06. Não precisamos fazer juras de amor e promessas estúpidas.

E esse é o problema dos casos ilícitos
E de reuniões clandestinas e olhares roubados
Eles se revelam uma unica vez
Mas eles mentem e mentem e mentem

(Illicit affairs - Taylor Swift)


Yoongi descobriu que era incapaz de dizer não a Taehyung.

O rapaz disse que queria almoçar no primeiro andar da Torre Eiffel e ele foi, superando seu medo de altura e o estresse por ter que esperar tanto em uma fila enorme. Tae disse que queria ver o pôr do sol do topo da torre e eles foram, o músico quase desmaiou quando viu a cidade de cima. Em outras circunstâncias, Min estaria bravo e reclamando de cada coisa mais insignificante daquele dia. No entanto, enquanto aguardavam pacientemente pela despedida do maior astro do universo, ele sorria.

Por causa de Taehyung, porque ele estava reclamando sobre a hora não andar depressa. E por algum motivo, Yoongi achou isso adorável.

— Foi você quem quis vir cedo demais. — ele exclamou entre um sorriso. Taehyung tinha um bico nos lábios como uma criança, e desviou os olhos do horizonte e encarou Yoongi com uma expressão adoravelmente brava.

— Porque eu fiquei com medo da gente perder o pôr do sol!

— Certo... — Yoongi riu novamente e Taehyung desviou os olhos para frente novamente. O músico suspirou quando encarou seu rosto de perfil. Existia algum ângulo que não deixasse aquele homem bonito? — Tae... — chamou incerto, recebendo a atenção do rapaz imediatamente. — Sobre nós-

Taehyung suspirou alto demais, o que calou o músico.

— Yoongi, por que você se importa tanto com o futuro? — o rapaz cruzou os braços na frente do peito e esquadrinhou o rosto de Yoongi de uma forma intensa demais, o músico engoliu em seco. — Podemos apenas aproveitar o momento? Não precisamos fazer juras de amor e promessas estúpidas. Só... — a rispidez das palavras dele assustaram um pouco Yoongi, mas ele sabia que Tae tinha razão. Ele estava sendo afobado demais. — quero ficar com você. Quero aproveitar essa semana sem pressões ou grandes expectativas. Você não?

Yoongi mergulhou fundo naquelas íris cor de terra e se perdeu nelas. Era o que ele queria também, escapar brevemente da realidade onde ele era um músico bem sucedido e solitário. Queria esquecer quem era por um momento e se deleitar na companhia prazerosa de um homem tão bonito quanto aquele. Não havia nada de complicado nisso, era simples; nada de criar expectativas. Apenas aproveitar o momento.

Min olhou em volta, se não tivesse tantas pessoas ali ele beijaria Taehyung até que ele perdesse o fôlego. Estava dizendo para apenas aproveitarem o momento, então ele faria cada segundo valer a pena. Faria Taehyung se lembrar dele para sempre. O pensamento lhe arrancou um sorriso, fazendo Tae adquirir uma expressão curiosa.

— Certo, vamos apenas aproveitar isso. — ele ainda sorria minimamente quando se virou para o horizonte, encarando o sol que estava prestes a partir. Taehyung se moveu para ficar ao seu lado na mesma posição, suas mãos se esbarravam timidamente; Yoongi sentiu seus dedos formigarem. — Inclusive — ele murmurou ao encostar o ombro no dele ao se inclinar para sussurrar: — Não vejo a hora de aproveitar aquela coisa que você faz com os dedos.

Taehyung enroscou o indicador timidamente do seu e soltou um riso nasal.

— Achei que estaria indisposto por hoje...

— Nunca para os seus dedos.

Ele encarou Tae, vendo-o ser banhado pelos raios solares que faziam sua pele adquirir um brilho como o próprio ouro. Queria poder beijá-lo naquele momento, queria não ter tanto medo de ser apedrejado. Taehyung sorriu docemente, seu sorriso servindo como um consolo para as inseguranças de Yoongi. Naquele momento, enquanto admirava aquele sorriso bonito, desejando beijar a pinta do lábio superior; Yoongi jurou que faria aquele homem nunca esquecer seu nome.

Mal sabia ele que seria o contrário.

[...]

Yoongi acordou cedo no dia seguinte, não poderia fugir do seu único compromisso daquela semana novamente. Então ele se levantou, tomando o cuidado para não acordar o rapaz adormecido na sua cama, mas não resistindo ao impulso de admirá-lo por um tempo enquanto abotoava a camisa. Taehyung estava nu, agarrado a um travesseiro e ressonava como um urso de inverno hibernando. Era adorável, Yoongi sentia vontade de voltar para cama e se aninhar em seus braços.

O músico suspirou ao caminhar até a penteadeira para pentear o cabelo. Imagens da noite anterior rondavam sua mente, desde o momento que Taehyung bateu na porta do seu quarto com uma mala e um sorriso de quem sabe o que quer. Se lembrou das poucas palavras que trocaram, algo sobre a reserva de Tae ter terminado, mas ele não queria ir embora. Se lembrou também dos beijos, as mãos bobas e roupas que eram espalhadas por todo o cômodo. Se lembrava perfeitamente do sorriso que Taehyung exibia ao vê-lo se contorcer de prazer por ele, dos dedos ágeis, da língua afiada, do cabelo enrolado entre os seus dedos.

