Free to be you and me
[ALERTA DE GATILHOS: alcolismo, sangue, facadas ]
Aviões era uma das invenções dos humanos que Quentin mais amava depois é claro da comida que estava sendo servido para ela pela aeromoça, panquecas e um bolinho de chocolate foi colocada em sua bandeja, não era das melhores comidas, porém iria fazer ela sobreviver as horas de viagem pelo menos até a próxima refeição.
Sua leitura do momento era algo em alemão que estava tentando decifrar, a mulher tinha algumas manias estranham em pegar livros de idiomas que ainda não havia aprendido e tentava descobrir o plot da história conforme algumas palavras aleatórias que ela tinha certeza que o seu cérebro conseguia traduzir.
A palavra 'John' e' Sherlock' talvez era a única que ela estava conseguindo pegar naquele momento. Mordendo um pedaço da sua panqueca, ela acha que em breve deveria começa a gostar disso, fazia tempos que Quentin estava tentando comidas novas, seu paladar mudava a cada 20 anos e esse era o momento certo de mudanças.
Após perguntar para aeromoça quando tempo faltava para chegar aos Estados Unidos, Quentin deixou o seu livro repousar no seu colo e resolveu fechar os olhos por um momento, respirando fundo antes de cair em uma escuridão completa a mulher sabia que em seus sonhos suas memórias sempre retornavam a assombrá-la.
[...]
Castiel sentia que estava sendo perseguido ou era somente outra paranoia que rondava o seu cérebro desde o momento que encontrou Quentin. Ela foi por muito tempo considerada a irmã deles e hoje em dia a mulher não era nada, não a mesma Quentin que todos um dia já temeram por ajudar Lucifer, não a mesma Quentin que ele ouvia as histórias de como se rebelou contra o céu porque seu irmão mais velho havia pedido.
Castiel tinha tantas perguntas, todo esse tempo que ouviu historias sobre Quentin começavam a não fazer sentido para ele no momento que ele notou a suas cicatrizes no corpo.
Todos do alto escalão contavam como Deus havia sido misericordioso com a sua filha mais querida.
Pareceria ser ao contrário... Castiel sabia que quando Miguel estava lidando com Lúcifer, Deus deu a ordem que cuidaria de Quentin pessoalmente, todos no céu falavam que ele tinha sido misericordioso em dar uma vida imortal a ela, um corpo permanente na terra, se transformando naquilo que mais odiava os humanos.
As cicatrizes... não foram feitas por humanos e ele sabia disso.
[...]
Segurando a alça da mochila com força, Quentin saiu da imigração do aeroporto feliz, ela tinha chegado a primeira parte do seu destino, agora só faltava achar o Maine, não ia ser difícil achar, ela sabia lidar bem com mapas até por que já tinha sido uma pirata a muito seculos atrás.
Após perguntar ao polícia se teria alguma concessionária de carros para alugar por perto, ela seguiu o caminho a pé por alguns bons minutos antes de achar o lugar.
— Bem-vinda a concessionária Flash&Fly como posso ajudar? — Quentin escutou a voz de homem simpático vindo em sua direção, ela achava que ele estava na faixa dos 50 anos e ainda, sim, tinha bastante cabelo.
— Ola, eu queria alugar um carro, o senhor não teria um modelo dos anos 70? — Ela tinha visto os carros que estavam estacionados e todos pareciam tão modernos, Quentin achava que nunca poderia aprender a dirigir esse tipo de veículo, era melhor ficar com os modelos que ela já conhecia.
O homem a encarou por alguns segundos de boca aberta antes de fazer um barulho na garganta para chamar sua atenção.
— Senhora, esses carros são de itens de colecionador — Disse ele se aproximando dela e apontando um carro em questão. — Esse aqui seria perfeito para a senhora, é um carro confortável e um modelo bastante novo.
Quentin olhou em direção ao carro e mesmo não sabendo nada dele resolveu concordar com o vendedor, ela tinha algumas horas até chegar o seu destino e esperava não chegar atrasada para o que quer que Castiel esteja fazendo.
— Vamos ficar com esse então — Ela sorriu para o vendedor quando ele acenava com a cabeça, levando ela em direção ao pagamento.
[...]
Após um tempo, Quentin notou que veículos e mapas atualizados e estradas não eram o seu forte mesmo.
Quando quase bateu o carro novo no poste de saída da concessionária ela lembrou vagamente a última vez que bateu em uma árvore para tentar desviar de um gatinho perdido na rua, isso foi em 1973 a última vez que ela jurou que iria pôr as mãos em algum carro.
Esticando a mão até o banco do passageiro, a mulher pegou o celular que agora estava jogado no banco ao seu lado e começou a discar o número que já tinha decorado depois de alguns meses.
— Já sentiu a minha falta? — A voz da sua recepcionista era escutada quando Quentin apertou o botão do viva voz.
