O Arauto de Vanaheim
Skuld e Hel passaram o dia todo mais um pedaço da noite viajando das ilhas no meio do oceano rumo à entrada da Bifrost, pararam apenas para descansar em um pequeno vilarejo próximo a cidade real, comeram algo, restabeleceram suas energias e logo depois seguiram viagem. Hel e Skuld tinham pressa em chegar a Asgard, pois tinham duvidas que certamente poderiam ser tiradas na terra dos deuses.
Após mais algumas horas sobrevoando os céus noturnos de Midgard, as duas guerreiras finalmente avistam a montanha que da acesso a Bifrost. Ao subirem puderam ver seu guardião parado com sua espada sagrada em mãos, Heimdall estava conversando com Tyr o Deus da Guerra, que aparentemente estava de partida.
- Tyr! Heimdall! – disse Skuld acenando para ambos.
- Skuld! Hel! É bom revê-las por aqui – exclamou Tyr dando um enorme sorriso.
Heimdall ficou em silêncio, porém deu um simples aceno com a mão para as duas.
- Está indo há alguma missão? – questionou Hel.
- Não desta vez. Estou indo visitar Vanaheim. – respondeu Tyr.
- Se eu não estiver errada... Você e Freya são de Vanaheim não é? - perguntou Skuld ficando um pouco pensativa.
- Mais ou menos errada. Freya é nativa de Vanaheim, eu por outro lado sou Asgardiano, mas fui criado em Vanaheim durante uma pequena parte de minha infância, antes de Odin me trazer para ser treinado em Asgard. Bom, se me dão licença senhoritas, tenho que ir. Até mais! – respondeu Tyr caminhando e logo depois, dando um enorme salto pulando montanha abaixo.
- Certo. Até mais! – disse Skuld acenando para o amigo.
- Bom Skuld, vamos logo. Heimdall. Pode abrir passagem para nós? É uma emergência. – afirmou Hel.
- Claro... – disse Heimdall balançando sua espada e a cravando na ponte do arco íris, abrindo caminho para que Skuld e Hel pudessem atravessar a Bifrost.
A Valquíria e a Deusa dos mortos atravessam Bifrost e chegam até a cidade de Valhala, viram a cidade bem tranquila e agitada como sempre esteve quando não estava com algum problema, as duas passam pelo centro comercial e depois de alguns minutos, e vários cumprimentos para os moradores, finalmente avistam as escadarias do palácio. Ao subirem, deram de cara com vários livros da biblioteca real de Asgard espalhados pelo chão, no trono, Thor estava sentado com dois livros em suas mãos, aparentava estar preocupado com algo, procurava nos livros freneticamente algo importante, um pouco longe do trono, Freya se encontrava sentada encostada em um pilar com mais alguns livros em volta.
- O que está acontecendo aqui? Thor está lendo? Acho que o Ragnarok está vindo. – disse Hel se assustando, pois sabia que o deus do trovão não era alguém que gostasse de ler.
- Ah... Skuld! Hel! O que trazem vocês a Asgard? – perguntou Freya se levantando indo em direção as duas.
- Bom deusa Freya... Temos alguns problemas... Bem sérios. – disse Skuld olhando a sua volta.
- O que aconteceu aqui? – questionou Hel.
- Me contem o que vocês sabem, e eu conto o que sabemos. – respondeu Freya.
Hel relatou a Freya sobre o incidente envolvendo a alma de Urd que escapou misteriosamente de Helheim, Skuld contou sobre as ilhas destruídas, e sobre a misteriosa serpente gigante que apareceu em Midgard dois dias atrás. Freya se assustou, até mesmo Thor que fingia não prestar atenção sentiu um frio passar em sua espinha ao ouvir a palavra serpente gigante. Freya então contou as duas sobre a profecia que estava destinada a Thor, Skuld e Hel se assustaram mais ainda, com o início da profecia começando a ganhar força e uma serpente misteriosa aparecendo em Midgard, Freya e Thor já imaginavam que, o que Gullveig havia dito era verdade e estava começando a vir à tona, parece que finalmente, as engrenagens do destino estavam começando a se mover para Thor, que buscava de toda forma, um jeito de se manter vivo.
Vanaheim. Um dos nove reinos.
Vanaheim era um dos nove reinos mais próximos de Asgard. Seu povo era chamado de Vanir, há muito tempo atrás, o rei Bohr pai de Odin, havia trazido alguns asgardianos para servirem de população de Vanaheim, os novos habitantes concordaram em ficar, porém para honrar o nome de seu novo mundo decidiram se chamar de Vanir. Bohr concordou e deixou Vanaheim sob cuidados de seu novo povo, desde então Vanaheim e Asgard tem uma relação mais amigável que qualquer outro mundo.
O mundo de Vanaheim era belíssimo, com uma natureza exuberante, florestas incríveis, regiões de campina, a natureza em Vanaheim era preservada com muito cuidado e carinho pelos Vanir. Vanaheim também era conhecida por ser lar de deuses e deusas de poderes incríveis, e grandes magos capazes até mesmo de preverem o futuro, dentre estes deuses, Freya era uma habitante de Vanaheim, porém acabou adotando Asgard como seu lar após a primeira batalha contra Surtur, Freya nunca se esqueceu de Vanaheim sua verdadeira casa, sempre que podia, a Deusa da beleza passeava pelos vastos campos de Vanaheim.
