Os Portais do Trovão!
Hel continuava a seguir lentamente pelo escuro e úmido pântano onde antes se encontrava o dragão Nidhogg, segurava seu braço ferido e caminhava a passos calmos, atravessar o pântano era difícil em suas condições atuais, porém Hel não dava sinais de que poderia parar em algum momento e descansar.
Continuou seguindo em frente passando por varias árvores mortas no local, após vários minutos andando, Hel avistou finalmente terra, começou a sair do pântano calmamente, estava com as pernas cobertas de lama e uma expressão de raiva em seu rosto, Hel não se importou já que estava ferida e continuou caminhando, a deusa dos mortos se encontrava agora na parte mais funda de seu mundo, um lugar até então inexplorado por Hel, a deusa caminhou por mais alguns minutos até avistar um castelo abandonado, Hel conseguia sentir uma forte energia mágica vinda do local, logo imaginou que seria ali que encontraria suas respostas.
O local estava parcialmente destruído, Hel percebeu que o castelo era muito antigo, ao entrar pela porta que estava toda velha e quebrada, Hel caminhou por um corredor acabado, com destroços das paredes pelo chão, logo chegou há uma espécie de salão real com um trono coberto por galhos de árvores, o teto estava completamente aberto revelando a escuridão dos céus de Helheim. Hel olhou em volta, não viu nada que lhe chamasse a atenção, caminhou até o trono e com uma magia de chamas negras, começou a queimar os galhos que o cercavam, aos poucos, os galhos foram sumindo revelando uma espécie de elmo em meio ao trono.
Hel sentia que conhecia o elmo de algum lugar, porém não conseguia lembrar com exatidão onde o tinha visto, o elmo era negro com varias galhadas em volta apontado para cima e para baixo, Hel segurou o elmo em suas mãos e sentou-se no trono, ao observar por mais alguns minutos, a deusa dos mortos colocou o elmo em seu rosto, de repente, uma magia começou a cobrir o lugar, Hel tentou retirar o elmo para evitar que algo a atingisse, pois ainda se encontrava um pouco fraca depois da luta contra Nidhogg, porém não conseguiu, Hel também não conseguia se levantar do trono, logo a densa magia que cobria o local jogou Hel em uma profunda escuridão que engoliu todo o castelo abandonado em seguida.
Hel se viu em meio ao nada, se perguntava onde estava, primeiro colocou a mão em torno de seu rosto e percebeu que o elmo havia desaparecido, logo em seguida, Hel disparou algumas rajadas magicas em volta para saber exatamente que local seria este. Os disparos não fizeram barulho de choque com algo, nem sequer explodiram em alguma coisa, a deusa dos mortos então começou a caminhar na densa escuridão, até que sentiu um alto pico de magia vindo de algum lugar.
- Quem está ai? –perguntou Hel.
- É bom vê-la novamente, só não esperava que você viesse tão cedo. – disse uma voz.
- Quem é você? Apareça! – gritava Hel.
- Calma... Eu estou aqui... – dizia a voz se revelando as costas de Hel.
Hel aos poucos se virou com cuidado e então teve uma surpresa. Hel não acreditava em quem estaria na sua frente.
- N-não pode ser... Você é...
Castelo dos mortos. Dez dias depois.
Todos os guerreiros que se refugiaram em Helheim já estavam curados completamente. Graças a deusa da beleza e Garn o cão de Hel, todos estavam com roupas e armaduras novas conseguidas através da magia do pequeno guardião da terra dos mortos e também de Freya, todos haviam passado esses dez últimos dias treinando fortemente combates, estavam prontos para enfrentarem novamente os arautos do medo, a única que ainda se encontrava fora seria Hel, a deusa dos mortos ainda não havia retornado de sua jornada as profundezas de seu mundo.
Gullveig era a única que não havia treinado, a bruxa estava monitorando a situação nos reinos e passando ordens para as Valquírias em Asgard sem que Jormungand ou alguém percebesse sua interferência. Os mundos estavam banhados em medo, todos os lugares dominados pelos Arautos do medo estavam sofrendo com seus novos lideres, em Alfheim a cidade real escondida dos elfos estava em chamas.
Quarys e Welver havia dominado tudo, os que conseguiram escapar se esconderam em lugares distantes do reino, uma grupo grande de Elfos negros havia invadido Alfheim a mando de Welver que conseguiu formar um acordo com Malekif, permitindo que as tropas de Svartalfheim invadissem Alfheim, e agora a terra sagrada dos elfos era mais um lar para os seres da escuridão do mundo sombrio.
Em Nidavelir, Tholin havia corrompido todos os soldados do reino e ainda por cima, havia formado uma aliança com o grupo que planejou o golpe de estado anteriormente, a cidade real estava um caos, e um reino de tirania havia se formado. Em Vanaheim, Tyr era o ser mais forte do lugar, havia matado todos os guerreiros e dominado todas as vilas do reino dos Vanir, ninguém em Vanaheim ousava confrontar o deus da guerra corrompido.
Já em Nordicia, Nautica e Loki governavam a cidade humana, a Academia de Magia de Nordicia havia mandado vários magos evacuarem os cidadãos para longe da cidade, porém muitos deles foram derrotados no processo, Loki após perceber o ocorrido, destruiu a Academia de Magia, os magos sobreviventes escaparam levando junto o máximo de pessoas que conseguissem levar.
Com toda esta tragédia ocorrendo nos mundos, todos eles tinham algo em comum, aqueles que não concordavam com reinado de medo estavam em uma espécie de Campo de Concentração, todos os reinos com exceção de Vanaheim e Asgard adotaram a ideia com o pretexto de servir como lição a quem desobedecesse as ordens de seus novos governantes.
