Laços!
Após todos partirem adentrando os portais correspondentes a cada mundo, Gullveig fechou os portais e começou a caminhar em direção ao salão real, ao chegar ao salão, sentou-se no chão de joelhos e começou a recitar um encantamento enquanto fechava seus olhos.
- Que meu poder seja absoluto... Que meu sangue percorra os mundos... Se tornando apenas um olho, podendo ver através da escuridão! – sussurrava Gullveig.
Um grande circulo mágico surgiu em volta da bruxa emitindo um brilho roxo bem forte, ao redor de Gullveig, imagens reais dos mundos que estavam sendo tomados pelos arautos do medo surgiram a sua volta, Gullveig agora poderia ver com detalhes o que acontecia com todo mundo em tempo real. Garn se aproximou observando também.
- Então você invocou olhos mágicos em cada mundo? Impressionante. – dizia Garn.
- Sim, porém se eles forem detectados por alguém e destruídos, a magia acaba e eu tomo um pouco de dano. É uma magia bem perigosa. – afirmava Gullveig.
- Bom, de qualquer forma, vamos torcer por eles, e você Odin, se quiser pode usar um dos quartos para descansar. – exclamava Garn, porém Odin não respondeu.
- Algum problema Garn? – questionou Gullveig.
- Acho que sim... O velho Odin... Sumiu. – respondia Garn procurando pela energia mágica de Odin, mas sem resposta.
Vanaheim. Domínio de Tyr.
O reino de Vanaheim estava completamente tomado pelas chamas quando Thrud chegou. A deusa da batalha estava em uma colina observando tudo a sua volta, viu muitos sinais de fumaça no horizonte. Ao olhar mais para oeste, viu o que seria um pequeno grupo de Jotuns fazendo uma espécie de ronda no local.
Thrud não acreditava que tudo isto estava acontecendo em Vanaheim. A deusa da batalha soltou um olhar de fúria e saltou caindo em meio à floresta abaixo. Thrud começou a correr com muita velocidade passando pelas arvores, desviando de galhos e dando golpes com o Stormbreaker, a fim de abrir passagem o mais rápido possível, após minutos correndo floresta adentro, chegou a uma região de campina que se estendia até um pequeno vilarejo, a área era ampla e muito aberta, um local ideal para ataques surpresas, Thrud não se importou e continuou mesmo assim, até que Jotuns surgiram para ataca-la.
Os monstros correram na direção da deusa da batalha prontos para golpearem, estavam vindo de todos os lados cercando Thrud. A deusa parou de correr, deu um ultimo passo e saltou com o martelo em mãos, Thrud lançou o martelo com força atingindo a primeira criatura cortando-a ao meio, Thrud pousou novamente e outras duas vieram de encontro, Thrud desviou do primeiro golpe, e com poderoso soco, jogou a segunda criatura para longe. Thrud começou a atingir os monstros um a um com golpes de suas mãos, os monstros corriam em direção a Thrud atacando com suas garras, mas sem sucesso.
A deusa desviava de todos e ao mesmo tempo, dava potentes golpes nos monstros. Thrud correu até Stormbreaker o retirando do corpo do monstro e começou a girar seu martelo a cima de sua cabeça, e com um movimento rápido conjurou enormes raios que atingiram as criaturas em volta, matando todas no processo, os raios causaram pequenas explosões ao colidirem com os monstros.
Thrud apoiou o machado em seu ombro e aos poucos foi se virando em direção ao vilarejo que estava a sua frente. A deusa da batalha caminhou lentamente com raiva em seu rosto, parando após alguns minutos de caminhada na entrada do local, de longe pôde ver Tyr sentado em uma espécie de Trono feito de ferro. Thrud se concentrou em seu martelo e então lançou um enorme raio em direção a Tyr que desviou pulando do trono caindo a alguns metros a frente de Thrud.
- Jotuns? Sério? O que mais Jormungand lhe deu para governar? – questionava Thrud.
- Este mundo... Ele é meu. Os jotuns são só uma garantia de que ninguém faça besteira, como você está fazendo ao desafiar o medo. – respondia Tyr.
- Essa conversa toda de medo está me deixando com muita raiva de vocês... Sério que não tem nenhum pouco do Tyr gentil e bondoso ai dentro? Aquele Tyr que sempre esteve comigo protegendo Asgard e seu reino? Que sempre esteve ao meu lado? – questionou Thrud novamente.
- Aqui só há apenas o medo... E você será a próxima a sucumbir perante o poder que governa os mundos. – respondeu Tyr segurando seu machado com as duas mãos.
- Se pela conversa não adianta... Só me resta ir ao estilo Asgard e te acordar na porrada... Só espero que você não reclame depois monte de músculo! – exclamou Thrud se colocando em posição de combate.
