi olhando para o céu.

Uma semana antes.

A batalha contra Cleo estava terminada, a rainha das serpentes foi derrotada pelas forças aliadas, e seu plano de dominação de Midgard havia sido impedido, os jotuns convocados por Cleo estavam derrotados, porém todos sabiam que muitos deles ainda estavam à solta pelas terras de Nordicia. Freya rapidamente se aproximou do corpo caído de Skuld preocupada com a situação da Valquíria, assim como as outras guerreiras aladas que também se aproximaram. Freya com cuidado carregou o corpo de Skuld em seus braços, e disse para todas se acalmarem, pois Skuld estava viva.

Todas soltaram um suspiro de alívio, Grace e Roveria se ajudavam a ficar em pé se apoiando uma na outra, as duas princesas de Nordicia estavam aliviadas por tudo ter acabado, porém sabiam que esse alívio duraria pouco. As duas princesas olhavam o cenário em volta completamente devastado pela guerra, as duas logo imaginaram que Nordicia estava completamente destruída, tendo em vista que os ataques da pirâmide de Cleo foram extensos e poderosos, era impossível alguma cidade ter saído ilesa.

Com ajuda dos ninjas de Yamato, e do elfos, as duas princesas mandaram soldados vasculharem todas as áreas do continente afetadas pelos ataques. Solstis ordenou que dois batalhões de elfos continuassem pelo continente como forma de apoio a Nordicia, os guerreiros de Alfheim tinham ordens para se manterem em Midgard até tudo estar novamente calmo pelo continente. Solstis após dar as ordens, logo caminhou ficando próxima de Avencia, Lyrist e Quarys.

- Quarys... É bom revê-la... E do nosso lado dessa vez... – afirmava Solstis com um sorriso, seu corpo ostentava alguns ferimentos e sangue escorria de sua testa.

- Vejo que esta fazendo um ótimo trabalho como rainha. – dizia Quarys.

- Pode se dizer que estou aguentando o trabalho pesado. – afirmou Solstis sorrindo.

- Essa batalha finalmente acabou... Agora podemos descansar um pouco... – dizia Lyrist.

- Ela pode ter acabado, mas ainda temos trabalho a fazer Lyrist... Não pense que vai ficar parada... – dizia Avencia com um olhar sério.

- E usei, eu sei... – disse Lyrist se deitando no chão com os braços abertos olhando os céus que começavam a anunciar a chegada da noite.

- Solstis... Avencia... Temos outra coisa para resolver certo? – questionou Grace se aproximando do grupo com Roveria e Nautica mais ao lado.

- Sim... Porém vamos deixar isso para depois... Temos um longo trabalho para fazer. – respondia Solstis observando as três humanas.

- Está certo... Marcaremos uma reunião para daqui uns dias... – disse Roveria.

Solstis concordou cumprimentando Avencia e Roveria com um aperto de mãos, em seguida, Avencia conjurou amarras de magia de trovão e as colocou em Quarys e Nautica novamente prendendo suas mãos. As duas guerreiras que ajudaram na batalha voltaram para Alfheim junto com as elfas, o acordo entre o grupo estava cumprido, Nautica e Quarys voltariam a Prisão de Sangue como combinado antes da batalha, Solstis deixou Lyrist em Midgard para que cuidasse de certos assuntos envolvendo os Therians, não demorou muito para o restante do grupo desaparecer de Midgard em seguida.

Aos poucos todos começavam a se espalhar saindo do local da batalha, Hel que acompanhava Freya e as Valquírias, logo começou a levitar se despedindo de todos, não demorou muito para a governante de Helheim desaparecer indo até seu reino novamente. Hel queria garantir que tudo estava em ordem e que Gullveig não tivesse aprontado em sua ausência. Freya em seguida, ordenou que Heavor e Norn ficassem e cuidassem dos pontos afetados pela batalha junto com uma tropa de Valquírias, com as guerreiras aladas, a movimentação pelo continente seria mais rápida.

Todas concordaram e logo se afastaram, Tyr e Thrud se colocaram a ajudar também e logo foram à ilha dos Therians junto com Siluria, Lyrist e Dielle, o grupo cuidaria de averiguar os estragos da batalha e também de garantir que seu povo estivesse seguro, com Skuld desacordada e como não saberia se mais alguém fosse conseguir levantar a arma, Thrud ficou com o Mjionir por enquanto e por segurança, a prima de Thor levantou o martelo o prendendo em seguida a sua cintura. Amaterasu e Tsukyoumi decidiram se manter em Nordicia e acompanhar as princesas até a cidade real e ajudar no que for preciso.