- A situação está critica, não podemos esperar mais! – exclamava Gullveig desativando sua magia de visão.
- Eu sei, mas também não podemos apressar o velho e cometermos erros. – afirmava Solstis chegando ao salão real.
- Precisamos ser estratégicos com os lugares que iremos, temos que primeiro acabar com as armas primordiais, depois Asgard. – afirmava Thrud.
- Eu concordo minha prima. Se Jormungand está sugando o medo dos mundos, a melhor forma de termos chance contra ele é derrotando os arautos primeiro. – afirmava Thor.
- E como faremos? Quem vai enfrentar quem? – questionava Skuld se sentando perto de um pilar.
- Eu irei a Nidavelir! Eu vou libertar minha irmã e meu povo. – respondia Ulin.
- Tyr é meu! Eu mesmo darei uma surra naquela cabeça de vento. – afirmava Thrud.
- Eu irei para Asgard. Preciso enfrentar Urd novamente. – afirmava Skuld.
- Tem certeza? Achei que Nordicia seria sua opção. – dizia Freya se aproximando da Valquíria.
- Tenho sim, gostaria muito de libertar Nautica primeiro, mas preciso fazer algo em relação à Urd. – dizia Skuld.
- Ótimo então eu irei para Alfheim, é meu lar, e preciso liberta-lo – dizia Solstis.
- Eu acompanho você. Enfrentar os dois será difícil sozinha. – afirmava Freya.
- Então eu fico com Nordicia! Vai ser bom enfrentar Loki depois de um tempo. – exclamava Thor ficando empolgado.
- Thor! Leve mais alguém é loucura ir sozinho até lá! – gritava Thrud.
- Não precisa se preocupar minha prima, foque em recuperar seu namorado e então nos reuniremos em Asgard novamente. – retrucava Thor deixando a prima com o rosto vermelho.
Todos estavam decididos em seguirem para os reinos escolhidos, até que Volundr e Garn entraram no salão real de Hel carregando algumas armas. Volundr usava uma armadura diferente da habitual, com um elmo de chifres apontado para cima e uma capa nas costas, o velho ferreiro usava está armadura apenas em tempos de guerra, sua magia permitia a ele trocar suas armas e armaduras quando quisesse tendo um pequeno limite nas trocas que podia fazer.
- Parece que chegamos bem a tempo. – dizia Garn.
- Aqui estão. Forjadas considerando as habilidades em combate de cada um de vocês. Todas elas foram aprimoradas tendo poderes únicos compatíveis com a magia de vocês. Basta com que vocês canalizem sua energia mágica na arma e ela responderá. – dizia Volundr colocando as armas no chão.
Volundr entregou primeiro um par de espadas douradas para Solstis, que logo se afastou dando alguns golpes no ar testando sua agilidade com elas, Freya recebeu uma nova lança, desta vez a deusa sentiu que era mais resistente que sua antiga. O machado Stormbreaker havia recebido melhorias que deixaram Thrud ainda mais empolgada, Ulin estava com um par de luvas e botas de combate novas que deixavam sua mobilidade mais rápida, as luvas eram pequenas comparadas as antigas, porém ao testar socando uma das paredes, percebeu o poder que continham. Volundr também havia feito uma nova espada, uma longa espada dourada.
- Thor está espada é sua. Foi forjada com os mesmos matérias de Stormbreaker e Mjionir, foi por isso que peguei o martelo de Thrud, para colher alguns materiais dele. – dizia Volundr Entregando à espada para Thor.
- Espera! Thor... A espada será minha! – exclamava Skuld se levantando.
- Mas Skuld você...
- Sem, mas... Ele é seu, sempre foi. Se for uma batalha para salvar os reinos, o único que tem direito de usa-lo com todo o potencial é você. – afirmava Skuld entregando o Mjionir para Thor.
Thor pegou o Mjionir da Valquíria e logo deu um abraço de agradecimento, Thor estava feliz por estar junto de sua maior arma em sua batalha final.
- E você meu pai. O que fará? – questionou Thor.
- Vão em frente. Não se preocupem comigo, já causei problemas demais para vocês. – respondia Odin.
- Entendo... Então estamos indo... Sabe onde encontrar todos nós. – disse Thor virando-se para a entrada do castelo.
- Princesa Ulin eu irei lhe acompanhar! – afirmava Volundr.
- Tem certeza velho? – questionou Ulin.
- Claro que sim. Não só pela Tholin, mas também pelo povo nos campos de concentração. Vamos libertar todos. – respondeu Volundr.
- Certo, então vamos. – disse Ulin.
Todos saíram do salão real acompanhando o deus dos trovões, ficando do lado de fora do castelo dos mortos, prontos para partirem. Gullveig surgiu diante deles abrindo vários portais ao mesmo tempo.
- Eu ficarei aqui e registrarei tudo para vocês, serei seus olhos nos outros mundos. Lutem com tudo o que tiverem. E não hesitem, se fracassarmos, os mundos serão consumidos pelo medo. – dizia Gullveig.
- Certo... Vamos fazer isso direito, derrotaremos os Arautos do medo, derrotaremos meu tio, e libertaremos os nove reinos! – exclamava Thor.
- Bom então vamos, não temos tempo a perder. – afirmou Skuld.
Todos apertaram seus punhos segurando suas armas com força, Thor olhou para Mjionir e sentiu o poder dos trovões percorrendo seu corpo chegando ao martelo. Com um movimento rápido, Thor ergueu o Mjionir invocando trovões por todo o lugar, e então soltou um poderoso grito antes de todos partirem.
- POR ASGARD!
Ao ouvirem Thor, os deuses e guerreiras correram entrando em seus respectivos portais, prontos para lutarem contra seus inimigos e libertar os inocentes das correntes do medo que banhavam os nove reinos.
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