— Não começa — Suspirou ela quando colocava o celular entre as pernas, voltando a segurar o volante do carro com as duas mãos.
Uma risada abafada era escutada pelo microfone do celular de coloração roxa que continha alguns adesivos pequenos de estrela e lua colados por toda parte.
— Não completou nem 24h horas que você me deu tchau no aeroporto antes de me passar o maior sermão sobre ser responsável com a sua clínica e chegar no horário certo hoje para receber seu substituto, devo dizer que ele e o gato da senhora Remy não tenha começado com o pé direito — Sarah fez um barulho engraçado com a boca.
— Só queria te perguntar algo... você tem como pesquisar se estou indo na estrada certa para o Maine? Pesquisa no seu computador – Quentin continuava mantendo os olhos bem abertos na estrada, ela não tinha certeza se havia pegado o desvio certo.
— Você não pode perguntar para qualquer pessoa na estrada? Vamos Quentin pare esse carro e vai se enturmar com a população local – Sarah sempre tentou fazer Quentin conversar com pessoas além do trabalho, porém a mulher era limitada com quem conversava.
Suspirando por um momento, a mulher balançou a cabeça negativamente antes de continuar a conversa no telefone.
— Não de jeito nenhum, vou continuar seguindo o mapa te atualizo quando chegar — Ao apertar o botão para desligar ela joga o celular no banco ao seu lado fazendo o mesmo pular e cair em alguma parte do carro.
Quentin nunca foi fácil de lidar, seu medo pelos humanos era uma coisa que não havia se curado mesmo depois de tudo que aconteceu, ela morava na terra a milhões de anos e ainda, sim, não se acostumava ao quesito conversa com humanos ainda mais desconhecidos ou quem ela acreditava que não traria bom proveito a sua vida.
Ela tinha uma missão e iria cumprir...
[...]
A placa dizendo que em alguns quilômetros ela estaria no Maine isso animou a mulher que conseguiu finalmente relaxar os ombros de tenta tensão que segurava nas 6 horas seguidas de viagem.
Após uma parada num café, ela achou uma senhora que parecia bastante inofensiva para ela, o que fez a mesma perguntar as dúvidas que ela tinha sobre o mapa que tinha comprado.
Não que ela fosse contar a Sarah que tinha acabado de conversar com alguém e pediu informações, a garota iria dizer que ela estava certa desde o começo e Quentin não estava a fim de desligar o telefone na cara de sua amiga, novamente.
Já era de noite ela tinha notado isso algumas horas atrás, parando no encostamento por alguns minutos ela pegou o celular e mandou uma mensagem para Castiel.
'Onde você se encontra nesse momento? Cheguei no Estado que você me mandou'
Os anjos também não tinha local de percepção, já que Castiel nem informou a cidade para ela.
Ela estava pronta para voltar a estrada quando recebeu uma mensagem de Castiel falando a cidade, porém a outra mensagem que a intrigou por um momento.
'Você precisa vir aqui logo, Dean quer me levar num antro de iniquidades'
Quentin franzia a sobrancelha conforme lia a mensagem, quem era Dean? E a onde o Castiel havia se metido?
[...]
Já era o terceiro bar que a mulher de cabelos castanhos saia de la frustrada em sua busca, Castiel não se encontrava em nenhum deles e francamente isso estava a irritando.
O bartender do último bar havia a informado de um local que havia bebidas e strippers ou acompanhantes, ela não se importou muito de prestar atenção nessa parte, tinha certeza que isso era o 'antro de iniquidades' que o anjo estava se referindo a ela.
Segurando a sua mochila que agora estava em um dos seus ombros, Quentin seguiu o caminho entre a rua movimentada em direção ao bar.
Em todos os seus anos de vida é claro que ela já havia bebido, principalmente para tentar esquecer de tudo que passou, descobriu que essa era a melhor forma de curar a dor do seu coração e da sua mente.
Quando ela bebida ela não pensava neles... nem nos humanos.
Ela diria que a sua tolerância a bebida era altíssima em níveis diferentes para muitos seres humanos, porém nunca viu tanto homem bêbado nos becos como naquele dia, talvez fosse pelo fato que as ruas eram cheias de bares ou porque era quase final de semana, não importava. Não naquele momento.
Ao passar pelo quarto beco e pela vigésima cantada do dia que havia recebido, a mulher havia notado algo.
— Não acredito — disse Quentin quando avistou um carro preto parado, ela não sabia como reagir naquele momento, se pudesse pensar em alguma coisa rápida naquela situação ela diria que estava pensando no passado.
Era um impala 67 na sua frente, naquele segundo Quentin registrou que a sua memória dos anos 70 estava voltando rápido com flashbacks.
— Já bati num carro assim uma vez — Ela suspirou por um momento com a memória invadindo o seu cérebro de quando ela bateu num carro igualzinho aquele quando tentava sair de um estacionamento qualquer.