Tyr flexionou seus pés e saltou indo ao encontro de Thrud que fez o mesmo, os dois deuses se aproximaram e desferiram um golpe cruzado um no outro, fazendo com que os dois machados se chocassem causando uma forte onda de destruição no vilarejo. Os dois pressionavam um ao outro tentando fazer com que um deles fosse empurrado para trás. Tyr largou o martelo e deu um poderoso soco na deusa da batalha com seu braço mecânico fazendo Thrud voar longe.
Thrud usou o Stormbreaker como apoio para se levantar novamente cuspindo um pouco de sangue no gramado, notou que estava mais afastada do vilarejo e para ela seria ótimo. Manter a luta longe das casas onde poderia haver algum sobrevivente era seu plano. Tyr correu de encontro a Thrud pronto para atacar com seu martelo, Thrud bloqueou o ataque com o Stormbreaker, e em seguida deu um poderoso chute em Tyr o lançando para o lado.
Sem perder tempo, a deusa da batalha saltou com seu machado em mãos e desferiu um golpe em Tyr que desviou rolando para o lado. O ataque de Thrud criou uma enorme cratera. Tyr se levantou rapidamente e começou a atacar Thrud com golpes rápidos. A deusa da batalha desviava e usava sua arma para defender os ataques de Tyr, alguns golpes acertaram Thrud de raspão no rosto.
Após alguns momentos sendo pressionada, Thrud bloqueou mais um dos golpes e ao mesmo tempo conjurou um raio que atingiu Tyr. Thrud aproveitou o momento e com sua mão energizada, desferiu um poderoso soco em Tyr, quebrando sua armadura na região do estômago, o lançando em seguida alguns quilômetros à frente. Tyr tentava se levantar um pouco atordoado pelo ataque de Thrud, que já se encontrava em cima de Tyr, desta vez era a vez de Thrud atacar com velocidade.
Tyr tinha dificuldades em se defender e recebeu a maioria dos golpes em cheio, causando fortes danos em sua armadura. O deus da guerra começou a se irritar e lançou Thrud para longe a afastando com uma forte rajada de energia mágica. Thrud tinha dificuldades em se equilibrar e parou perto da entrada do vilarejo novamente. A deusa da batalha sentiu o olhar de fúria de Tyr que caminhava a passos rápidos em sua direção.
O deus da guerra começou a correr com muita velocidade, Thrud se levantou e recebeu um forte golpe do machado de Tyr, a deusa da batalha mesmo bloqueando com o Stormbreaker, foi lançada mais adentro do vilarejo, destruindo algumas construções. Thrud se levantou aos poucos e de surpresa, recebeu um forte golpe que a lançou em direção à floresta que havia mais ao fundo. Thrud estava meio atordoada, sangue escorria por seu rosto.
Novamente viu um furioso deus da guerra vir em sua direção, desta vez Thrud não vacilou, foi de encontro a Tyr começando uma poderosa disputa de armas que devastava a floresta ao redor, lançando árvores pelos céus que caiam em meio ao vilarejo, algumas pessoas desde que começou a luta, estavam correndo desesperadas por abrigo. Thrud e Tyr golpeavam um ao outro com muita força, ondas e mais ondas de energia mágica destruíam tudo ao redor, até que uma enorme clareira se formou no local.
Os dois se afastaram e começaram a se encarar, Tyr, não perdeu tempo e se lançou em direção a Thrud a atacando com ainda mais força. A deusa da batalha se defendeu usando seu machado, porém estava sendo empurrada para trás, Thrud sentiu que a força de Tyr estava aumentando conforme sua raiva também aumentasse, Tyr aproveitou e começou a chutar fortemente Thrud que pulou se esquivando do golpe, a deusa aproveitou sua esquiva rápida e novamente concentrou magia em seu braço, passando então para seu machado, e então foi em direção a Tyr com o machado energizado, cortando ao meio a armadura do deus da guerra, um corte havia sido feito em seu corpo também jorrando um pouco de sangue, o deus da guerra não sentiu dor, pelo contrário, sua raiva aumentou mais ainda, e seus ataques também.
Tyr começou novamente a atacar Thrud com mais força, a expressão de raiva e desespero começava a tomar conta do rosto de Thrud que se esforçava ao máximo para não levar um golpe em cheio, após alguns minutos sendo pressionada, um dos golpes do deus da guerra a atingiu fazendo Thrud cair um pouco afastada de onde estava Tyr, que agora olhava atentamente para a deusa da batalha.
Thrud se levantou aos poucos, sua armadura estava caindo pedaço por pedaço, e marcas de sangue se formavam pelo seu corpo. Thrud olhou atentamente em direção a Tyr o observando com cuidado.
- Parece que... Não tem outro jeito... Eu não queria... Usar isso contra... Alguém que amo... Mas... Eu não tenho escolha... Se for para te fazer acordar... Então vou usar todo o meu poder! Modo... Berserker! – dizia Thrud.
