Trust!




Paris 2009

Castiel havia acabado de falar com os Winchester sobre como ele iria encontrar Deus, essa missão não ia ser fácil, primeiro ele teria que ir atrás dela.

Quentin nunca foi difícil de achar, não após o que houve com ela, qualquer anjo poderia localizá-la.

Ela era uma grande placa em neon de tanto que sua áurea chamava atenção, porém também ela era considerado perigoso qualquer anjo se aproximasse dela. Naquele momento Castiel notou que não tinha nada a perder, tinha que achar Deus e sabia que a única pessoa que podia ajudar ele era a ultima que tinha visto ele.

Apertando o colar de Dean com força, Castiel olhou para o prédio acima e suspirou por um momento, porque ele sabia que estava preste a conheceu o inferno astral de um anjo.

O ruído baixo da televisão deixava a mulher calma, adorava ouvir as notícias logo de manhã, ela morava em Paris desde 1930 até agora não havia achado outro lugar incrível com pessoas incríveis. Era complicado se mudar constantemente, devido à imortalidade que havia recebido nesse corpo humano, inútil que a mulher tinha sido pressionada a ficar toda eternidade.

Esse era o quinto ovo que ela quebrava e tinha certeza que dessa vez conseguiria fazer uma omelete perfeita para o café da manhã.

— Acho que estou fazendo algo certo dessa vez Senhor Bigodes — Murmurou Quentin quando sentia seu gato passar por suas pernas e soltar um miado baixo.

Ela sorriu para o gato quando continuava a fazer a suas omeletes, observando o ovo deslizar calmamente pelo óleo que ela achava que havia colocado uma quantidade boa, esticando-se para pegar o talher e aproximar o prato perto do fogão, ela virou a tigelada com o ovo cuidadosamente colocando ele no prato.

— Acho que consegui. — anunciou a mulher de cabelos castanhos que agora estavam desarrumados.

Seu gato miou em resposta em uma certa distância de sua dona, olhando para baixo ela percebeu que ele não estava no meio de suas pernas a circulando como fazia toda vez que continha cheiro de comida na cozinha.

Largado a frigideira ao lado do prato, ela continuou de cabeça baixa olhando para o chão, esperando achar patinhas laranjadas.

Ela encontrou pares de sapato preto ao lado de seu gato que agora se encontrava fazendo carinho na perna do desconhecido, engolindo seco a mulher levantou o rosto calmamente como se não estivesse pronta para ver quem estava na sua frente.

O homem continua em silêncio e isso a assustava, outra dádiva dada pela humanidade o medo, ela sentiu seu coração acelerar e não sabia se o homem poderia ouvir, observou todos os detalhes do homem desconhecido, até finalmente chegar no seu rosto.

Ele tinha olhos azuis, um rosto marcante de fato, seu cabelo escuro e bastante ajeitado, ele usava terno e um sobretudo e de alguma forma o homem em sua frente não parecia assustador e sim como um dos cachorros perdidos que ela e a sua clínica encontravam.

Se afastando rapidamente, Quentin fechou os olhos com força, se apoiou no fogão, só poderia ser um delírio algo de seu passado voltando a tormentar justo agora ninguém a visitava, como ele aparecer ali? Não poderia ser um anjo, poderia? Ela ouviu o seu gato miar porém, Quentin estava com muito medo de abrir os olhos.

— O que você esta fazendo aqui? — Perguntou Quentin mantendo os olhos fechados como se a qualquer momento ela iria acordar em sua cama e perceber que o dia havia finalmente começado. Castiel que agora olhava para o gato que roçava em suas pernas, desviou a atenção do animal, olhou em direção à mulher que estava em sua frente.

O anjo ficou em silêncio por alguns segundos observando todos os movimentos de Quentin, era estranho ver ela, ele sabia que ela existia todos os anjos sabiam, poucos ousariam olhar ou procurar por ela depois que Lúcifer foi colocado na jaula. Também havia seus olhos, eles eram de cores diferentes não de como a história era contada, eles eram de duas cores diferentes

Então havia as cicatrizes que cobriam seu corpo todo, seu rosto, pescoço, braços. Ele havia se perguntando se essas cicatrizes tinham fim ou se elas continuavam, ela estava tão diferente do que haviam dito que ela era.