Quentin não havia notado quando dois homens saiam pela saída de emergência do estabelecimento que estava na frete do veículo.
— O que é tão engraçado? — Perguntou a voz quando se aproximava do carro e Quentin percebeu que conhecia aquela voz.
A mulher desviou o olhar do capô do carro por alguns segundos quando notou o anjo de sobretudo se aproximando dela junto com um homem. Ela inclinou a cabeça para o lado quando notou que as roupas de Castiel estavam desarrumadas.
Os dois nem a notaram parada ali estavam tão ocupados no seu mundinho que nem notaram a mulher de suéter rosa e uma calça com glitters parada ao lado do carro.
— Uau, já faz um tempo que eu ria tanto assim – A risada do homem loiro que a tão pouco tempo estava rindo bastante se acessou por alguns segundos. — Já faz mais de muito tempo, anos.
Quentin ainda continuava com a cabeça inclinada, tentando entender agora o porquê o homem passou de feliz para melancólico por alguns segundos.
Então ela notou os olhos de Castiel nela.
— Castiel! — Exclamou Quentin animada, não notando o estranho que estava com o anjo.
O anjo estava prestes a falar quando notou o movimento que Dean estava fazendo, antes mesmo dele avisar ou até mesmo protestar.
Ela sentiu algo gelado fazer contado com o seu ombro, por estar num corpo humano há muito tempo, infelizmente ela sabia o que havia feito contado com o seu ombro... era uma faca.
Dean Winchester estava do lado dela naquele momento cravando uma faca no ombro da mesma.
Quentin estava perplexa, com a capacidade dos humanos ainda não terem evoluído o suficiente, por que eles ainda estavam a atacando com facas? Eles já não tinham superado a fase atacar coisas que não sabemos e não conhecemos com armas? Acho que não.
— É assim que você diz "olá" a alguém que acabou de conhecer? – Perguntou Quentin quando ainda encarava o homem na sua frente.
Ele parecia ter sido pego de surpresa e Quentin tinha notado isso, mesmo com aquela cara fechada que ele exibida para ela no momento a mulher sempre pode reconhecer o que os seres humanos pensavam já que eram tão previsíveis.
Dean ainda segurava o cabo da faca quando começou a puxar ele lentamente, ele queria ver se ela conseguiria sentir dor, ele não a conhecia, não sabia quem ela era, ele tinha a total razão de ter agido assim primeiro.
Quentin observou o sangue escorrer no seu suéter rosa preferido quando soltava respirações leves e calmas, porque por dentro ela estava em panico, com dor e odiando, o fato que agora era um humano, isso ainda iria doer por algumas semanas.
— Dean, me escuta – A voz de Castiel era calma e para os dois que estavam um do lado do outro parecia que a voz dele estava bastante distante. — Lembra que falei que talvez eu teria achado alguém para me ajudar na busca a Deus, porém não tinha certeza se tinham de fato aceitado a proposta, parece que ela aceitou mesmo.
A mulher desviou o olhar de Dean por um momento e olhou para o anjo em sua frente seu irmão.
'Serio? Eu cruzei um continente para vir aqui e claro que eu viria' pensou a mesma quando revirava os olhos e se afastava do homem que tinha, acabo de fazer uma saudação gloriosa que ficaria agora visível para humanos uma cicatriz.
— Estava te procurando em todos os lugares dessa cidade, Castiel suas mensagens são muito vagas, por favor irmão na próxima vez melhorar o dialogo para eu te localizar mais rápido — Disse ela quando observava Castiel acenar com a cabeça concordando.
Dean olhou rapidamente para os dois antes de arregalar os olhos.
— Irmãos? Como assim? Ela está sangrando claramente é um humano ou só é um monstro comum eu diria que não já que você não ia procurar ajuda ou estaria conversando com vampiros ou lobisomens, ou algo do tipo para procurar Deus — A voz de Dean era grossa ao mesmo tempo, calma quando conversava com o anjo, porém mantendo os olhos na mulher que agora estava alguns centímetros longe dele.
Quentin olhava em busca da sua mochila quando observou que a mesma estava nos pés do homem que a poucos minutos tinha dado uma facada nela.
— Irmãos ora tipo dividimos o mesmo pai.
— Eu sei o que é um irmão, eu estou dizendo se você não é um anjo como aqueles caras emburradas de terno, quem é você? — Dean abaixa o olhar quando nota a mulher na sua frente agora se aproximando novamente dele para pegar a sua mochila.
Ela coloca a mochila no ombro não machucado quando olha novamente para o homem em sua frente, a iluminação do local não ajudava nada já que ela mal podia dizer que cor era os olhos dele, se ele era bonito mesmo ou era a iluminação ruim do ambiente.
— Sou uma versão melhorada deles ah! De vocês humanos também — Notando que sua mão estava começando a ficar suada, Quentin limpou ela na sua calça, o que faria soltar alguns glitters em sua mão.
