A Princesa Corrompida
Nidavelir. O reino dos anões.
O reino de Nidavelir estava mais calmo e tranquilo após a guerra contra Surtur meses atrás. Os anões reconstruíram sua cidade rapidamente, afinal eram grandes construtores, senão os melhores dos nove reinos, enquanto o reino se reconstruía, o velho ferreiro Volundr havia forjado uma nova lança Gungnir para Thor, que tinha destruído a original alegando ser necessário para não cair em mãos erradas.
Tholin continuava a fazer seu papel de governante enquanto Ulin treinava nos campos de treinamento que ficavam na parte de trás do castelo real próximos ao jardim, usava suas luvas e botas douradas de batalha, e agora possuía também uma armadura nova protegendo seu corpo, Ulin treinava para poder se acostumar com o peso da nova armadura de batalha. Alguns guerreiros anões faziam a guarda do portão de entrada do reino, olhavam com atenção qualquer um que ousasse se aproximar. Após os ataques de Skadi, a guarda havia sido reforçada para evitar problemas.
Aparentemente estava tudo calmo como os dias anteriores, o céu azul com algumas nuvens faziam os soldados pararem para descansar um pouco. Foi quando um dos pequenos guerreiros avistou um brilho intenso vindo à direção do reino. Logo o guerreiro emitiu um sinal mágico para todos ficarem em alerta, rapidamente um esquadrão pequeno se reunião acima do portão, o grande brilho caiu com mais velocidade a frente do portão causando um enorme tremor que foi sentido até mesmo dentro do palácio. Ulin sentiu o perigo e correu ao encontro de sua irmã.
- Ei Tholin! O que foi isso? – perguntou Ulin chegando ao salão real.
- Eu não sei, o que será que esta acontecendo lá fora? – se perguntou Tholin ficando de pé.
- Princesa Tholin! Temos um relatório de emergência! – gritou um soldado correndo até o salão real.
- Diga. O que foi esse Tremor? – questionou Tholin.
- Tem uma arma caída na entrada da cidade real. – respondeu o soldado.
- Uma... Arma? – perguntou Ulin achando estranha a resposta do soldado.
- Sim... Pode parecer estranho, mas ela caiu vinda do céu. – completou o soldado.
- Irmã... Isso não é possível... Como uma arma cai do céu e causa todo esse tremor? – questionou Ulin.
- Eu não sei, mas vamos investigar. Ulin me acompanhe! Você nos leve até esta arma! – disse Tholin começando a correr para a saída.
- CERTO! – gritou Ulin e o soldado seguindo a princesa.
Rapidamente todos chegaram à entrada da cidade real ficando em cima do portão. A misteriosa arma estava cravada ha alguns metros do portão de entrada. Tholin achou estranho o formato da arma, era uma espécie de machado com lâminas duplas, o impacto da arma havia formado uma pequena cratera no solo em volta.
- Como uma arma dessas veio parar aqui? – questionou Ulin.
- Não sabemos princesa... – respondeu um soldado.
- Ulin venha comigo. Vamos até aquele lugar e tentar ver o que seria tal arma. O restante façam guarda e protejam este lugar caso algo aconteça! – gritou Tholin dando ordens aos seus soldados.
- SIM! – respondia os guardas enquanto Tholin e Ulin, saltavam pousando do lado de fora do portão.
As duas correram até a arma e logo pararam a fim de tomarem cuidado com alguma possível armadilha.
- E agora o que faremos? – questionou Ulin.
- Fique aqui eu vou até lá tentar retirar a arma do local. – respondeu Tholin.
- Não seria melhor que eu fosse. Você é a princesa atual do reino se acontecer algo...
- Você está aqui não é? Eu não sou uma princesa sozinha. Você tem direito ao trono tanto quanto eu. E aliás não se preocupe. Eu aguento. – disse Tholin dando um enorme sorriso para a irmã.