— Preciso de sua ajuda — Nem ele acreditava que essas palavras saíram da boca dele, se os outros anjos soubesse disso iam caçoar de Castiel, ele lembrou da época que todos riram sobre a história dela.

'Isso só pode ser um sonho' Pensou Quentin, nunca em todos esses anos de sua imortalidade miserável alguém precisou de sua ajuda, todos havia humilhado ela, devido a um erro bobo.

A mulher de cabelos castanhos sentiu a necessidade de olhar para anjo que ousou procurar ela desde o incidente com o seu irmão.

— Se você acha que eu vou te ajudar a derrotar meu irmão ou algo assim, você está muito enganado — Ela riu por um momento, percebendo que esse era o único motivo que alguém de sua família ainda ousaria a procurá-la

Castiel a olhou com um olhar interrogativo antes de virar a cabeça de lado.

— Sim, eu sei que o meu irmão saiu da jaula — Quentin sabia, ela podia sentir, não importa o que fosse, essa parte nunca sairia dela, a dor daquele dia de ter ficado do lado do seu irmão, seu pai nunca faria esquecer disso, também pelos sonhos estranhos que estavam tendo há dias

— Estou atrás de Deus...

— Deus? Não sei a onde papai esta — Quentin engoliu seco quando mentiu a última palavra, não queria destruir a fé de um filho fiel.

O anjo em sua frente balançou a cabeça rapidamente como se quisesse apagar isso de sua mente quando finalmente se aproximou dela.

'Ele não pisca?' Pensou ela quando encarava aqueles olhos azuis.

— Não minta para mim Quentin, você foi a última a vê-lo — disse firmemente.

Quentin odiava ser humano naquele momento porque estava com medo, principiante da invação de espaço.

— Sim eu fui, a milhões de anos atrás — Ela balançou os braços freneticamente, indo em direção ao sofá e se jogando nele, querendo ficar o mais longe possível do anjo que estava no mesmo lugar que ela.

Castiel nunca havia pensou que Quentin ia ser tão difícil de convencer.

— Mesmo assim preciso de você comigo, se eu encontrado e pedir que ele coloque seu irmão novamente na jaula com você ao meu lado, ele finalmente possa te perdoar — explicou Castiel. A história de como a ira de Deus contra a sua filha queria ainda era um grande tabu entre os anjos.

Uma gargalhada havia saído da boca de Quentin, fazia dias que ela não tinha uma boa risada como essa.

Castiel inclinou a cabeça sem entender o porquê da risada.

— Eu disse alguma piada? Não estava no tom de piada eu acho.

A risada de Quentin ainda era ouvida, Castiel esperava impaciente pelo fim disso.

— Qual a parte que papai me amaldiçoou por toda eternidade, vocês anjinhos não entenderam? — Perguntou Quentin quando acabava as lagrimas que tinha escorrido do seu olho, aquela piada tinha sido boa.


Quentin adorava passar as suas tardes num café perto de seu loft, era verão em Paris o sol estava queimando a pele de todos, era uma das coisas que a mulher adorava. Além dos milhares de turistas que andavam pela cidade todo dia.

Naquele dia, justo naquele dia, um anjo de terno e sobretudo estava atrapalhando o seu verão perfeito.

Ao abrir os olhos novamente, ela ainda havia notado que Castiel estava sentado na sua frente.

— Vai ficar aqui comigo o dia todo?

Ele observou quando ela colocou um pão com geleia no prato dele.

— Até você dizer sim para mim — Castiel empurrou o prato e olhou para o pão a sua frente.

– Pelo menos finge que gosta de Croissant, mesmo que você não coma — Quentin revirou os olhos quando observou a cara que o anjo havia feito.

Observando ele pegar a comida na sua frente e cheirar por um momento, a mulher nem lembrava o que era não comer, achava que isso era uma coisa que ela não sentia falta.

