𝟭𝟵 : THE LAST CHANCE

☆ ☆ ☆

CAPÍTULO DEZENOVE :
A ÚLTIMA CHANCE
make up your mind, let me
live or let me love you


"Apaixonar-se tão loucamente por
você é uma tragédia. Nada no meu
mundo jamais parecerá tão
bonito novamente."
── Michael Faudet






INVERNO⠀─ ⠀DEZEMBRO 03, 08:45
Siderúrgica ao Leste do Wyoming
⠀⠀⠀⠀

── ELLIE! ── RILEY EXPIRA o nome de Ellie em um tom afiado, sentindo seu coração batendo fortemente contra sua caixa torácica enquanto sobe alguns lances de escada e vasculha cada cômodo daquela fábrica atrás da garota.

Ela não parou, não poderia parar. Não quando preocupação era tudo que sentia. Era o que a motivava a chegar até Ellie e a mantinha correndo na direção da garota. Só teve um mísero momento de alívio quando a alcançou.

Riley acima da sala da caldeira, onde a siderúrgica ganhava vida e se iniciava os processos de tratamento de aço e ferro fundidos. Haviam várias máquinas antigas em volta delas, abandonadas ali a muito tempo, ao ponto de estarem enferrujadas e mal deveriam funcionar.

Havia uma plataforma e a porta que Riley abriu deu diretamente para ela. Era uma ponte de metal azul escura, nada confiável e que tinha uma queda para os andares inferiores. Quando se olhava para baixo, tudo que se podia ver eram outras plataformas e escuridão abaixo delas, onde no fim deveria haver mais maquinários antigos e a sala da caldeira.

No meio da plataforma, Ellie estava lutando contra um infectado, tentando a todo custo afasta-lo, enquanto o Estalador queria chegar até seu pescoço e se agarrando aos braços dela. Ela gritava ao seu imprenssada contra o parapeito da ponte.

Riley mira com a arma e atira, acertando na cabeça do infectado e o atravessando. Seu ato mostra-se o suficiente para faze-lo tomar para trás e cair no chão, após expirar sangue para todos os lados. Os olhos de Ellie se arregalaram pelo acontecimento inesperado e ela olha para a direção de onde veio o tiro.

── Riley... ── Murmura a Williams, alívio inundando suas feições.

A garota se acalma ao ver a mulher, que se aproxima dela ainda em alerta, mantendo sua guarda levantada ao procurar por qualquer inimigo que pudesse se aproximar. Quando nada chama sua atenção, Riley suspira profundamente em uma clara demonstração de alívio e abaixa o rifle.

Ela direciona seu olhar para Ellie e uma carranca profunda se forma nas feições da mulher. Adams leva a mão livre ao ombro da garota e a sacode, fazendo-a encara-la totalmente.

── Que porra você estava pensando, ein?! ── Riley questiona, irritada. ── Fugindo dessa forma, roubando o cavalo e indo parar no meio do nada! Você sabe o quão preocupados nos deixou?! Essa foi a ideia mais estúpida que você teve, Ellie.

As feições da garota mudam de perplexa para indignada em questão de segundos e Riley pode ver o vinco na testa de Ellie se aprofundando.

── Sério? Eu pensei que estivesse fazendo um favor pra você e pro Joel.  ── Ellie se desvencilhou da mão de Riley, afastando-se. ── Eu sei que vocês não me querem mais por perto e que sou um estorvo pros dois.

── O que? ── Riley parece perplexa agora, assimilando o que a mais nova diz.

── Eu escutei o que você disse pra Sally ontem a noite, você não se importa comigo e mentiu pra mim. ── Ellie responde, quando nota a confusão no rosto da mulher.

Adams fica surpresa pela fala da garota, sendo pega desprevenida pela confissão dela.

── Seria melhor pra você se eu fosse embora, então por que está fazendo tanta questão? ── Indagou a Williams. ── Ah, é. Porque você precisa de mim, sou apenas uma carga e a Marlene está te devendo. ── Ela debocha. ── Não precisa fingir que se importa, Riley. Eu sei que você não.

── Ellie, eu não quis-

── Você não precisa tentar se explicar, eu já entendi tudo. ── Ellie a interrompe.

── Que tal você me deixar falar? ── Riley a vê cruzar os braços e desviar o olhar.

── Eu não tenho nada pra falar com você. ── Responde a mais nova. ── Você não gosta de mim, eu já entendi isso. Não acredita na cura e acha que sou uma perda do seu tempo, tudo bem. Você não é a primeira pessoa que me deixa mesmo.

Riley comprime os lábios por um momento, sentindo-se culpada e afetada pela fala da garota. Ela não queria que Ellie tivesse escutado naquele momento, não queria que a garota a tivesse visto em um momento tão ruim.

Riley se importava com ela, de verdade. Mas seus pensamentos na noite passada estavam nebulosos pela raiva e pelo álcool, ela não pensou em nada do que disse e a maior parte era uma besteira egoísta que destilou apenas para afetar sua irmã mais nova. Não acreditava em nada do que tinha dito.

Porém, o problema seria explicar isso para Ellie, que não sabia nada sobre o que se passava na mente de Riley.

── Ellie, escuta-

Do outro lado da plataforma, sucederam-se pancadas violentas contra a superfície de metal trancada até que a porta fosse arrombada da fechadura abruptamente e desprendendo-se do batente.

Riley já estava apontando a arma e colocando Ellie para trás de si, quando o infectado apareceu. Grande como aquele de Kansas City, ele também tinha várias vísceras expostas em sua pela empolada e viscosa, adornada pelos ramos do cordycerps que se assemelhava a cogumelos.

Seu passos pesados, seguiram até a ponte, elas estavam e Riley deu alguns passos para trás, afastando-se junto com Ellie, até a plataforma começar a tremer pelo peso. Os parafusos enferrujados começando a se soltar e todos os três sendo obrigados a parar pelo balançar alarmante.

O monstro grunhiu, rosnando um balbuciar incoerente e raivoso.

── Riley... ── Ellie a chamou, segurando a roupa da mulher fortemente e tremendo enquanto fazia isso.

── Fica atrás de mim. ── Ordena a Adams. ── Quando eu atirar, você corre.

── O que? Não vou te deixar-

── Só me obedece. A gente não tem tempo pra discutir agora. ── Riley responde, entredentes. O infectado dá mais um passo à frente e a ponte de metal balança mais uma vez. Ela consegue manter seus pés firmes, suas mãos em torno do rifle e seu olho na mira, enquanto tem um dedo no gatilho. ── Eu sei o que estou fazendo.

É apenas quando ele rosna mais uma vez e avança, que Riley está gritando para ela correr e atirando várias vezes. Ellie faz o que lhe é mandado, correndo até a porta pela qual Riley passou antes e olhando para trás apenas no momento em que a ponte começa a cair.

As costas de Riley vão de encontro com a superfície plana, o monstro também se desequilibra e se agarra ao pé dela quando, ao poucos, partes aleatórias da plataforma se soltam e perdem os parafusos que as mantêm unidas.

── Riley! ── Ellie grita o nome dela em pânico e tudo o que pode fazer é chegar até o parapeito e arregalar os olhos quando observa os dois caindo.

A ponte abaixo é posta em uma direção transversal a de cima. Riley consegue se agarrar a ela, colocando seus dedos das grades e segurando firmemente. O infectado não tem tanta sorte e despenca diretamente até o chão, junto das peças da plataforma de cima que tilintam de forma audível.

Elas também se chocam sobre ponte em que Riley se segura e o peso do metal é o suficiente para fazer a superfície começar a tremer. Os dedos da Adams começam a escorregar, conforme torna-se difícil manter-se firme. Ela não tem forças para continuar segurando e logo está descendo também, sentindo suas costas indo de encontro a várias caixas empilhadas naquele cômodo escuro.

Riley rola e para no chão, o ar saindo de seu pulmões conforme sente suas costas colidindo contra superfície plana. A altura do qual caiu não é tão alto, comparada aquela em que esteve com Ellie antes, mas foi uma queda consideravelmente dolorosa, que deixou seu sentidos nublados e uma dor contínua em suas costelas.

Os restos da plataforma, que caem em cima dela, ficam próximos a suas pernas. Alguns canos de aço também se soltarem do suporte prendem seu pé e demora um tempo até Riley entender o que aconteceu e onde está. Agora ela se encontra oficialmente dentro da sala da caldeira e o lugar não tem qualquer iluminação, a não ser alguns poucos feixes de luz que entram por duas janelas ali presentes.

Arfando algumas vezes, ela tenta recuperar o fôlego. Seus pulmões estão queimando agora e sua visão embaçada não ajuda em nada. O choque e a adrenalina ainda afetam seu corpo e Riley demora a orientar-se ── ainda mais no escuro. A lanterna em sua mochila desligou durante a queda e ela precisa levar a mão até o objeto, tentando fazer com que ele ligue novamente.

A luz pisca algumas vezes, demora a finalmente ficar estável, falha até que finalmente a se estabilize. Mirando diretamente em uma parede onde há um cadáver preso, Riley se assusta, ofegando quando nota a mulher presa por ramos do cordycerps na parede. Está morta a muito tempo, seu corpo está se decompondo por conta dos anos passados. Adams sente um alívio momentâneo enquanto seus ouvidos ainda zumbem e ela tenta recuperar o fôlego.