Quentin voltou a olhar para Castiel que agora se aproximava de sua irmã para ajudá-la com o machucado.
— Nem pense nisso Castiel — Ela esticou a mão na sua direção fazendo o mesmo parar — Somente um corte vai parar de sangrar em algumas horas.
Castiel concordou novamente em silêncio, porém não queria ver novamente outra cicatriz em Quentin ela já tinha tantas.
Dean olhou para Castiel e Quentin por alguns segundos tentando achar alguma semelhança entre os dois eram difícil já que eles estavam em cascas diferente e ele não sabia como os anjos eram de verdade no céu.
— Vocês pode me explicar o que eu vim fazer aqui? Quer dizer, você não achou o papai ainda se não ele teria vindo terminar o serviço em me torturar — Uma risada escapou da boca da mulher quando o anjo do seu lado só a olhou de forma melancólica, quando o caçador que estava do lado de Castiel agora arregalava os seus olhos verdes.
— Vamos falar com o arcanjo Rafael — Disse Dean quando caminha em direção ao seu carro abrindo a porta.
Castiel não seguiu ele porque já esperava a reação da mulher do seu lado que não ia ser legal.
A dor que Quentin sentia agora não vinha do seu ombro e sim do seu coração, eles iam falar com o seu irmão, eles encontraram o seu irmão.
O seu irmão ouviu o chamado deles e não o dela depois de todo esses anos... ele nunca foi atrás dela e isso a machucava.
— Rafael esta aqui? – a sua voz quase saiu como um suspiro.
Castiel ouviu, ele não queria que ela passasse por tudo isso, porém era necessário.
— Eu preciso de você nisso, Quentin — Ele tinha que ter certeza que ela ainda estaria do lado dele depois de tudo que ela ia passar.
Ela olhou para o anjo que estava do seu lado por um momento e sorriu para ele.
Castiel foi o primeiro irmão que tinha notado ela depois de milhões de anos rezando e pedindo perdão, ela não iria abandoná-lo.
[...]
A mulher olhava ao redor da casa de madeira acabada quando não tentava pensar na dor que estava sentindo no ombro no momento.
— Ai! — Gritou Quentin dando um tapa no braço do caçador a sua frente que a olhou com uma das sobrancelhas levantadas quando ele segurava uma garrafa de vodca.
— Doeu sabia? — A mulher fez um biquinho quando observou Dean revirar os olhos e jogar novamente um pouco de vodca na ferida dela.
Ele havia pegado o kit de primeiros socorros que tinha no carro quando tentava limpar a ferida que tinha feito na mulher.
— Olha, você poderia parar de bancar a durona e pedir para o Cas te curar — sugeriu Dean quando ele pegava uma das agulhas para costurar o machucado do ombro de Quentin.
A mulher de cabelos castanhos olhou para o homem na sua frente, já era de manhã cedo e em algumas horas eles iriam ao hospital tentar chamar Rafael, o que deixava Quentin bastante nervosa, então ela precisava sentir essa dor.
— Eu estou bem, eu aguento qualquer coisa.
Dean deu de ombros quando começou a se aproximar da mulher em sua frente segurando o seu ombro com uma das mãos e colocando a agulha em sua pele, ele percebeu que a respiração dela começou a ficar lenta, ela parecia estar aguentando a dor que acabou de sentir.
— Sabe... — Dean começou a falar quando tentava costurar o ombro dela, chamando a atenção da mesma para ele — Ainda quero saber o que você é, não é por que Cas parece confiar em você que eu vou confiar cegamente.
Ela pensou por um momento se poderia confiar nele, geralmente levava tempo até ela confiar em humanos, especialmente homens ela não sentia uma áurea maligna vindo dele.
— Eu sou um humano Dean, bom, digamos que papai me fez ser um humano a muitos seculos atrás — Ela observou as reações de Dean com essa notícia, porém, ele continuou a terminar o trabalho que estava fazendo em seu ombro, — Minha maldição é não morrer, ele me fez imortal infelizmente.
Dean levantou os olhos em direção à mulher a sua frente, de algum jeito ele sabia que ela estava falando a verdade. Ele se afastou dela quando colocava a agulha na mesa, Quentin olhou para a costura no seu braço e sorriu.
— Vou ter outra cicatriz irada de batalha, obrigada Dean — Ela se levantou para pegar outro suéter na sua mochila.
Agora o caçador tinha outra dúvida em sua mente, como assim outra cicatriz? O corpo dela era limpo de cicatriz por onde ele tinha visto.
[...]
A mulher odiava hospitais, o cheiro de morte a deixava enjoada e ver seres humanos chorando e implorando para viver e algo que ela odiava. Isso era uma ironia já que ela era Veterinária e considerando que ela fazia cirurgia em animais ela achava aquilo totalmente diferente, animais mereciam viver na terra que o pai dela havia a dado de presente, humanos não.