- Certo. Mas tome cuidado.
- Sim! – disse Tholin enquanto caminhava pela cratera com cuidado.
Tholin aos poucos estava se aproximando do misterioso machado cravado na terra, seus passos eram calmos e cuidadosos para evitar qualquer tipo de problema. Tholin finalmente se aproximou da arma e após engolir seco, empunhou o machado o retirando da cratera com bastante cuidado.
- Viu Ulin! Eu disse que está... – de repente Tholin ficou sem palavras.
- Tholin? – disse Ulin se assustando.
De repente, o corpo de Tholin foi envolvido por uma enorme esfera de magia negra, aos poucos a figura de Tholin foi tomada pela esfera gerando uma enorme corrente de vento mágico, os soldados em cima do portão se protegiam do forte vento enquanto assistiam a cena abaixo. Ulin socou o chão com suas duas mãos, e criou uma barreira de pedra para se proteger.
Após alguns minutos, o forte vento parou, Ulin desfez sua barreira e ao olhar para frente se deparou com uma visão totalmente diferente de Tholin. Sua armadura de batalha dourada agora estava totalmente negra com detalhes em vermelho, em suas mãos havia o machado que tinha sido retirado do chão emanando uma energia amedrontadora. Tholin havia sido corrompida pelo poder da arma se tornando um Arauto do Medo.
- Tholin? Você... Está bem? Tholin? – perguntava Ulin dando passos em direção à irmã.
Porém Tholin não respondeu, ao olhar para frente, Ulin viu sua irmã vindo em sua direção, Tholin segurou o machado com suas duas mãos e partiu para atacar Ulin que foi surpreendida com um golpe poderoso acertando-a em cheio na lateral do corpo, Ulin sentiu uma enorme dor e foi jogada para longe com a força do golpe parando perto de uma rocha, Ulin aos poucos se levantou, estava um pouco tonta, não havia sido cortada pois embaixo da sua armadura, havia uma liga de metal que a protegeu de um corte mortal, porém Ulin sabia que mais um golpe desse no mesmo lugar poderia danificar por completo a liga de metal que a protegeu.
- Tholin, por favor, me escuta! Sou eu, Ulin! Você está ai não é? Acorda Tholin! – dizia Ulin tentando fazer sua irmã recobrar a consciência, porém sem efeito.
Tholin preparou mais um ataque e partiu pra cima de Ulin que agora estava mais esperta, sabia que se palavras não funcionassem sua única opção era um combate, Ulin se posicionou e quando Tholin desferiu um corte cruzado de um lado para o outro, Ulin se abaixou rapidamente e desferiu um soco na irmã que a fez voar longe.
Tholin não caiu, conseguiu se manter em pé, aparentemente o golpe de Ulin não surtiu tanto efeito na irmã, Tholin novamente correu para cima de Ulin, que saltava desviando dos golpes da irmã, quando teve a chance, usou uma rocha como impulso e saltou por cima de Tholin.
Ulin pousou atrás de sua irmã e desferiu um chute poderoso que foi bloqueado pelo machado. Ulin se irritou e logo saltou para trás, Tholin se virou para a irmã e viu a pequena Ulin correr dando socos poderosos, que foram sendo bloqueados um a um por Tholin e seu machado. Ulin aumentou a velocidade de seus ataques, e Tholin ficou mais rápida em defender. A batalha de ataque e defesa continuava enquanto os soldados em cima do portão assistiam confusos.
Após alguns minutos de troca de golpes, Ulin ficou mais rápida correndo em volta de Tholin que só olhava, Ulin estava tão rápida que apenas se via um borrão amarelo passar, de repente Ulin desferiu um soco poderoso em Tholin, que defendeu com seu machado. O impacto foi tão grande que o chão se rachou a frente das duas guerreiras.
- Mas como? Era um ponto cego. Você não estava olhando... – disse Ulin surpresa.
