Thor e Freya ficaram surpresos, não conseguiam acreditar no destino sombrio que aguardava o deus do trovão, Gullveig fechou o livro e voltou a se sentar olhando fixamente para Thor.

- Então filho de Odin. Esta é a verdade por trás de seus pesadelos. Uma visão do seu futuro com a serpente de Midgard. – afirmou Gullveig.

- Há... Alguma maneira de... Impedir que eu morra no processo? – perguntou Thor assustado.

- Não... – respondeu Gullveig.

- I-impossivel... Foi por isso que meu pai... – disse Thor se levantando.

- Provavelmente... Odin selou a serpente e escondeu a profecia de você, acredito que ele acreditava que Jormungand nunca iria se libertar novamente. Mas, se você está tendo estes sonhos, significa que a hora de cumprir com a profecia está chegando.

- Ou seja, A Serpente está para se libertar? – questionou Freya.

- É possível... – respondeu Gullveig fechando os olhos.

- Temos que parar ela antes que o selo se quebre! Onde ela está? Gullveig! – gritou Thor encarando a bruxa.

- Eu não sei... Nos livros não é mencionado o local exato onde o selo fica, Parece que Odin escondeu até isso por segurança – respondeu Gullveig.

- Merda! Eu não vou morrer! Eu não vou morrer! – exclamava Thor saindo correndo da casa de Gullveig indo em direção ao palácio de Asgard.

- Thor! – gritou Freya tentando parar o filho de Odin.

- Freya. Deixe-o sozinho por um tempo. Deve estar sendo difícil para ele assimilar tudo de uma vez. Eu ficarei por aqui caso precise de ajuda novamente. – afirmava Gullveig desaparecendo aos poucos.

- Certo! Obrigada Gullveig. – agradecia Freya que voltava a andar saindo da floresta indo em direção ao palácio de Asgard.

Midgard. Local do templo da serpente.

Skuld não conseguia acreditar nas palavras ditas por Hel, Urd havia saido de Helheim, com a ajuda de alguém que usou magia proibida para tira-la de lá. Skuld logo pensou que a misteriosa serpente e o sumiço de Nautica poderiam estar ligados de alguma forma. A Valquíria após um tempo de descanso, adentrou o templo misterioso junto com Hel para investigar o local e descobrir o que estava acontecendo.

Ao chegarem ao centro do local, viram varias marcas de sangue e uma enorme porta aberta logo a frente. Hel se aproximou da porta e pôde ver os desenhos da serpente cobrindo o mundo.

- Parece que é verdade. Acho que aqui era o selo de alguma criatura em forma de serpente. – afirmou Hel levitando de uma porta à outra as analisando.

- Sim, achei varias escritas asgardianas em volta do local e desenhos de uma serpente cobrindo o mundo. – afirmou Skuld andando em volta do templo.

- Parece que temos um grande problema por aqui. E ainda por cima não sinto mais o rastro da alma de Urd aqui em Midgard. – afirmou Hel pousando a frente de Skuld.

- Isso tudo está muito confuso precisamos de mais informações. – disse Skuld ficando pensativa.

- Sei bem onde consegui-las... – disse Hel caminhando para a saída.

- Então pensamos igual Hel. Vamos para Asgard.– afirmou Skuld acompanhado a deusa dos mortos.

Rapidamente, a deusa dos mortos e a Valquíria voaram em disparada pelos céus de Midgard, já estava no início da manhã quando partiram, Skuld olhou para baixo e pôde ver reforços de Nordicia chegando para auxiliar as tropas que havia sofrido com o ataque. A Valquíria voltou a olhar para frente e junto com Hel, seguiam rumo a Bifrost.

- Urd... Eu vou te salvar! Espera por mim – pensou Skuld enquanto voava.

Svartalfheim. O Mundo Sombrio.

Svartalfheim também conhecido como o Mundo Sombrio, era lar dos temidos Elfos Negros. Diferente dos elfos de Alfheim que eram chamados de Elfos de Luz, os Elfos negros eram sua contra parte, o outro lado da moeda. Elfos que renegaram as bençãos da luz dos deuses e se voltaram completamente para as trevas tomando como lar Svartalfheim. Um mundo coberto pela escuridão total, com grandes áreas de deserto com areias negras, nuvens escuras e muito pouca luz faziam parte do cenário sombrio, florestas de árvores mortas se espalhavam por várias regiões, várias montanhas e cavernas escondidas completavam o cenário horripilante do mundo sombrio.

Os elfos negros eram criaturas que não gostavam de se aliar a ninguém, durante a primeira Guerra contra Surtur, o senhor do fogo veio até o mundo sombrio a fim de buscar apoio por parte dos elfos negros, porém os elfos recusaram e expulsarão o senhor do fogo de suas terras, claro que mediante há alguns sacrifícios durante uma breve luta. As forças de Asgard também buscaram ajuda para deter Surtur, mas sem resposta, os Elfos negros não tinham a mínima intenção de ajudar Odin.