Sentada em uma das camas de hospital que estava vaga, Quentin observou o homem na cadeira de rodas que estava olhando para a janela, Castiel estava do lado dele, quando Dean estava do lado de fora.
Quentin notou Castiel jogar o óleo sagrado em forma de círculo em volta do homem na cadeira de rodas.
— Quando o óleo queima, nenhum anjo pode tocar ou passar pelas chamas, ou ele morre — Castiel falou quando notou Dean entrar no quarto e fechar a porta atrás dele.
— Ok, então nós o prendemos em uma gaiola de aço de fogo sagrado, mas uma pergunta. Como diabos nós o trazemos aqui? — Pergunta Dean quando cruza os braços.
Quentin da de ombros para a conversas dos dois e pegou seu celular por alguns momentos para ver se tinha alguma mensagem de Sarah reclamando do novo veterinário. Quando a mulher olhou novamente para a onde Castiel estava ele tinha entrado no círculo de óleo e chegado perto do ouvido do homem que ela havia acabado de conhecer.
Então ela escutou Castiel cantar em enoquiano, fazia tempo que ela não escutava alguém falar, a língua dela era estranha de se ouvir depois de muito tempo, como se isso já não fizesse mais parte dela.
— Estou aqui, Rafael. Venha me pagar seu pequeno Bastardo. — Castiel disse com confiança antes de sair do círculo, deixando Quentin orgulhosa dele naquele momento.
— Só por curiosidade, qual é o tempo médio de espera para falar com um arcanjo? — Perguntou Dean quando se aproximava de Quentin que tinha seus braços dobrados e olhando com atenção o círculo em sua frente.
Castiel olhou para os dois antes de acender o fosforo.
— Estejam prontos.
Então Castiel acende um fósforo jogando o mesmo no óleo, fazendo um grande anel em chamas acender.
Quentin esperava que o seu irmão não aparecesse, ela não queria ouvir o que ele tinha para falar com ela.
[...]
Cada vez que se aproximavam da casa abandonada, a mulher sentia seu coração apertar e suas mãos suarem, a qualquer momento que Dean parasse aquele carro ela iria sair correndo pela mata e desaparecer.
Ela sabia que seu irmão estava por perto, ela sentia aquela sensação ruim no fundo da sua garganta, na boca do seu estomago e ela não gostava disso.
Quando o Impala parou na frente da casa, Dean e Castiel foram os primeiros a irem em direção à porta, Quentin estava tremendo quando tentou alcançar a fechadura do carro, conseguindo abrir a porta do carro, ela caminhou calmamente atrás dos garotos.
Dean notou ela se aproximando dos dois e avançou para abrir a porta.
— Bem, esse termina um dia que nunca mais terei de volta.
Dean e Castiel entram primeiro na casa quando Quentin fica parada na porta, ela não sabia se colocava o pé na entrada da casa ou se ficava ali do lado de fora a noite toda. Observando Castiel parar, ela sabia de algum jeito que ele já sentia que o irmão dela estava ali.
– Dean, espere — Castiel disse por um momento, então Dean parou de andar e olharam em direção à sala e a cozinha a onde agora se encontrava Rafael com suas asas brilhantes em forma de relâmpagos fazendo todas as luzes apagarem.
O barulho assustou Quentin que estava do lado de fora, fazendo a mesma entrar rapidamente dentro da casa e notar seu irmão ali que felizmente não tinha visto ela no canto da sala. Milhares de anos havia se passado e o seu irmão ainda não a notava, não era uma surpresa para ela, porém isso machucava como sempre.
Rafael tinha os olhos direcionados apenas a Castiel naquele momento e suas emoções não eram uma das melhores.
— Castiel
— Rafael — Disse Castiel com uma voz firme que até assustou Quentin já que geralmente ele parece um gato ferido quando falava com ela.
Cada vez que os dois se aproximavam do arcanjo, mais a mulher se colocava atrás da parede perto da porta pronta para fugir a qualquer momento.
— E eu pensei que você fosse impressionante, tudo o que você faz é escurecer a sala — Dean olha em volta do lugar nada impressionado com Rafael.
Rafael olha para ele naquele momento.
— E toda a costa leste — Após dizer isso, eles escutam barulhos altos de relâmpagos assustando Dean e Quentin que olhou para fora com o brilho.
— É uma prova da minha infinita misericórdia que eu não vou acabar com vocês agora.
Quentin revirou os olhos pela milésima vez, quando ouviu a voz do seu irmão, 'até parece que ele tem misericórdia de alguma coisa' pensou ela.
Dean olhou de relance para Castiel e para a parede ao lado do anjo a onde ele conseguiu observar a pulseira de estrelas que Quentin usava.