Tyr também havia sido um dos habitantes. Quando Criança passou a maior parte do tempo aprendendo sobre a cultura de Vanaheim, apesar de ser muito travesso na época, Tyr era uma criança que entendia suas obrigações e sempre que podia estava envolvido em alguma briga. Tyr adquiriu um carinho especial por Vanaheim desde então, e sempre que podia, assim como Freya vinha visitar o que poderia ser chamado também de sua casa.
Tyr chegou a Vanaheim através de um dos galhos de Yggdrasil, ao olhar em volta rapidamente, fechou seus olhos e soltou um grande suspiro, Tyr estava se sentindo em casa, o ar de Vanaheim trazia uma sensação de tranquilidade para o deus da guerra. Tyr abriu os olhos e voltou a caminhar indo em direção à vila em que havia crescido.
Ao caminhar pela bela floresta ao seu redor, avistando pequenos animais e algum lagos, Tyr começou a ouvir um barulho estranho a sua frente, o deus da guerra percebeu que estava vindo do vilarejo e então correu para ver o que era toda essa agitação. Ao chegar, viu uma enorme cratera no centro do vilarejo e no meio, havia um machado emitindo uma aura sombria a sua volta deixando os moradores com medo de se aproximar.
- Tyr? É você Tyr? – disse um senhor que se aproximava de Tyr usando roupas simples, uma barba um tanto grande e cabelos brancos.
- Há Senhor ancião. O que está acontecendo aqui? – perguntou Tyr apontando para a misteriosa arma.
- Meu caro Tyr. Há dois dias esta coisa caiu do céu, não sabemos o que é, mas deixou todos aqui com medo. – respondeu o ancião.
- Que estranho, chovendo armas em Vanaheim agora? Peça para todos se afastarem eu vou ver o que é e então arrancar aquela coisa daqui. – afirmou Tyr.
O Ancião assentiu com a cabeça e logo saiu gritando para todos se abrigarem dentro de suas casas. Tyr olhou para a arma e de repente começou suar frio, com calma, o deus da guerra foi se aproximando da arma, tomando bastante cuidado para caso houvesse algum tipo de armadilha mágica. Ao se aproximar do machado, Tyr começou a ouvir vozes em sua cabeça, o deus da guerra se ajoelhou e pôs à mão na cabeça, aparentemente Tyr não estava nada bem, as vozes em sua mente o atormentavam aos poucos fazendo Tyr sentir-se mal, Tyr fechou seus olhos na tentativa de tentar silenciar as vozes em sua cabeça, porém elas foram ficando mais fortes, Tyr começou a gritar e quando percebeu o machado que havia caído dos céus estava em suas mãos.
Ao empunhar a arma, Tyr começou a ser corrompido pelo poder da arma, uma forte rajada de energia mágica estava sendo emitida do lugar onde se encontrava Tyr que gritava, o deus da guerra então percebeu que as vozes em sua cabeça eram os pensamentos de medo das pessoas do vilarejo, Tyr tentou aguentar por mais tempo, mas não conseguiu, a energia parou de repente causando um estrondo, e Tyr começou a tomar uma forma totalmente diferente do habitual, seu braço mecânico de cor vermelha se tornou negro, suas roupas mudaram de forma, dando lugar a uma armadura de guerra, o deus da guerra tinha um olhar ameaçador em seu rosto
Tyr saiu levitando com a arma em mãos olhando para o lugar a sua volta, aos poucos, os moradores olharam para cima e viram seu amado Tyr com uma forma diferente, Tyr olhou para baixo, caiu no solo como um estrondo e começou a destruir as casas uma por uma com sua força, matou alguns dos habitantes do local com golpes precisos de sua arma, alguns habitantes corriam de medo, não estavam entendendo nada do que estava acontecendo.
Tyr atacava com golpes rápidos até que sua arma acertou em cheio o velho ancião, o senhor voou alguns quilômetros com a força do golpe caindo dentro da floresta, infelizmente estava morto. Tyr então parou por um segundo observando a destruição que havia causado e então, soltou um enorme sorriso. O deus da guerra estava feliz por causar medo e destruição, de repente um portal mágico se abria a frente de Tyr, revelando a forma de Jormungand e seus três arautos do medo.
- Impressionante o que fez... O medo dessas vidas insignificantes me deixa mais forte. O medo de verem um dos seus destruir tudo o que construíram até agora. Eu o parabenizo meu novo arauto do Medo. Tyr o Deus da guerra. – disse Jormungand se aproximando de Tyr.
Tyr caminhou até Jormungand e se ajoelhou em respeito a seu mestre. Os outros Três arautos do medo olhavam em volta vendo a destruição causada.
- Agora... Faltam apenas três... E então, quando todos estiverem reunidos... Poderemos enfim começar a etapa final de meu plano. Vamos Meus guerreiros. Temos mais dois mundos para visitar. – disse Jormungand caminhando enquanto outro portal mágico se abria.
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