Ah, Yoongi se lembrava de tudo muito bem.

Seria difícil passar o dia longe dele com todas aquelas imagens na mente. Min suspirou ao terminar de se aprontar. Em um timing perfeito, Taehyung resmungou e Yoongi desviou os olhos do espelho para o rapaz se espreguiçando na cama. Ele não conseguia ser menos adorável? Até mesmo de manhã, que era o momento menos propício para beleza em qualquer ser humano, Taehyung conseguia ser lindo. A franja cobria os olhos inchados, o edredom cobria sua cintura e a pele caramelizada entre os lençóis claros era o mais belo contraste que já viu.

— Vai sair, gatinho? — ele perguntou, com a sua voz rouca matinal, fazendo o estômago de Yoongi borbulhar como refrigerante. O músico sorriu ao assentir.

— A entrevista de ontem, lembra?

Taehyung riu baixinho e coçou os olhos como uma criancinha.

— Claro, você deu um bolo na Vogue, como vou esquecer? — o rapaz se sentou na cama e o encarou por trás da franja desgrenhada, era uma cena engraçada, Yoongi teve que se segurar para não cair na gargalhada. — Vai demorar muito?

Yoongi sorriu, ele parecia uma criança mimada. Sua voz havia ganhado um tom dengoso na última frase, Yoongi quis ir até lá apertar suas bochechas.

— Infelizmente. Só volto depois do almoço.

Taehyung assentiu com um bico nos lábios e voltou a se deitar, fazendo Yoongi sorrir novamente. O que estava acontecendo com ele? Não eram nem sete horas da manhã e o músico parecia um bobalhão. Ignorou isso ao passar pela porta, cantarolando uma música qualquer para as paredes do hotel, comprimentando funcionários pelo caminho com um sorriso simpático e admirando cada canto do prédio como se fosse a primeira vez que andava por ali.

Quando encontrou Elijah no hall de entrada, seu assessor o encarou como se ele tivesse enlouquecido.

— O que aconteceu com você? — o homem perguntou, fazendo Yoongi franzir o cenho.

— Como assim?

— Você está tão... — Elijah o encarou ainda mais estupendo. — feliz. Yoongi Min está de bom humor? Estranho. Está se sentindo mal? Quer passar em um hospital antes?

Haha, muito engraçado, Eli. — Yoongi começou a caminhar em direção a saída, tendo Elijah ao seu encalço.

— Viu só? Em dias normais você me mandaria para o inferno. Tem certeza que não sente nada?

Yoongi soltou um risinho ao chegar ao carro que já os esperava na saída, fazendo Elijah adquirir uma expressão quase que pavorosa.

— Para de ser chato, Eli. — o músico abriu a porta traseira e adentrou no veículo. Elijah deu a volta e ocupou o lugar ao seu lado.

— Céus, o fim está próximo! — o homem exclamou de modo dramático, arrancando outro riso do músico. O motorista começou a locomover o carro, Yoongi observou o Regina Louvre ser deixado para trás e suspirou. — Tá, agora conta logo quem é.

Yoongi piscou várias vezes seguidas e encarou Elijah confuso.

— Quê?

— Tenho certeza que deixou um cara na sua cama, me diz quem é para eu saber se preciso me preocupar. — o homem agora não tinha mais aquela expressão debochada, mas sim uma séria e profissional. Yoongi suspirou, querendo pular aquela parte de interrogatórios, mas sabia que era necessário na sua posição.

Taehyung. — respondeu, saboreando cada sílaba daquele nome como se faz com um vinho caro. Nunca se cansaria disso.

— Quem?

— V, o cara que sentou na nossa mesa na festa da Valentino. — Yoongi desviou os olhos para a janela, observando Paris passando por ela.

— O da jaqueta vermelha da Celine?

Yoongi o encarou no mesmo instante, ele fitava o nada a sua frente com uma expressão ainda mais séria que antes.

— Reparou até na marca da roupa dele?

Elijah o encarou como se ele fosse burro e suspirou.

— Óbvio, coisas que um tapado como você não repara. — ele pegou o tablet ao seu lado e começou a deslizar os dedos sobre ele com o cenho franzido. — Não gostei daquele cara, acho melhor tomar cuidado.

— Por quê?

— Porque ele cheira a problema. — o homem ergueu os olhos do tablet e encarou Yoongi com seriedade. — E eu sou pago para te manter longe de problemas.

O músico desviou os olhos para a janela novamente. Sabia que Elijah tinha razão, também sentiu isso quando conheceu Taehyung, aquela pose de predador não enganava ninguém. Mas, parecia haver uma linha imaginária que os ligava, ou um magnetismo forte demais para se afastar. Era loucura, mas Yoongi há muito tempo não se sentia tão leve, tão contente, tão vivo. Não podia simplesmente fugir e ignorar tudo aquilo.

— Nós só vamos... eu... só vou curtir o momento. — exclamou depois de um tempo em silêncio, Elijah soltou um risinho descrente.

— Acha que não te conheço? Você é um bobão emocionado, duvido que consiga passar mais um dia com esse cara sem se apegar.

— Eu não vou. — soou mais firme, Elijah suspirou pesadamente.

— Depois não diga que eu não avisei, Yoongi.

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