— Ou talvez você esteja falando merda — Disse ele quando desviou o olhar do braço de Quentin e olhou para Rafael que agora o olhava desconfiado. — Talvez você esteja com medo de que Deus traga Cas de volta a vida e destrua você e sua saia de bunda de doce. A proposito oi, eu sou o Dean.
' Serio isso?' pensou Quentin quando dava um tapa na sua própria testa quando ouviu Dean dar oi ao irmão dela.
Rafael inclinou a cabeça para o lado como se não acreditasse no que estaca ouvindo naquele momento aquele humano só poderia ser um babaca mesmo.
— Eu sei quem você é — Então ele olhou em direção a Castiel e o braço da sua irmã, ele não era burro, ele e todo mundo do céu já sabia que Castiel tinha falado com ela, principalmente Michael que não havia gostado nem um pouco disso. — E agora graças a esses dois eu sei a onde você esta.
Quentin congelou.
Ele sabia, é claro que ele sabia, ele tinha sua graça e ela não tinha mais, ela estava com tanto medo de sair de trás daquela parede, fazia tantos anos, milhares se ela tivesse contado e ela contou. Todas às vezes que ela pediu ajuda, todas às vezes que ela rezou para eles a salvarem dos humanos, nenhuma vez eles vieram atrás dela.
Se afastando da parede e andando calmante em direção a Castiel, ela nenhuma vez ergueu a cabeça para encarar o seu irmão mais velho, ela tinha tanta vergonha e tanto medo ao mesmo tempo.
Castiel sentiu seu sobretudo mexer e virou a cabeça de lado quando notou Quentin colada ao lado dele, o anjo não se importou que ela ficasse ao lado dele naquele momento e mostrasse medo, ele iria proteger ela.
— Você não vai matá-lo. Você não ousaria — Castiel disse firmemente quando se colocava um pouco a frente para proteger Dean e Quentin de qualquer coisa se fosse possível.
— Mas eu o levarei até Michael — Então Rafael sorriu e olhou em direção a sua irmã — Oi irmã, como anda a vida de traidora? Espero que muitos humanos tenham feito você sofrer ao longo da sua vidinha patética e humana.
Quentin sentiu seu corpo inteiro tremer, ela queria tanto chorar naquele momento pegar o primeiro voo para Paris e voltar para o seu quarto, ela tinha que ser forte, então ela ergueu a cabeça e olhou para o seu irmão seriamente.
Mesmo que Dean não a conhecesse, ele achou um pouco cruel falar com Quentin desse jeito, a garota até o momento não tinha feito nada de errado e ela parecia fofa demais para merecer um tratamento desse.
— Bem, então, parece assustador — Disse ele quando caminhava em direção a uma caixa de cervejas que havia no chão — Mas uh, eu odeio te dizer, eu não vou a lugar nenhum com você.
— Você certamente se lembra de Zacarias lhe causando um câncer de estômago? — Perguntou Rafael a Dean. Quentin que estava do lado de Castiel olhou para o caçador que estava de costas para todos nesse momento.
Nesse momento Dean volta a olhar para Rafael — E aquilo foi hilario.
Quentin sentiu que isso não tinha sido hilario de jeito nenhum pela forma que ele havia falado.
— Bem, ele não chega nem perto da minha imaginação — Afirmou Rafael.
Quentin e Castiel observavam quando Rafael se aproximava cada vez mais do círculo de óleo sagrado. Dean olha para a onde os dois estavam olhando e desvia o olhar rapidamente fazendo contato visual com o anjo.
— Ah é? Aposto que você não imaginou uma coisa.
Rafael olhou para ele novamente sem entender o que ele havia dito sobre aquilo.
— Nós sabíamos que você viria, seu filho da puta estúpido. — Dean sorri quando acende o seu isqueiro e o joga sobre o círculo de óleo sagrado que agora queima em volta de Rafael.
O mesmo direciona uma raiva mortal ao caçador e a sua irmã.
— Não olhe para mim não, foi ideia dele — Disse ele apontando com a cabeça em direção ao Castiel que somente arreganhou os olhos e o olhou por alguns segundos.
'Estou cercada por idiotas' pensou Quentin.
Castiel voltou a olhar seriamente franzindo os olhos, o que fez Quentin questionar se essa era maneira dele de ser o policia mal na história, ela ainda achava que ele era igualzinho aqueles gatos do consultório dela.
— Onde ele esta? — Perguntou o anjo
Rafael cruzou os braços com a pergunta e olhou diretamente para a sua irmã que agora encarava o chão com medo da pergunta acabar sobrando para ela.
— Deus? — Ele então soltou uma risada, desviando o olhar de sua irmã por um momento — Você não ouviu? Ele está morto Castiel, morto.
'Não' pensou Quentin 'papai somente nos abandonou, ele não está morto' ela sabia que ele não ia deixar o seus preciosos humanos para sempre.