Quentin não estava tão irritada assim de ver um anjo agora, Castiel parecia legal e após mil anos rezando e pedindo ajuda de seus irmãos esse era o primeiro que um havia ido procurar ela mesmo que eles não a consideravam mais. Ela queria o ajudar somente por notar que ela ainda existia, não por causa do pai deles.

— Me fala sobre você Castiel – Ele largou o Croissant no minuto que ouviu a voz dela – Se eu for ajudar você e a sua gangue de anjos, preciso saber sobre você...

— Me rebelei contra o céu, fui morto e trazido de volta, não tem uma gangue de anjos comigo eu diria que são no máximo quatro humanos me ajudando — Castiel agora observava a reação dela, quando ele citou a palavra humanos, o anjo não sabia se a humanidade havia mudado ela ou ela ainda tinha o mesmo ódio por aqueles que um dia causaram toda a dor e sofrimento.

Quentin o encarava com os olhos arregalados, agarrando a faca que segurava com força.

— Humanos? Como eu não vi em nenhum jornal que eles sabem que vocês existem? Você se rebelou só para conversar com humanos? Muita burrice, isso eu diria – Disse Quentin quando largava a faca e pegava um guardanapo para limpar a mão que continha agora um pouco de sangue com as marcas da serra da faca.

Tinham sido poucas noites atrás quando Quentin teve um sonho estranho ela sonhou com o seu irmão, ela sabia que as memórias não tinham a abandonado e francamente ela achava que o seu pai a preferira torturar com qualquer tipo de memória de sua eternidade, sonhar com o seu irmão era um sinal que ele tinha saído da gaiola. Quentin procurou por notícias de algo estranho e não havia achado nenhuma, tinha zeros sinais de apocalipse por perto

— O apocalipse começou Quentin ouve sinais em toda parte — Castiel não entendia como ela ainda não tinha percebido nada de diferente acontecendo.

— Bom, estamos em Paris, muito difícil alguém notar algo — Quentin duvidava que em cidades com muitos turistas alguém tinha notado algo estranho em sua volta, humanos raramente notavam algo em sua volta se não fosse eles mesmo.

Castiel balançou a cabeça rapidamente concordando.

— Você está vindo comigo? Tenho certeza que com você consigo encontrá-lo mais rápido — Castiel sentiu que tinha que perguntar novamente isso para ela, deixar claro que com a sua ajuda ele ia conseguir encontrar Deus, o que Quentin não acreditava nem um pouco.

A mulher de cabelos castanhos olhou para o anjo sem acreditar se o que ele estava dizendo tinha alguma verdade, a última vez que ela confiou cegamente em um irmão, isso a causou um castigo por toda eternidade.

— Quer mesmo minha ajuda? — Pergunto ela cruzando os braços.

Castiel continuou a encarar, era impossível tentar adivinhar o que se passava na cabeça dos dois naquele momento.

Quentin queria acreditar que Castiel não a odiasse devido a sua história e que não estava caindo em uma armadilha ao tentar confiar no anjo.

Castiel queria que ela o ajudasse e também apoiasse os irmãos Winchester em parar Lúcifer e o apocalipse acontecer...

— Quero, você é a única que pode me ajudar — Respondeu Castiel calmante, algo em sua voz fez Quentin acreditar que ele estava falando a verdade.

Então Quentin sorriu, após milhões de anos alguém precisou da sua ajuda, seus irmãos estavam aos poucos voltando a falar com ela, talvez se encontrasse seu pai ele finalmente a perdoaria.

Quentin quase desistiu de ajudar Castiel no momento em que ele disse que ela teria que o encontrar no Maine a onde ela logo descobriu que ficaria nos:

— Estados Unidos? Eu vou ter que ir para os Estados Unidos! — Exclamou Quentin indignada, o miado de seu gato era escutado do outro lado do sofá.

Castiel sumiu de sua frente no momento que soltou essa informação dizendo que havia comprado um celular e ligaria para ela em breve informando o dia que ela deveria estar no Maine.