Já há algum tempo, Thor veio ao mundo sombrio, os elfos negros haviam montado um plano de invasão a Alfheim e posteriormente a Asgard. O Deus do trovão que na época ainda possuía Mjionir, conseguiu impedir os planos dos elfos negros travando uma poderosa luta com as criaturas. Os Elfos haviam se recuperado graças a seu líder, o governante do mundo sombrio Malekif, um elfo que governava Svartalfheim como um verdadeiro tirano. Tinha raiva de Asgard e principalmente de Thor, no passado, em um embate dos dois seres, Thor deixou metade do rosto de Malekif totalmente queimado com o poder de Mjionir, desde então Malekif passou a usar magia das trevas para tentar reconstruir seu rosto, ficando com um lado negro e outro um pouco mais claro.

Entre os vários soldados de Svartalfheim que serviam a Malekif, existia um que se destacava dentre os demais, seu nome era Welver. Um elfo negro com cabelos num tom rosa muito claro, usava uma armadura de guerra simples e uma espada embainhada em sua cintura. Welver era um soldado que tinha como sonho seguir os passos de Malekif, e governar o mundo sombrio um dia. Porém em todas as batalhas que disputou fora do mundo sombrio, Welver tinha perdido todas elas, fazendo a confiança de Malekif se perder sobre o garoto, que acabou sendo designado para a guarda e patrulha do palácio e regiões próximas, o elfo negro após o ocorrido, passou a buscar formas e mais formas de se tornar alguém ainda mais poderoso que seu líder.

Foi então que finalmente uma oportunidade surgiu para ele. Welver estava próximo a uma região montanhosa, patrulhando a área como sempre fazia, o vento batia em seu rosto, sabia que em breve uma tempestade de areia iria começar, já que estava caminhando por uma área deserta, Welver buscou abrigo em uma caverna dentro da montanha mais próxima. O elfo se sentou e esperou a tempestade passar, após alguns minutos, Welver conseguiu avistar um enorme raio de energia no céu, não conseguia identificar o que era, mas sentiu uma forte energia magia vindo da luz.

- O que será aquilo? – pensou Welver se levantando e caminhando até a entrada da caverna.

A tempestade de areia que havia começado deixava visibilidade um pouco prejudicada, mas Welver pôde ver onde o raio de luz caiu, o elfo esperou mais alguns minutos e então a tempestade aos poucos foi se dissipando, Welver correu até o local e pôde ver uma enorme cratera em meio ao deserto, e no centro do local havia uma enorme espada roxa com detalhes em preto cravada no chão. O elfo achou estranho uma arma caindo do céu, logo pensou que poderia ser uma armadilha feita por alguém. E começou a rastrear leituras mágicas em torno do local, porém não encontrou nada. Até que dentro de sua mente, pôde se ouvir uma voz o chamando.

- Você quer poder? Você que ficar mais forte? – perguntou a voz.

- Quem é você? Onde está? – retrucou Welver ficando tenso.

- Eu estou a sua frente. Venha, eu sinto em seu coração. Um forte desejo de se tornar um guerreiro mais forte. Eu posso realizar tal desejo. – afirmou a voz sussurrando dentro da cabeça de Welver.

O elfo não resistiu e então começou a deslizar pela cratera, parando em frente à espada. Welver queria poder, queria ser mais forte e então ter a gloria de governar seu mundo, Welver pegou a espada e a retirou da areia a levantando. De repente, uma energia maligna começou a percorrer o corpo de Welver, que foi encoberto por uma enorme esfera negra de energia magica que aos poucos, foi corrompendo Welver com a Essência do Medo. O elfo negro passou por uma transformação, a esfera se dissipou revelando Welver com uma armadura de batalha num tom totalmente roxo com detalhes em preto, seu olhar estava mais ameaçador, o poder da espada percorria seu corpo fazendo Welver sentir toda a força que agora possuía.

O Elfo olhou para sua espada nova, soltou um sorriso diabólico e saltou, ao olhar para uma montanha, Welver testou sua força, lançou um enorme corte mágico no ar que saiu em disparada cortando e destruindo por completo a montanha que usou para se abrigar da tempestade de areia.

- Impressionante... Com isso... Posso ter minha gloria como guerreiro de volta – disse Welver sorrindo.

- Este meu caro elfo negro... É o poder da verdadeira arma dos deuses. – disse uma voz.

- Quem está ai? – questionou Welver.

De repente, saindo de um portal Jormungand, a Serpente do mundo se revelava juntamente com a corrompida Nautica e a Valquíria caída Urd.

- Eu sou a Serpente de Midgard. E você... Foi escolhido para ser um dos meus arautos do medo... Juntos, nós iremos governar os mundos. – afirmou Jormungand.

- Governar... Os mundos? Foi você que me deu este poder então... Se andar com você me tornara mais forte... Então eu irei... Meu mestre. – disse Welver se ajoelhando em respeito.

- Ótimo... O terceiro está conosco. Vamos meus arautos, temos mais quatro para reunirmos antes de tomarmos aquele lugar. – disse Jormungand abrindo outro portal e sumindo junto com seus três servos rumo ao seu próximo destino, seu próximo mundo, Vanaheim.