A paz que sente não dura muito, infelizmente. Ela escuta o som característico de um Estalador em uma porta ao lado. É um único click que se torna vários outros conforme ele se aproxima e tem mais desses sons chegando, mais vindos de outras direções da caldeira, onde eles estão todos indo na direção dela.

Riley sabe que não deve se desesperar. Em situações como essa, precisa manter a calma. Estaladores não enxergam, mas escutam muito bem e estão vindo de algum lugar no fundo da fábrica, se movendo em união em busca do que causou tamanho barulho. Ela é causa. É o que eles querem e, como uma presa fácil, Riley precisa ser cautelosa. Durante a queda, Riley perdeu o rifle que estava em suas mãos, então leva sua mão cautelosamente até o coldre que deveria estar em volta de sua cintura. ── Deveria estar.

Tardiamente, Riley nota que ele ainda está, mas a arma não. Vazio. Está completamente vazio. Fazendo com que a leve sensação de pânico comece a se apoderar do corpo da mulher ao notar a pistola abaixo de uma das caldeiras a distância. Ao mesmo instante, um porta se abre e ela escuta um espasmo e um estalar que reverbera pelas paredes silenciosas do lugar alertando-a em relação ao pior.

Joel está frenético. Envolvido por uma onde de desespero e aflição que o envolve e deixa sua garganta seca. Após tentar várias vezes abrir a porta, colidindo seu ombro contra a superfície de metal várias vezes, ele desiste praguejando e decidindo encontrar Tommy e Sebastian, pensando que eles poderiam ter alguma sorte.

Joel não os chama pelo rádio, deixando o aparelho totalmente de lado, andando apressadamente até onde eles estão e contando o que aconteceu. Reeves estava perto de quebrar a fechadura da porta quando ele apareceu, soando tão descontrolado e preocupado, falando com urgência que precisava encontrar Ellie e Riley o quanto antes. Tommy tentou acalma-lo, mas não conseguiu fazer muito quando tudo o que ele conseguia pensar era na segurança das duas. Ele desejava sentir raiva, jogar a culpa em Riley por tudo o que estava acontecendo, mas Joel não consegui ── não quando ele sabia que a maior parte da culpa era dele.

No instante em que Sebastian conseguiu abrir a porta, Joel não hesitou ao entrar, mirando o rifle para dentro do local e o inspecionando com a lanterna. Tommy não tentou para-lo, apenas o seguiu. Sebastian ficou para trás, mantendo-se vigiando a saída, garantindo que nenhum infectado pudesse tentar sair e causar problemas do lado de fora.

Eles estão vasculhando cada canto da fábrica, cada sala, cada cômodo. Ela é grande, mas não passa de três andares, tendo vários compartimentos onde há setores diferentes, com finalidades diferentes. A siderúrgica é antiga, Joel não confia no lugar para se manter de pé por muito tempo. Imagina que qualquer dano pode acabar fazendo alguma parte ruir inevitavelmente em algum momento. Ele não quer demorar mais tempo ali, porém não vai sair sem elas.

Joel e Tommy estão em uma sala de arquivos quando escutam um barulho alto de algo pesado caindo no chão. Os dois se entreolham, sem dizer uma palavra sequer desde que entraram na fábrica, e se comunicam apenas com o olhar. O mais velho sinaliza que vai tomar a frente e o outro permite, deixando que Joel caminhe até a porta que separa as salas, andando vagarosamente para não causar um alarde. 

Quando abre a porta, Miller o faz lentamente para que não chame atenção. Do outro lado ele escuta os sons de um Estalador que está de costas para ele, contorcendo-se, agitado pela movimentação que ele mesmo causou. O infectado havia derrubado um armário de arquivos no chão, bem a frente dele. Joel abaixa sua arma e puxa a faca de seu coldre, indo para trás do Estalador e o apunhalando no pescoço antes que ele pudesse reagir. Sangue jorra da ferida, manchando o chão e parte do braço de Joel enquanto deixa que aquele corpo moribundo caía e fique aos seus pés.

Quase no momento exato em que isso ocorre, um outro som reverbera pelas paredes da siderúrgica. É alto, porém distante. Joel e Tommy escutam o som de peças pesadas caindo no chão, um baque alto que repercute por um tempo, deixando suas feições franzidas pela incógnita do que isso significa.

Há uma porta adjacente que dá para o corredor e o Joel está indo em direção a ela sem pensar duas vezes. Tommy o segue, também olhando para os dois lados, procurando por qualquer sinal de algo perigoso ou que pudesse indicar o que foi aquilo que eles escutaram. Eles escutam o som de passos correndo, alguém que se aproxima, e o barulho audível de várias coisas caindo no chão, enquanto aquela pessoa passa. Os dois irmãos também escutam o som dos Estaladores e isso os impulsiona a erguer suas armas.

Quando o fazem, iluminando o caminho, Joel espera por tudo, menos pela voz que grita seu nome.

── Joel! ── Ellie chama por ele assim que o vê. O homem não tem tempo para sentir alívio, pois sua lanterna não ilumina apenas ela, mas também os infectados que a perseguem.

── Abaixa! ── Ele grita e Ellie vai para o chão no momento em que ele ordena.

Cada um dos irmãos Miller acertam um dos infectados na cabeça com uma única bala. Mais uma vez o sangue jorra, espirrando nas paredes e envolta dos cadáveres no chão.

Ellie está se levantando devagar, ainda em choque enquanto observa os dois estaladores mortos. Seus olhos estão arregalados e garota tenta encher os pulmões de ar, agora que pode finalmente parar para respirar. Ela é posta de pé pela ajuda da mão forte de Joel que segura seu braço e a sustente para que fique de pé adequadamente. Ellie o encara, ainda recuperando o fôlego.

── Ellie, você está bem? ── Pergunta Tommy.

── Sim... ── Ela assente. ── Eu acho.

── Se machucou? ── Joel a questiona

── Porra, eu nem acredito. Tudo aconteceu tão rápido e eu- A Riley- ── Ellie estava arfando, sem conseguir concluir uma frase. ── Merda, caralho...

── O que tem a Riley? ── Preocupado, ele a questiona. Ellie não o responde, gaguejando vogais enquanto não sabe o que dizer para o homem e ainda parece atônita. ── Ellie, você viu a Riley? Ela encontrou você antes? ── Miller a segura pelos ombros, fazendo ela o encarar.

── Sim, a gente se encontrou, mas...

── "Mas" o que, Ellie? ── Joel sente que suas mãos estão soando agora, ansiedade borbulhando em seu ser. Ele sente que pode estar entrando em pânico novamente, dependendo do que a garota irá lhe dizer.

── Um daqueles bichões grandões atacou a gente e antes disso outro infectado me atacou, mas a Riley me salvou. Ai ela me mandou correr quando o grandão partiu pra cima da gente e ela... Ela caiu. ── A Williams disse, todas as palavras saindo de sua boca rapidamente pelo nervosismo. ── Eu não pude ajudar. A ponte despencou e ela caiu. Eu tentei descer pra chegar até ela, mas esses infectados me encontraram.

── Ellie, se acalma. ── Tommy diz, tentando faze-la parar de se apressar. ── Respira fundo. ── Ellie faz o que ele diz, enquanto Joel a solta, processando tudo o que a garota disse. ── Diga pra gente exatamente onde a Riley está agora?

── Ela está no centro da fábrica, onde tem todas aquelas máquinas enormes. ── Responde ela, um pouco mais calma. Seu olhos encontram o de Joel. ── Acho que ela tá em perigo.

Olhos vidrados vasculham a sala em busca de uma saída viável. Riley sente que está ficando encurralada a cada minuto que passa. O estalador que entrou naquele cômodo extenso ainda não a encontrou, mas se contorceu, mantendo-se atento enquanto tinha espasmos e esperava por qualquer barulho.

Ela percebeu que não pode se mover. Se puxar sua perna de baixo dos escombros da ponte ou tentar move-la, o som dos tilintar do metal vai alertar o infectado e todos os outros que estão chegando perto. Suas alternativas são poucas, quase nulas. Riley sabe que não deve ficar ali, que vai se questão de tempo até que ela seja encontrada por algum dele ocasionalmente.

A caldeira está cheia deles, parece ser o lugar com mais infectados na siderúrgica. A maioria estava escondida atrás das máquinas ou atrás das portas que levavam para outras salas. Riley poderia escutar o som deles se movimentando, os grunhidos familiares que soltaram. Eles não paravam nenhum momento sequer, continuavam conforme o tempo passava e pareciam cada vez mais frequentes.

Analisando sua situação, Riley percebe que a melhor saída que tem é levantar-se rapidamente e ir até a sua arma. Depois que a pegasse, ela teria que correr até a saída ── duas portas duplas de metal da cor azul, que se encontravam a uma distância considerável dela. Não era muito longe, mas também nem tão perto. Riley estava no meio daquela enorme sala, onde caixa velhas um dia formaram uma barreira para separar os dois lados por algum motivo incomum. Ela imaginava que elas foram deixadas ali no momento em que o surto começou, empilhadas para serem guardadas, porém esquecidas quando tudo veio abaixo.