Os estragos em Nordicia eram piores que durante o segundo ataque de Surtur, vilas devastadas, campos e florestas destruídas, pessoas com medo e desamparadas chorando a morte de seus entes queridos, as principais cidades do reino estavam no mesmo estado. A capital real de Nordicia estava destruída, poucas casas e construções sobraram ainda de pé, graças aos esforços dos magos de defesa que impediram uma grande parte dos tiros, porém as defesas não fora suficientes fazendo com que os estragos na cidade fossem muito piores que batalhas anteriores, fumaça e densas nuvens de poeira percorriam o local, enquanto seu povo tentava ao menos começar a se levantar e se recuperar.

A ilha dos Therians foi outro dos locais que também sofreu muito com os ataques mágicos, a ilha estava um completo caos quando Siluria e os deuses asgardianos chegaram, os meio-humanos e ninjas corriam para ajudar os feridos e socorrer alguns habitantes que estavam presos a escombros de casas destruídas. Logo Siluria se pôs a ajudar assim como Tyr, Thrud e uma tropa de guerreiros que os acompanhavam, a ilha também tinha alguns navios da marinha ativos que aos poucos, prendiam os soldados de Egípcia que se renderam após o combate e a queda de sua governante e deusa. Aos poucos, todos os lugares afetados pela guerra começavam seu longo processo de recuperação após a terrível batalha que se alastrou por todo continente, e deixou marcas irreversíveis.

Asgard dias atuais.

Após saber sobre como tudo aconteceu depois de seu misterioso e repentino desmaio após a batalha, Skuld sentiu-se aliviada por tudo estar começando a se ajeitar novamente, Verdandi rapidamente desceu de onde estava sentada, ficando em pé ao lado de sua irmã, as duas Valquírias observavam com atenção o lindo céu azul à frente.

- Verdandi... Durante a batalha... Você sentiu também não foi? – questionou Skuld.

- Sim, eu pude senti-la... Deu-me uma sensação de conforto que não consigo explicar... Nossa mãe é incrível. – dizia Verdandi com um longo sorriso.

- Sim... Quando tudo acabou, eu me lembro dela dizer que estava orgulhosa das mulheres em que nos tornamos, e que éramos suas joias preciosas. – dizia Skuld observando o horizonte a sua frente.

- Entendo... Agora ela pode descansar em paz sabendo que suas filhas estão fortes e seguras... – afirmava Verdandi encostando a cabeça no ombro de sua irmã enquanto a abraçava.

- Sabe, às vezes não consigo acreditar que ela tenha se apaixonado por um simples camponês de Midgard. – afirmou Skuld se lembrando de seu pai.

Um homem simples de uma vila ao leste de Midgard que se apaixonou por uma guerreira Asgardiana, durante uma das muitas missões de Sorn pela terra dos humanos. Sorn se sentiu atraída pela bondade e simplicidade do bom homem que também se sentia da mesma forma em relação à Sorn. Os dois viveram um grande amor em meio a batalhas que aconteciam, porém durante um ataque de jotuns, a vila do pai das Valquírias foi atacada o que ocasionou sua morte, deixando Sorn viúva e com suas duas filhas em Asgard.

- Sim, Agora os dois podem descansar em paz juntos em Helheim. – dizia Verdandi com um sorriso.

- Bom, agora que esta tudo resolvido podemos comer certo? Uma semana dormindo não é fácil, preciso me alimentar. – dizia Skuld se empolgando.

- Ei, vai com calma você acabou de acordar! E, aliás, eu não trouxe muita coisa, são só algumas maças douradas colhidas pela Idun, e um prato de arroz Asgardiano, além de carne, e vinho. – afirmava Verdandi.

- Já serve, pode ser pouco, mas depois eu vou até Idun e consigo mais. – dizia Skuld dando uma leve piscada para Verdandi.

- Certo... – disse Verdandi suspirando. - Então vamos lá, pois depois temos assuntos a resolver. – afirmou dando um sorriso para Skuld.

- Sem problemas irmãzinha. – disse Skuld entrando em seu quarto novamente.

Rapidamente, Skuld pegou a bandeja com sua comida e começou a comer sentada em sua cama, enquanto Verdandi apenas observava. As duas irmãs estavam em enfim mais tranquilas, pois sabiam que de certa forma, seus pais, principalmente sua mãe, poderia descansar em paz.

Em algum lugar misterioso.

- O-onde eu... O-onde eu estou? – se perguntava Cleo abrindo os olhos e vendo um cenário totalmente diferente do que estava acostumada.