— Não — Quentin afirmou quando caminha um pouco em frente as chamas — Papai não está morto, ele não pode ter morrido, ele só está chateado — Ela podia sentir as lagrimas se acumulando entre os olhos.
Rafael parecia se divertir com o sofrimento da sua irmã quando sorriu outra vez tentando se aproximar dela.
— Mas não há outra explicação irmã, ele se foi para sempre, francamente eu acho que você o matou de desgosto depois de você o trair — Seu sorriso se abriu ainda mais quando viu as lagrimas caindo no rosto de sua irmã.
Castiel empurrou Quentin para perto dele naquele momento segurando o braço dela com força, ele estava com medo do que Rafael poderia fazer até mesmo naquele círculo.
— Você esta mentindo — Disse ele quando sentiu Quentin o abraçar de lado, mesmo ele não retribuindo o abraço ele sabia que ela precisava disso agora.
— Eu estou? Você se lembra do seculo XX? Acha que o XXI está indo melhor? Você acha que Deus teria deixado qualquer coisa ruim acontecer se ele estivesse vivo? — Rafael perguntou para Castiel e o anjo começou a ter dúvidas, Quentin não tinha, ela sabia que o seu pai não tinha como mudar seus irmãos, imagina os humanos.
Dean olhou brevemente para a mulher que estava chorando baixinho e ainda abraçada com Castiel, ele pensou se algum dia ela recebeu carinho de algum dos seus irmãos a garota parecia que precisava. Ele desviou o olhar dela por alguns segundo e olhou novamente para Rafael.
— Ah e? Bem então quem inventou o truque da cesta chinesa? — Perguntou ele sorrindo de canto, então ele ouviu uma risada abafada e ele soube que Quentin gostava das piadas dele.
— Cuidado, é do meu pai que você está falando garoto — Rafael não estava gostando dessas piadinhas, sabia que era muito típico de Quentin ficar rindo de tudo já que ela e Lúcifer eram idênticos.
— Sim, quem ficaria tão orgulhoso de saber que seus filhos começaram o maldito apocalipse — Falou o caçador e até nisso Quentin teve que concordar, o seu pai não ia gostar nada disso.
Dessa vez não tinha sido ela que começou algo.
— Ele fugiu e desapareceu, deixou um mundo para a gente governar sem instruções.
' Até parece que vocês não gostam disso' pensou Quentin.
Dean olhou para Castiel de uma forma divertida antes de dizer o que estava pensando e lembrando o que tinha acontecido com eles no Bordel.
— Papai fugiu e desapareceu, ele não trabalhava para os correios, trabalhava? — Ele perguntou e segurou a vontade de rir, o que fez a mulher erguer a cabeça do peito de Castiel e olhar em direção a Dean sem entender o que ele havia dito com isso.
— Isso é engraçado para você? Você está vivendo em um universo sem Deus — Rafael quase gritou essa ultima parte fazendo Quentin se afastar de Castiel.
— O que, você e as outras crianças simplesmente decidiram fazer um apocalipse quando ele estava fora? — Dean estava sendo sarcástico e Quentin estava gostando disso.
Rafael desviou o olhar de Dean e fixou ele novamente a sua irmã. – Estamos cansados, só queremos que isso acabe, queremos o... paraíso.
Quentin bufou tão alto que fez Castiel olhar para ela. Ela já estava farta dos joguinhos de palavra que seu irmão estava dirigindo para ela.
— A terra é minha por direito, papai me deu ela — Secando as lagrimas rapidamente ela se afasta de Castiel e Dean e se aproximando da porta, o olhar de Rafael ainda a segue. — Eu não quero um apocalipse, não é sua decisão, não é de Michael e muito menos de Lúcifer, eu digo o que deve ou não acontecer a terra esse sempre foi o meu dever, e eu posso estar sem a minha graça querido irmão, papai pode ter ido embora como você disse — Ela o encara novamente antes de seguir o seu caminho pela porta ela estava farta disso que Castiel resolva sozinho.
— Eu ainda posso chutar o traseiro de todos vocês e eu ainda voltarei porque papai me tornou imortal por dois motivos, para eu aprender uma lição e para ser a maldição da vida dos meus irmãos — Ela nem esperou a resposta de Rafael ou até mesmo a reação dos outros na sala, ela fechou a porta da frente com força deixando eles com os seus assuntos quando seguiu seu caminho até o Impala.
[...]
Quentin não sabia quantos minutos ou quanto tempo havia passado esperando no carro, naquele momento ela estava concentrada em tirar uma soneca no banco de trás do Impala.
Ela mal tinha dormido a noite passada, não havia luz naquela casa e ela odiava a escuridão, também ela sentia saudades do seu gato miando a noite inteira ou passando por sua cama. Arrumando a sua mochila como um travesseiro temporário, ela fechou os olhos tentando ignorar os relâmpagos e os barulhos que seu irmão estava fazendo para chamar atenção.