Agora o caminho estava parcialmente e livre, com tudo espalhado pelo caminho. Mesmo assim seria um certo empecilho quando eles começassem a persegui-la. Riley teria uma vantagem de minutos, que poderia não ser o suficiente, mas ela teria que arriscar. Precisava tentar sair viva daquela lugar ── de uma forma ou de outra.

Respira fundo algumas vezes, estabiliza sua própria respiração e os batimentos de seu coração. Adams ainda está nervosa, mas faz o possível para se conter antes de finalmente agir. Plantando os cotovelos no chão, ergue o tronco devagar e olha para suas pernas, onde estão as peças da plataforma e as caixas por cima. Ela move seu pé direito devagar e sente um pouco de dor, que logo passa quando Riley para de se movimentar e agora começa a tentar se arrastar para trás devagar.

Um arrastar o metal no chão liso é baixo, mas já deixa vários dos infectados ao redor em alerta e se virando na direção dela. Fazendo o que julga ser mais sábio, Riley espera por um momento antes de puxar seus pés o resto do caminho. Quando faz isso, coloca-se de pé apressadamente enquanto os materiais caem no chão, tilintando atrás dela. Adams escuta o sons que eles fazem, mas não para e muito menos olha para trás. Continua correndo até alcançar a pistola, envolvendo sua mão na arma.

Bem perto, escuta um estalar característico e atira na cabeça do infectado antes que ele tenha a chance de ataca-la. Outros começam a surgir de trás dos alto-fornos, não tão rápidos quanto os corredores, mas ainda mais perigosos que eles. Riley atira naqueles que estão mais perto, conseguindo uma vantagem, pois sabia que poderiam alcança-la mais facilmente. Aqueles corpos caem no chão com baques altos, mas não tanto quanto os dos disparos que reverberam pelas paredes.

Riley vira-se para continuar a correr, quando as portas se abrem. Por um momento, seu corpo trava e ela pensa que podem ser mais deles entrando porém, para sua total surpresa, não é isso que a espera.

── Riley, por aqui! ── Joel exclama, enquanto ele e Tommy ficam um de cada lado das portas, atirando nos infectados que se aproximam.

Sem tempo para poder dizer o quão grata estava por eles terem aparecido, Riley corre enquanto ainda tem a chance. Sente uma fisgada em seu tornozelo a cada passo dado, porém ela não para. Os disparos dados pelos dois homens continuam zunindo acima de sua cabeça, passando as vezes tão próximo dela, que Riley chega a se perguntar como ainda não foi atingida.

Joel está focado, mais concentrado que o normal. Ele não deixa que nenhum deles cheguem perto demais dela, derrubando antes que eles ousem fazer algo do tipo. Tommy o acompanha, mais acaba sempre acertando os que estão mais distante. Eles continuam com esse movimento de atirar e recarregar rapidamente.

Adams só para de correr quando atravessa a porta e tem a chance de olhar para atrás novamente. Eles ainda estão surgindo, vários deles aparecem. A maioria veste os uniformes da fábrica, todos rasgados e puídos, faltando pedaços de tecido.

Tommy e Joel recuam e vão cada um para um lado da porta, enquanto Riley recupera o fôlego. Ela os observa fechar as duas portas e pegarem um pedaço de madeira, esquecido em um canto da passagem, para atravessar as maçanetas das portas e impedir que elas se abram. Tommy não acha que é o suficiente e também arrasta uma mesa para bloquear o caminho.

── Você está bem? Está ferida? ── As perguntas de Joel chegam até ela, assim que ele está a sua frente. O homem leva a mão ao rosto dela, embala a bochecha e a faz erguer o olhar. 

Riley ainda está tentando estabilizar sua própria respiração, curvada e com as mãos apoiadas nos joelhos. Mesmo assim ela se esforça para responde-lo, pois as feições dele estão inundadas de preocupação.

── Estou bem. ── Riley o conforta. ── Estou bem. Só preciso respirar um pouco. Isso foi... Demais pra mim. ── Ela respira fundo, enquanto o encara e logo seus olhos se arregalam quando se lembra de Ellie e percebe que ela não está com eles. ── A Ellie, onde ela está? Ela encontrou vocês? Ela está bem? Está segura?

──  Não se preocupe. Ela está bem, está com o Sebastian agora. ── Miller a responde, fazendo com a mulher respire aliviada. ── Encontramos ela antes que o pior acontecesse.

── Ótimo. ── Ela suspira em alívio. ── Foda-se, estou tão feliz por isso.

── Não podemos ficar aqui por mais tempo. ── Tommy se aproxima dos dois. ── Isso não vai segurar eles pra sempre, temos que ir.

Como se para concretizar a fala de Tommy, a porta começa a ser esmurrada pelos infectados que chegaram até ela, atraindo os olhares dos três.

Riley ergue-se, deixando o peso cair sobre seus pés de maneira adequada e sente aquela dorzinha novamente. É fraca, mas lhe trás desconforto. Imagina que foi um torção leve, mas não consegue disfarçar o incomodo.

── Consegue andar? ── Joel pergunta, notando as feições dela.

── Eu... Acho que sim. Acho que consigo dar um jeito. Não é nada grave. ── Ela responde, tentando tranquiliza-lo. A fala dela não é o suficiente para convencer o Miller.

── Apoie-se em mim. ── Ele guia a mão dela para seu ombro, fazendo Riley segurar em volta dele. A mão livre de Joel envolve a cintura dela e os dois sem dali seguindo Tommy, que faz segurança deles até a passagem pela qual entraram.

O percurso até a saída não era longo e, algumas vezes, Riley conseguiu apoiar o pé no chão sem doer. Tudo era questão do jeito que ela pisava e demoraria um tempo até que se acostuma-se com isso. Joel era cauteloso, o tempo todo carregando a maior parte do peso dela contra ele, tentando facilitar o caminho para ela.

Eles encontram Sebastian e Ellie perto da porta ── a garota apresentando um grande alívio na hora que os vê se aproximando. Riley também sente-se melhor por saber que Ellie está segura. Apenas com suas roupas e rosto um pouco sujos de fuligem, porém ela está sem qualquer arranhão.

── O que aconteceu lá dentro? ── Sebastian os questiona quando passam e ele pode finalmente fechar a porta. 

── Muitos infectados. ── Riley arfa, quando percebe que a pergunta é indiretamente para ela, pois é ela que aparenta estar mcahucada. Joel a apoia contra a parede ao lado da passagem para que possam descansar. ── Não recomendo entrar, não é um passeio agradável.

── Bom saber. ── Murmura o Reeves.

── Devemos partir agora, antes que nossos "amigos" nos alcancem. ── Tommy comenta. ── Acha que está bem para levar algum cavalo sozinha, Riley?

── Ela vai comigo. ── Joel não dá a chance de Riley responder. ── Ellie, você vai com o Tommy.

── Eu posso montar em um cavalo sozinha, sabia? ── Indaga a mais jovem.

── Depois de hoje, você não é confiável sozinha com um cavalo. ── Miller responde. ── Você vai com o Tommy no cavalo dele e sem discutir quanto a isso. ── Ellie bufa, mas aceita. Acaba achando justo o que Joel decide, ainda mais depois de Sheedy tê-la jogado no chão quando chegaram nos portões da siderúrgica.

Joel ajuda Riley a andar novamente e ela não protesta quando ele faz isso. Agora que toda a adrenalina está indo embora de seu corpo, sente todos os seus músculos pesados demais e tudo o que mais deseja fazer é descansar um pouco.

Eles chegam até os portões e vão até os cavalos, onde primeiro Joel a ajuda a subir. Quando ele tem certeza que ela está firme na cela, Joel sobre na frente dela.

── Segure-se em mim. ── Ele pede, suavemente. Riley não fala nada quando envolve seus braços em volta da cintura de Joel e depois apoia sua testa contra as costas dele. Deixa que seus olhos se fechem por um momento, apenas para poder respirar fundo e tentar relaxar, talvez tirar um pequeno cochilo.

Tommy ajuda Ellie subir em seu cavalo e depois faz o mesmo. Ele amarrou o de Riley ao seu para leva-lo junto, enquanto Sebastian fez o mesmo com o cavalo de Toni. Eles estão em silêncio, se ajeitando para sair e Joel apenas os observa enquanto segura as rédeas do cavalo com uma mão. A outra ele leva até as mãos de Riley que estão em sua cintura e entrelaça seus dedos com os dela.

Em outras circunstâncias, ele não teria feito isso. Joel teria recuado, talvez ficado rígido quando ela apoiou a testa nas costas dele porque isso era uma invasão de espaço inesperada. Porém agora tudo o que ele mais queria era sentir Riley contra ele, saber que ela estava bem e que estava ali. Quando entrelaçou sua mão com a dela, Joel a apertou levemente como uma garantia, como uma certeza, e ela fez o mesmo de volta.

