Twenty-three

Louis não perguntou porque Harry estava daquele jeito, nem quem tinha feito aquilo com ele.

Na noite anterior, quando tentava lavá-lo desmaiado, viu as marcas roxo-escuras em seus braços tatuados, assim como em sua bunda, os profundos arranhões em suas costas e marcas roxas nos pulsos, como se ele ficasse amarrado por longas horas.

Ao lembrar disso e ver Harry em um sono nada tranquilo em sua cama, Louis sentiu seu estômago embrulhar.

Correu para o banheiro e vomitou apenas líquido até sentir o gosto da bile na boca.

Havia dois dias que ele não comia e a comida que seu vizinho Niall fazia ficava acumulada na geladeira.

Também fazia quase duas semanas que não ia para a escola e sabia que ninguém teria sentido sua falta por lá.

Ouviu um grito do mais puro desespero vindo de seu quarto e ergueu-se do chão, dando descarga no vaso sanitário cheio de vômito, e correu para o quarto.

Harry se debatia contra o colchão e gemia:

"Pai... Pai, por favor... "

O queixo de Louis caiu.

Quem tinha feito tudo aquilo com Harry era seu próprio pai.

"Nunca mais... Nunca... Por favor"

Louis se aproximou mais para entender melhor as súplicas e sentiu seu coração afundar:

"Pai... Prometo nunca... Nunca mais encostar em um homem... Nunca."

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