Quentin não reclamou de não ter sido levada junto com ele, tinha certeza que seu corpo humano não aguentaria uma viagem no estilo anjo, a mulher com certeza reclamaria quando o visse novamente, a passagem para os EUA estava cara e ela ainda teria que alugar um carro quando chegasse lá, tinha certeza que a última vez que dirigiu um carro foi nos anos 70, ela esperava que não estivesse tão enferrujada nesse quesito.

Desviando da tela do notebook, ela olhou rapidamente para o seu gato que estava lambendo a pata traseira. — Senhor Bigodes terei que deixar você com a nossa vizinha por um tempo — informou Quentin, recebendo um miado baixo como resposta.

Ela voltou a olhar para o notebook que estava aberto em página de voos internacionais, seja o que for agora não teria volta.

— Estados Unidos aí vou eu — Disse Quentin quando clicava para comprar a passagem, ela esperava que essa viagem valesse a pena e que dessa vez ela tinha confiado no irmão certo ou estaria cometendo o mesmo erro duas vezes.

— Não acredito que você vai nos deixar para ir aos Estados Unidos — Quentin revirou os olhos quando ouviu a sua recepcionista reclamar pela centésima vez naquele dia.

Sarah era sua recepcionista há dois anos desde que chegou a Paris para estudar moda e acabou encontrando um emprego numa clínica veterinária, pelo menos ajudava a pagar as contas.

Os latidos e miados de alguns animais eram ouvidos no fundo da recepção, Quentin estava pegando algumas fichas na recepção quando Sarah parou para reclamar novamente.

— Eu mereço um ano de férias Sarah — explicou Quentin, já cansada de contar a todos da clínica o porquê ela estava indo embora por um ano.

A garota de cabelos vermelho revirou os olhos e balançou a cabeça negativamente com a resposta de sua colega.

— A gente tira ferias em uma praia exótica ou na Itália a onde tem muita massa e sorvete — Soltando um suspiro profundo, Sarah olha para Quentin com os olhos semicerrados — Espera aí — Ela levanta da cadeira rapidamente assustando Quentin no processo.

— Você não está fugindo daqui porque cometeu um crime, né? — Perguntou Sarah quando esperava Quentin respondê-la.

Quentin a olhou sem entender o que estava acontecendo, às vezes ela não entendia o que se passava na cabeça da Sarah, porém a menina só tinha 21 anos.

— Volta a trabalhar Sarah — Disse Quentin quando apontava para a pilha de fichas que Sarah tinha que guardar e já estava lá há dois dias.

A menina bufou quando observou a onde a mulher estava apontando, tinha se esquecido completamente de arrumar aquilo. Ela começou a colocar as fichas em ordem pelo nome dos pacientes quando murmurava baixinho 'que não achava aquilo justo'.

A mulher de uniforme rosa riu quando observou Sarah arrumar os papeis, pelo menos isso iria calar a boca da menina por algumas horas até elas saírem de lá. Sentindo algo no seu bolso vibrar, Quentin tirou o celular e olhou no visor vendo que era uma mensagem que tinha acabado de receber.

"Estaremos no Maine daqui a 6 dias, espero que você consiga chegar a tempo.

Estou contando com você "

Mesmo que o número era desconhecido, Quentin sabia que era uma mensagem de Castiel, ela achou estranho ele ter falo' Estaremos' será que ele levaria outro anjo? Quentin preferia que não, então ela lembrou que ele andava com humanos.

— Droga! — Exclamou Quentin quando guardava o celular, ela conviva com humanos, porém esses humanos não sabiam a verdadeira história dela.

Sarah ergueu a cabeça no momento que ouviu Quentin reclamar, então ela notou que a mulher estava mexendo no celular.

— Pois eu espero que você não esteja indo para outro país por um homem doutora Quentin — Gritou Sarah quando recebia uma porta fechada como resposta.

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Tentarei postar toda sexta um cap novo, espero que vcs tenham gostado do primeiro cap.

O proximo Quentin vai finalmente conhecer o Dean... então a nossa aventura começa

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