Quando todos estavam prontos, seguiram para fora da zona da fábrica, fazendo o caminho para retornar para Jackson. Os cavalos estavam galopando moderadamente, seguindo um fluxo contínuo para fora dali, seguindo a direção da cidade. Riley não via nada, apenas ouvia. Sentia o ar mudando ao seu redor, o frio que a fez se encolher e a forma como acabou apertando a mão de Joel por conta disso e ele faz o mesmo para tranquiliza-la.

Eles estão em silêncio a maior parte do caminho, ainda sem chegar a metade do percurso, quando Ellie decide ser a primeira a quebrar o clima pacífico e silencioso. 

── Então, qual é a da máscara de caveira? ── A resposta de Sebastian é um grunhido irritado, pois não pretende falar sobre isso agora. Riley ri fracamente para si mesma porque sabe que Ellie não vai deixa-lo em paz quanto a isso agora.



INVERNO⠀─ ⠀DEZEMBRO 03, 22:35
⠀⠀⠀⠀⠀Jackson, Wyoming
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Riley dormiu o restante do dia, depois que eles chegaram em Jackson. Sebastian a ajudou conseguindo alguns remédios com Maria e um breve atendimento médico. Por sorte, não teve nenhum ferimento sério e o que mais precisava era de descanso ── Riley não discutiu quanto a isso. Principalmente quando os remédios fizeram efeito e ela não sentiu dor em lugar nenhum por um bom tempo.

Quando acordou, estava escuro do lado de fora. Estava sozinha na cama kingsize no quarto de casal, onde tudo que poderia escutar era o vento do lado de fora. Sally havia ficado tão preocupada quando ela chegou, que Riley teve que praticamente expulsa-la do quarto para ter um momento tranquilo sozinha. Parecia que todo o ressentimento da noite passada havia ido embora e a mais nova apenas queria ter certeza se sua irmã estava bem.

Riley não gostava de toda essa atenção, não queria que Sally de preocupasse com ela, por isso tentou tranquiliza-la o máximo o possível e fazer pouco caso do que aconteceu. Para ela, o que realmente importava era que todos haviam retornado em segurança e o pior havia passado.

Cansada de encarar o teto do quarto, Adams senta-se e coloca os pés para fora da cama. Ela encara o pé enfaixado, lembrando-se do hematoma que ganhou de presente. Não era tão ruim quanto parecia, ela conseguia movimentar, só estava dolorido — um claro sinal de que não estava quebrado, apenas torcido.

O inchaço parecia ter diminuído um pouco, mas não dava para ter certeza por conta das bandagens, então as retirou e confere o que já esperava encontrar. Há apenas um leve roxo na área, um hematoma que deve permanecer por mais alguns dias. Gelo deveria ajudar, mas estava muito frio para ficar segurando um saco com gelo por muito tempo. Deixou alguns minutos quando chegou, mas não conseguiu manter.

Não era um ferimento sério e não estava doendo mais, outras partes do seu corpo estavam mais doloridas por conta da queda do que seu tornozelo. Riley conseguia lidar com isso. Observava sua mochila do outro lado do cômodo e decidiu pegar uma meia dentro dela.

Levanta-se devagar e consegue apoiar a sola no chão se estiver reta, mas quando se movimenta demais, sente um leve desconforto. Imagina que vai ter que andar apenas de uma maneira se não quiser ficar mancando e ela parece um robô quando faz isso, mas é o melhor que pode fazer até que consiga retirá-las. Ela pesca o par que precisa e coloca no pé descoberto para que possa afastar o frio que sente.

Antes de sair do quarto, ela vai até o banheiro e escoava os dentes. Enquanto faz isso, encara seu próprio rosto cansado, um pouco cheio por conta do sono. Riley o lava, tentando afastar aquela névoa da sua mente e, quando termina tudo o que precisa fazer, encontra-se no corredor. A casa está totalmente apagada, até mesmo o andar de cima está escuro. Adams franze o cenho, mesmo sabendo que é tarde e todo mundo já deve estar dormindo. Ela se pergunta aonde Joel está, já que não está no quarto que eles deveriam dividir. Lembra-se vagamente de te-lo escutado falando que iria dormir na sala essa noite, mas não tinha certeza, pois caiu no sono durante essa breve conversa que tiveram.

Levando a mão até maçaneta da porta da sala de estar, Riley a abre bem devagar, tentando não acordar Joel, pensando que o homem estava dormindo. Ao invés disso, ela o encontra sentado no sofá e com uma luminária acessa, sua luz sendo bem fraca. Ele tem os cotovelos apoiados nas coxas e as mãos no queixo enquanto olhava para algum ponto distante. Miller estava perdido em pensamentos quando ela entrou e desviou seus olhos para a direção de Riley.

Ele indireita a postura quando a nota entrando na sala e fechando a porta atrás de si. Está mais rígido e preocupado quando deixa suas mãos repousarem em sua coxas, como se não esperasse vê-la tão cedo.

── O que está fazendo de pé? Você deveria estar na cama, descansando. ── Joel comenta quando ela se aproxima e Riley se xinga por ter mancado na frente dele sem querer. A preocupação no rosto do homem se aprofunda. ── Volte a dormir.

── Eu perdi o sono e acho que o efeito dos analgésicos estão passando, então... ── Ela solta um suspiro audível ao sentar-se ao lado dele no sofá. ── Vou ser sua companhia essa noite.

── Maria deixou analgésicos do lado da cama. ── Ele comenta. ── Você pode tomar se estiver sentindo dor de novo, vão te ajudar a dormir melhor.

── Vou deixar pra mais tarde, tenho que ficar ao seu lado agora. ── Joel está olhando para ela, sua face impassível e ela sorri, ladino. ── Por que não está dormindo, cowboy?

── Estou sem sono. ── Joel responde, olhando para a frente novamente. ── Sally me cedeu o quarto dela, mas não consegui dormir.

── A cama era confortável demais? ── Joel assentiu para a pergunta dela, soltando um murmuro baixo. ── Parece até que voltamos da guerra. Tão acostumados a dormir em chão duros e colchões rasgados. É estranho quando isso muda.

── Estar confortável demais deixa a mente aberta para... Sonhos ruins. ── Ele adiciona. ── Não é agradável.

── É, tem isso também. ── Riley concorda. ── As vezes é melhor dormir em um sofá vagabundo.

Ela belisca a ponta do dedo anelar com a unha, levemente nervosa pelo silêncio que se segue. Desde a conversa na sapataria, aquela foi a conversa mais natural que tiveram ── o momento em que compartilhavam parte dos seus demônios de maneira implícita.

Riley não sabia como prosseguir agora. Uma parte dela tinha medo de dizer algo que os empurraria para aquela espiral novamente e Deus sabia o quanto ela não queria retornar para aquelas discussões que não os levava a lugar nenhum. Andar em círculos estava drenando suas energias rápido demais.

── Como você está se sentindo? ── Joel quebra o silêncio entre eles.

 ── Eu to bem, eu acho. ── Riley suspira e leva a mão até a nuca, massageando a área. ── Agora que o choque passou, estou mais tranquila. Um pouco mais relaxada. ── Deixa sua mão cair ao lado de seu corpo. ── Esqueci de te agradecer por ter ido atrás de mim. Você poderia ter ido embora depois que encontrou a Ellie, mas não fez isso. Então... obrigada.

── Eu nunca te deixaria para trás. ── Ele responde.

── Bom, você tecnicamente ia fazer isso. ── Riley comenta. ── Ia deixar a gente, esqueceu?

── Eu voltei atrás quanta a isso. ── Miller retruca. ── Percebi que foi egoísta e covarde da minha parte... abandonar vocês dessa maneira.

── Bom saber disso. ── Murmura ela, enquanto Joel engole o seco, antes de continuar.

── E eu fiquei... Com medo hoje. ── Confessa cautelosamente. ── Na verdade, primeiro senti raiva, porque você sempre tem que ser tão teimosa e ter saído sozinha daquela maneira foi muito imprudente da sua parte.── Riley bufa com o comentário dele. ── Mas depois eu pensei em tudo que poderia dar errado e...

── Ficou com medo de não me ter mais para te encher o saco e chamar você de velho o tempo todo? ── Ela provoca, tentando quebrar o clima tenso e melancólico que se forma. Porém, quando os olhos de Joel a encontram, Riley encontra uma profundidade imersa nesses sentimentos.

── Fiquei com medo de te perder. ── Por um momento, a respiração dela engata e os lábios de Riley movem-se algumas vezes, enquanto ela tenta encontrar as palavras certas para o que deseja dizer. Ela não esperava por isso.

Riley não sabe o que responder a ele. Não é como daquela vez na loja, onde as palavras dele lhe partiam como facas afiadas e ela não queria responder porque doía demais falar qualquer coisa. Não, agora ela sente que estão caminhando para um caminho diferente e Riley não sabe como agir quanto a isso.

Quando Joel a encara, ela vê a verdade dessa vez. Ela não esperava por isso, mas imagina que seria inevitável. Depois do dia que tiveram, também sentia arrependida de coisas que falou. Foi apenas quando a situação se apertou que Riley deu valor a certos atos.