Tholin não disse nada, rapidamente girou seu corpo e deu um poderoso chute em Ulin a fazendo voar batendo com tudo em uma parede próxima ao portão do palácio. Ulin não conseguia se mexer, o golpe foi mais forte do que previu e não estava preparada para recebê-lo, um pouco de sangue escorria por seu rosto e sua armadura estava danificada.
- A-acorde Tholin... Eu não quero... Lutar com você... – afirmou Ulin tentando sair da parede.
Tholin em silêncio foi se aproximando da irmã aos poucos com passos calmos, os soldados que estavam de guarda estavam assustados vendo as duas irmãs em uma batalha onde Ulin tinha total desvantagem, os guerreiros não ficaram parados e logo saltaram do portão caindo à frente de Ulin.
- Princesa Ulin não se preocupe, recue, nós traremos a princesa Tholin de volta – disse um dos soldados.
- N-não façam isso... E-ela esta mais forte... – disse Ulin ficando de joelhos.
- Não se preocupe. Vamos nessa!– gritou um dos soldados.
- CERTO! – gritou os outros ficando em posição de combate.
Tholin se irritou e partiu para cima dos guerreiros, que rapidamente sacaram suas armas e começaram a atacar Tholin, os anões sincronizaram seus movimentos de ataque fazendo com que Tholin recuasse para trás, um dos soldados atacou Tholin com sua espada forçando a princesa corrompida a se defender, enquanto isso, os outros dois guerreiros aproveitaram a oportunidade para atacar Tholin pelos lados, mas antes que pudessem acertar o golpe, Tholin largou o machado surpreendendo o atacante de espada com um soco no estômago, o soldado voou sendo parado por Ulin.
Tholin olhou para os lados e saltou fazendo com que os dois soldados parassem seus ataques para não acertarem um ao outro. Ainda no ar, Tholin pegou seu machado e acertou um poderoso golpe nos dois guerreiros, que mesmo defendendo com suas espadas, foram cortados sendo mortos no processo. Ulin e o outro guerreiro ficaram surpresos, aquela a sua frente não era mais a doce e gentil Tholin que conheciam. A princesa dos anões olhou para a irmã e com seu machado banhado em sangue de anões começou a dar passos lentos em direção a Ulin que se pôs em posição de combate, porém Tholin foi impedida, entre ela e Ulin um portal mágico se abriu, revelando a figura de cinco seres.
- A quinta... A representante dos anões... Venha... Você terá muito tempo para brincar com seu reino depois – disse Jormungand olhando para Ulin.
- Mestre... Como desejar – disse Tholin se ajoelhando em respeito à serpente.
- Quem é você? O que fez com minha irmã? – perguntou Ulin direcionando toda sua raiva para Jormungand.
- Eu sou o verdadeiro governante dos mundos minha querida guerreira... Em breve, seu reino também será meu... – afirmou Jormungand.
- Só por cima de mim... – disse Ulin canalizando energia mágica em seus punhos.
- Senhor pode deixar que... – disse Urd sendo interrompida.
- Não minha cara Urd. Deixe-a vir até mim. – afirmou Jormungand.
Ulin partiu em velocidade e ao se aproximar, desferiu um poderoso soco mágico em Jormungand que bloqueou apenas usando a palma de sua mão. O golpe de Ulin soltou uma forte rajada mágica que fez com que os arautos do medo dessem alguns passos para trás para não perderem o equilíbrio.
- M-mas como? – questionou Ulin assustada.
- Este é o meu poder. – disse Jormungand empurrando Ulin para longe com uma forte rajada mágica.
O golpe foi tão poderoso, que fez Ulin destruir o portão de entrada do reino caindo dentro da cidade real desmaiada, os moradores se assustaram e correram buscando ajuda para Ulin.
- Agora... Faltam dois... – afirmou Jormungand sumindo de Nidavelir com seus servos através de um portal mágico.
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