Ela começou a se sentir leve, como se seus olhos não estavam pesados, seu ombro não doía e os barulhos começaram a ficar distante, Quentin sabia que iria sonhar com o seu irmão novamente, então aceitou o sonho de bom grato.
Algum tempo havia se passado e Dean e Castiel entram no Impala, o anjo olha para a irmã que dormia pacificamente no banco de trás, quando Dean começou a dirigir o carro.
— Você está bem? — Dean perguntou a Castiel ele estava preocupado com o amigo, o anjo ainda olhava para a sua irmã que dormia. — Olha, eu serei o primeiro a lhe dizer que essa sua pequena cruzada é loucura, mas eu sei um pouco sobre pais ausentes.
O anjo olha para o caçador em sua frente sem entender o que ele havia dito com isso,
— O que você quer dizer?
Dean continua olhando para a estrada.
— Quer dizer, houve momentos em que eu estava procurando meu pai quando toda a lógica dizia que ele estava morto, eu sabia no meu coração que ele ainda estava vivo, e eu acredito que Quentin sabe disso — Ele havia percebido pelo jeito que a garota ficou quando se referiram que o pai dela estava morto ou como os irmãos dela iam lidar com a terra naquele momento, acho que Dean nunca tinha visto um arcanjo engolir seco como Rafael fez depois que Quentin saiu da sala. — Quem se importa com o que alguma tartaruga ninja diz, Cas no que você acredita?
Castiel olhou para Dean e então para Quentin, ele sabia dentro do coração dele que sua irmã não mentiria para ele, ela tinha vindo até ali para procurar Deus? Ele tinha que estar vivo.
— Acredito que ele esteja lá fora.
— Ótimo então vai procurá-lo — Dean sorriu por um momento.
Castiel inclinou a cabeça de lado, ele esperava outra reação.
— E você? E a Quentin? Eu não posso levar ela. Dean ela tem enjoo de voar comigo, não posso deixar ela enjoada o tempo inteiro — Disse Castiel apavorado, ele não poderia machucar a sua irmã se ele encontrasse Deus, ele sabia que a primeira coisa que ele ia perguntar era sobre Quentin.
Dean olhou rapidamente para Castiel antes de abrir a boca e fechar novamente, ele estava sem palavras. Olhando para o retrovisor ele olhou para a mulher que dormia agora no seu bando traseiro.
— Você quer que eu seja babá da sua irmã Cas? Não vai colar serio — Ele sabia que Castiel ia vir com aqueles grandes olhos azuis de bebês para o lado dele.
O anjo arrumou o sobretudo e soltou um suspiro que parecia preso no fundo do seu corpo que ele estava guardando desde que conheceu Quentin.
— Não posso falar o que ela é, ou que ela fez até porque não é a minha história para contar, eu só posso dizer que Michael sabe que ela esta aqui a primeira coisa que ele vai fazer e tentar colocar ela do seu lado, e se Lúcifer não souber ainda que sua irmã está viva em algum momento ele vai saber e quando ele souber e questão de tempo até ele ir atrás dela, quer parar o apocalipse? Quer fazer Lúcifer voltar a jaula se eu não encontrar Deus até lá? Nossa melhor opção e a irmã deles estarem do nosso lado. — Disse Castiel calmamente antes de cruzar os braços.
Dean ficou quieto por alguns segundos, ele não confiava em Quentin. Ele não a conhecia, ela era irmã dos anjos e arcanjos e era humana? Como isso era possível ele tinha que descobrir mais sobre ela, depois que ela fez Rafael calar a boca esse contava como um ponto positivo.
— Posso deixá-la no Bobby então? Estou muito bem caçando sozinho, estou muito bem
— Mesmo sem seu irmão?
Dean olhou para o anjo ao seu lado quando balançou a cabeça, sabendo que tinha tocado numa ferida que ele não ia falar. Então ele abre um sorriso antes começar a divagar.
— Principalmente sem meu irmão. Quer dizer, passei tanto me preocupando com o filho da puta, quer dizer, me diverti mais com você nas últimas vinte e quatro horas do que com o Sam em anos, e você não é tão divertido assim. É engraçado, sabe, estive tão acorrentado à minha família, mais agora que estou sozinho, droga, eu estou feliz.
Ele vira o rosto para olhar em direção ao anjo do seu lado, porém observa que o assento está vazio e seu sorriso vacila.
Dean olha para o retrovisor novamente e observava Quentin que agora dormia sorrindo.
— Somos só eu e você agora anjinha.
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AMORES O QUE ACHARAM DO CAPITULO? sinto muito em dizer os capitulos vão ser grandes se vcs gostarem tudo bem se não que pena kkkk
O proximo será o cap a onde Dean vai para 5 anos no futuro, e ele vai levar a Quentin como bagagem dele nesse capitulo ( juro eu estou editando o mais rapido que eu consigo)
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