── Joel, se está dizendo isso apenas porque sentiu pena de mim, eu-

── Não, Riley. Não é por isso. Eu- Porra, eu só- ── Ele ofega, passando a mão pelo rosto cansado, ainda pensando no que dizer. Joel procura as palavras certas, pois nunca foi bom com elas. Depois do dia que tiveram, algumas coisas mudaram em sua mente e ele não consegue por em ordem tudo o que pensa imediatamente. ── Eu não queria fazer você pensar que não é importante pra mim, mas foi a única maneira que eu encontrei de proteger você.

── Me proteger? Joel, eu sei proteger a mim mesma. ── Ela respondeu, quando o homem a está olhando nos olhos. ── Sei escolher por mim mesma, não estou fazendo as coisas sem pensar, como você sempre acha que eu faço.

 ── Eu sei disso, mas pensei que estava fazendo o certo quando te afastei, que seria o melhor caminho. ── Confessa.

── E o que te fez mudar de ideia?

── Aconteceram aquelas coisas na fábrica e eu pensei que ia perder você e a última vez que nos falamos nós brigamos. Eu disse coisas que não queria e te machuquei. ── Ele suspira ── E me arrependi disso no momento em que te deixei partir.

── Eu entendo que você passou por muito no passado e que isso afetou a forma como você vê a isso mesmo e ao mundo. ── Riley disse. ── Mas, porra Joel, você não pode agir como se soubesse o que é melhor para mim. Eu também já perdi muito e não quero perder de novo, mas estava disposta a arriscar tudo por isso, arriscar tudo por você. O mínimo que poderia ter feito era ter sido verdadeiro comigo.

Ele abaixa a cabeça, pensativo e ressentido.

── Tem muitas coisas que eu queria poder te dizer. ── Joel murmura, balançando a cabeça de um lado ao outro.

── E por que você não diz? Por que não pode dizer? ── Ela indaga. ── Se está tão arrependido assim, por que não faz as coisas da forma certa agora? Droga, Joel. Eu não quero ficar nisso pra sempre, não é justo.

── Eu sei.

── Então por que você insisti? Por que pra você é mais fácil me afastar do que dizer que me ama?! ── Ela exclama, sentindo-se frustrada. ── Eu sou tão difícil de amar assim, ao ponto de você não ter coragem de dizer na minha cara a verdade? ── Os olhos dela se enchem de lágrimas. ── Você se arrepende?

A respiração de Joel engata ao perceber que ele está deixando que ela se sinta culpada.

── Não, não é isso. Você não tem culpa aqui. ── Ele responde. ── Eu estraguei tudo, porque eu sempre estrago tudo. Machuco as pessoas que eu amo quando estou frustrado, as afasto porque me vejo sempre da pior maneira possível. Tem tanto sangue nas minhas mãos, Riley. Tantas coisas que eu fiz no meu passado que não posso apagar.

── E nas minhas também. ── Disse ela. ── Eu carrego isso comigo, Joel. Toda a minha vida. Você e eu, não somos tão diferentes assim, você mesmo disse isso meses atrás pra mim.

── Mas o que mais me assusta é que nesse movimento em direção a novos horizontes e direções distantes, eu posso perder o que tenho agora e não encontrar nada além da solidão de novo. ── Ele responde. ── Depois da Sarah... Depois daquela noite, toda a minha vida se tornou algo borrado. Sempre penso que, qualquer deslize que eu cometer, pode ser o suficiente pra tudo ruir novamente. Estou lutando e perdendo, sempre. Não quero falhar com você.

── Não posso fugir disso e você também não, Joel. Somos humanos, vamos falhar em algum momento, isso é normal. ── Disse a mulher. ── Mas eu sei que não é certo deixar que nossas vidas se resumam às perdas que tivemos. Eu sei que a Sarah não ia querer isso para você.

Joel engole o seco, seus olhos brilhando no escuro daquele cômodo, enquanto as lágrimas não derramadas permanecem lá.

Eles se encaram no silêncio daquela sala, expostos demais um ao outro. Riley tem medo dele começar a recuar, formar barreiras novamente. Tudo o que ela mais quer é que ele compreenda que ela o entende, que pode não ter passado pelo mesmo que ele, mas sabia qual era a sensação. Nem por causa disso significava que Joel era indigno de amor.

Ela suspira profundamente, trêmula e cansada das voltas que estavam dando. Aquela era a hora de caminharem para a final, para um última decisão. Riley precisava disso, precisava terminar com todo aquele ressentimento.

── Eu preciso que você me diga a verdade. ── Riley o olha nos olhos quando fala, enfatizando suas palavras. ── Joel, eu só quero que você seja verdadeiro comigo. Quero que diga se me ama ou se vai mesmo me deixar partir, porque eu não aguento mais isso. Não quero te obrigar a ficar comigo, essa é uma decisão sua.

Riley precisa ouvir o que ele tem a dizer. Seja a verdade ou a mentira novamente, ela irá aceitar. É uma decisão final, uma última chance que Adams está dando a ele para encerrar aquele assunto de vez ou... Caminhar em uma direção diferente.

── Mas eu preciso saber se todos esses pequenos detalhes foram coisas passageiras, coisas da minha mente, ou se foram reais. Se tudo o que passamos realmente significou algo pra você... ── Ela engole o seco. ── Por favor, uma última vez e eu nunca mais toco nesse assunto novamente, eu prometo. Apenas me diga.

Joel vê a suplica nos olhos dela, a necessidade que Riley tem de ouvir a verdade dele. Ele sabe que pode mentir novamente, negar até a morte, repetir as mesmas palavras que disse na loja, afasta-la para sempre, uma última vez. Mas, enquanto a encara naquele cômodo escuro, enquanto a luz da luza e o leva alaranjado da luz do pequeno abajur são tudo que iluminam o rosto dela, Joel percebe que não seria justo.

Não seria justo com ela negar a verdade que Riley merece saber através dele. Não seria justo com ele mesmo segurar por mais tempo o que sentia, principalmente quando se lembrava da possibilidade de nunca mais sentir as mãos dela contra as dele novamente. Quando pensava nisso, quando pensava no pânico que sentiu pela mínima possibilidade do pior ter acontecido, Joel sempre se arrependia de não tê-la mantido perto.

Ele segura as mãos dela na dele, atraindo o olhar da mulher momentaneamente para isso. Quando Riley ergue o olhar novamente, vê o rosto de Joel bem perto do dela, onde o homem tem a oportunidade de admirar cada detalhe das feições dela.

Joel leva uma de suas mãos até bochecha dela e acaricia. Riley fecha os olhos, sorri fracamente e recebe o carinho de bom grado, sentindo quando ele coloca uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. Os olhos do homem caem para os lábios dela e Joel não resiste quando eles estão ali, bem ao seu alcance. Ele não é bom com as palavras, então imagina que seus atos sejam o suficiente para deixar transbordar tudo o que ele sente.

Ele gravita até ela normalmente, como se estivesse acostumado a fazer aquilo sempre. Mas quando seus lábios se encostam, Joel não sentem que é normal. Não, a eletricidade que sente ── igual sentiu da primeira vez ── não é algo normal. Não é comum. É bom e ele sente que poderia morrer se nunca mais sentisse os lábios dela contra os dele novamente. Joel a persegue como um homem faminto por toque, ele se entrega a isso, pois não quer perdê-la novamente.

O encaixe era perfeito, suave. Sentia que estava derramando todos os sentimentos que não conseguia expor em palavras. Derramando uma parte dele para ela. Todos os pedidos de desculpas que poderia formular, nada se compararia a isso, nada se compararia a sensação de estar tão perto da pessoa que amava.

Joel ofega quando se afasta, deixando que suas testas se toquem enquanto recuperam o fôlego, tentando conter os sorrisos bobos que querem se formar. Ele sente falta da boca dela, mas sabe que precisa desse momento para respirar.

── Aquilo que eu disse, sobre não sentir o mesmo que você... ── Arfa o Miller, recuperando o fôlego. ── Era mentira. Era tudo mentira.

── Eu sei. ── Riley responde, sorrindo. Ela finalmente abre os olhos para encara-lo. ── Eu sei que você não quis dizer aquilo tudo. Quer dizer, a maior parte não era verdade. Eu disse pra você, Joel Miller. Eu te conheço.

── Mas não sabe de tudo ainda. ── Joel se afasta um pouco. ── Não sabe que eu senti algo por você desde o dia em que te conheci, há 15 anos atrás. ── A confissão dele deixa Riley surpresa. ── Que eu queria tanto ter tentado algo naquela época, mas... Nunca consegui. Mas sempre te achei bonita, atraente e... Uma das mulheres mais fortes que eu já conheci.

Riley ainda está em choque por saber algo que ela nunca cogitou a possibilidade.

── Joel... Isso é- Porra eu nem sei o que responder em relação a isso. ── Ela solta uma risada baixa, um tanto incrédula pelo o que acabou de escutar. 