A deusa da batalha começou a gerar ainda mais magia em torno de seu corpo, sua aparência aos poucos foi mudando, seu machado agora tinha lâminas duplas, e seu poder foi aumentando ainda mais, seu modo Berserker estava pronto para combate. Tyr liberou toda sua fúria e partiu em direção a Thrud, a deusa da batalha fez o mesmo, porém estava mais rápida, acertou Tyr ainda no ar com um forte soco o fazendo ser lançado, ainda no ar, Thrud se moveu rapidamente em direção ao corpo de Tyr o socando novamente desta vez contra o chão, gerando uma forte onda de impacto, Thrud começou a atacar ainda com mais velocidade Tyr, que apenas tentava se esquivar dos golpes de Thrud.
Os socos da deusa da batalha eram intensos e poderosos, porém Thrud não notou que Tyr desapareceu de sua frente, o deus da guerra surgiu a suas costas golpeando-a com um forte corte de seu machado, Thrud sentiu dor, sangue jorrava de suas costas, porém a deusa da batalha não parou, começou atacar Tyr com ainda mais vontade, agora com sua arma, ao mesmo tempo raios eram conjurados em volta do local.
Os dois deuses disputavam golpes e ataques de suas armas com muita vontade e intensidade, a terra começou a rachar e o céu se escurecia devido a colisão de suas armas, uma intensa chuva começou a cair em Vanaheim cobrindo todo o campo de batalha, aos poucos Thrud notou que a arma de Tyr estava com algumas rachaduras, e então começou a aumentar a velocidade de seus ataques. O deus da guerra se defendia e atacava como podia, recebia vários golpes, mas não parava, os dois deuses travavam uma luta que definiria ali, o destino de Vanaheim.
Thrud sabia que seu modo Berserker não duraria muito mais tempo, e então concentrou toda sua magia no ataque. Seus ataques ficaram mais intensos, Tyr atacava na mesma intensidade que Thrud. Os dois deuses se afastaram e então correram prontos para desferirem o golpe que acabaria com a luta.
- TYR! ABRA SEUS OLHOS! – gritava Thrud.
Nós céus, o barulho de um trovão ecoavam pelo local, um raio atingiu o solo em seguida. A deusa da batalha e o deus da guerra passaram um pelo outro desferindo seus golpes, parando um de costas para o outro, o barulho da chuva reinava no campo de batalha, até que a arma primordial de Tyr se rachou e quebrou caindo ao chão. O deus da guerra caiu junto ficando de joelhos, seu braço mecânico foi outro que também se destruiu após a troca de golpes. Thrud se sentiu aliviada, seu modo Berserker se desativou e a deusa da batalha caiu no chão com vários ferimentos pelo corpo.
Tyr aos poucos sentiu a Essência do Medo deixar seu corpo, sua consciência foi voltando e Tyr estava livre do controle mental. O deus da guerra viu os vários machucados e sangramentos em seu corpo e seu braço destruído, aos poucos o deus da guerra foi se levantando e olhando ao redor, observou toda a destruição que havia causado em sua querida terra, mais um pouco afastado de onde estava, Tyr viu Thrud caída, o deus da guerra correu para ajudar a deusa da batalha, com seu braço restante, conseguiu virar o corpo de Thrud que estava esgotado e com muitos ferimentos, Tyr conseguiu ajeitar o corpo de Thrud em seu colo, pôde ver com mais clareza os danos da batalha em seu rosto.
- Thrud, por favor, acorde! – dizia Tyr derramando algumas lágrimas.
- Finalmente... Seu monte de músculos inútil. – respondia Thrud abrindo lentamente os olhos.
- Eu... Sinto muito... Eu não queria... Mas não tinha como controlar era mais forte do que eu... – afirmava Tyr.
- Você não tem culpa... A arma estava te controlando...
- Mesmo que diga isso... Ainda era eu fazendo aquelas coisas... O velho... As pessoas deste mundo... Tudo era eu... Meu medo aumentou me fazendo perder o controle... Merda! – disse Tyr socando o chão.
- Não se preocupe... Agora você pode finalmente retornar... – dizia Thrud tocando suavemente o rosto de Tyr.
- Thrud... Sinto muito... As vozes em minha cabeça não paravam... E aquela coisa me fez sentir medo... Como eu nunca havia sentido antes... – afirmava Tyr.
- Medo? Do que exatamente? – questionou Thrud.
- De... De perder... Você! – respondia Tyr derramando mais lágrimas.
- Idiota... – dizia Thrud sorrindo e derramando lágrimas enquanto era abraçada por Tyr.
A chuva continuava caindo por Vanaheim, cobrindo todo o mundo dos Vanir e encharcando os deuses, Tyr num movimento delicado, beijou Thrud, os deuses da guerra e da batalha poderiam enfim, ficarem juntos novamente.
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