Cleo se levantou um pouco tonta, a rainha das serpentes ainda estava com sua forma final, com o poder dos faraós, porém sua armadura, e seu elmo estavam completamente destruídos, o corpo de Cleo ostentava inúmeros ferimentos decorrentes da batalha, sua cauda estava coberta por seu sangue. Com dificuldades Cleo se colocou de pé, rastejando enquanto observava o lugar em volta.

Cleo observou que o céu estava escuro, com uma lua emitindo um brilho em tonalidades de roxo quase vermelho iluminando as nuvens e tudo abaixo, o céu tinha poucas estrelas, a sua volta, Cleo notou que havia algumas árvores em meio ao deserto, árvores essas que tinha galhos secos que caiam conforme o vento balançava. Montanhas mais ao sul, colinas de areia e uma pequena floresta para leste e oeste, ao norte, a rainha das serpentes via o mesmo cenário. Porém Cleo nunca havia visto tal lugar, a rainha das serpentes sabia que não era Egípcia, pois conhecia todos os cantos de seu continente, e se fosse um local de Egípcia, Cleo não saberia dizer com exatidão onde exatamente estava.

Após alguns minutos percorrendo o local com um olhar desconfiada, e atenta a qualquer coisa que ousasse se mexer para possivelmente ataca-la, Cleo notou que mais a frente havia uma enorme pirâmide. Com um olhar sério, a rainha das serpentes começou a ir em direção a tal estrutura, no caminho, a rainha das serpentes passou por ruínas antigas que estavam em volta da estrutura, ao olha-las por alguns minutos, Cleo pôde notar que as ruínas tinham inscrições egípcias esculpidas, relatando diversos seres e acontecimentos ao longo da história.

As ruínas eram formadas por paredes e pedras desgastadas pelo tempo, algumas formavam uma espécie de abrigo, outras eram apenas pilares espalhados pelo local, não demorou muito para Cleo enfim chegar às escadarias da pirâmide. A rainha das serpentes sacou sua espada a preparando para atacar quem estivesse lá dentro, ao chegar ao topo, Cleo viu um grande salão bem iluminado, algumas estátuas de cachorro espalhadas pelo local, novamente inúmeros desenhos e inscrições esculpidos na parede, Cleo reconheceu parte do local e logo engoliu seco, e bem devagar, começou a entrar no salão.

As tochas presas nas paredes iluminavam seu corpo fazendo um belo contraste entre sombra e luz, logo em seguida um forte vento percorreu o lugar apagando todas as tochas que estavam espalhadas, Cleo se assustou e começou preparar uma rajada mágica com sua mão esquerda. Quando as tochas se acenderam novamente revelando alguém mais a frente, Cleo não pensou duas vezes e lançou sua magia atacando o ser que estava de costas em frente a um trono dourado, rapidamente o ser a sua frente sacou uma foice e cortou o golpe no meio que gerou uma pequena explosão. Após a nuvem de poeira se dissipar, Cleo teve a surpresa, o ser a sua frente era Anúbis.

- Olá Cleo... – dizia Anúbis observando Cleo parada a sua frente.

- Anúbis... Que lugar é esse? – perguntava Cleo com um olhar sério.

- É verdade... É a primeira vez que você vem aqui não é mesmo Cleo? – respondia Anúbis com outra pergunta enquanto se sentava no seu trono com a mão apoiando seu rosto e suas pernas cruzadas.

- Como assim? – questionou Cleo novamente.

- Minha cara rainha egípcia... Você está morta... – respondia Anúbis com um sorriso malicioso.

- Então... Merda! Liberte-me Anúbis! Eu lhe ordeno! – gritou Cleo.

- Sinto lhe dizer, mas... Eu não farei isso! – dizia Anúbis com um sorriso.

- E por que não. Você sempre foi leal a minha família! – afirmou Cleo com raiva em seu rosto.

- Ah claro, sempre fui... Até vocês chegarem ao meu mundo... Ai minha cara Cleo, as coisas mudam de lado, pois aqui eu governo, eu sou a lei... Será tão divertido ter você por aqui. – dizia Anúbis com um sorriso malicioso.

- Acha que consegue me prender aqui? – questionou Cleo novamente.

- Claro que acho, você não tem autoridade aqui, aliás, sinta-se em casa Cleo... – disse Anúbis a encarando.

- Sua... – começa Cleo sendo interrompida por um pequeno feixe de energia mágico que foi lançada do dedo de Anúbis lhe arrancando um pouco de sangue do rosto.

- Seja Bem vinda Cleo... Ao lugar onde você não poderá escapar... Ao lugar onde você poderá encontrar seus antepassados... Bem vinda, ao mundo dos mortos de Egípcia... Bem vinda ao meu reino... Ao Underworld... O seu novo lar... – afirmava Anúbis com um sorriso no rosto deixando Cleo com um olhar espantado.

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