── Não precisa responder. Aquilo foi... uma atração momentânea, eu acho. Você tinha o Ben, mesmo que não estivessem juntos na época, e eu só pensei que seria melhor não tentar nada. ── Miller explica. ── Depois as coisas com a Tess começaram a mudar e eu... Segui em frente. Deixei isso pra trás. Até que você bateu na minha porta há 4 meses atrás e entrou na minha vida como se sempre tivesse feito parte dela. Isso me assustou demais, eu confesso.

Os dois riem fracamente, ainda de frente um para o outro e saboreando aquele momento doce.

── Esse últimos meses fizeram todos esses sentimentos que eu tive por você retornar e eu... Não sabia o que fazer quanto a isso. ── Ele continua, um pouco mais serio. As mãos dela ainda estão envolvidas pela dele e Riley deixa que Joel brinque com elas, observando-as enquanto toma coragem para continuar. ── Pensei que você não sentia o mesmo, até a sua confissão na loja. Ali eu pensei, "o que eu posso oferecer a ela? Sou apenas um homem cansado e quebrado, ela merece coisa melhor." Achei que estava fazendo o certo te afastando.

── Você não é a única pessoa quebrada aqui, Joel. Eu ainda estou juntando todos os pedaços que perdi no meio do caminho e eu sei que nunca vou estar completa novamente, mas... ── Riley suspira, corando um pouco. ── Isso vai soar tão cliché e brega, droga ── Ela ri em meio a lágrimas que acabam derramando e o encara. ── Talvez você tenha os pedaços certos que completem os meus.

Joel sorri, quando ela ri. Admirando a forma como Riley fica tão bonita quando está com vergonha ── inferno, ela é bonita sempre e ele não consegue superar isso. Desde o dia em que a encontrou naquele bar da ZQ de Boston e ela colocou um idiota assanhado em seu devido lugar.

Ele nunca se esqueceria disso, da forma como uma palavra dela foi o suficiente para colocar aquele babaca para correr. Depois disso, ele nunca mais ousou chegar perto da parte do corpo de uma mulher sem pedir permissão.

── Eu só quero que você saiba que não precisa se esconder de mim. ── Ela fala. ── E se estiver aberto para isso, realmente disposto a tentar, eu também estou, porque eu to cansada de perder as oportunidades, de sempre hesitar e guardar tudo pra mim até que eu perca a minha chance. ── Riley suspira. ── Até que a pessoa que eu amo acabe indo embora porque não fui forte o suficiente antes.

Joel entende onde ela quer chegar e sabe o que ela quer dizer com isso. O tanto que guardar sentimentos os prejudicou, os deixou a mercê do destino, até que as mãos frias da morte puxaram tudo o que tinham de mais precioso de suas vidas, os deixando vazios.

Ela está machucada. Machucada por ele, machucada pelo tempo e machucada pela vida. Joel sente-se ainda mais culpado por faze-la pensar que não era o suficiente, por te-la deixado sofrer sozinha, por ter dado a Riley mais uma decepção.

Ele leva a mão para o rosto dela novamente, a puxando pela nuca para mais um beijo, onde eles são capazes de derramar mais sentimentos reprimidos. O beijo se aprofunda, torna-se mais ganancioso, mais sedento. Riley suspira contra os lábios dele quando se afastam, testas encostadas uma na outra novamente.

── Você me perdoa? ── Joel a questiona. ── Me perdoa pelas coisas que eu te disse? Eu não queria machucar você, também não queria te perder. Pensei que estivesse fazendo o que era certo.

── Sim... Eu perdôo você. ── Ela diz em um suspiro, antes de Joel beijá-la mais uma vez. Eles se perdem na adrenalina de se entregar um ao outro, trazendo tamanha intensidade ao beijo.

A cabeça de Riley gira com choque e admiração, quase perdendo as palavras que ele fala contra seus lábios.

── Você significa o mundo para mim, Riley. ── Disse. ── Me desculpe por ter demorado tanto para perceber isso.

O beijo está ganhando forma, ficando mais intenso, se tornando mais carente. Há desejo das duas partes agora que eles estão deixando as barreiras que criaram cair. Riley sente um calor subindo por seu corpo que é bem-vindo, mas sabe que precisa se conter, que eles devem estar indo rápido demais, que não deveria ser assim-

Então Joel está negando em seguida, deixando-a confusa, fazendo-a se assustar um pouco quando se afastar e ela quase pensa que ele se arrependeu novamente.

── Não é o suficiente pra mim. ── Ele diz aquelas palavras mais para si mesmo do que para ela, as profere com tamanho desejo contra os labios dela. ── Preciso compensar você.

── Você não precisa, Joel. ── Riley nega, mesmo que sinta uma pontada de desejo em seu âmago que chama por ele. ── Não é necessário.

── Mas eu quero. ── Miller embala o rosto dela com as mãos. ── Se você permitir, eu quero fazer as pazes com você adequadamente. ── Joel engole o seco, percebendo a intensidade do olhar dela sobre ele. ── Você merece isso. Você merece tudo. Estou abaixando minhas defesas por você.

── Estou fazendo o mesmo por você. ── Ela responde. ── Não me arrependo disso.


A blusa de Riley é descartada em algum lugar do quarto. Não há iluminação, a não ser a da lua que entra através das persianas. Eles não conseguem ver um ao outro claramente, mas é o suficiente para ver o contorno dos corpos se movendo.

Joel a puxa para perto pela cintura, fazendo com que os seios da mulher, cobertos pelo sutiã, vão de encontro ao peito dele. Ele a beija mais uma vez, beijando os lábios dela com tamanha devoção, pura emoção avassaladora que os mantêm conectados, porém parece que aquilo não é o suficiente. Eles precisam de mais um do outro.

Riley desabotoa a camisa de Joel e ele a tira, partindo o beijo apenas para tira a segunda camisa que ele veste por baixo, a puxando pela cabeça para joga-la em qualquer canto do quarto e deixando que suas mãos vagassem pelas curvas dela novamente, sentindo a cintura macia, porém com algumas cicatrizes e marcadas deixadas pelo tempo.

As mãos dele vão parar nas costas dela, onde Joel tem a oportunidade de trilhar beijos desde a clavícula da mulher até seu queixo, aproveitando para mordiscar o pescoço dela no processo, sem deixar qualquer marca para trás. A barba dele arranha sua pele de uma forma tão deliciosa que apenas aumenta sua excitação.

── Joel ── Ela ofega o nome dele como uma oração e céus, Joel não imaginava o efeito que isso tinha sobre ele. A carência no tom de voz dela o pegou em cheio, deixando-o necessitado por mais.

── Posso tirar isso? ── Ele pergunta, levando suas mãos até o fecho do sutiã. Riley assente, precisando de mais contato.

Joel é rápido em desfazer o fecho e deixar os seios dela livre daquele confinamento. Ele tem a oportunidade de ve-los agora, enquanto ela estremece quando um vento particularmente frio passa e acerta seu corpo exposto. Joel saboreia a forma como Riley se arqueia para ele quando começa beijar a extensão do peito dela, descendo até os mamilos empinados.

Ela leva as mãos até os cabelos dele, envolvendo os fios enquanto o homem a está deixando cada vez mais excitada com seus cuidados, puxa-os levemente para que ele possa se afastar e olhá-la nos olhos, quando a mesma súplica.

── Joel... Vamos para a cama. ── Ela sugere, sentindo que seus joelhos vão ceder a qualquer momento com tamanho cuidado que ele estava tendo com seu corpo.

Joel se afasta um pouco a contragosto, mas concorda com ela. Riley fica contra o colchão, retirando as calças enquanto ele a observa, ainda fascinado por ter o corpo da mulher em exibição. Ela está apenas de calcinha agora, com os cabelos esparramados no travesseiro e esperando por ele.

Enquanto Joel tira as calças e as meias, Riley se apoia nos cotovelos para poder observá-lo se despir. Ela sorri, admirando-o apenas de cueca na frente dela. Joel sente-se um pouco consciente demais sobre si mesmo e caso sente-se envergonhado. Quando a mulher estende a mão para ele, o chamando, Miller decide que precisa focar apenas nela e não deixar sua mente vagar para longe.

Joel está pairando sobre ela agora, beijando seus lábios suave e lentamente, ao contrário de antes. Suas mão direita vaga pela cintura dela, enquanto a outra é utilizada para se apoiar na cama. Riley mantém um cotovelo na cama, enquanto sua mão esquerda embala o rosto de Joel e ela tem a chance de derreter naquele beijo.

A mão dele continua vagando, descendo até estar perto do estômago dela, acariciando sua pele macia. Dedos fantasmas fazendo o corpo de Riley se arrepiar e antecipação inundar seus sentidos quando ele está puxando sua roupa íntima de lado e deixando seu dedo deslizar por suas dobras. Quando o anelar desliza para dentro, ela se desfaz do beijo, envolvendo os dois braços em volta do pescoço de Joel e jogando a cabeça para trás enquanto o movimento de vai e vem continua.

── Joel ── Ela geme, suspirando o nome dele como uma prece, sem saber se conter quando o homem a faz se sentir tão bem. ── Porra.

Ele está beijando o pescoço dela, trilhando por toda a extensão que está totalmente exposta para seu ataques e a deixando deitar na cama, arranhando sua pele com sua barba. As mãos de Riley vagam pelos ombros e os braços dele, sentindo os músculos, todos os lugares que pode tocar enquanto ele continua a estimulá-la.

Os ruídos dela são todo o encorajamento que ele precisa para deslizar um segundo dedo, fazendo a mulher se apertar ao redor dele. Arqueando as costas, ela emite o som mais bonito que ele já ouviu, abrindo as pernas, convidando-o a entrar mais. Riley quase foge com a intrusão contínua que quase não consegue suportar. Não ter sido tocada por um homem há algum tempo a deixou nervosa. Mas este é Joel e ela confia nele. E ele é doce, beijando seu nariz para confortá-la.

── Está tudo bem, querida ── ele garante, arrastando o dedo cuidadosamente pela fenda dela. ── Você está fazendo tão bem para mim, amor. Apenas relaxe. Deixe-me compensar você por tudo.

A maneira como sua voz profunda enche seus ouvidos faz Riley estremecer de desejo e Joel gosta de ve-la se contorcer. Ele mergulha o dedo em suas dobras, enrolando-o dentro de para arrancar um guincho adorável de sua garganta, que a Adams não tem força o suficiente para tentar sufocar.

Sua mente fica nebulosa, bêbada com a sensação dos dedos de Joel a preenchendo. Ele os está bombeando para dentro e para fora, deixando uma sensação tão boa em seu corpo. Seu próprio membro fica mais rígido a cada gemido que saí dos lábios entreabertos dela e ele saboreia cada um.

Joel está roçando seus dedos finos contra suas paredes, pressionando contra pontos que ela nem sabia que te faziam gemer assim. Ele beija onde quer que possa, arrastando os dentes pelo seu pescoço e depois mordendo seu peito, desejando poder estar sugando belos hematomas roxos em sua carne, enquanto se diverte com seus sons melódicos, porém Joel se controla para não marca-la, achando que seria demais para uma primeira noite e difícil de explicar pela manhã caso alguém acabasse vendo.

── Preciso de você... ── Riley sussurra, abrindo os olhos que nem ao menos percebeu que havia fechado. Joel a encara, notando as feições dela, a forma como a mulher arfa e parece simplesmente uma bagunça enquanto ele continua a deslizando seus dedos dentro dela.

── Estou tomando meu tempo, querida. ── Ele respondeu, vendo as pupilas dilatadas dela. ── Não se apresse, tenho que preparar você.

── Preciso de você agora. ── Ela insisti. ── Porra, não posso esperar mais.

Joel quer insistir pelo contrário, porém tudo o que consegue fazer é soltar um grunhido quando ela inverte as posições e fica por cima dele. Os dedos dele escorregam para fora e tudo o que lhe resta é observa-la, enquanto a mulher monta em seus quadris.

Ela mói sua intimidade contra a dele, sentindo o quão duro o homem está sobre a cueca. Riley balança o quadril mais uma vez contra el, gostando da sensação que a fricção trás. Joel joga a cabeça para trás contra os travesseiros, seu pomo de Adão subindo e descendo, enquanto suas mãos vão até a cintura dela.

Riley morde o lábio inferior, sorrindo ao ver o efeito que está tendo sobre ele, admirando a forma como a situação se inverteu tão rapidamente. Ela segura nos ombros dele enquanto balanca-se contra o membro dele, sentindo-o arrastar contra o seu clitóris, estimulando-o. Joel grunhe, afetado por ela e sem saber se a faz parar ou a deixa continuar.

── O que foi, cowboy? ── Ela questiona, o provocando. ── Ficou sem palavras agora? Achou que era só você que poderia tomar a liderança?

── Porra, não provoque. ── Miller responde, entredentes. Riley acaba sorrindo, admirando-o, porém decidindo ser misericordiosa.

── Não estou. ── Responde a Adams. ── Estou recebendo minha compensação. ── No momento em que Riley pisca um olho para ele, Joel sabe que está completamente a mercê das vontades dela e não tinha reclamações contra isso.

Ela para seus movimentos, dando um momento para que os dois possam respirar. Eles retiram as últimas camada de roupa que faltam, ficando completamente nus na frente um do outro. Riley retoma seu lugar em cima dele, ainda pairando a centímetros do membro de homem que espera ansiosamente por ela.

Riley o segura com uma mão e o guia para dentro de sua entrada, afundando centímetro por centímetro. Os dois acabam em gemendo em conjunto quando estão totalmente nivelados e ela pode sentir todo o membro dele, seu calor o envolvendo por completo. Eles respiram juntos algumas vezes, antes que o olhar de Riley recaía para o de Joel, encontrando suas iris avelã transbordando adoração.

Quando ela começa a se mover, Joel acha que está totalmente perdido. Toda vez que Riley move os quadris, o monta como se sua vida dependesse disso, o prazer corre por suas veias desenfreadamente. Ela é linda quando o leva, o toma por completo e assume a liderança. Joel deixa que ela tome dele tudo que precisa, que faça o próprio prazer através de seu corpo, que o reivindique como dela ── Deus ela poderia tomar a vida dele se quisesse e Joel a daria de bom grado. 

Joel grunhiu, sussurrando um elogio para ela, a mão apertando seu traseiro, apertando a gordura que restou ali. Riley choramingou baixinho, as coxas começando a queimar enquanto o cavalgava, enquanto sentia as veias do membro dele se arrastando deliciosamente contra suas paredes lisas. Sua mente estava nublada, cheia de pensamentos que eram apenas Joel naquele momento.

Tudo o que faz é deixar suas mãos na cintura dela, ajudando-a a subir e descer em seu pênis, afogando-se no prazer que é as paredes apertadas dela o sugando. A maneira como o corpo de Riley se move contra ele é pecaminosa, se encaixando perfeitamente nela e a deixando sem fôlego a cada deslize, a cada toque nos pontos mais agradáveis de seu corpo.

Ela joga a cabeça para trás e fecha os olhos com força enquanto continua, indo firme contra ele, sem hesitar e perseguindo seu próprio prazer. Eles mal haviam começa e Riley já estava se sentindo no limite. Cada vez que afundava contra o membro dele, Joel tocava uma parte dela que a deixava em chamas. Tudo o que podia fazer era continuar indo, continuar tomando cada centímetro dele, enquanto suas mãos deslizavam pelos braços que seguravam seus quadris, suas unhas arranhando a pele do homem que sibiliva sentindo dor e prazer ao mesmo tempo.

Joel ergueu seu tronco e sentou-se na cama, achando a garganta exposta dela muito convidativa. A mão direita dele vai até o pescoço de Riley, a envolvendo. Miller não aperta, apenas mantêm seus dedos em volta, sentindo o pulso dela e a guiando para ele, enquanto Riley continua montando-o. Seus beijos começam na pele da garganta e sobem até os lábios dela, onde Adams retribui o beijo desleixado que eles dão, sem conseguir manter a sincronia entre deslizar sobre o pau dele várias vezes e perseguir aquele beijo desesperado onde eles roubam a respiração um do outro.

Os dois estão soando, entregando tudo de si. Joel não consegue ir de encontro a ela na posição em que está, então a maior parte do trabalho parte de Riley, que sobe e desce contra ele, tendo apenas a ajuda das mãos do homem em seus quadris que a impulsionam para cima e para baixo. Ela envolve seus braços em volta do pescoço dele, suas testas se encostam, enquanto ela mantêm os olhos fechados.

── Estou perto ── Ela murmura, gemendo em seguida quando desce sobre Joel rápido demais, fazendo com ele acerte aquele ponto dentro dela que a faz tremer. ── Porra, Joel. Estou tão perto.

── Venha para mim, amor. ── Ele pede e a voz aveludada dele, rouca pelo esforço, faz com que Riley se aperte ao redor, choramingando graças ao efeito que Joel tem sobre o seu corpo. ── Venha para mim...

O clímax que a encontra é libertador, mas também a deixa desossada. Dedos dos pés flexionando, suas unhas raspando pela nuca de Joel. Gemendo alto, seus lamúrios são engolidos pela boca de Joel que vai de encontra aos lábios dela, a silenciando antes que Riley acabe ficando vocal demais. Ela ainda está tremendo, sentindo os efeitos de ter tido um orgasmos eletrizante, sentindo-se derramar sobre o membro dele.

Ela arrasta os dedos pelos cabelos do homem, enquanto eles se afastam do beijo, tentando recuperar o fôlego, mais uma vez.

── Você ainda não veio. ── Riley constata, ainda sentindo-o duro dentro dela. Qualquer mísero movimento, qualquer pequena contração dele dentro dela, a deixava estimulada, ainda tão sensível do orgasmo que havia acabado de ter.

── Acha que aguenta mais um? ── Joel a questiona, olhando nos olhos dela. Ele não quer força-la a continuar, por mais excitado que estivesse, pararia se Riley já tivesse tido o suficiente e achasse que não aguentaria mais.

── Sim... Claro que sim. ── Responde ela, querendo dizer mais. Se pudesse, diria que aguentaria quantos ele desejasse, mas sabia que não seria possível. Já estava exausta agora, mas desejava sentir mais dele, sentir mais daquele desejo que borbulhava na boca de seu estômago e que estava crescendo mais uma vez.

Joel a deita sobre a cama, invertendo as posições sem sair de dentro dela. Está pairando por cima agora, ainda enterrado até o fundo, sentindo a forma como as paredes quentes dela estão mais lisas e quentes do que antes. Ele está segurando tanto, beirando o limite.

As pernas de Riley o envolvem firmemente, ficam ao redor da cintura dele

── Eu posso- ── Ela não permite que ele termine de perguntar.

── Merda, Joel. Sim, mexa-se.

── Impaciente. ── Joel resmungando, sorrindo fracamente, puxando seus quadris para trás e investindo contra ela.

Riley não tem chance de retrucar, pois os movimentos suaves dele a estimulam da maneira necessário. Ele é cuidadoso no início, testando as águas e não querendo superestimular ela.

Todas as emoções que ele sente por Riley o fazem aumentar sua velocidade, empurrando nela com mais força, mais fundo e dando a mulher que ama tudo o que ele tem. E ela dá as boas-vindas, empurrando-se contra ele, arranhando suas costas enquanto ele alcança aqueles pontos agradáveis ​​dentro de seu corpo, segurando-o perto para salvar sua própria vida de todas as estocadas contínuas.

É bom e é demais ao mesmo tempo. O prazer entorpeceu seus sentidos e a deixou nas nuvens. Riley saboreia isso, ela beija a garganta dele, o queixo e cada lugar do rosto dele que pode alcançar. Os dois estão emaranhados juntos, soltando suspiros e gemidos em cima do outro, entregando-se aquela sensação avassaladora que estão sentindo.

── Eu não vou te deixar ir. ── Joel disse, deixando sua testa descansar no ombro dela enquanto se mantêm empurrando para dentro. ── Não vou deixar você ir nunca mais. Eu não quero perder você.

── Você não vai... ── Riley murmura entre respirações ofegantes. Seus olhos reviram, suas pernas envolvendo-o e puxando-o para mais perto quanto é possível. ── Não vou a lugar nenhum.

── Promete pra mim? ── Ele se ergue e a encara, vendo as expressões de prazer que ela faz. Murmura em seu ouvido antes de entrar em um ritmo constante, mas não tão áspero. Joel ainda é amoroso na forma como se move. ── Promete, Riley?

Riley percebe a súplica no olhar dele, como as pupilas do homem estão dilatas, como ele necessita escutar aquelas palavras da boca dela. É claro que o futuro é imprevisível, eles não tem uma verdadeira garantia e aquela promessa pode acabar sendo quebrada, mas Joel precisa daquela afirmação naquele momento.

Ele precisa dela mais que tudo.

── Porra, eu prometo. ── As palavras que ela profere fazem com que ele ganhe velocidade. ── Eu prometo pra você, Joel. ── O nome dele sai arrastado, sensual. A excitação e seu segundo orgasmo que se aproximam a deixam envolvida.

── Merda, você fica tão linda quando diz meu nome assim. ── A mão esquerda dele embala o lado do rosto dela, seu polegar passando sobre os lábios avermelhados e inchados pelos beijos vorazes que eles deram durante a noite. Os movimentos dele aceleram.

Suas palavras, seu tom, tudo o suficiente para invocar essas necessidades luxuriosas, levando Riley próximo ao limite mais uma vez, fazendo-a ver estrelas enquanto seus olhos rolam para trás pelo imenso prazer que está envolvendo. O tapa rítmico no quarto, os corpos se movendo em sincronia, os impulsos dele encontrando os dela, tudo isso é demais.

Joel alcança entre seus corpos suados, movendo os lábios em seu pescoço enquanto esfrega os dedos sobre seu clitóris inchado. Os dedos dos pés dela se curvam e seus olhos se fecham. A respiração fica ainda mais ofegante e Riley goza, gemendo o nome de Joel e se contorcendo sob seu corpo firme.

A forma como rosto dela se contorce, como ela geme o nome dele, tudo isso o impulsiona para o limite e Joel a segue logo em seguida. Ele abafa todos seus gemidos contra o pescoço da mulher, enquanto seu corpo amolece sobre o dela, que também está tentando recuperar o fôlego nesse momento, com olhos fechados e o peito subindo e descendo.

Miller apoia todo seu peso sem seu braços, que estão cada, que estão sobre a cama, fazendo o possível para não se deixar cair sobre ela. Quando começa a tremer, cansado demais para permanecer na posição que está, Joel caí ao lado dela. Sua costas vão de encontro ao colchão e ele encara o teto ao recuperar o fôlego.

Eles estão cobertos por uma fina camada de súor que brilha levemente graças a luz da lua que entra através das persianas. Riley o encara, atraindo o olhar de Joel para ela e, em instantes, ela começa a rir.

── Não acredito que fizemos isso. ── Ela comenta, juntando-se a ele. Adams apoia a cabeça no peito de Joel, enquanto o braço direito dele a envolve. Uma perna dela fica sobre a dele e a mulher ignora o fato de que ainda estão pegajosos e suados.

── É, não parece que real. ── Joel responde, rindo fracamente. Deixando sua mão percorrer os fios dos cabelos dela, fazendo um cafuné na cabeça de Riley, que quase ronrona pelo cuidado. ── Foi bom, certo? ── Ele olha para baixo.

── Sério que você ainda pergunta? ── Adams ergue o olhar para ele. Joel se encolhe um pouco.

── Só quero ter certeza. ── Dá de ombros.

Riley percebe a incerteza nele e se inclina sobre o peito dele, chegando até os lábios de Joel e os beijando, enquanto segura o rosto dele com uma mão.

── Foi perfeito, Joel. Eu amei cada momento. ── Ela diz, sentindo a mão dele apertar a cintura dela. ── Obrigada por isso.

── Você não tem que me agradecer. ── Responde ele. Riley ainda está apoiada sobre ele, inclinada sobre o peito firme dele. ── Sou eu quem deveria agradecer a você, por não desistir de um velho como eu, por me dar uma segunda chance.

── Fui boazinha dessa vez, mas dá próxima posso não ser. ── Adams segura a mandíbula dele. ── Afaste-me de novo e vou chutar suas bolas forte pra caralho. ── Ladino, ela sorri enquanto provoca.

── Mulher raivosa. ── Riley ri fracamente, enquanto apoia a cabeça no peito dele mais uma vez, ouvindo os batimentos do coração dele.

── Ninguém mandou se apaixonar por mim. ── Cantarolou ela, sentindo as mãos dele retomarem seus movimentos em seus cabelos, embalando-a em direção ao sono.

── Acho que eu nunca poderia evitar isso. ── Ele retruca, em um murmuro baixo que retumba perto do ouvido de Riley quando Joel fala. Ela sorri. ── Ei, não durma agora. ── Miller a cutuca com o dedo quando nota a respiração dela se tornando uniforme. ── Eu tenho que limpar você, amor.

── Fazemos isso amanhã. ── Riley resmungando, aconchegando-se mais nele e mantendo os olhos fechados. ── Muito tarde pra isso. ── Joel bufa.

── Preguiçosa. ── Ele resmunga, mas decide não perturba-la

Joel apenas puxa o cobertor e os cobre, notando a forma como o corpo dela se arrepia agora que se acalmou e a temperatura da sala não está tão quente quanto eles pensavam.

Ela caí em um sono profundo antes dele, permanece com a cabeça perto do coração dele, onde as batidas constantes funcionam como a canção de ninar que Riley precisa. Joel permanece acariciando ela, admirando-a enquanto ela dorme. Riley é linda com está tranquila, mas fica ainda mais bonita quando Joel tem a chance de envolver seus braços em torno dela.

Gostaria de ter a chance de congelar aquele momento, de se manter aterrado nisso, pois não quer perde-la, não quer deixa-la escapar novamente. Seu peito infla de amor a ela, ele nota. Amor esse que ainda não parece real. Joel ainda não acredita no que acabou de acontecer e acaba sorrindo para si mesmo enquanto relembra. Odeia suas inseguranças por terem a mantido longe dela por tanto tempo, mas agradece ao céus por ter tido outra oportunidade de consertar as coisas.

Joel beija o topo da cabeça dela, inalando o cheiro do shampoo e do condicionador de cocô que ela usou antes. Ele fecha os olhos e se deixa vagar para a terra dos sonhos assim, abraçado ao corpo da mulher que ama e sem planos de solta-la tão cedo.

AUTHOR'S NOTE. 𓏲࣪ ☄︎˖ ࣪

I. Depois de um capítulo desses, eu nem sei como começar as notas KKKKKKKK entreguei reconciliação até demais, porque achei que era necessário e que esses dois pombinhos mereciam levar o relacionamento a um outro nível.

II. Essa não é a primeira vez que eu escrevo um hot, mas é a primeira que eu posto em um livro, então to um pouquinho insegura quanto a isso. Me desculpem se não tiver ficado tão bom, tentei fazer o melhor, mas não tive tempo de revisar ainda.

III. Por favor, relevem os erros nesse cap e nos outros também. Todos os caps de UATW são muito longos e eu tenho pouco tempo pra revisar. Quando a história for concluída, devo fazer isso de forma adequada :)

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